Fique por Leticia Petra
Capitulo 23 - Sua.
Foi tudo tão rápido, ainda pude ouvir um grito estridente de dor, mas não sei dizer de quem era. Esperei pela dor da queda, mas não veio, pois a Zoe me abraçava pela cintura com força e ela sofreu todo o impacto. De imediato, olhei para ela e o desespero me tomou.
— Zoe? – Toquei seu rosto, havia uma ferida no supercilio. — Zoe, acorda...
O meu peito apertou, a angustia me fez perder a razão.
— Zoe, não faz isso comigo, meu amor. – Ela não se mexia e a ferida sangrava muito. — Não, não... Zoe, por favor. Deus! Alguém me ajude, pelo amor de Deus! Zoe, acorda. Alguém me ajude! Por favor, por favor...
Passei a chorar em desespero, olhei para o carro de onde fomos jogadas e o meu pai, cambaleando, saiu e estava com uma arma na mão. Seu braço direito sangrava. No mesmo instante, me coloquei sobre a Zoe, para sentir a sua respiração e tentar tira-la dali antes que aquele psicopata chegasse até nós.
— Não... não consigo ouvir. – Ela não respirava.
Pude ouvir sirenes e o barulho de pneus queimando no asfalto, um carro freou bruscamente a pouco metros de nós. As pessoas começam a sair dos seus carros.
— Senhorita Olivia. – Ricardo se agachou ao nosso lado. — Se acalme, por favor.
— Ela... ela não acorda. – Soluçava. — Ela me protegeu.
Ele tocou em seu pulso.
— Ela tem pulso, tá respirando... vou tira-las daqui.
Ricardo pegou a Zoe no colo, eu abri a porta detrás, entrei e ele colocou a cabeça dela sobre a minha coxa. Nesse momento ouvi cinco disparos, a polícia havia chego. Me agachei, projetei o meu corpo sobre o dela.
— Ricardo...
— Segura firme, dona Olivia, vou levar a senhorita Zoe pro hospital. – Ricardo ligou o carro, saindo em seguida. — Continue abaixada.
— Amor, acorda... por favor.... – Toquei sua face e minhas mãos tremiam. Tentei limpar o sangue que escorria em sua face. — Não faz isso comigo, Zoe.
— Oli... – Os seus olhos se abriram com dificuldade.
— Oi... oi, eu tô aqui.
Meu coração bateu ainda mais rápido.
— Zoe, você... não se mexa. Deus, obrigada. Estamos bem, você tem que ficar quieta.
— O que... você tá bem? Tá ferida? – Olhei para o retrovisor e Ricardo nos olhava, com um sorriso.
— Não se esforce, vamos pro hospital. – Beijei sua testa, enquanto a minha mão passou a segurar a dela. Levei até os meus lábios, beijando a palma.
Tremia, tentando enxugar as lágrimas.
— Não chora...
Mesmo ferida, ainda sim se preocupou comigo em primeiro lugar. Isso me deixou com um nó na garganta, me fazendo chorar baixinho. Não conseguia controlar as minhas emoções.
Ela me encarava.
— Oli... por que tá chorando? – Ela apertou a minha mão.
— Tô feliz que esteja bem... muito feliz...
— Cássio, cadê ele? – Ela tentou levantar, mas não deixei.
— Não se preocupe, senhorita Zoe, ele foi pro hospital, o tiro não atingiu nenhum lugar letal. – Pude ver o alivio na face dela. — Fique deitada, chegaremos em poucos minutos.
— Tudo bem.
Nossos olhos se mantiveram um no outro, o trajeto pareceu durar uma eternidade. Quando chegamos ao hospital, Ricardo pegou a Zoe no colo e eu sai gritando por uma maca e alguns enfermeiros apareceram.
— Coloque ela aqui...
Ricardo fez o que o enfermeiro pediu.
— Saiam da frente!
Me coloquei ao lado dela, segurando a sua mão.
— Filha, por Deus... – O meu tio chorava. — Você tá toda machucada. Aquele desgraçado, eu vou mata-lo...
— Calma, papai... são só alguns arranhões. Eu estou bem...
Minha mãe me abraçou.
— Como você tá, minha filha? Aquele louco te machucou?
