Colégio Sacré Coeur de Marie

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       As meninas da 3 Série A já estavam em sala, enquanto os meninos se organizavam no pátio, esperando a ordem da Madre Superior para retornar as atividades normais, seriam os últimos a voltar de toda a escola após o final do recreio. Ernesto Júnior era um deles, os braços estavam para trás, os olhos azuis escorregavam pelo chão, levemente encobertos pelos cabelos pretos, lisos e lustrosos como a crina de um cavalo vencedor, a beleza física do menino de 9 anos constrangia a todos, além da inteligência, o que o transformava em alvo frequente, inclusive do gêmeo Pierre, que parecia uma cópia mal feita do irmão, que em companhia de Antônio Bernardo, mais conhecido em sua turma como o "arteiro", riam da timidez de Júnior.

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- Olha o otário, está quase se borrando, espero que siga nossa ordem, ou vamos ter que pega-lo no final da aula...

- Claro, tenho é vergonha de ter esse cara como uma versão minha por aí.

- Mas, as meninas gostam dele.

- Orra, é como se fosse uma delas.

- Hahahahah... - A Madre alterou a voz, calando os dois de forma imediata.

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- Há algum problema que possa resolver Antônio e Pierre? Com a negativa de ambos, vejo que posso começar a minha fala. Bom dia meninos, antes de começar a nossa conversinha cantaremos o Hino da nossa escola, seguido por uma música de Padre Zezinho que tenho certeza que todos amam - Alguns se resignaram, esticando o corpo para cantar, enquanto outros reclamavam baixinho sem coragem de discordar da Madre Superiora Aurelie, uma franco brasileira que levava a escola com as mãos de ferro. Por fim um aluno mais ousado soltou um "que saco!" dito com sinceridade, tirando risinhos abafados dos amigos.

- Está suspenso João Alfredo Carrara, alguém quer acompanha-lo?  Pois bem, vamos ao que interessa, soube por fonte segura e gostaria de saber quem dessa turma trouxe consigo essa revista de mulher nua que agora trago com muito nojo em minhas mãos? O autor da façanha sabe que quebrou uma das regras principais da escola que preza pelo decoro e boas maneiras, nunca na história do Sacré Coeur aconteceu nada parecido com isso - Júnior se aproximou, gaguejando para levantar a mão direita afirmando que foi ele.

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- Mas, o que é isso Alfredo Júnior? está se acusando para defender alguém? - Falou olhando com seriedade para Pierre.

- Não, fui eu mesmo, queria ser popular Madre.

- Que decepção, nunca pensei que isso viesse de um Matarazzo, aliás, do melhor de sua família, sabe que vou ter que castiga-lo, não é? infelizmente os tempos modernos não permitem que te bata, infelizmente, porque se ainda fosse permitido o uso da vara, pode ter certeza que dormiria com o couro quente. Está suspenso por três dias Ernesto Júnior.

- Não irmã, tenha caridade, minha mãe vai me bater.

- Pois deveria ter pensado nisso antes. João Alfredo e Ernesto Júnior, para minha sala, os demais estão dispensados.

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       Pierre passou pelo irmão piscando o olho para soletrar "bom menino" entre os dentes, era justo que o irmão pagasse por seu erro, pois se fosse mais sagaz jamais ia levar a culpa pelo que não fez, ainda mais por medo de ter todos os seus livros rasgados pelo gêmeo mais novo.

       Em casa, Márcia não bateu em Júnior, machista que era, agradeceu aos céus por ele estar vendo revista de mulher nua, sinal que era homem, e que sua suspeita em relação a sua sexualidade era totalmente infundada, seu filho era apenas mais sensível que o gêmeo Pierre. Nesta feita, Ernesto Júnior não apanhou, mas, seu coração sangrou muito mais do que se levasse a surra que não veio.

       Na adolescência, enquanto Pierre saia com diversas meninas da vizinhança, Ernesto Júnior gastava os dias devorando livros, especialmente os de suspense, era fã de Stephen King, e estava lendo "O iluminado" na noite em que sua alma terminou de quebrar. Era um sábado quente de verão quando seu pai entrou no quarto olhando o filho de cima a baixo.

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- Júnior, quero que seja sincero, você já ejaculou?

- Co-como pai?

- Não se faça de estúpido, estou perguntando se já ejaculou, se usa esse presente que veio contigo para algo mais, além de fazer xixi.

- Já... - Falou sentindo o rosto corar de tanta vergonha.

- Pois troque de roupa que vamos sair.

- Tudo bem.

- Se arrume direito menino, hoje você entra menino e vai sair um homem, vamos comemorar seu aniversário de 14 anos antecipado.

- Faltam três meses ainda.

- Eu falei antecipado, será que é tão bobo assim?

- Não pai...vou me arrumar.

