Capitulo 9
CAPÍTULO 09
NARA
― Eu estava na academia, catalogando e armazenando as folhas, quando senti um puxão na minha ligação com Ananya, abri a mente e vi sua conversa com a Mel, senti sua preocupação e fui até lá, quando cheguei ela estava em frente a faculdade e próximo a ela tinha um ser que não dava para eu saber quem era, ele também me viu, e foi embora, mas antes chamou a Mel de “sua companheira”.― Esther parou de falar e esperou perguntas olhando no rosto de cada uma.
― Qual sua opinião Esther sobre o que sentiu? ― Eu interroguei.
― Não quero ser precipitada, mas não senti vibrações ruim, muito pelo contrário, eu fiquei com a sensação de já ter sentido aquela presença antes, quando cheguei fui na cachoeira olhar no espelho d'água, na esperança de ter uma visão e nada. Quando conversei com a Mel, perguntei se estava tudo bem ela me garantiu que não está correndo perigo, que essa presença tem boas vibrações, mas ela não sabe dizer de quem se trata, se é anjo, bruxa, ou caído, ele aparece em horas diferentes e nunca se deixa ser visto. ― A bruxa completou.
― Pode ser um vampiro.
― Não acredito Ananya, a mais de cinco séculos que eles não andam por estas bandas, justamente pelo sangue dos humanos daqui ser muito misturado.
— Mas a garota acabou de falar da vampira pode ser a mesma pessoa não pode? ― Jana estava cheia de perguntas, como todas ali, mas a cada pergunta feita Esther destruía a esperança do interlocutor com uma resposta que não deixava dúvida..
— Não acredito Jana, por essas bandas não tem vampiros, talvez a garota esteja falando de uma garota de programa que se chama vampira.
— Não esqueça que ela também mandou procurar a bruxa que não quer ser vista e se essa coisa que está seguindo a Mel for essa bruxa? — Eu realmente esperava estar certa, dessa forma seria mais fácil encontrar a garota.
— Eu ainda acho que pode ser uma vampira, minha filha é uma bruxa e loba, seu sangue é poderoso, qualquer vampiro iria querer dar uma mordidinha. — Jana continuava com seu ponto de vista recebendo um olhar de censura da Ananya que concordava comigo.
— Ainda assim, a Mel não acha que seja um noturno. Ela está achando que pode ser um anjo.
— É por isso que estamos indo para onde elas estão? — A pergunta veio de Agatha, a única das garotas que estava na reserva, ela não saia muito de perto das mães, enquanto Lilith e Ameth conheciam o mundo, Agatha mal conhecia a reserva.
— Também, o mais importante é que depois da conversa com a Mel, eu fui buscar orientação com as runas e fiz um mapa astral do local onde ela viu e caminhou com o ser, vou mostrar a vocês. — Esther bateu a palma das mãos uma na outra e na mesma hora o mapa foi se formando como se uma mão estivesse desenhado no ar, as ruas, avenidas e residências, a universidade e lá no alto na ponta esquerda do mapa uma flor muito parecida com a rosa dos ventos com as pontas piscando no centro escrito “end or beginning". (Fim ou começo)Esther deixou que a imagem desaparecesse e falou.
― Fim ou começo de quê? ― Ananya falou ainda com o olhar no mapa que se desfazia como areia fina soprada por um vento forte.
― Antes essa rosa luminosa estava na parte de baixo do mapa, agora está em cima, eu não sei do que se trata e também não fiz, só apareceu, por isso estou indo verificar o que está acontecendo.
— Quem vai contigo além da Esther amor? —Amkaly Grudou no meu braço perguntando.
—Só eu você e minha beta. —em seguida virando para o grupo.
― Nos primeiros raios do dia, vamos na reserva vizinha fazer uma visitinha a família do Cedrick, tentar saber se ele está por trás de tudo isso. Como a metrópole é perto vocês podem passar o dia aqui como se nada estivesse acontecendo e a noite viajar no tempo indo se encontrar com a gente. ― Olhei nos olhos da minha alcateia, a compreensão estava estampada no rosto de todas.
No dia seguinte.