— Estou bem, mamãe... a Zoe sim precisa de cuidados.
Quem havia avisado a eles?
— Tomei a liberdade de avisa-los no caminho... – Ricardo falou.
— Você fez bem, Ricardo. – Sorri para ele.
— Precisamos leva-la pra fazer alguns exames. – A enfermeira falou.
— Deem passagem, por favor. – O outro enfermeiro pediu.
Zoe foi encaminhada para fazer os exames e não me deixaram ir, nem o meu tio.
— Como isso aconteceu? – Meu tio perguntou. — Zoe estava na empresa...
Estávamos em um quarto particular.
— Calma, Bernardo. Assim você vai passar mal. – Minha mãe o fez sentar.
— A Zoe me ligou dizendo que estava em frente à minha casa, poucos minutos depois que cheguei, um carro entrou em alta velocidade, eles... eles atiraram no Cássio e fizeram a gente entrar. – Passei as mãos sobre a cabeça.
Eu ainda tremia muito.
— Quando chegamos em frente ao segundo viaduto, o carro começou a ser seguido, o motorista não viu o caminhão, fomos jogadas pra fora...
Voltei a chorar.
— A Zoe me abraçou, foi por causa dela que não me machuquei. Ela me protegeu...
— Calma, meu amor. – Minha mãe me abraçou. — Ela tá bem, vocês estão bem agora.
Minha mãe dizia, mas eu podia sentir o tremor em suas mãos.
— Oli...
Eduarda, Eric, Marina e Caio, entraram na sala.
— Você tá bem? – Marina se agachou a minha frente, segurou o meu rosto e olhava, procurando machucados. — Meu Deus.
Ela me abraçou forte.
— O que aconteceu? Oli?
— Você tá bem? Ele machucou você? A Zoe, como ela tá?
Eles me bombardeavam de perguntas.
— Crianças, calma... a irmã de vocês tá em choque. Deem espaço pra ela. – Minha mãe os chamou a atenção.
— Tá tudo bem, mamãe... eles só estão preocupados. – Sorri para eles. —Eu estou bem... a Zoe, ela tá fazendo alguns exames.
Expliquei novamente o que aconteceu, a preocupação em suas faces me apertava o coração. O meu irmão me abraçou, ficamos assim por inúmeros minutos. Me permiti ficar ali, apenas sendo cuidada por eles. Na televisão do quarto, a notícia não poderia ser outra. A essa altura, o estado inteiro já sabia de toda a merd* que estávamos envolvidos. Foi noticiado que dois homens morreram no acidente.
Duas batidas na porta e logo três pessoas entraram, uma delas era a delegada.
— Desculpem o momento, mas precisamos conversar com a senhorita. – Ela olhou para mim.
— Delegada, é mesmo necessário? A minha irmã acabou de passar por um grande choque. – Marina cruzou os braços, franziu o cenho.
— Tá tudo bem, Marina... eu converso com a ela, não há problema algum.
A delegada passou a me fazer várias perguntas. Disse que Cássio já havia dado o seu depoimento.
— Isso é tudo o que me recordo, delegada. – Passei a mão na cabeça.
Minha mãe me abraçava de lado.
— Nesse momento, estamos em perseguição ao suspeito. O carro que o seu pai está, entrou em um local de mata fechada, a polícia não irá desistir enquanto não o tivermos em nossas mãos. Não importa o quanto seja difícil, vamos prendê-lo.
Olhei para todos na sala.
— Obrigada, delegada. – Meu tio me olhava entristecido.
Ele estava preocupado com a Zoe, eu também estava.
— Senhores, sou o doutor Augusto. – Imediatamente, fiquei de pé.
— Cadê ela, doutor? – O meu tio se adiantou e o médico sorriu.
— Não se preocupe, ela está perfeitamente bem. Só há algumas escoriações nos braços, mas uns dias em casa a deixarão bem. Fizemos uma tomografia e nada foi encontrado, o desmaio certamente foi pelo susto. O corte no supercilio foi superficial, o limpamos e é só manter os cuidados. Sobre o outro paciente, Cássio da Silva Andrade, ele teve o ombro direito perfurado, porém está totalmente fora de perigo. Terá alta ainda hoje...
O alivio foi imediato.
