Capitulo 10
CAPÍTULO 10
Quando cheguei à casa da metrópole estava tão cansada da viagem, essas travessias ao mesmo tempo que é maravilhoso em si tratando de tempo ganho também é desgastante emocionalmente e tira boa parte da nossa magia nos dando um sono imenso para repor as energias por isso que fui direto dormir, os pensamentos fervilhavam em minha cabeça com mais perguntas do que respostas, “o que acontecia na casa de Cedrick para a filha fugir?
“Quem era Gilles ou pensando melhor o que ela era?” Só conhecia a garotinha de olhar atrevido e geralmente cheia de hematomas.
“Quem será a loba que não quer ser encontrada? E por que essa garota estava aparecendo para Ameth?
Pensar em Ameth, me deixava ainda mais preocupada, minha amiga estava perdidamente apaixonada e fugia da responsável por seu coração bater acelerado, às vezes, eu me perguntava porque meus antepassados tinham previsto que eu seria a grande alfa, eu me sentia mais perdida do que cego em tiroteio, nem o poder de destruir mente eu tinha, também não era a mais poderosa entre as lobas, esse cargo era da Esther por enquanto, ainda não sabíamos ou não conhecíamos os poderes de todas as bruxas, não sei nem como resolver os problemas sentimentais da minha amiga, quem dirá descobrir quem era a bruxa que não queria ser encontrada.
Meus olhos pesaram e os fechei para esfregar com as mãos quem sabe passava esse cansaço na vista, afinal de contas eu só estava a 48 horas sem dormir, nada demais para um lobo jovem como eu.
O estômago roncou e eu desci para comer qualquer coisa o cansaço na vista milagrosamente desapareceu, ouvi vozes na cozinha e segui o som, Jana, Ameth, Amkaly e Esther conversavam futilidades sentadas próximas ao balcão que separava a sala de jantar da cozinha.
― Até que enfim a Bela Adormecida acordou. — Amkaly veio até onde eu estava e me abraçou, meio sem entender o que dizia olhei através da janela e vi a noite lá fora.
― Eu dormi?? ― Não entendi a brincadeira de chamarem de Bela Adormecida.
― Não, você desmaiou, ficou apagada por quase 10 horas! — Esther gritou lá da cozinha, onde tirava uma coxa inteira de porco do forno elétrico, o cheiro dançava em meu nariz e a cor dourada da carne fez minha boca salivar, ela colocou tudo no balcão e Amkaly me puxou para perto do assado fumegante.
— Vem amor, senta aqui. — Amkaly batia a mão em um banco de madeira próximo a ela de frente para o balcão, que também servia de mesa Quando sentei ela puxou o banco para mais perto e me abraçou.
― Não sabia que tinha dormido tanto assim, pra mim eu estava acordada o tempo todo. — Acabei confessando e junto falei também do que vinha me preocupando. ― Esther me mostre o mapa outra vez.
― O que você está pensando? ― Esther passou para perto já passando as mãos uma na outra e dessa vez o mapa foi se formando na parede em frente a nós, que por um estalar de dedos eu mudei a cor da parede de turquesa para branco , apontei para à minha Beta o local onde o mapa deveria ser exposto e ainda esfregando a mão, o mapa foi se formando na parede nua, como um estreito e longo formigueiro sendo este luminoso fiquei na frente do mapa olhando cada rua, cada encruzilhada, cada ponto comercial, a rosa dos ventos continuava no mesmo local na parte esquerda embaixo como da outra vez em que vi.
― O que estamos olhando? — Esther se aproximou olhando de meus olhos para o mapa toda concentrada, tentando enxergar através do meu pensamento sem se atrever a ver dentro da minha mente.
― A garota da Ameth, falou que todos a chamam de Styx, mas ela não é amiga da Styx e nem quer ser ela, ela é Nixs e deixou isso bem claro, mais de uma vez. ― Continuei olhando o mapa mais de perto enquanto todos na sala mantinham o máximo ,
de silêncio, acho que com receio de cortar minha linha de pensamento ou também interessadas no que eu queria dizer ou aonde eu queria chegar com tudo isso.
― Sim e para alguém a chamar de Styx, precisa ser antigo e conhecer a mitologia porque Styx era uma ninfa e também um rio infernal no domínio de Hades dedicado a ela. Ela também era filha de Tétis, ajudou Zeus na guerra Titanomarquia contra os Titãs e foi recompensada com uma fonte de águas mágicas que desaguavam no Tártaro. Ou você me explica o que está pensando ou me deixa ver na sua mente.
Achei justo sua preocupação, principalmente quando olhei para trás por cima dos ombros e vi minha família em peso olhando fixamente pra mim aguardando uma resposta que eu também queria ter.
― Ainda não sei, se a garota não quer ser nada do que a lenda conta, é porque ela deve estar entre os dois mundos, esse físico e o espiritual. Se ela diz que não quer ser a Styx, ela quer estar nesse mundo físico, e se ela diz que a mãe a está a envenenando, é porque talvez ela ainda não nasceu. ― Senti as palavras sendo puxadas para fora da minha boca e quando falei tive a certeza de ter dito a coisa certa principalmente quando Esther completou.
― E se ainda não nasceu é porque provavelmente a mãe dela vai tentar o aborto, lembra que ela falou dos remédios ruins que a mãe toma? — Esther completou meu pensamento me olhando com aquele olhão cheio de certezas.
― Sempre depois que ofende a mim, mas o que diabos eu tenho a ver com uma mulher grávida que vai tentar o aborto por ódio de mim. — Ameth estava bem próximo agora, também olhando o mapa e acompanhando a conversa entre Esther e eu.
