Fronteiras por millah
Capitulo 44 Promessa é promessa (FIM DE TEMPORADA)
Corremos para o posto Oeste porem ouvimos mais explosões e tiros. O barulho dos contaminados e gritos parecia invadir o morro e era terrível ouvir isto ecoar por entre os becos.
--não é possível..bloqueamos tudo além dos portões, tínhamos uma casa pronta para criar mais um bloqueio. Deixei Rosa e Iori no comando dessa porr*!—Lina estava inquieta de tão ansiosa que estava que seguimos ela e invadimos uma das casas e subimos ate a laje de onde vi ela pegar seu binoculo e observar melhor a nuvem de poeira da vista que tínhamos dali.
Do nada meu comunicador tocou e tudo que ouvi eram gritos e tiros.
--Marga,Mari!!!eles explodiram o portão e estão entrando nos becos!!!aaargghhr!!!!Rosa e Hayato!!Eles foram atacados!!eu não sei o que aconteceu!! O Diego veio aqui e tentou ajudar mas não deu!!Ele brigou com um contaminado para salvar a Rosa e meu irmão morreu! Todo mundo ta morrendo!!—Iori estava desesperado correndo ate a sequencia de tiros e o comunicador ser quebrado no final de sua mensagem aterrorizante. O que tinha acontecido??
--me dá isso!—Marga pediu o binóculo e investigou o posto norte. —parece que o comboio esta quase pronto e o restante das guardas foram para lá.vamos,temos que ir atrás dos ratos. Temos que atrair eles para perto das bombas.
--mas e a Rosa??e os outros do posto?!—Lina fizera as perguntas que eu queria.
--você não ouviu Lina? Eles estão mortos!!—Marga foi direta, mas o olhar de Lina para ela era a de total descrença.
--não temos como saber..—respondeu ela e como era estranho ver ela negar algo que Marga dizia.
--vocês duas..andem logo!!No fim dessa merd* a gente pode contar quem morreu ou viveu.
--mas Marga como a gente vai fazer isso?!?eles estão por todos os lados!!—falei e Marga me olhou com uma resposta pronta na língua.
--barulho. Você mesma disse que eles estão usando esse fator para atraí-los pra cá, por isso as explosões nos postos.
--e a gente ainda ta explodindo tudo..—completou Lina indo na linha de seu raciocínio.
--infelizmente é o que temos.vambora.eu tive uma ideia.
Saímos daquela casa e a ideia de Marga consistia em duas motos, uma caixa de som e muitas balas.
--vamos descer ate a horda e afasta-los da entrada norte e do comboio. Trazê-los para cá e dar tempo a todos os sobreviventes de sair do morro.—Marga e seu plano estavam cada vez mais próximos ao fim que eu não queria que acontecesse e isso me fez observar ela e Lina concentradas naquele plano e um frio na minha barriga me tomou.
--eu vou ajudar!—a voz da minha mãe bem nas minhas costas me assustou e virei de uma vez enquanto que Marga e Lina ainda estavam desacreditadas de ver ela ali.
--que merd* você ta fazendo aqui Helena?—disse Marga brava vindo a nós.
--o comboio ta saindo e vão precisar de mais gente para guiar os contaminados.eu vim ajudar!—minha mãe estava decidida e Marga levou a mão aos cabelos e cuidou para não arranca-los com a teimosia da minha mãe.
--(rs) você e Mari não sei qual das duas me dá mais dor de cabeça!—disse ela nos olhando.
--acha que eu deixaria minha filha nas suas mãos??Depois que eu a ouvi implorando para salvarem ela da porr* de um desabamento??!—Marga calou-se na hora e olhei surpresa para minha mãe.
--ouviu aquilo??—perguntei.
--claro que eu ouvi!!você só faltou chorar no comunicador. Por que acha que eu vim correndo!?
--ela ta bem! Mari é resistente e ta prontinha pra outra.—Marga tentou aliviar o tenso momento que foi mas dessa nem seu sorriso salvaria.