— Ela já pode ir, doutor? – Meu tio perguntou.
— Já sim, senhor Bernardo. Irei dar a alta, logo ela estará aqui. Com licença...
— Vou leva-la em casa. – Ricardo ficou de pé. — Assim ficarei mais tranquilo.
Ele se mostrou muito preocupado a espera inteira.
— Obrigada, Ricardo. Você foi um verdadeiro herói. – O abracei e mesmo sem jeito, ele retribui.
Nesse momento, em uma cadeira de rodas, Zoe entrou na sala.
— Filha, graças a Deus. – Meu tio foi o primeiro a abraça-la. — Não faz isso com o seu pai. Não sei se aguento, Alexandra.
Segurei o desejo de chorar ao lembrar da angustia que foi vê-la desacordada.
— Foi só um susto, papai... – Ela me olhava. — Você tá bem, Oli?
Os seus braços estavam arranhados, assim como o joelho direito, o machucado do supercilio coberto.
— Estou sim... graças a você, Zoe. – Eu queria abraça-la, mas com a presença de todos, fiquei acanhada. — Eu vou com você pra sua casa. Vou cuidar de você...
Zoe sorriu.
— Eu vou adorar... — Nossos olhares permaneceram ligados por alguns segundos.
— Senhorita Zoe? Podemos conversar? – A delegada perguntou.
A delegada Fagundes pediu que ela contasse a sua versão dos fatos e quando ficou satisfeita, deixou a sala. Fomos até o quarto onde Cássio estava internado, o meu tio fez questão de ir junto. Sua esposa estava ali, nos recebeu com muita gentileza.
— Vocês foram mais que uns anjos. Nem que passe a minha vida toda agradecendo, será o suficiente. – Zoe disse com sinceridade.
— Obrigada, meninos... muito obrigada. – Ambos sorriram.
— Obrigada, rapazes. Serei eternamente grato. – Tio Bernardo apertou as mãos de ambos.
— Estaremos sempre a postos, senhoritas. – Cássio respondeu.
Nos despedimos de nossos familiares na recepção, meu tio disse que iria a noite até o apartamento da Zoe e me pediu para cuidar dela. Durante o caminho até o seu apartamento, ficamos em silencio. Ela se apoiou em mim, permanecendo assim.
Ricardo nos acompanhou até o apartamento, Zoe o dispensou por alguns dias, depois do susto, era melhor que ele descansasse. A polícia estava no encalço de Fábio, então seria apenas questão de tempo até que o pegassem.
Pedia a Deus que assim fosse.
— Você vai pro banho, eu vou buscar o kit de primeiros socorros pra mudar os curativos. – Zoe sorriu.
— Vai tomar banho também, você precisa relaxar um pouco. – Ela tocou o meu rosto.
— Vou no seu quarto em uns minutos. – Ela acenou em positivo.
A vi caminhar devagar.
“Zoe... como eu te amo.”
Tomei um banho quente, fiquei embaixo da ducha por alguns minutos, sentindo cada musculo relaxar, certamente acordaria dolorida. Coloquei um roupão e fui até a cozinha. Fiz um chá de camomila, peguei o kit e fui para o seu quarto, mas não a vi. Fui até ao banheiro e ela estava na banheira, os seus olhos estava fechado, os hematomas em evidencia, assim como a nudez.
Meu peito doeu.
— Está doendo? – Fiquei de costa para ela, escondendo o meu estado.
Senti uma agonia por suas feridas e pelo corpo nu. Involuntariamente, o meu reagiu.
— Só arde um pouco... – Passei a minha mão sobre a testa. Havia pequenos arranhões em meu braço. — Você parece com raiva. O que eu fiz?
— Você poderia ter morrido. — Coloquei o material sobre o mármore da pia, assim como a xicara. — Você ficou com todo o impacto da queda. Por que foi tão imprudente, Zoe? Droga!
Ela me encarava pelo espelho.
— Estamos vivas... estamos bem.
— Mas você tá toda machucada. Você desmaiou, eu achei que... você... – Engoli o choro. — Nada disso valeria a pena se você tivesse...
Abafei as palavras com a minha mão.
Zoe ficou de pé, as gotas escorriam pelo corpo bem desenhado e em puro reflexo, desviei o meu olhar.
