Capitulo 21
CAPÍTULO 21
Contém cenas eróticas.
Ameth
A lua no alto mostrava que passava pouco da meia noite e o vento frio que corria nas ruas faziam encruzilhadas e assobiavam uma melodia fantasmagórica chamando as almas para a caminhada eterna, como peregrinação para aquelas que estavam no limbo aguardando a ordem para subir aos céus ou descer para o inferno, enquanto esse dia não chegava toda noite elas saiam de suas moradas no cemitério a caminho da igreja mais próxima, pouco importava qual tipo de igreja desde que fosse um templo erguido para oração, ali elas faziam seu pedido por piedade e perdão, por lá ficavam até momentos antes dos anjos passarem na terra, para essas almas penadas, era proibido ficar perto dos anjos, mas justamente nesta noite, por ser noite de festa, bebedeira, drogas e orgias, várias almas errantes resolveram participar da festa, isso não é nada bom nem para a raça humana, nem para os espíritos que se aventuravam em tais diversão.
— Vocês estão vendo quem está chegando? — Esther apontava para o grupo de almas entrando no corpo dos humanos.
Nara me apontou para o que minha mãe estava nos mostrando os lados onde os humanos estavam sendo corrompidos pelas almas que se apossaram da carcaça do corpo subindo em cima da alma do hospedeiro sufocando e tomando a sua frente, as lobas observavam caladas sem nada poder fazer ali no meio de tanta gente.
Minha mãe estava com a fisionomia bem diferente, tinha assumido com glamour a magia usada por nós bruxas para ter outra aparência, ela estava igual até no sotaque, a uma coreana nativa, já a fisionomia da Nara, era a de uma skatista famosa medalhista da última olimpíada, eu idêntica a mesma skatista quem nos visse juntas diria que éramos gêmeas só veio nós três, Mel e Gilles ficaram completando o laço da parceria, se for alguma coisa parecido com o meu laço e da Lili será uma foda de abalar os portões dos infernos, mas se as duas tiverem se reivindicado mutuamente as portas dos infernos virão abaixo, elas vão uivar a noite toda.
Minha mãe, distante de mim e Nara, que estávamos na fila do ingresso, fazia as proteções do lugar para nos guardar, ela tirou do bolso uma quantidade generosa de sal grosso arrancada de uma salina e pilado em pilão de pedra sob um forte feitiço tornando o pó devastador para as almas e água benta dentro de um pequeno frasco passou para minhas mãos o restante que logo guardei na bolsinha que carregava pendurada no cinto da calça ao lado esquerdo.
— Não entre conosco, fique na fila e entre sem que as almas percebam que você tem magia no sangue, mas se perceberem, jogue água direto nos olhos ou o sal em qualquer parte do corpo que elas vão embora. — Foi até onde Nara estava e tirou da fila falando baixinho.
— Abra uma passagem, vamos passar pela parede lá do outro lado que é o local dos banheiros, vamos fazer a proteção do local para você, se as coisas saírem do controle, faça a travessia com ou sem a Lili.
― Pode deixar, se ela tiver com a Nyxs na barriga eu a levo nem que seja pelos cabelos.
― Eu sei muito bem por qual cabelo vai puxar ela.
As duas se afastam ainda rindo, elas sabiam que eu não suportava brigas, lá longe ainda escutei elas falando da abertura da passagem no banheiro, Nara ri.
— Tenho pena se tiver alguém fazendo o número 2, vai se borrar todo quando vir nós duas aparecendo do nada. — Nara foi andando e comentando com minha mãe, elas falavam muito baixo para serem ouvidas por ouvidos humanos.
Rapidamente me desloquei para assumir um lugar na fila que ainda estava dobrando o quarteirão no final da rua.
Estava tranquila quando, senti que alguém estava me observando, disfarçadamente olhei para o final da fila nada vi de anormal e mais uma vez sempre disfarçando olhei para a frente foi aí que vi.
Duas pessoas mais à frente estava um homem loiro com trejeitos femininos fingindo ajeitar a maquiagem observando insistentemente na busca de pegar a áurea e descobrir seres mágicos através da luz original roubada por um espelho de obsidiana.
Eu reconheci a peça por já ter feito feitiços usando um igual até do mesmo formato, na academia das bruxas na reserva, esse espelho servia e era usado para ver a alma da pessoa que ele reflete, por isso baixei a cabeça para ele não ver meus olhos e não ser descoberta, abri a mente e mandei um recado.
“Mãe tem um bruxo, aqui fora querendo descobrir a alma das pessoas” ― Recuei um pouco ficando quase dentro da parede para dificultar seja lá o que o cara estava procurando ver, eu não estava com medo dele, estava com medo de ser obrigada a matar todo mundo ali ou minha mãe ter que apagar a memória deles, o que dava na mesma coisa.
“Cola nele de longe, se precisar é só chamar” ―Estou falando minha mãe è é meio temperamental.
Passei a observar cada passo do estranho sem dar muito na vista, a noite estava agradável, dessas noites feitas para correr na mata ou na beira rio, lagoas ou mar, subir no morro e uivar até ficar rouca, mas tinha uma coisa me incomodando toda vez que uso magia para encobrir quem sou, fico agoniada,acho que minha pele rejeita a mudança, fica espetando, coçando e com uma vontade de arrancar a magia , mas infelizmente não podia esse disfarce era necessário, caso a Lilith estivesse no palco não daria tempo dela fugir, além do mais meu cheiro estava camuflando, Gilles, fez isso antes de se trancar com a Mel, mesmo eu ainda não tendo me adaptado com a fisionomia da skatista que eu assumi, essa aparência estava agradando a mulherada da fila que não tiravam os olhos, teve até uma que fez gestos pedindo o número do celular o que me fez lembrar das palavras de Nara antes de sairmos de casa. Quando ainda estava me auto examinando no espelho de parede na hora que Nara desceu as escadas soltou logo:
― Se não fosse minha irmã e eu não fosse laçada, eu pegava essa skatista na boa, maninha você está um arraso com essa bunda aparecendo. ― Deu um tapão na minha bunda.