--eu não! Pensei ate que me largaria lá.—falei e ela me olhou pronta para arrancar minha língua.
--por essas razões eu digo que o plano das bombas ficaria muito melhor comigo envolvida.—retrucou minha mãe persistente.
--é nessas horas que você deveria dizer alguma coisa!—Marga virou pra mim e dava pra ver o quanto ela se preocupava com minha mãe.
--gente!Eu acho que posso cuidar disso..sozinha.—Lina conseguiu interromper ate minha linha de raciocínio com essa simples frase.
Acho que todas nós encaramos Lina no mesmo instante e o silencio foi nossa resposta. Era assustador pensar que nos arriscaríamos tentando atrair os contaminados e ela queria fazer isso sozinha??
--que bosta de cigarro você fumou? A gente vai fazer isso juntas!!como sempre fez tudo!—Marga estava desacreditada daquilo que ouviu mas o semblante triste de Lina me diziam que ela não ia desistir dessa ideia.
--não Marga..eu te devo muita coisa na minha vida e eu poderia ter sido só mais uma garota de rua que passou um dia inteiro te infernizando, (rs) tentando não ser como você mas ser sua melhor amiga..eu acho que consegui isso..levou anos mas..valeram a pena. Tanto que sinto que sou mais uma irmã pra ti..uma irmã mais nova e bem mais gostosa mas que daria a porr* da vida por você.
--(rs) a gente pode terminar isso juntas Lina.—Marga levou as mãos ao rosto de Lina e a tentou convencer de que seu plano para nos poupar era loucura e eu implorava para que ela conseguisse porque assim como o sorriso dela de puro nervosismo eu estava louca para tirar dela essa ideia insana.
--não vai dar tempo.—disse Lina a Marga.
--não vai dar sozinha!—Marga respondeu.
--me da essa merd* de dispositivo!—Lina tomou de Marga o ativador das bombas e Marga tentou pega-lo de volta sem êxito.--Será que ainda não percebeu?!?!vocês três ainda tem um comboio para cuidar né e vai ser perigoso pra um caralh*..to me borrando de medo mas eu tenho que fazer isso. Por vocês! Pelos portões que não pude compensar, por todo mundo que ta morrendo.
--para com isso Lina, os portões não são culpa sua, a morte de ninguém também não!—minha mãe estava odiando ver seu show de coragem fora de hora.
--a gente se ajuda Lina.—Marga já se encontrava desacreditada.
--porr*!!deem o fora daqui caralh*!!—gritou Lina a nós.
Marga e Lina se afastaram de nós e foram minutos dela tentando convencer Marga a aceitar e era angustiante ver aquilo. Lina tava quase chorando e se tinha alguém que fosse forte entre nós com certeza era ela. Pra mim era como ver minha melhor amiga implorando para morrer.um nó na minha garganta se formou quando Marga a abraçou forte e de imediato nos chamou.
--não pode ta falando sério?!—falei com Marga me puxando para partir.
--vamos Mari. Temos que chegar ao portão norte.—dissera ela para minha surpresa,fria e sem coragem para olhar mais uma vez para Lina.
--espera ai!!—me afastei de Marga e fui ate Lina sem conseguir mais segurar as lagrimas.
--baixinha eu tenho que fazer isso.—disse ela calmamente olhando em meus olhos sem temor.--Você como ninguém sabe que eu sou foda mas jamais deixaria vocês em risco.
--deixa a gente te ajudar, a gente termina rapidinho.—falei nervosa diante de toda sua convicção. Ela queria mesmo fazer o serviço sozinha.
--precisam alcançar o comboio. Sei que pode fazer isso por mim.
--mas eu quero que também consiga.eu quero você la com a gente,comigo!—eu estava implorando segurando ela pelos braços e ela simplesmente sorriu a mim. De forma branda e gentil.