— Oli, se acalme... pode me dar o roupão? – A sua voz era mansa, aveludada.
Podia sentir as minhas mãos tremendo, porém já não sabia mais dizer o motivo.
— Toma. – Entreguei, ainda sem olha-la.
— Por que não me olha? Tudo aqui você já viu ou tocou.
Os meus olhos percorreram por suas pernas, o abdômen liso e os seios firmes.
— Me espera no quarto, irei em alguns segundos.
— Tudo bem, não demora. – Ela pegou o kit.
Fechei os meus olhos com força, a adrenalina ainda não havia passado. Me encarei no espelho, botei a mão sobre o peito e tentei aquietar o meu coração, mas foi em vão, pois os flashs vinham com força. Segurei firme no mármore, aliviei a pressão.
—Quando isso vai acabar? – Puxei o ar com força. — Você precisa pagar por isso.
“Se ela tivesse... NÃO! Não posso nem pensar nessa possibilidade.”
Voltei para o quarto novamente com a xicara em mãos, a coloquei no criado mudo, Zoe encerrava uma chamada no telefone fixo, ela estava de roupão e tentava fazer a limpeza dos ferimentos.
— Eu faço isso. – Ela se virou.
— Obrigada. – Me aproximei.
Iniciei a limpeza no joelho, onde estava mais feio e isso me preocupou, a ferida deveria ter mais de 6 cm. Estava sangrado um pouco, mas não precisou de pontos.
— Olivia? – Continuei a limpar. — Oli?
Zoe segurou o meu queixo, me fazendo olha-la.
— Por que tá chorando? Estamos bem. – As lagrimas desciam sem permissão.
— Você... não devia.
— Olivia, eu faria de novo e quantas vezes fossem necessárias. Não posso controlar, por você, vai ser sempre assim.
Senti uma vontade sufocante de beija-la, abraça-la, dizer o quanto a amo e jamais deixa-la sair da minha vida.
— Por um instante, eu achei que... que tinha te perdido. Eu não suportaria viver sem você, Zoe. – Ela sorriu.
— Você é tudo de mais valioso que tenho, meu amor, não brigue comigo. Tenho necessidade de te proteger. Vou estar sempre aqui pra você, minha vida...
Zoe aproximou os seus lábios e eu fechei os meus olhos, na expectativa do que viria. Suspirei quando senti a boca macia grudar na minha por vários segundos, apenas a deixando ali.
— Eu quero você, Olivia. – Aquele tom, eu o reconhecia. — Me deixa sentir você.
Suas mãos vieram para a lapela do roupão.
— Seus machucados... – Olhava no fundo daquela imensidão castanha.
— Esqueça eles, eu necessito de você. — O seu olhar de desejo e saudade foi o empurrão que faltava. — Eu... só preciso de você.
— Eu senti tanta saudade... – Segurei sua face. — Tanta, tanta.
— Não sai da minha vida nunca mais, meu amor, eu não suporto mais ficar longe de você. Fique comigo, me deixa ser a sua mulher. Me deixa ficar do teu lado...
O meu coração disparou, a minha razão foi para o espaço.
— Você sempre foi a minha mulher, meu amor, e eu sempre fui sua... – Tirei o meu roupão. — Sempre... meu coração é seu, ele te pertence, Zoe.
Vi os seus olhos ficarem rasos.
Segurei o ar por alguns segundos, em meu peito aquela conhecida agonia se espalhava, porque os meus olhos apreciavam aquela mulher, a mais bela que eles já puderam contemplar.
Toquei os seus seios com o dorso da minha mão, ela formigou. Senti a minha boca se encher de água.
Fiquei de pé, Olivia segurou a minha face com as duas mãos e finalmente as nossas bocas se encaixaram, me levando ao céu. Os lábios macios deslizavam sobre os meus, ch*pando-os com carinho. Eu estava enfeitiçada. Procurei por sua língua e a receptividade me enlouqueceu e pareceu enlouquecer a ela também, porque as suas mãos deslizaram por meu pescoço, abaixando o meu roupão, me deixando nua.
Suspirei, me sentindo entregue.
— Eu te amo, Olivia...
