Fronteiras por millah
Capitulo 41 Dois corpos de molho
Montei na moto e segurei as barras de segurança porem Marga puxou meus braços e me fez segurar sua cintura fortemente e ela era tão quentinha. Coisa que eu não queria ficar pensando com ela me olhando tão séria.
--se segura bem..vai precisar.
--(rs) eu já andei com a Lina não acho que tenha algo que me assuste mais..
Ela acelerou e digo que ate mais rápido que Lina. Sua habilidade controlando a moto me impressionou já que os becos eram estreitos e nem isso a fazia diminuir a velocidade, o que me fez segura-la bem firmemente para não escorregar no banco e só precisou a gente subir mais um pouco e passar pelas casas vazias para encontrar alguns estragos deles. Havia peças de motos, espelhos quebrados, motos queimando e ate jogadas casas adentro e parecia que aquela trilha aumentava as pistas, e ate os sons dos motores se tornavam mais audíveis pelos corredores e foi quando Marga parou e me assustou.
Olhando para frente do corredor vimos um cara em uma moto de frente para nós. O capacete preto e a barra de ferro em uma das mãos, batendo em um dos portões, atiçando nosso confronto me gelou.
Marga riu e brincou com o acelerador e o poderoso motor soou forte embaixo de nós e o cara fez o mesmo.
--segura bem firme em mim..vou te mostrar como se faz pra deitar um cara bem gostoso.—abracei Marga pela cintura e assim que fiz isso ela acelerou.
Como aquela justa moderna ia acabar eu não queria ver porem minha vida corria um serio risco de morte então a cada metro por segundo que cruzávamos e aquele cara também meu coração aumentava o ritmo de suas batidas ao som das rodas daquela moto. Já imaginando o encontro brutal que teríamos. O homem levantou o bastão e Marga não hesitou porem, próximo ao choque de motos Marga parou e com um movimento fizera sua moto virar 180 graus atingindo a roda no homem derrubando-o completamente ao chão com uma força de impacto que o desmaiou ainda mais quando se tacou contra a parede e sua moto seguiu longe.
--puta merd*!!—o cara ficou caído e pra mim parecia pior do que estava mas também com um impacto daquele duvidei ate que estava vivo.—ela ta vivo???—perguntei espantada.
--ninguém nunca morreu ate agora.—disse Marga acelerando e assim subimos o morro ate a praça das flores pertencente ao lado sul do morro onde uma reunião da gangue se concentrava em meio a risadas e a uma bebedeira infernal.
--desce da moto.—pediu Marga com olhos atentos ao grupo.
--o que vai fazer com eles??
--dar uma lição neles.
Eu olhei para eles na praça e percebi que não passava de vândalos e alguns ate moleques e a conta cinco contra uma não ia prestar. Olhei para Marga e ela ajeitou a arma no jeans e se preparou para ir ate eles.
--não mata eles.—pedi mas ela não me respondeu.
--(rs)—ela acelerou e dirigiu ate eles e observar aquilo tudo de longe sem poder ouvir o que falavam me deixou angustiada mas dali o papo não foi muito longe Marga desceu da moto e atirou neles isso me assustou.
Ela derrubou dois porem os outros foram para o confronto direto. Marga socou no rosto um e lhe derrubou em cheio porem outro cara em suas costas com um moicano verde lhe acertou uma barra de ferro em sua perna que a derrubou de joelho ao chão e levando um soco na cara ela caiu e com isso me desesperei. Corri em sua direção mas ela já no chão atirou em mais um e o ultimo continuou a bater e bater nela no chão e os chutes estavam ficando mais fortes do que o outro impossibilitando ela de para-lo ou atirar. por isso, corri o mais rápido que eu podia para ajuda-la e foi quando eu vi a arma de Marga caindo no chão e no mesmo instante eu peguei e mirei a ele.
--PARA!!!—ele olhou surpreso por me ver e assim destravei a arma para ele ter certeza que não era porque eu tremia que não atiraria.—eu atiro no meio da sua cabeça!!—gritei e ele ficou estático me encarando.