--(rs) eu vou tentar.—ela falou e era incrível como eu não queria soltar aos mãos dela.
Eu a abracei e me senti tão estranha naquele momento. Era como se as possibilidades estivessem totalmente contra minha vontade. Lina era minha melhor amiga e era como deixar parte do meu coração para trás, era impossível desprender essa parte dela de mim.
--agora vai!!vão!!eu vou explodir esses desgraçados.—Lina estava decidia e limpou o rosto rapidamente das lagrimas que teimavam em deixar seus olhos.
--vou levar o comboio para a estrada dezesseis fora da cidade.—Marga avisou ela enquanto nos afastávamos.
--ok.
Com o comunicador Marga avisou o comboio do plano e sobre os contaminados e nisso já descemos correndo deixando para trás Lina. Não demorou para ouvirmos a musica tocar e era tão alto porem combinada com os tiros que ecoavam estourando no céu faziam uma bela sincronia de guerra. Lina gritou pronta pra ela.
Com isso, do próprio chão podia sentir a corrida da horda de contaminados subindo e dos becos paralelos que cruzávamos descendo feito loucas sem parar era mais nítido pelo estouro dos contaminados, a quantidade monstruosa deles que tão próximos e tão insanamente apenas estava separada de nós por becos. Me enchia de medo aquela estranha sensação de estar tão perto da morte mas não podíamos parar. A musica ainda tocava e os tiros insistentes ainda me davam esperança que Lina estava bem.
Chegamos a rua principal do portão norte e vimos os caminhões partindo ao longe pela rua fora do morro e mesmo sendo um bom sinal era desesperador ficar para trás.
--agora a gente só tem que chegar a estrada dezesseis..—Marga abriu a chapa de metal e verificou a rua e pelo silencio estava segura.—e ficaremos bem.—ela abriu o portão para passarmos porem com tantas esperanças senti um empurrão para fora do portão e Marga viera junto também empurrada e quando virei vi minha mãe fechando o portão novamente com ela la dentro. Ela tratou de por a tranca nele já a procura de alguma coisa a mais para manter o portão trancado, o que me gelou vendo ela tão séria fazer isso.
--o que ta fazendo? Mãe? o que ta fazendo?!—perguntei mais do que surpreendida me agarrando na grade.
--...ela não vai conseguir sozinha.—disse ela somente, arrumando a faixa de sua arma e aproveitando o tempo para catar da mesa do posto mais algumas recargas de balas.
--que porr* ta fazendo mãe!!!???—tentei abrir o portão mas ela não ligou para mim.estava la com seus olhos focados as armas que pegava na bolsa.
--para de zoar Helena, abre isso aqui!—Marga chutou o portão mas também era outra que estava desacreditada que ela voltaria.
--comigo ela tem uma chance..senão essas coisas vão seguir vocês e será pior. Não quero Punk Blaze usando esses desgraçados novamente. Não quero o morro entupido deles!
--como você serão duas mortes!!Não pode enfrentar um exercito dessas coisas!—disse Marga tentando convencê-la mas pela sua cara cansada a dor de cabeça de ver ela já a afetava.
--promete pra mim..—ela viera ao portão e olhou para Marga de modo tão doloroso que me fez querer saber cada palavra que ia deixar em seu pedido.--promete que aconteça o que acontecer, aconteça o que tiver que fazer ou pra onde tiver que fugir você vai cuidar da Mari, não importa o que aconteça. Promete? Marga faz isso por mim?—enquanto Marga ficava calada ela apenas mantinha o olhar a ela implorando para que ela entendesse aquelas palavras e isso me desesperou.