Ela ficou imóvel por alguns segundos, me encarando com surpresa.
— Eu te amo muito... – Ela sorriu.
— Eu te amo, minha Zoe, eu te amo demais...
Não podia acreditar nos meus ouvidos.
— Amo, eu amo muito.
As nossas bocas voltaram a se encontrar, em um beijo saudoso, delicioso, apaixonado e eu amava. Olivia me fez deitar com tanta gentileza, parecia que estava com medo que eu quebrasse. Ela deitou vagarosamente sobre mim, fazendo com que os nossos sex*s se moldassem, os nossos seios se tocassem, causando um incêndio em meu corpo.
Ele ardia por ela.
— Te amo... te amo...
Repeti, debilmente.
— Eu te amo... amo... – E ela correspondia.
Abri mais as minhas pernas, os nossos sex*s se esfregavam lentamente em uma dança deliciosa. O ar nos faltou, e os seus olhos buscaram os meus. A vi morder o lábio inferior, elevando o meu desejo. Achei que iria chegar ao meu ápice naquele instante, mas a Olivia tinha outros planos.
— Ainda não... tenho muita cede de você, minha vida... – Sua boca passeou por meu pescoço, marcou a minha pele.
Oli deixou um rastro quente no caminho até os meus seios, colocou um deles na boca, o ch*pando-o com gentileza, enquanto estimulava o outro, me deixando entorpecida, rendida.
— Meu amor, minha mulher...
— Hmmm... Oli. – Suspirei.
A língua quente chegou ao meu sex*, desde a entrada até o meu ponto mais sensível, em uma tortura maravilhosa. Fechei os meus olhos, enfiei uma de minhas mãos nos fios castanhos, remexi o meu quadril em busca de mais contato.
Olivia me penetrou com um dedo, depois com dois e um vai e vem gostoso começou.
— Oli... hummm. Ah... – Mordi o meu lábio, aliviei a pressão.
Me apoiei nos cotovelos para ver aquela mulher me fazendo dela, mas não suportei e joguei a minha cabeça para trás, sendo engolida por uma onda de prazer. Fui amada com tanta delicadeza, que os meus olhos denunciaram a avalanche de sentimentos.
— Não, meu amor, não chora. – Olivia pousou os seus lábios nos meus, em um carinho cheio de cuidado.
— Só estou feliz, Oli, finalmente te tenho aqui. – Coloquei as minhas mãos sobre sua costa, circundando-a, a mantendo em meus braços.
— E não pretendo sair mais, Zoe. – Ela tocou o meu rosto.
— Mesmo que quisesse, não vai a lugar algum. – Passei a beija-la por todo o rosto, ouvindo sua risada gostosa.
— Me abraça forte, quero passar a tarde toda aqui. – Ela escondeu o rosto em meu pescoço.
Ficamos daquela forma por alguns minutos, até que percebi que ela havia adormecido. Olhei para a face bonita, beijei a sua testa e pouco tempo depois, adormecia agarrada a mulher da minha vida.
“Isso não pode ser um sonho...”
Quando acordei, olhei para o lado e Olivia não estava ali. Chequei as horas e ainda era 17:21hrs. Imediatamente me levantei, coloquei um roupão. Fui até o banheiro, mas nada dela, então deixei o quarto e ao me aproximar da sala, senti um aroma muito bom.
Vinha da cozinha.
Fui até lá, parei na porta e não contive o sorriso. Olivia estava apenas de um blusão preto e uma calcinha da mesma cor. Ela estava tão à vontade em minha cozinha e por um momento, pareceu algo rotineiro.
“Eu quero que vire rotina.”
Na mesa havia pães de forma com Nutella, chá e alguns biscoitos.
— A senhorita pode me dizer por que não estava deitada em minha cama quando acordei? – O sorriso direcionado a mim, me fez prender a respiração por alguns segundos.
Deu uma grande vontade de rir de mim mesma, pois percebi o quanto me tornei débil por essa mulher.
Linda e gostosa.
— Achei que acordaria com fome. – Ela veio até a mim, me abraçando pela cintura e beijando a minha boca com delicadeza. — Não queria te acordar, você precisava descansar. Por que me olha assim?
— Por nada... – Toquei o seu rosto. — Só é bom te olhar.