--atira Mari!!!—mandou Marga sedenta por sangue.
O cara ergueu as mãos e pra mim já era o bastante porem Marga de alguma forma o derrubou e montando sobre ele o socou diversas vezes em seu rosto. Eu perdi a conta com toda aquela brutalidade dela. A cada soco sua mão se sujava de sangue e mais espirrava em suas roupas e a vontade de destruir o rosto daquele cara invadia Marga. Ela não parava e agora nem eu mesma reconhecia o rosto dele. Larguei a arma no chão e a puxei de cima dele contudo ela me segurou pela camisa e por pouco, muito pouco também não me bateu. Ela estava em um frenesi que a cegou. O punho fechado próximo da minha cara e o rosto dela assustado consigo mesma me tiraram tudo. Eu não conseguia reagir e fiquei ali olhando para ela ate perceber que passou dos limites.
--desculpa..eu perdi o controle.—ela tocou na minha cara com aquela mão toda suja de sangue e claro que eu a retirei.
--mas que merd*!—meu rosto agora estava sujo de sangue e me levantando limpei com um esfregão.
--me dá minha arma.
Eu a entreguei e ela viu bem minha cara irritada. O cara que ela espancou nem tinha mais um rosto e muito menos estava parecido com alguns segundos atrás.
--você chegou do nada, pensei que fosse o outro cara.—ela tentou justificar mas olhando em volta não tinha mais ninguém de pé.
--qual cara? Os que você atirou nas pernas ou no ombro??Porque eles estão fodidos!
--já entendi Mari!!—ela guardou a arma e caminhou entre os homens a gem*r pelo chão.—quero todos no posto ate o fim do dia e ai daquele que não for pra la porque eu caço vocês nessa porr* de morro e não vai ter ninguém nessa merd* que vai me fazer mudar de ideia de encher o rabo de vocês de bala!!—Marga terminou com o comunicador a chamando.
--Marga esta ouvindo, câmbio.—era Lina e com isso Marga no mesmo instante atendeu.
--diz.
--vem agora para o portão sul. Temos um problema gigantesco.
Marga pegou a moto e montou e com isso me surpreendeu ela gritar por mim.
--anda logo, quero saber que escândalo todo é esse.
Caminhei ate sua moto e montei e desta vez quis segurar as barras na traseira da moto. Marga me olhou de canto de olho e deu um breve sorrisinho debochado.se ela soubesse o quanto aquele semblante dela me incomodava ela jamais o faria perto de mim.
Chegamos ao portão sul e para nossa surpresa ele estava quebrado.
--mas que merd*, o que aconteceu aqui?!!!—Marga desceu da moto apressada e não posso culpa-la,o portão estava dando um sério trabalho para as minas que o protegiam.
--as meninas não sabem, acham que foi durante a troca de turnos da manha e tarde mas o muro ta fodido na parte de um dos ferros de sustentação. É como se soubessem onde exatamente o muro quebraria para danificar o portão.—Lina estava indignada com a trabalheira e eu também não a culpava a rachadura e o ferro de uma das pontas do portão estava solto da parede e com os contaminados do outro lado empurrar-lo ficava nítido o tanto que mexia.
--só precisa ser um pouco esperto pra isso Lina. Rápido!!precisamos ajeitar essa parede!!
Passeando pelo local não foi difícil achar provas de que foi uma sabotagem, talvez interna? Com ferramentas de trabalho como martelo e ferramentas disponíveis sobre uma mesa e bem sujas de poeira por sinal tudo se tornava possível. Mas também as pedras enormes da montanha do morro, onde o muro de casas terminava me preocupava também e enquanto Marga brigava e fazia as mulheres correr para ajeitar tudo percebi o barulho mais intenso de contaminados deste lado e indo a torre de vigia me impressionei com o que vi.