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         Ernesto olhava o casarão gostando da fachada, era um sobrado cor de rosa, com várias janelas brancas e um jardim de frente cobertos de rosas, cravos e gerânios.

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- Que jardim lindo!.

- Deixe disso menino, ora se homem se importa com essas frescurites de rosas.

- Mas pai...

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         Entraram ladeados, e logo foram atendidos por uma ruiva, vestida de forma elegante, todos os clientes haviam sido dispensados para a visita do primogênito de Ernesto.

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- Ora, que lindo esse rapazinho, deixa ver como está o seu segredo - Falou pegando os órgãos de Júnior para acariciar, em uma discreta masturbação, deixando-o excitado - É bem dotado como o pai, que aliás, sumiu depois que nasceram os filhos, e veja bem, o pau da bandeira está aumentando. Hahahahah. Fala pra tia Josi, qual tipo de mulher prefere?

- As loiras...senhora... - Falou sem convicção.

- Entendi - Ricardo, leve esse rapaz para ser atendido por Lola - O rapaz moreno foi na frente, sentindo queimar suas costas com o olhar de desejo de Júnior.

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- Estou vendo que olha pra mim com vontade, Lola é minha irmã, venha, vai ficar comigo hoje, vamos fazer um bem bolado que vai dar tudo certo.

- Mas eu não quero...

- Quer sim, ou vais querer comer uma mulher?

- Não...

- Pois então, vais comigo, eu estou louco por você, cabrito.

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         Ernesto Júnior saiu de lá se sentindo invadido, mesmo na posição de ativo, embora tivesse gostado de ficar com Ricardo, não se sentia pronto, queria que sua primeira vez fosse especial, e junto ao prazer veio uma vergonha imensurável, como nunca tinha sentido anteriormente, e quando finalmente tudo terminou, desceu as escadas de mãos dadas com Lola, que segurava riso. O rapazinho tinha as pernas trêmulas, e baixou os olhos quando viu que o pai o esperava ansioso.

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- E então Lola, como meu filho se saiu em sua primeira vez?

- Boa noite Seu Ernesto, seu filho é um garanhão, me deixou acabada.

- Ora mais não me diga, estou orgulhoso demais, quer marcar uma volta para semana que vem Ernesto Júnior? não é à toa que carrega meu nome.

- Não pai, preciso me recompor.

- Filho, de onde saiu isso, tem muito mais, pois é praticando que aprende a lidar com uma mulher.

- Seu Ernesto, desculpe me intrometer, mas, deixe o menino descansar, dê um tempo para ele se acostumar a ser homem como o senhor.

- Tens razão, mocinha, está certa, vamos orgulho do pai...

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         Júnior acordou suado, pulando da cama, as lembranças fizeram com que um choro convulsivo viesse de dentro da sua alma para fora. Foi até a cozinha, bebeu um copo de água, colocando um vídeo de Maria Rosa e Samira para se acalmar.

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- Minhas meninas, não sei o que seria de mim, sem vocês...

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         Maria Rosa escolheu um macaquinho jeans, por baixo uma camiseta listrada de mangas compridas que ia de um tom rosa até um lilás mais escuro, nos pés colocou uma sapatilha preta, prendendo os longos cabelos em um rabo de cavalo pesado que balançava de um lado para o outro quando caminhava.

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- Mãe, vou sair com a Poliana, aquela minha amiga da escola que já conhece.

- Veja bem, cuidado, já sabe dos perigos, está uma mocinha linda, não dê conversa a ninguém na rua, se te chamarem para algo recuse, se te atacarem dê um jeito de gritar. Se cuida, morro de medo da maldade do mundo.

- Ô mãe, eu já sei isso tudo de cor de tanto escutar, não sou mais o seu bebê, tenho treze anos, sabia?

- Treze anos de puro atrevimento - Respondeu a mãe beijando a testa falando - Você é o meu maior bem minha Rosinha, e acredite, um dia vai até sentir saudade das minhas reclamações.

- Vou, ora, se vou... - Falou voltando até seu quarto para pegar a bolsa, o walkman vermelho e o pirulito de framboesa embrulhado no papel celofane branco. Saiu balançando a cabeça e cantando I just called to say I love you, de Steve Wonder.

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No New Year's Day to celebrate

No chocolate covered candy hearts to give away

No first of spring, no song to sing

In fact, here's just another ordinary day

No April rain, no flowers bloom

No wedding Saturday within the month of June

But what it is, is something true

Made up of these three words that I must say to you

I just called to say I love you

I just called to say how much I care

I just called to say I love you

And I mean it from the bottom of my heart...

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- Oi Rosinha, pensei que não fosse chegar nunca amiga - Falou a loirinha sardenta encostada no poste, observando a amiga guardar o aparelho, deixando o fone de ouvido em volta do pescoço, jogando no lixo o resto do pirulito.