— Acho que Deus quando te fez, jogou todo o potinho da beleza em você. – Não pude controlar o riso. — O que?
A face de Oli ficou corada, me deixando com uma grande vontade de morde-la.
— Isso foi mesmo uma cantada, Olivia? – Ela também gargalhou, me deu um longo selinho e sorriu.
— Que? Não posso cantar a minha garota? – Mordi o meu lábio.
— Então eu sou a sua garota? – Por alguns segundos, ela desviou o olhar, mas depois fixou nos meus.
— Você quer ser? – Sorri.
— Com toda a certeza, eu quero. – A beijei com paixão.
— Zoe, eu vim assim que... opa!
Iris estancou na porta.
— O que eu perdi? – Oli se escondeu atrás de mim.
Queria esconder as pernas a mostra, me fazendo rir.
— Amor, você não precisa ficar com vergonha da Iris. Você a viu pelada, lembra?
— Obrigada por me lembrar disso, Zoe. E, amor?
Olivia me abraçou pela cintura, apoiando o queixo em meu ombro. Iris nos olhava com surpresa, a sua expressão mudava a cada palavra que eu dizia sobre o ocorrido, enquanto comíamos o lanche preparado por Oli.
— João me ligou, ele disse que não conseguia falar com você. – Droga, eu havia esquecido de avisa-lo.
— Meu celular ficou no carro. – Oli estava calada. — Você tá bem?
Toquei sua face e ela me olhou.
— A ficha ainda não caiu. – Ela franziu o cenho. — Ele ia mesmo nos matar. Eu nem posso... nem posso explicar o quanto isso me aterroriza.
A sua voz embargou, me apertando o peito.
— Ei? Só pensa que acabou tudo bem. – Enxuguei uma lagrima solitária que escorria pelo rosto bonito.
Ela se agarrou a mim, me fazendo suspirar.
— Vocês fazem um casal lindo. – Iris nos olhava. — Vou ter que me mudar por uns dias? Sabe, parece que vocês têm muito sex* acumulado pra fazer.
Oli e eu não pudemos segurar a gargalhada dos dizeres de Iris.
— Não se preocupe, Iris, a Oli não é escandalosa.
— Zoe! – Olivia me deu um tapinha no braço.
Iris e eu rimos de sua reação envergonhada.
Fomos para a sala, Oli acabou dormindo em meus braços. O meu pai viria a noite, assim como os outros.
— Você precisa ver a sua cara. – Iris estava na poltrona.
— Cara de uma completa idiota? – Fazia carinho nos fios castanhos.
O meu peito estava transbordando.
— Exatamente. – Sorri.
— Eu sou tão apaixonada por essa mulher.
— Fico feliz que vocês finalmente se acertaram. É bom te ver assim. – A encarei. — Vou mesmo virar uma bela de uma vela.
— Você sempre terá o João.
— Ah, cala essa boca, Zoe. – Ri baixinho.
— Ou se preferir, comprei uns brinquedinhos recentemente. Ainda estão na caixa... – Iris ficou de pé.
— Vai se foder, Zoe... – Abafei o riso, a vendo deixar a sala.
Já se passava das 18:45hrs, eu preparava a banheira. Em pouco mais de uma hora, eles chegariam. Consegui falar com o João, o tranquilizei e disse que só voltasse amanhã, para não atrapalhar sua viagem de negócios.
As minhas feridas ardiam, nenhuma tatuagem seria capaz de esconder tudo aquilo.
— Zoe? – Olhei para trás.
— Oi? – Olivia estava na porta, de braços cruzados e uma expressão de divertimento.
— Por que há tantos ursos de pelúcia em seu closet? – Fiquei de pé, sem saber o que responder.
Limpei a garganta.
— Foi a forma que encontrei de deixar o cigarro. E... quando o meu dia não tá bom, eu vou até a máquina de garra de algum supermercado. Quando pensava em você... também.
Olivia continuava a me encarar, mas um sorriso lindo enfeitava o rosto de traços delicados, fazendo a minha face esquentar.
— Vamos tomar banho? – Tentei sair da berlinda.
— Você fica tão fofa com vergonha. – Franzi o cenho.
Ela me abraçou pela cintura.