--Mãe!!!—tentei puxar o portão mas ela estava segurando ele com toda sua força e nem sequer se importava com minhas tentativas para abrir porque agora ela só tinha olhos para Marga. O que me fez parar e observar a lagrima que caiu de seu rosto.—promete pra mim Marga.—Marga se aproximou do portão e ela não sabia como responder, lhe faltava as palavras mas minha mãe ultrapassou seus braços pelas barras do portão e segurou suas mãos e dessa vez não escondeu seu medo.—promete pra mim Marga..—pediu ela novamente a Marga quase implorando e era uma sensação horrível porque eu sabia que quando ela decidia algo simplesmente não tinha volta. Contudo, da rua eu já via o restante dos contaminados perdidos pela rua percebendo nossa presença.
--..eu prometo.—Marga falou inebriada e minha mãe exibiu um alivio com seu mais belo sorriso.
--(rs) só protege ela...fica com ela e não ouse deixa-la, porque eu vou te odiar com todas as minhas forças mesmo sendo uma morta viva ou coisa pior, eu vou te odiar se me aparecer sem ela e Mari eu te amo meu amor.eu te amo muito.—ela chorou e eu não queria deixa-la ainda mais agora que me doía ver ela se entregar ao choro e aquela missão que pedia toda sua força e coragem.
--mãe..—gritei vendo ela pegar sua arma e destravar a trava, pronta para guerra.
--vambora.—Marga avistou os contaminados vindo mas eu não queria saber.
--mãe!!—eu gritei por ela mas eu não queria ir.eu não queria deixa-la.
--se conseguir, você sabe do nosso plano Helena.—lembrou Marga a minha mãe me puxando mas resisti.
Vi minha mãe pegar uma barra de ferro e bater de uma vez no portão. Marga me puxou para longe e corremos pela rua o mais rápido que conseguimos ate um carro mais próximo que Marga destrancou a porta e entramos as pressas.
Enquanto ela fazia uma ligação direta eu me certificava que guardaria a ultima visão da minha mãe e graças a deus não foi ver ela sendo devorada por aquela tropa de infectados. Eles ficaram lá se acumulando no portão porem de repente o alarme do carro tocou e outros entravam em nossa rua correndo e estavam se aproximando depressa do nosso carro.
--anda Marga.
--calma porr*.
--eles tão vindo!
--tô quase lá.
--Marga!!
O carro ligou e Marga desligou o alarme e acelerou e nem isso foi o bastante para arrancar de mim a tristeza de ter minha mãe e Lina escolhido ficar para explodir a horda e a cada segundo que tudo que deixávamos para trás ainda permanecia o mesmo era um agonizante tormento. Elas estariam lá lutando contra os contaminados e por suas vidas e tudo que eu sentia era a enorme vontade de voltar. A ansiedade estava tomando de conta de mim e ver Marga dirigindo tão séria como embaixo daquele semblante sintético de quem nem se importava tava acabando comigo. Peguei minha bombinha e controlei minha asma. Uma, duas, três vezes não foram suficientes.
--ainda dá tempo de voltar!—falei e ela me olhou tentando não pensar nessa droga de ansiedade que me tomava.
--eu não vou voltar. —respondeu ela.
--ela é minha mãe e Lina sua amiga!!Elas merecem mais do que nós sobreviver a essa merd*!!temos que ajuda-las!!—gritei a estapeando e ela me jogou de volta ao meu acento.
--não vamos voltar!!!Não desta vez! A gente tem que achar o comboio e se elas sobreviverem irão pra lá!!
--sabe que elas não vão!!!
--fica quieta ou te dou um tapa!!
Do nada não sei o que aconteceu. Uma porr*da na lateral do carro e giramos e giramos. Era um pesadelo que eu queria acordar e quando o carro finalmente parou eu vi Marga desacordada ao meu lado e o carro emborcado e não mais que um segundo depois apaguei.
Fim do capítulo
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Lea
Em: 04/06/2022
Nossa, ninguém vai sobreviver??
Resposta do autor:
nisso eu não posso te responder pq seria um baita spoiler kkkk mas tô aqui pra falar do quanto eu fiquei apaixonada pela sua maratonada da historia conseguindo me alcançar e entender meus personagens e a historia. eu super agradeço Lea!

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