Uma poderosa plateia de contaminados empurrava o portão e seguia assim cobrindo a rua. Eram muitos para contar e eram tantos que eu estava começando a duvidar de que estes não fossem os que vi no estádio. Era o único lugar possível e isso me fez gelar com as perguntas de quem teria os soltado e quando chegaria o resto.
--Marga, peça para empilhar alguns carros neste portão rápido!—gritei a ela impaciente.
Marga me olhou e não precisou pedir, Lina chamou mais algumas mulheres e dois carros foram colocados na frente dos portões. Marga por sua vez subiu a torre o mais rápido que conseguia para ver o mesmo que eu via espantada.
--é impressionante, estávamos indo bem e do nada isso.—Marga estava impressionada ao meu lado.
--acha que alguém pode ter entrado pelo muro??—perguntei e ela me lançou um olhar desacreditado.
--impossível. —respondera ela tão rápido que parecia um absurdo o que falei.
--e aquele paredão?
--(rs) esta cogitando alguém praticar escalada ali com esses vários fodidos na rua??—perguntou Lina desacreditada e realmente era um paredão de pedra bem alto mas não iria mudar de ideia tão fácil.
--eu estou cogitando tudo.—falei.--Até mesmo sabotadores aqui no morro.
--isso ficou obvio. Certeza irritou o conselho.—disse Marga e isso era um absurdo.
--agora a culpa é minha?!era seu problema pra começar.
--então se foi alguém de dentro soube aproveitar bem o tempo. As meninas que ficam de guarda nunca demoram fora dos portões. Sem contar que temos uma atiradora ali em cima daquela laje alta de quatro andares.—apontou ela a casa alta com uma laje no alto.
--Lina,chama a vigia,eu quero saber se ela viu alguém.—com o pedido de Marga Lina assoviou porem não recebeu resposta.
Rápida Lina correu ate lá e entrou na casa e depois de uns minutos voltou com uma cara preocupada.
--ela ta morta!—gritou ela e tivemos de descer da torre e ir ate Lina.
--como morta?!—perguntou Marga se aproximando de Lina.
--ela levou um tiro na cabeça!—revelou Lina e isso era um absurdo.
--mas que porr*!!—Marga ficou desacreditada quando ouviu isso e desta vez era pra valer.
Marga entrou na casa e fui atrás de curiosa e o corpo caído na laje sem cobertura em meio a uma poça quente de sangue estava mais que exposto. A cabeça tinha sido acertada por trás, um mistério para Marga e todas nós.
--com essa casa aberta pode ter sido qualquer um.—avaliou Marga olhando em volta a procura de pistas.
--quem seria o estupido de matar uma vigia??sério Marga, agora eu to puta e vou nessa ate o fim disso!!—Lina estava furiosa encarando o corpo.
--podemos começar com o conselho?—perguntei e as duas me olharam.
--acha que aqueles idiotas teriam coragem de vir aqui e fazer tudo isso??—Marga parecia debochar dos meus suspeitos.
--é isso ou pensar que veio alguém de fora.—retruquei.
--mas por quê??—perguntou Lina curiosa.
--se não percebeu tem uma multidão la fora. Tem certeza que punk morreu?—perguntei e Marga me olhou nervosa e veio a mim quase ofendida pela pergunta.
--a porr* da bomba explodiu. Só falta querer que eu vá la encontrar o defunto nos escombros! E outra, seria impossível alguém entrar com tantos contaminados la fora.
--então vai ter que investigar muita gente já que os velhos do conselho como você diz não teriam coragem né.—falei sob o olhar raivoso dela.
--e se entraram aqui que nem no the walking dead? Poderiam né?um disfarce??!—olhamos para Lina e não duvidei,tanto que pensei em sua teoria.
--bem,eles são cegos então o cheiro com certeza é um fator influenciador mas isso não passa de teorias.—respondi.
--eu posso arranjar um desses safados. ah,alias vocês estão umas merd*s.o que aconteceu?—perguntou Lina agora sobre todo o sangue e machucados de Marga.
