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Fronteiras por millah

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Palavras: 5138
Acessos: 457   |  Postado em: 17/04/2022

Capitulo 40 A votação

 

Assim os dias correram e para mim Marga nem existia. Nem mesmo pela manha quando nos encontrávamos no corredor, nem mesmo no café onde ela buscava atrair meu olhar a ela e nem mesmo no almoço ou no jantar que suas perguntas para me irritar sequer tiravam minha atenção dos meus próprios pensamentos. Eu virei um cemitério de palavras onde o silencio perturbava quem se atrevia chegar a mim e isto durou dias com ela inquieta para falar comigo direito e como não poderia me dar um tiro ou esfregar minha cara no chão ela tinha que aguentar.

Com suas perguntas sobre o morro das quais ela podia muito bem se informar com Lina ou minha mãe ela tirava seu tempo para tentar quebrar o gelo das minhas respostas monossilábicas. Ela estava praticamente surtando com minha indiferença. Era como li uma vez em um livro. A indiferença é a melhor arma a se usar quando estiver com raiva. Tudo que te preocupa perde o peso e para minha sorte ela achou que depois do ataque a queima do mapa eu ia continuar demonstrando me importar. Ela só não contou que as vezes eu gosto de ser difícil.

Levei isso tão bem que o pé dela melhorou e sua mão também bem mais rápido que imaginei e nem com isso mudei de posição. Hoje me acordei e eu já esperava uma investida maior já que a muleta ela colocou em cima da mesa da cozinha a vista para todas daquela casa e um bom aviso para mim. Ela viria com tudo. Por isso resolvi vestir meu jeans, meu tênis e minha camisa e pegar o guarda chuva de Diego empoeirado num canto do quarto e sair enquanto dava tempo. Ainda era cedo e com toda certeza ela estava dormindo.

Segui em direção a porta com uma missão de devolver o guarda chuva de Diego e dei de cara com Marga sorrindo pra mim assim que abri a porta.

--ah não.—falei e ela me puxou para perto dela já apoiando o braço sobre meu ombro me guiando para a rua.

--(rs) finalmente né?!eu to ótima de novo e posso dizer que esses dias vão ficar na memoria. Meu pé fodido sempre no gelo, minha mão doendo pra porr* e você...—ela me examinou bem e aquele silencio me fazia teorizar tanto. Ela sabia como planejar a morte de alguém muito bem.

--o que quer?—perguntei.

--qual é Mari!!??não me força a isso.—ela me segurou pela nuca e eu já estava pronta para as torturas mentais dela  mas eu tinha que manter esse gelo pelo menos ate um pedido de desculpas sincero.

--por que eu te forçaria a alguma coisa? Você não me deve nada não é?—falei e do nada ela pegou meu queixo e virou meu olhar a ela e sua seriedade como sempre era o motivo do meu colapso.

--me desculpa.—disse ela para minha surpresa.--Eu só queimei aquela droga porque quero de verdade você aqui comigo.

--...não sei se acredito.—puxei meu rosto da sua mão.—tenho certeza que queimou somente para que minha mãe não fosse embora junto a mim.—respondi e ela olhou para mim pensativa e sorriu.

--seriam duas perdas terríveis.

--(rs) vou fingir que acredito.

--sério garota, chega desse gelo. Tem poucas pessoas inteligentes por aqui e isso me assola! Ninguém teria uma percepção fantástica como a minha quando o assunto é por que você esta com uma porr* de um guarda chuva quando o sol já ta torando la encima?—perguntou ela desviando totalmente do assunto para minha surpresa.

--não é meu. É do Diego.—respondi sob o olhar vigilante dela.

--ah o filho da Rosa?...(rs) eu não posso piscar mesmo né?Di-EGO pff aquele cara acha que ta abalando ficando com aquelas crianças. O alecrim dourado! Adoro Rosa mas ele se acha o certinho da festa! Como consegue atrair esses tipos de cara Mari??Primeiro o anjinho caído e agora o convencido.

--ele só me emprestou o guarda chuva no dia que você queimou meu mapa! Se não tivesse feito o que fez eu não estaria na chuva.—continuei a caminhar e ela logo me seguiu.

--você escolheria estar na chuva a cada não que eu te dissesse.

--(rs) fala como se meu gelo esses dias não tivesse eficácia. Não foi você que passou os dias atrás de mim?—falei e ela não escondeu o sorriso vencido.

--(rs) é disso que to falando. Eu adoro irritar você.

--de sacanagem você adora.

--hey..se não fosse por você lá no prédio..eu tinha me fodido.

--não tinha não..nem teria ido.

--é..você sempre fode minha cabeça.

--só se você quiser.(rs) então vai vir comigo conferir se ele esta apaixonado por mim ou só esta tentando me irritar mais uma vez?

Ela me seguiu ate a escola onde a aulinha das crianças era possível ser ouvida do lado de fora da sala. Eles recitavam o alfabeto e assim que apareci na porta Diego me olhou e mais uma vez lançou seu sorriso de dentes brancos e perfeitos. Marga logo recostou na parede para não ver ele e muito menos se importar com minha ceninha devolvendo o guarda chuva.

--crianças, vamos começar a atividade. Vamos tentar a primeira questão ok?

--ok!!!—todas responderam bem lindinhas em conjunto e ele veio a porta porem ver Marga se colocando ao meu lado com toda aquela seriedade o paralisou primeiramente.