A reserva vizinha onde morava Cedrick junto a família toda ficava a cinco dias de viagem de carro ou 6 horas e 30 minutos de avião, então fomos do nosso jeito, viajar saltando entre a dobra do tempo através dos mundos e dimensões ainda não conhecidos dos humanos e quando chegamos bem próximo fomos o restante como lobos, correndo pela praia particular, que fazia parte da reserva de Darius.
Não era uma reserva grande e auto sustentável como a minha, mas dentro do possível era boa e cheia de possibilidades.
— Alfa Nara Shiva? Quase não acreditei quando sua beta anunciou a vinda de vocês, sejam bem vindas. — O Alfa da alcatéia de Joinville era um parente distante, mas muito amigo do meu pai, os dois cresceram juntos e fugiram para o Brasil na mesma época da matança e perseguição que a matilha sofreu em Amsterdam.
— Obrigada Darius, mas viemos a negócios. Esther veio fazer umas perguntas a família do Cedrick, aqueles que meu pai pediu asilo para eles no passado, lembra?
— Lembro sim, a família do velho Malick, eles moram na parte da reserva onde só moram os laçados e seus filhotes, espero que não seja nada grave porque se for, basta uma palavra sua ou do seu pai, e expulso eles da reserva. Venha vamos entrar separei um chalé para vocês. — Foi falando e se afastando do local onde deveria ser a sede administrativa da reserva, uma construção arejada com cores pastéis, as portas todas arreganhadas não existindo tranca, o que demonstrava ser um lugar muito seguro, o que era conivente para mim uma vez que que se ninguém sabia que meu clã era composto todos por bruxas, a família do Cedrick tinham suas dúvidas não tinham certeza.
— Não queremos dar trabalho, Darius, o assunto é mais sobre pesquisa, amanhã nas primeiras horas partiremos, temos assuntos para tratar na metrópole.— Foi toda a explicação que dei, não havia motivos para explicar o que viemos fazer.
— Pois façamos assim, enquanto sua Beta resolve os assuntos burocráticos você e sua companheira serão bem vindas ao luau que faremos na praia. — Darius era um lobo muito mais velho que meu pai, também era um alfa solitário sem companheira ou filhos, mas tinha várias amantes, era o que diziam, um conquistador nato, foi todo o caminho conversando e explicando como funcionava sua reserva, nos entregou a chave do que seria a nossa residência por algumas horas e se foi.
O chalé ficava bem de frente a praia com uma vista belíssima, tinha dois quartos e uma cozinha americana tudo feito de palha e bambu. Simples mas de bom gosto, assim que Esther saiu para conversar com Cedrick, Desci para a praia sozinha, Amkaly preferiu dormir cedo.
Uma fogueira imensa estava queimando na areia próximo ao rochedo, por onde a vista alcançava podia ver casais de lobos trans*ndo ali, mais parecia um espaço aberto para trans* do que propriamente uma festa, Darius sentado na areia tinha uma loba no colo enquanto fazia um oral em outra que estava em pé com as pernas abertas com as mãos abrindo mais o sex* facilitando para o alfa na sua frente. Não quis interromper e fui mais para perto da fogueira, a noite estava linda, um vento suave vinha do lado do mar enchendo meu peito de ar puro ali ninguém deu a mínima se eu era alfa ou bruxa cada um estava mais interessado no seu parceiro ou parceira, senti um monte de areia ser jogado atrás de mim quando me virei Esther sentava com um pedaço de carne assada espetada numa vara, o cheiro era dos melhores, tirei um pedaço generoso enquanto comia ela falou.
— Cedrick sumiu no mundo, a mulher não sabe e ninguém sabe, os meninos tudo que ouviram foi o pai falando que sabia onde estava o doador, mas não sabem quem é. — Rasgou um pedaço de carne nos dentes e me passou o espeto que mais parecia uma vara de pescar de tão grande.
— A mulher deve saber, eles têm a ligação do laço, essas coisas dá pra desconfiar. — Enfiei a metade do pau na areia enquanto um lobo se aproximava com um cooler.
— Cortesia do alfa para outro alfa fiquem a vontade, se quiserem o calor de uma fêmea ou de um macho é só uivar que viram e vocês podem escolher. — Não fiquei horrorizada, nós lobos somos guiados por instintos sem remorsos ou culpas.