--um encontro com a gangue da motinha.—respondera Marga cheia de normalidade.
--eu acho que daqui posso cuidar.
--tem certeza Lina?
--claro. Eu sou muito eficiente quando quero. Vou achar esse filho da puta rapidinho.
Marga concordou e com isso voltamos para casa. Minha mãe já estava na sala a nossa espera e quando viu Marga e suas mãos completamente sujas de sangue e o rosto salpicado de gotículas vermelhas ela surtou.
--mas que merd* estavam fazendo!?!!—ela veio veloz a nós.
Ela olhou pra mim e minha camisa suja das mãos de Marga a fez vir a mim as pressas temendo ver algum machucado.
--resolvendo problemas do morro. Me faz um favor, confirme se já chegou um grupo de baleados no posto com Esteban.(rs) quer apostar quanto que eles estão la Mari?—Marga olhou pra mim com um sorriso debochado porem encontrou meu olhar de reprovação.
--e quanto aquela historia do portão sul? Os infectados podem entrar a qualquer momento.—preocupou-se minha mãe.
--foi colocado dois carros grandes para segurar o portão ate o conserto da parede. As minas estão fazendo o possível para impedir a entrada dos contaminados.—respondeu Marga a ela.
--(rs) e acha que isso vai adiantar?—minha mãe estava desconfiada e era nítido que os portões se tornou também mais uma preocupação da dona Helena.
--tem que dar.
Minha mãe saiu da casa preocupada e com isso subi para o meu quarto para um banho porem com tantos dias naquele lugar eu quase tinha me esquecido do nosso novo sistema de agua e eu tinha me esquecido de abastecer meus baldes de agua.
De repente uma batida na porta do meu quarto. fui a porta e a abri dando de cara com Marga.
--minha banheira esta cheia.—disse Marga me avisando e ate estranhei o aviso em tom manso que ela possuía.--Pode usá-la, se quiser é claro.—Marga sorriu e sumiu no corredor e infelizmente eu estava cansada demais para não aceitar.
Segui para seu quarto e no banheiro a banheira já estava cheia e ela já retirava a ultima peça de seu corpo para entrar ao banho. Parecia loucura mas ficar ali parada na porta, de frente para toda beleza de Marga jogada na minha cara e também seus mais novos hematomas me pareceu a melhor escolha, eu queria estar lá mas na verdade, não sei se eu tinha coragem de me mover.
A calcinha que descia pelas suas pernas rapidamente caiu no chão e apesar daquela visão me prender ao pânico por justamente estar ciente que Marga me encarava ao entrar na banheira só me deu certeza que ela queria me provocar. Logo eu que ainda estava com raiva dela.
--fecha a porta.—pediu ela e suspirei me concentrando nesta única missão.—o que foi? Queria um banho e acredite ou não também sou uma menina comportada por aqui.
--depois de tudo que fizemos hoje, eu só quero descansar.—fechei a porta e tentei não pensar maldade deste momento.
--(rs) já cansou? Você é muito mole pra essa rotina do morro. Uma boa ajudante talvez mas..(rs) é uma piada.
--vamos acabar logo com isso.—falei e ela afundou-se na banheira, claro ela não ousaria me dar a privacidade que eu queria, para impedir isso, ela tinha aqueles olhos que emergiam fixos a mim.
Comecei tirando minhas roupas e Marga assistiu a cada uma das peças cair ate me ver nua. Ela mostrou aquele sorriso malicioso que lentamente se abriu no rosto dela passeando seus olhos por todo meu corpo enquanto caminhei ate a banheira.
--que lisinha a gatinha.—disse ela toda safada com um sorriso no rosto me deixando toda vermelha.