— Não tem nada de bunda aparecendo isso é estilo, hoje eu sou uma campeã olímpica de araque, e me solta para não deixar seu cheiro em mim. ― Enquanto falava dava voltas nas pontas dos pés para exaltar o que afirmava.
— Minha filha é linda de qualquer jeito. Onde arranjou essas roupas tão diferente do que você normalmente usa. — Minha mãe me olhava examinando minha roupa e a calça colada no meu ventre realmente aparecendo boa parte de tudo. Ela me abraçou e me virou de frente para ser apreciada por todos.
O estilo skatista tipo “Leticia Buffoni” com calças folgadas abaixo da cintura mostrando uma boa parte da cueca feminina vermelha, um par de coxas grossas, cabelos agora loiros abaixo dos ombros preso num coque no alto da cabeça deixando a mostra metade dela raspada com desenhos artístico, meus cabelos tem a cor original branco mais nas raras vezes que sai para as baladas pintava de várias cores hoje meus cabelos estavam verde, azul e com mechas vermelhas, minha blusa no tipo unissex tinha gola polo curtinha deixando parte da barriga de fora e no braço direito uma tatuagem começando na mão e vai subindo, o desenho de uma floresta com pinheiros, rios serras e no ombro uma imensa borboleta preta, a borboleta que até bem pouco tempo pertencia a Lilith e que misteriosamente apareceu em meu corpo e a minha antes transparente agora estava no corpo da Lili, a borboleta preta significava que era a mensageira da morte segundo os antigos.
A fila começou a andar e do nada surgiu uma briga na entrada com dois caras e o porteiro a pancadaria rolou e mais dois seguranças apareceram conseguiram acabar com a briga mas aí a galera invadiu a entrada sem pagar ficando somente eu e o bisbilhoteiro do espelho, assim que tudo voltou ao normal comprei minha pulseira e entrei sempre atrás do loiro que vez ou outra tirava o espelho examinava quem estava próximo a ele, e guardava o objeto novamente.
O local por onde passávamos na roleta estava terrível mesmo tendo três roletas que separaram para as mulheres, elas estavam empacadas encontraram uma garota levando bebida e quiseram obrigar ela a sair da fila, outra confusão começou, quando chegou a minha vez uma policial me deu busca de armas, passou a mão na lateral e atrás não achou nada mas quando passou a mão na frente e chegou abaixo da cintura ela sentiu algo diferente e apalpou para ter certeza isso olhando para minha cara cheia de interrogação, como eu já era acostumada a esse tipo de coisa sorri descaradamente e disse.
― E de silicone, as meninas adoram. ― A policial sorriu e quando passei ela segurou meu braço.
― Antes de ir embora, venha aqui quero conferir esse brinquedinho e dizer se vale a propaganda.
― Melhor ir lá dentro me tirar dos braços da mulher que me ganhar, se conseguir serei sua por essa noite, e garanto que será prazer garantido. ― Essas últimas palavras dei uma olhada para ela de cima a baixo demorando na avaliação de sua bunda, ela entendeu o olhar e garanto que tive a impressão de ver ela salivando, mas não estava aqui para flertar e até bem pouco tempo nem de mulher eu gostava e o coleguinha lá embaixo concordava e continuava morto.
A super lotação do espaço tornava o ar irrespirável para quem tem o olfato apurado como o meu, o local pequeno com uma única saída de emergência caso houvesse um incêndio muita gente morreria pisoteado, porém ninguém ali estava preocupado com imprevistos, tinham pago o ingresso para se divertir e pareciam uns loucos drogados em busca de sex*, o calor dos corpos junto a energia evaporada fazia do ambiente um caldeirão com cheiro variados de cigarros, bebidas, e todo tipo de droga das sintéticas às injetáveis, passando pela maconha propriamente dita as pessoas exibiram sorrisos macabros e desconexos, o loiro do espelho estava levando uma mulher para o Dark Room, e pouco tempo depois um garçom entrou com uma bandeja e uma bolsinha preta amarrada com uma cordinha amarela e uma plaquinha semelhante a cartão de crédito não restava dúvida o que iria acontecer ali dentro suspirei aliviada ele que se acabasse, minhas patas estavam limpas.
No palco estava sendo apresentado uma espécie de lutas no ringue de mulheres seminuas.
O grupo que se apresentou agradeceu os aplausos e um novo grupo ia entrar, a luz do palco mudou junto com a música da “SADE” no ordinary Love. E a luz correu para acompanhar os passos cadenciados de uma loira com máscara de borboleta.
A garota sensual tinha um piercing no umbigo uma calcinha fio dental transparente na cor vermelho sangue e nos seios nada, nus como vieram ao mundo, a ponta dos dedos longos esmaltadas na cor preto, encostava delicadamente em cima do bico de cada seio, sentada na ponta do palco com as pernas penduradas, quando a mulher levantou a cabeça seus olhos por trás da máscara encontraram os meus, ficamos paradas uma dentro do olhar da outra, meu cheiro se misturou e mesclou com dela.
Os seres místicos que ainda não tinham caídos embriagados sabiam que uma loba estava reivindicando o seu lobo, se o local não estivesse emporcalhado de sex* humano e drogas daria para ver o lobo sendo laçado.
A plateia ensandecida com todos os cheiros misturados estava com a libido nos altos e começaram a gritar como uns loucos numa só voz.
― Vampira.... vampira...
Fim do capítulo
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