- Estava me arrumando, depois minha mãe veio com aquela velha palestra de cuidados que você já conhece.

- Saquei, mas, vamos que os meninos estão nos esperando no Limonade, eles vão nos pagar um lanche. Você fica com o Marcelo e eu com o Afonso, já está tudo combinado, vê se não viaja na maionese, o menino está na sua.

- Se não estiver a fim, vou embora, estou logo avisando. Nem conheço os amigos do seu primo.

- Tá, mas, dá uma chance para o Marcelo, ele te viu no aniversário do Raul e ficou na sua, conversa ao menos pô, só não embaça a minha.

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         Maria Rosa sentou ao lado de Marcelo, que a toda hora tentava encostar um pouco mais perto, fazendo com ela retraísse todo o corpo, definitivamente não estava a fim, a amiga olhava atravessado, e a moreninha fingia não perceber. Depois que os meninos pagaram o lanche, a loirinha deu as mãos ao ruivinho de cabelos espetados saindo juntos do lugar sem cumprimentar quem ficou. Rosinha saiu ladeada com Marcelo, mantendo os braços bem cruzados na frente dos seios.

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- Você quer tomar um sorvete?

- Não, eu preciso ir pra casa, minha mãe está me esperando para fazer o almoço - Era mentira, mas, foi o que achou de mais convincente pra dizer na hora.

- Ah tá, então a gente se vê depois, quem sabe vamos qualquer dia vamos a matinê de domingo?

- É, quem sabe...

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         Só teve notícias de Marcelo, anos mais tarde, quanto o menino sem graça se tornou o prefeito da cidade.

Mas o dia estava lindo, e cedo demais para ir pra casa, resolveu caminhar, olhar as lojas na avenida principal, entrou na Rua do Contorno, seguindo com as mãos no bolso, parando em frente a uma loja esotérica, além dos produtos expostos na vitrine havia um cartaz escrito "Atendimento com Tarô cigano". Coçou o queixo pensando em como seria esse atendimento, já ia sair quando uma moça vestida de vermelho, com pequenas moedinhas douradas que balançavam na roupa saiu de dentro da loja, ajeitando os cabelos negros, afastando a franjinha que a toda hora caia nos olhos verdes.

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- Precisa de um atendimento mocinha?

- Não tenho dinheiro.

- Não foi o que te perguntei, perguntei se precisava de um atendimento.

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         Maria Rosa lembrou dos conselhos da mãe, sabia que deveria recusar a proposta, mas, algo dizia que não corria perigo algum, e achou que deveria entrar com a cigana.

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- Me chame de Dalila, é assim que atendo...

- Tudo bem.

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         A cigana olhou, prestando atenção a mocinha, a achou muito bonita, sentindo também que tinha uma personalidade forte.

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- Vou fazer uma tiragem geral...deixa ver aqui...bom, você é a própria comunicadora, é uma líder nada, vai ser talvez uma professora, jornalista, algo que esteja na frente...mas, em algum momento da profissão vai enjoar e mudar, vai ser repentino, as pessoas não vão entender nada, só você, mas, não viemos ao mundo para agradar, não é verdade?

- Sim, e o que mais vê?

- As cartas me dizem que não é de se apaixonar facilmente, mas, vai casar, ter entre dois ou três filhos...ora, mas, que surpresa. Hahahahah...

- O que viu de tão engraçado?

- Em algum momento, irá separar do seu marido, veja, a torre e a foice, e olha isso, uma mulher em seu caminho.

- Ela vai ficar com meu marido, é isso?

- Não, é você quem vai ficar com ela, e vai ser muito feliz.

- Ah, mas era só o que me faltava, vou embora desse lugar, nunca devia ter entrado, você é uma mentirosa, moça!

- Espera, por Santa Sara, soltei sem querer, você não estava preparada pra saber, me perdoe, me empolguei por termos a mesma natureza... - Mas Maria Rita já havia cruzado a porta, deixando para trás Dalila e suas previsões, que em sua cabeça eram todas infundadas.

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- Amor, e foi assim que você soube que era gay? - Falou Samira desenhando nos seios da namorada.

- Nada, fiquei enfurecida com essa revelação, quis voltar e bater na cigana, coitada.

- Nunca mais a viu...

- Não, voltei anos depois quando arranjei a primeira namorada, mas, ela já havia se mudado.

- Ah, que pena...

- Pois é!

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         Samira se olhava no espelho, ajeitando a saia plissada azul escuro, colocando a blusa branca com o brasão da escola por dentro, para em seguida colocar a boina branca por cima dos cabelos castanhos que estavam presos com gel em um rabo de cavalo, indo até a sala para tomar seu café da manhã.

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- Bom dia Dona Excelsa, onde estão meus pais?