--cala a boca.--entrei na banheira ficando do lado oposto a Marga e era impossível não notar as marcas dos golpes em seus braços, ombros e rosto. A vermelhidão e ate algumas marcas de porr*da que ficaram roxas como em sua perna submersa que ela fazia questão de esconder ou seu rosto que do soco deixara sua bochecha vermelha só demonstravam o quanto ela era forte. Bem diferente de mim que com toda certeza estaria aos prantos. Ela pegou um sabonete liquido e derramou em uma bucha e um agradável cheiro subiu. Ela limpou-se do sangue que manchava suas mãos e todo e qualquer vestígio daquela luta enquanto que eu encolhida do outro lado da banheira apenas a assistia.
--vai ficar com essa cara ate quando?—perguntou ela sem parar o que fazia.
--sei lá,um pedido de desculpas me animaria.
--por aquilo ainda?(rs) eu não ia te bater eu só..me assustei! Vai entender isso quando entrar numa porr* de uma briga.
--eu só queria te tirar dali.
--e conseguiu. Chocha da sua maneira mas fez.—ela respondeu sem pensar duas vezes e me veio a mente que o peso que ela carregava nas costas por manter uma ordem no morro já não era tão pesado comparado as consequências. Marga daria a vida pela sua autoridade e respeito e isso era obvio. Então as criticas a mim eram sempre pesadas.
--você ta toda machucada.
--eu to bem.—com aquela declaração me aproximei e peguei sua perna e ela logo se contorceu sentando-se melhor,segurando-se ate na borda da banheira.
Ela podia fazer a cara feia e raivosa que fosse mas eu jamais deixaria ela machucada daquele jeito.
--precisamos cuidar disso. Uma compressa de gelo ou uma pomada de arnica podia melhorar.—olhei para Marga e ela sujou meu nariz com espuma.--nem esta me ouvindo.—limpei meu nariz enquanto ela brincava.
--você se preocupa demais! eu vou ficar bem! (rs)
Me sentei novamente no meu lugar na banheira e realmente ela era uma cabeça dura. Ela ficou ali me encarando toda se achando.
--aposto que faço você rir.—ela tava toda animada e eu ali preocupada com seus machucados mas se ela aguentava quem era eu pra dizer que não?
--não vai conseguir.—falei a desafiando.
Do nada ela começou a fazer carinhas e mais carinhas cheias de caretas fofas e engraçadas e quando dei por mim estava me segurando para não rir de Marga ate não controlar mais. Toda aquela tensão de estar pelada junto a ela naquela banheira sumiu.
--anda me ajuda a lavar minhas costas.—ela jogou a bucha pra mim e virou-se de costas vindo mais para o meio da banheira onde sentou-se quase entre minhas pernas.
A bucha estava cheia de sabão e esfregar suas costas seria um trabalho muito fácil mas parando para pensar não era tão simples assim. Ela respirou fundo assim que a toquei e a cada movimento meu me vi mais lenta do que queria. Por que com ela eu me sentia tão bobamente aberta a devanear nos meus pensamentos mais loucos? Essa necessidade de cuidado, essa necessidade da sua amizade.. Talvez a gratidão em mim explodia por ela sem nem ao menos perceber. Só queria ela bem,por isso fiz meu trabalho, a deixei bem ensaboada tanto que ela olhou pra mim preocupada pela minha demora.
--terminou??—perguntou ela virando o rosto a mim.
--sim.
--legal.—ela se afastou e do nada mergulhou de costas.
Queria não me preocupar em estar tomando um banho com ela mas tava impossível. Logo ela emergiu com o cabelo preto molhado a pingar cobrindo seu rosto e em silencio ela se aproximou.eu já estava na limite do meu lado e não tinha mais para onde correr além de assistir ela vindo a mim sinistra e em silencio. Como se eu não pudesse ver o sorriso dela safado se abrindo por baixo das madeixas lisas. Fechei ate minhas pernas com ela tão próximo, desconfiando de cada movimento seu. ela balançou o cabelo e espirrou agua pra todo lado inclusive em mim. Ela sorria se divertindo levando suas mãos a cabeça para levar seu cabelo para trás.
--posso te ensaboar?—perguntou ela.
--claro. Só vamos terminar logo isso. Não quero seu rosto inchando. —virei de costas a ela e ouvi seu risinho.