― É isso que vamos descobrir de agora em diante, sempre que ficar com alguém exija dele o estado civil, ou ltocute saber se está envolvido com uma mulher, tente se lembrar da sua última trans*, se ele era casado. — Ninguém nem mesmo Esther percebeu a cor branca nas faces de Ameth quando a mãe se referiu a sua última trans*, que nem era homem e tampouco casado, mas que de alguma forma tinha virado a cabeça da minha amiga de ponta cabeça. ― Agora Nara quero que me explique o lance do mapa?
― Estava pensando…. como a Styx representa um rio ou uma cascata, estou tentando descobrir se neste mapa tem uma igreja, um cemitério e um rio ou para que lado é o mar.
Todo mundo ligou seu celular, e começaram as pesquisas no Google. Alguém gritou:
— Achei… aqui Nara. ― A própria Ananaya passou para mim o seu Ipad. ― Olha aqui nesta quarta pesquisa, essa que esta com o link Geoftp.ibge.gov.br, aqui diz que essa rua, onde funciona essa casa noturna, no passado foi um templo de oração indígena onde eram feitas oferenda aos Deuses e ao lado do antigo templo tinha uma cacimba muito funda, conta a história que já morreram dezenas de pessoas afogada lá a tal cacimba foi lacrada já neste século, por volta dos anos cinquenta, uma mocinha que estudava para freira, engravidou do suposto irmão, quando a criança nasceu. foi roubada e sete dias depois encontraram o corpo na cacimba, a jovem mãe enlouqueceu e a família toda entrou em desgraça, nesse outro site fala que a mãe da criança da cacimba passa as noites de lua chamando pela filha.
― Que história triste, coitada dessa mãe. ― Jana se derramava em lágrimas, sempre que envolvia história de mãe e filho que sofriam, ela chorava. Foi Ameth que continuou lendo em outro site.
― E aqui nessa outra pesquisa, fala que nessa região tem um lençol freático mais antigo que a própria metrópole. E que esse lençol deságua no mar. ― A rodinha que se formou para ler o artigo quase derruba o aparelho das mão da doutora que puxou o braço e escondeu atrás na sua costa e sorriu de uma forma felina quando todas a olharam sem entender a proibição.
― Vocês vão acabar quebrando meu brinquedinho com essa afobação, Nara conecta ele com a televisão, para que todos leiam e eu vou só abrindo as pesquisas.
As lobas pareciam não ter apreciado a ideia.
― Por que não podemos ver na mente de quem esta lendo? É mais prático. —Amkaly queria poupar energia.
― Porque temos uma mente para pensar, olhos para ver e cérebro para processar o que vemos e sabemos identificar símbolos como o alfabeto, só por isso. ― Esther foi curta e grossa. Amkaly respondeu mostrando a língua para minha Beta, que ria.
― Vamos lá garotas, não vai doer nada, Esther já encontramos o rio e o templo, só falta o cemitério que está bem aqui nessa rua e passa por cima do lençol freático. Bingo! — Eu sempre quis gritar essa palavra quando descobrisse algo relevante, agora que gritei me senti uma completa imbecil, ainda bem que ninguém parece ter dado a mesma importância ao gesto como eu.
― E agora qual o proximo passo Nara?
― Agora vamos comprar o pacote para a festa com direito a open bar, Ameth descubra quando será o próximo evento, iremos todas, vamos botar essa casa noturna de cabeça para baixo.
― Todas têm que ficar atenta, e ler a mente de qualquer um, procurem respostas se tem uma casa subterrânea, se conhecem a vampira ou se já ouviram falar, os humanos não tem escudo na mente dá para descobrir tudo. Para onde foi Ananya que estava aqui nesse instante, já foi dormir? E as meninas onde estão que não escuto a voz delas? —Esther perguntou devido ao silencio na casa as meninas eram muito bagunceira.
— Chegamos cedo Ananya faz pouco tempo ela foi se trocar estava na reserva achou mais útil ficar no hospital, sabe como ela é com aquele hospital, Agatha já foi dormir, e as meninas ainda não chegaram, a Sandy e eu chegamos cedo para esperar vocês, mas quando o dia nascer voltamos pra casa. —Jana quem respondeu.
Nesse momento meu celular em cima da mesa tocou avisando a mensagem. Abri e lá esteva escrito .
“Chegando logo” e só, era tudo que estava escrito, Ananya que apareceu nem sei de onde estava grudada nas minhas costas lendo a mensagem e ficou possessa.
— Como pode uma coisa dessas? Jana passou o dia sem notícias nem para ligar pra mãe elas tiveram a dignidade e quando resolvem explicar. É só isso que mandam?
O salto fino de seu sapato fazia um barulho horrível para os ouvidos apurados de nós lobas. Mas ela nem ligava sempre amou sapatos elegantes.
— Senta Ananya o barulho do salto no piso de mármore dói nos ouvidos. — Eu pedi e como resposta, ela apontou o dedo do meio pra mim, sem um pingo de respeito e eu caí na gargalhada. — Você sabe onde eu vou mandar enfiar esse dedo, não sabe? — Ela esboçou um leve sorriso deixando o ar mais leve. Quando ia responder duas mulheres altas e elegantes entraram correndo na sala e abraçando todo mundo, já faziam algum tempo em que não nos víamos.
— Cadê sua irmã, onde está a Lilith? — Todos os olhares se voltaram para a porta na esperança da outra loba entrar. Ameth quase não conseguia disfarçar o nervoso diante da perspectiva de ficar frente a frente com a loba.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 18/07/2022
Complicado e agora Ameth?
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