— Minha beta e eu somos laçadas com lobas neuróticas e eu amo meus olhos azuis. — A gargalhada foi geral. Quando o lobo foi para outro grupo, voltei ao assunto interrompido. — Por que acha que o doador não pode ser o Ragendra? — Sussurrei as palavras para que ninguém ouvisse a pergunta.
— Porque na época o Mascarenhas já estava usando o esperma do Cedrick, talvez o do Ragendra tivesse acabado e também o desgraçado colheu uma amostra do Kessa antes dele entrar no cio por pouco não fez o mesmo com a Maya. — Abriu a tampa do cooler tirando de dentro uma lata de cerveja puro malte com pedras de gelo grudada no alumínio, jogou na minha direção e pegou outra abrindo e bebendo tudo de uma vez a lembrança das torturas sofridas por seu filho de outras vidas ainda mexia com suas emoções.
— Eu sei que destruímos tudo por onde ele passou... Mas e se ele tivesse feito a cabeça das pessoas em quem ele confiava e trabalhava com ele, como o Cedrick? — Joguei minha lata vazia junto a da Esther para não sujar o ambiente.
— Aí minha amiga, vamos ter que encontrar o Cedrick, tirar toda a informação e matar o infeliz.
— E a companheira dele? O que conseguiu?
— Ela não é laçada, não senti o cheiro dele nela, e outra ela e a Gilles já tiveram vários momentos de quase assasinato, vi na mente dela, ela querendo acorrentar a garota com corrente de prata.
— Mas por quê? Eu lembro que ela fugia e se escondia lá na nossa reserva. — Eu lembrava de uma garota linda com um olho da cor de ouro derretido, feroz quando fitava alguém como se desafiasse a quem chegasse perto, mas muito cuidadosa e risonha com a Melisandre, sempre era a Mel que a encontrava e também era a Mel e Esther que a levavam de volta.
— Sempre encontrava a garota, nunca vi nada demais na mente dela a não ser os maus tratos, como pele queimada, desnutrição, essas coisas. E quando eu ia deixar ela na reserva ela sempre avançava no Cedrick que se mostrava um pai carinhoso e compreensivo.
— Pelo visto ele não era, mas isso não é problema nosso, pelas nossas leis não devemos interferir na forma como os pais educam seus filhos, a não ser que sejam parentes e peçam asilo. E da Gilles soube alguma coisa?
— Não... só que ela sumiu no mundo quando teve seu primeiro cio e de lá pra cá nunca mais ninguém viu. — Quando Esther falou isso um monte de fios começou a se amarrar na minha mente como se meus neurônios estivessem se unindo formando uma rede complexa e fui falando.
— Isso faz o quê? Gilles é mais nova que as garotas, as meninas estão na Metrópole há quatro anos trabalhando nas pesquisas e catalogando tipos de vírus e mutação nos humanos, e se Gilles tiver ido procurar a Mel como fazia quando criança? — Minha mente estava fervilhando com umas teorias absurdas e se a Gilles fosse o ser que a Mel sentiu e não viu? Poderia ser a bruxa que a garota falou.
— Esther e se a bruxa que a garota falou for a Gilles?
— A bruxa que não quer ser encontrada, foi o que a garota disse, é uma hipótese. — Ela falou muito pensativa, pesando cada palavra.— É como diz o ditado “o fruto não cai longe do pé”.
Esperei ela falar outras coisas, mas se fechou em pensamentos, confesso que essa parte do fruto não entendi muito, mas Esther era uma bruxa antiga com uma sabedoria imensa depois eu pediria para me explicar isso.
No alvorecer deixamos a reserva de Joinville com a promessa de voltar para a festa da primavera.
Fim do capítulo
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camilanew123
Em: 13/07/2022
Eu estou amandoooo... praticamente devorei a primeira parte em dois dias e li todos os nove capitulos da segunda hoje (meu trabalho que lute)
Atualiza logo pelamor de deus que eu tô tensa aqui já kkkkkkkkkkkkkk
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Marta Andrade dos Santos
Em: 12/07/2022
Esse história promete muitas surpresas.
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