--foi um bom soco.
--eu vi.
--ta muito feio? Olha pra mim.—virei meu tronco a ela e analisei.
Toquei na sua bochecha e senti uma parte lateral inchada em tom arroxeado.
--ta ficando.—falei dando por mim que meus dedos deslizavam em sua bochecha de forma tão suave e a boa sensação me fez esquecer que Marga me encarava tão paralisada que me perdi naquele momento. O que queríamos daquele instante?
De repente minha mãe entrou no banheiro e aquilo foi uma surpresa, tanto para nós como para ela que parou seus passos e nos encontrou ali. Nuas e tão próximas. Fala sério, eu corei na hora ainda mais comigo tocando o rosto da Marga o que no mesmo instante retirei minha mão e voltei para meu lugar.
--o que tão fazendo?—perguntou minha mãe quase histérica entrando no banheiro toda desconfiada.
--tomando banho.—a respondi tentando manter a calma.
--não tinha agua no seu banheiro?—imediatamente ela pergunta já com as mãos nos quadris e era nítida sua impaciência comigo.
--não..
--poderia ter me pedido!
--ta tudo bem mãe já estamos terminando!—seu desespero me deixou inquieta que quase gritei.
--to vendo!
--(rs)..sua mãe ta com ciúmes.—zoou Marga rindo da cara da minha mãe e realmente foi indiscutível isso.
--não to não,só to achando estranho essa posição..—dissera ela tentando nos convencer disso.
--ah,eu deveria ter pensado nessa oportunidade. Que trans*r comigo Mari? Aproveitar que a agua esta tão boa.—Marga pousou suas mãos sobre minhas coxas e se apoiou sobre elas vindo diretamente pra mim e mesmo sendo uma brincadeira travei inteira encarando ela logo na frente da minha mãe com aquele sorriso malicioso e boca tão perto de mim. O pânico veio forte ao meu peito.
--deixa a menina em paz.la fora ta um reboliço com a historia do portão. Nem consegui descer o morro a pé pra você ter uma ideia. Daqui a pouco todos vão subir aqui e vão querer explicações.
--dê a eles o que querem. O portão esta controlado e o culpado esta sendo procurado. Ninguém mata uma das minhas e sai impune. Agora dá pra sair, a gente ta no meio do banho.eu ein,nem paz da pra se ter.
Minha mãe apontou o dedo para ela e para si própria, o famoso tô de olho nunca ficou tão nítido e com ela saindo Marga me olhou e teve uma crise de riso.
--ainda posso te ensaboar ou vai cair nessa da sua mãe?—perguntou ela toda satisfeita por conseguir perturbar os neurônios da minha mãe.
--pra ela ta com receio não acho impossível.—me virei e ela começou a me ensaboar.
--do que ta falando? Eu estava bêbada naquele dia. Porque sei que se estivesse sóbria não resistiria a mim..e muito menos deixaria você me virar o rosto.—disse ela toda convencida.
--só mostra que sabe que tentou.—respondi e senti ate ela parar de me ensaboar. A verdade é única.
--e também não anula o fato que me conheço muito bem só não me lembro dessa parte de beijo. Só to dizendo.. Agora se enxagua que eu tenho que ver essa putaria.
Terminado nosso banho Marga pegou sua toalha e uma reserva na prateleira e me deu.
--volte quando quiser.se tiver coragem é claro.
Ela brincou seguindo ate seu closet e claro que tomei meu rumo e no meu quarto assim que tranquei a porta me senti tão estranha. Parecia que ainda sentia as mãos de Marga nas minhas coxas e mesmo que fosse um sentimento estranhamente bom tentei não pensar nisso e nem nas suas palavras. Ela não me deixaria virar o rosto? Como ela podia lembrar-se de tudo menos sua tentativa de me beijar? Outro mistério que eu tinha medo de descobrir.
Fim do capítulo
Espero que depois desse cap ainda estejam vivas pq só estamos começando.
Amo vcs
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