— Eu não estou... com envergonha. – Foi o que bastou para ela gargalhar.
— Tão linda. – Ela me beijou os lábios. — Você é tão linda.
Suspirei.
— Toc, toc... a sua família tá subindo, Zoe. – Oli e eu rimos.
— Acho que o banho vai ficar pra depois. – Ela beijou o meu ombro demoradamente.
— Oli?
— Hum? – Nos encaramos.
— Eu te amo. – Era libertador poder dizer essas palavras.
— Eu te amo, Zoe. – Ela segurou o meu rosto com ambas as mãos e me beijou vagarosamente.
Eu fui ao céu.
Fomos para a sala, Maria Eduarda era a única que ainda não havia chegado. Ben passou vários minutos abraçado a Oli, depois fez o mesmo comigo. Iris o levou para o quarto, pois a conversa seria ruim para uma criança.
— Até o Fábio ser preso, acho que seria bom você não ir pra empresa, Alexandra. – Meu pai quando me chamava por aquele nome. — O pior quase aconteceu, não quero que corram mais riscos.
Olivia e eu nos encaramos, ela buscou a minha mão.
— Fomos descuidados... deveríamos ter tomado mais providencias depois do ataque no restaurante. – Eric falou.
Ele não deixava de olhar para Oli.
— Espera, que ataque no restaurante? – Tia Betina ficou de pé.
Olivia não tinha dito a ela?
— Eu ia contar, mãe, mas as coisas que vem acontecendo não me deixaram. – Olivia recebeu um olhar de repreensão. — Eu sinto muito, mamãe.
— Quando aconteceu e o que aconteceu? – Oli me olhou, parecendo pedir ajuda. — Não acredito que não contou algo tão grave.
Então decidi tomar a dianteira, expliquei o que aconteceu e isso pareceu diminuir a irritação da minha tia. O assunto da venda da casa voltou a ser pauta, então o meu pai também optou em pôr a dele a venda.
— Tem certeza, papai? – Ele sorriu.
— Acho que é o melhor, minha filha. Os últimos dias tem mostrado o quanto é importante manter a família perto, então se sua tia vai deixar o condomínio, irei junto.
Tia Betina ficou levemente mexida.
— Iremos mudar nossas rotinas por enquanto, mas tenho certeza que em breve, poderemos ter uma vida normal outra vez. – Marina falou. — Só por garantia, reforcei a segurança.
— Qual impacto isso tá tendo na empresa? – Oli perguntou.
— A mídia vem massacrando a gente, criando teorias mirabolantes. – Meu pai respondeu.
Oli se encolheu ao meu lado.
— Ei? – Segurei em seu queixo com carinho e a fiz me olhar. — Eu sei o que tá pensando e não é verdade.
— Eu não consigo me sentir de outra forma. – Os olhos castanhos lacrimejaram.
— Não é culpa sua, meu amor... você é uma vítima de tudo isso, me ouviu? – A puxei para um abraço. — Não ouse se culpar.
— Filha, você não tem culpa alguma. Olha pra sua mãe... — Tia Betina segurou a sua face.
Dei espaço para elas.
— Estamos com você e em breve, isso será só passado. Esse monstro vai ser preso e vamos ter nossas vidas de volta. Escuta a sua mãe aqui, querida. – Fiquei de pé, ao lado do meu pai.
— Vocês estão juntas, filha? – Ele perguntou baixinho.
Mordi o meu lábio.
— Sim, papai... – Ele me abraçou de lado.
— Eu fico muito feliz, filha. Nunca tinha reparado, mas os seus olhos brilham quando você olha pra ela. – Tia Betina e Marina a abraçaram.
— Eu sou louca por ela. – Sorri. — Completamente louca.
— Agora me parece tão obvio, fico envergonhado de não ter percebido antes.
O encarei.
— Não a deixe sair da sua vida. – O acolhimento que vi em seus olhos, me fizeram sentir uma necessidade gigante de dizer:
— Eu te amo, papai.
Ele ficou surpreso.
A campainha tocou, me afastei e fui até a porta. Duda me abraçou assim que abri a porta e havia mais uma pessoa com ela. Estranhei o fato delas estarem juntas. Eu havia perdido alguma coisa?