- Bom dia Samirinha, então, já foram trabalhar, pediram que transmitisse o bom dia, e ainda disseram o quanto te amam - Samira sabia que era mentira da velha senhora que fazia de tudo par agrada-la.

- Sei...obrigada por transmitir o recado.

- Celso está te esperando, pode tomar café com calma que ainda tem tempo de sobra.

- Pensei que fosse tomar café com os meus pais.

- Sei que não é a mesma coisa, mas, posso sentar contigo - A fala era a mesma há tantos anos.

- Obrigada.

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         Depois que tomou café, escovou os dentes saindo em silêncio com o motorista. Chegou cedo a escol, sentando no banco de concreto que circundava a velha figueira, esperando para conversar com os amigos que aos poucos foram chegando.

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- Madrugou Sá?

- Pois é perdi o sono, Caverna - Falou olhando o rapaz de cabelos bagunçados que havia criado para si a alcunha que a mãe julgava depreciativa.

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         As horas seguiram rápidas, até chegar na aula de Kênia, professora de Português, que nessa manhã estava com um vestido floral, com bordado preto em volta das mangas e na barra, deixando os cabelos dourados soltos. Após o Buongiorno de todas as manhãs, avisou que a matéria do dia seria revisão, seguida de exercícios de Regência, após a explicação, anotou um exercício no quadro, sorrindo para Samira.

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- Alguém se habilita a responder? - com o silêncio da sala, pediu que Samira se aproximasse, dizendo baixinho. "Quando chegar o recreio fica um pouco, preciso falar contigo", Samira balançou a cabeça em concordância pedindo o giz rosa para responder.

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Questão 01) Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática normativa não aceita o uso do mesmo complemento para verbos com regências diferentes. Esse tipo de transgressão só não ocorre na frase:

 

a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de toda a política externa brasileira.

b) Educador é todo aquele que confere e convive com esses conhecimentos.

c) Vi e gostei muito do filme "A mulher fiel" cujo diretor é um brasileiro.

d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira.

e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que simultaneamente.

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- Então Samira, qual a resposta correta?

- Alternativa d: A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira.

- Correto, você me enche de orgulho.

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         No final da aula quando todos terminaram, Samira aproximou-se de Kênia, perguntando o que queria, a professora a abraçou com força, apertando seu corpo, sentindo arrepios em sua coluna.

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- Ah Samira, estou com um câncer terminal...

- Mas como? falou a aluna com lágrimas sinceras nos olhos, com o coração partido diante da frase cheia de inverdade.

- Descobri, estou desesperada, tenho pouco tempo de vida.

- Mas tenho certeza que pra tudo tem um jeito, meu pai é médico, vou falar com ele, pode deixar - Mas a professora já havia abraçado novamente a aluna, deixando que sua mão entrasse dentro da saia apertando seu bumbum, indo em direção ao sex* umedecido de Samira.

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- Eu não devia, mas, estou apaixonada por ti, rebol* devagarinho na minha mão, isso...assim, delícia. Em seguida, Samira sentiu a língua macia de Kênia entrando em sua boca, intensificando aos poucos o beijo.

- Senta na minha mesa, a porta está trancada, ninguém vai ver... só não faça muito barulho.

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        A professora afastou a calcinha de renda, se servindo do líquido morno que descia de Samira, que urrou, empurrando a cabeça da professora até goz*r.

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- Que delícia Samira, quero isso sempre, vou marcar umas aulas particulares em minha casa contigo, você não precisa, mas, diga que o vestibular de Medicina é muito concorrido e quero te ajudar.

- Combinado, mas, nem quero fazer Medicina,

- Mas, se falar isso, eles vão incentivar as aulas, você gostou da nossa primeira vez?

- Adorei o que fez, mas, e teu tratamento? posso falar com meu pai.

- Não, vai dar tudo certo, tenho médico, não conta pra ninguém nada disso, é nosso segredo, tudo bem?

- Claro....

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        Maria Rosa terminou de escutar a história de boca aberta, estava chocada com o que Samira contou rindo de toda a situação.

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- E essa safada morreu?

- Que nada, se bobear ela segue fazendo suas vítimas, Kênia continua uma gata, lembro que a vimos no supermercado?

- Lembro sim, aquela vaca...

- Aí amor, vem aqui, você não ficou com ciúmes, não é?

- Não, fiquei foi puta da vida, aquela vadia, você tinha dezesseis anos...

- Vem aqui, você me faz goz*r ainda melhor...

- É sério isso, olha que vou...

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         E o riso voltou a inundar aquele quarto, sob o olhar de Júnior que seguia espiando através dos olhos da boneca.

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MÚSICA DO CAPÍTULO

 I Just Called To Say I Love You - Steve Wonder

Fim do capítulo