— Oi, Zoe. – A loira estendeu a mão para mim.
Aceitei o cumprimento.
— Oi, Patrícia. – Nesse momento Duda e ela deram as mãos.
— Vim ver a Olivia, saber como ela está. Espero que não se importe. – Olhei para Duda. — Sinto muito por tudo o que aconteceu. Ela é uma menina de bom coração.
Sim, ela é.
— Não me importo, de forma alguma. Entre, por favor. – Dei passagem e fechei a porta.
Quando chegamos a sala, imediatamente olhei para Marina e o seu olhar caiu sobre as duas. Não sei se interpretei certo, mas a sua expressão foi de dor, surpresa e confusão.
Oli me olhou rapidamente, depois para as duas.
— Boa noite... – Duda falou. — Desculpem o atraso, a Patrícia queria muito ver a Olivia.
— Boa noite, pessoal... – A resposta veio em coro.
— Boa noite!
— Patrícia, por que se incomodou. – Olivia veio até ela, lhe abraçando.
Duda ficou ao meu lado.
— Ela e você...
— Estamos nos conhecendo... – Marina não tirava os olhos de Duda. — Prometo que te conto depois.
— Vou esperar...
Fim do capítulo
Bom dia, meninas.
Depois quero saber o que acharam.
Beijos.
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Dud
Em: 09/05/2022
Menos de 24hrs e eu devorei de cabo a rabo essa história, ela é do c4r4lh0! Eu amo esse tipo de história, amo mesmo e você conseguiu seguir um tempo gostoso e nada chato de ler, Eu tô apaixonada
Resposta do autor:
YEEEEEES
Objetivo alcançado então.
Saiba que vem sendo escrito com muita dedicação pra vocês :)
Uma grande honra.
:)
Temos mais duas semanas com nossas meninas.
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laisrezende
Em: 09/05/2022
Que capítulo maravilhoso...
Voce foi de uma delicadeza nessa reaproximação das duas, um misto de carinho, amor, e desejo. Amei demais! Não poderia ser melhor elas voltando a estarem juntas.
Resposta do autor:
Uito obrigada:)
Achei que esse momento deveria ter um toque de sensibilidade. As meninas têm muita química, mas também se entendem no emocional. Fico feliz que tenha lhe tocado, querida leitora.
Tô mega feliz.
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Tazinha
Em: 09/05/2022
" você sempre foi a minha mulher, meu amor, e eu sempre fui sua...sempre... meu coração é seu, ele te pertence zoe"
Que cap emocionante, eu amei demais.
Simplesmente fantástica autora!!!
Resposta do autor:
Aaaah, meu amor.
Fico muito feliz que vocês estejam gostando. Isso me deixa emocionada.
Já li todos os comentários com um sorriso bobão.
:)
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Marta Andrade dos Santos
Em: 08/05/2022
Eita Marina a fila anda nem adianta espero que Duda não volte.
Resposta do autor:
Kkkkkk anda... Vai aprender na pele, infelizmente.
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HelOliveira
Em: 08/05/2022
Depois do susto o amor reinando lindamente entre nossas meninas....
Mas paz só vai acontecer depois que Fábio for preso e morto assim espero..
Marina agora pagar o preço....Duda deixou a vida seguir e Patrícia ser uma pessoa incrível.....
Parabéns a história está maravilhosa
Resposta do autor:
Nossas meninas precisavam desse momento, para encher de energia boa. Uma apoiando a outra.
Fábio tem uns parafusos soltos. O cara é um bandido narcisista.
Marina não conseguiu vencer o medo. Começou aprender da pior forma.
Muito obrigada, tem sido um prazer escrever pra vocês.
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Lea
Em: 08/05/2022
O susto foi grande,que bom que parcialmente tudo ficou bem. Tudo só se resolverá quando o Fábio for preso ou morto.
Nem machucadas esse fogo abaixa. Kkk
Adorei que a Duda e Patrícia estão se conhecendo melhor. Agora a Marina que aprenda a conviver com essa verdade.
Resposta do autor:
Kkkkkk é uma mistura de fofura e o "neném, não é neném".
A Duda merece alguém que não sinta vergonha dos próprios sentimentos. Marina pisou demais na bola. Machucou nosso neném.
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