--eu vim te devolver o guarda chuva. Ele foi de grande ajuda mas eu já estava encharcada.—falei o devolvendo o guarda-chuva porem ele virou a cabeça como um cachorrinho confuso e abriu seu sorriso.

--ah me desculpe se fui um pouco cavalheiro.na próxima, ficaremos encharcados juntos.

--(rs)—eu ri,ele riu mas quando olhei para Marga e sua seriedade misturada a ânsia que ela sentia por nos assistir tive que lembrar do quanto ela deveria estar odiando presenciar isso.

--que fofinho.—fingiu ela gostar.--podemos ir?—perguntou ela a mim seriamente.

--Marga.

--tudo bem Mari, sei que Marga tem coisas maiores para fazer.—Diego amenizou a barra de Marga e ela sorriu a ele.

--que bom que sabe.—Marga respondeu friamente e era nítido sua implicância com ele. O que era isso?

--a proposito, eu agradeço ter me deixado ficar nessa posição.—falou ele a Marga.--Sempre foi meu sonho dar aula aos pirralhos,me sinto útil aqui no meio de tantas armas Marga.

--agora só falta me dizer que quer um prêmio. Quer?

--Minha mãe ontem falou tanto de você Mari quando perguntei que (rs) foi impossível não me interessar. Ela te considera uma grande amiga.—disse ele ignorando Marga e saber que Rosa me considerava foi uma grande alegria pra mim.

--pff...—Marga realmente queria estragar nossa conversa.

--teremos mais chances de conversar.—falei a ele.

--claro e espero que..por mais tempo.tchau Marga.

--tchau filho da Rosa.—respondera ela toda sarcástica.

--para, você sabe bem meu nome.(rs)

--só odeio os certinhos.

--te vejo por ai.

--tchau Diego.

--tchau Mari.

Me despedi e segui junto a Marga em silencio saindo do colégio. Percebi ate um alivio quando pisamos na rua.

--o que foi isso?—perguntei curiosa.

--já falei, ele é você de pinto! Me enche a bucet* de reclamação.

--então devo me preocupar. Você ta puta!não deixa isso transparecer as pessoas. Faz todo mundo ficar com medo dessa sua instabilidade.

--(rs) eu tenho mais o que fazer Mari.

Ela seguiu revoltada pela rua e alguns metros a frente ela parou e virou seu olhar novamente pra mim.

--quer saber..eu ia adorar você ocupada com mais alguma coisa nesse morro.com ele olha só,vai adorar.—ela retornou seus passos alegre demais para o meu gosto.

--sério mesmo? Acho que ele vai muito bem com as aulinhas.

--o problema real é que..há um grupo de metidos que quer criar um comitê de boa vizinhança responsável por algumas coisas e essas coisas estão na minha visão prontas para me derrubar do cavalo.—dissera ela tentando parecer preocupada.

--as ideias e inovações não batem com seu setor de criação?(rs)—brinquei mas ela já me olhava bem viajada com seus pensamentos certamente pulsando em sua cabeça.

--mataria todos se possível e por isso me detestam. Eles querem alguém melhor no controle. Alguém que eles confiem e não precisem de mim para resolver alguns problemas para as pessoas no morro. Tipo aparecer por la com uma arma na cara deles.

--é sempre ótimo resolver alguns problemas sem uma arma na cara mas você ta pirando agora. Será ótimo ter algumas pessoas cuidando de problemas bem pequenos de convivência. E alias, não tem ninguém melhor aqui que você para organizar tudo. Na verdade só tem ordem nesse morro por sua causa porque se não teria virado uma bagunça.

--basta o maestro concordar para que toda a orquestra comece a tocar. É simples, e eu não quero machucar ninguém. Estamos indo bem né!?por que envolver leis e regras a mais? Por isso quero que fique de olho neles. Quero saber quem é este que esta tão interessado no conselho de moradores e se vale a pena investir.

--virei sua espiã agora?(rs)

--vai adorar, já que vai estar próxima do DI-EGO.como hoje tem uma reunião la no ginásio tente me representar e entender o que eles realmente querem. Sua palavra será a minha.

--o que vai fazer se realmente estiver certa? Tipo, eles não querem mais reportar nada a você e..o que vai fazer?vai deixa-los no comando?

--isso é outra historia.

--se for fazer alguma coisa..

--eu não vou mata-los.(rs) não sou uma tirana.(rs)—ela disse isso com um sorriso no rosto e nem isso a salvava. Minha confiança em Marga dependia muito do seu bom humor e eu esperava que estivesse ótimo agora.

--vou ajuda-la nisso. Antes que aconteça um desastre.

--mais uma coisa.

--o que seria?

--é daqui a pouco.—me avisou ela encima da hora então possivelmente ela já tinha isso em mente desde que me viu na porta.

--não sei porque ainda perdoo você.

Ela partiu linda e despreocupada que não teria essa obrigação para cumprir e agora esta missão veio parar nas minhas costas. Seria melhor do que a bagunça que ela faria. Eu já via a gritaria nesse encontro com ela e seus olhares raivosos e o medo de todos ao contrariarem ela, e era obvio que quando cheguei ao ginásio toda a conversa paralela parou para me encarar em silencio.

Eram cinco em um circulo que agora permaneciam curiosos comigo ali no pátio. Um deles, um homem de olhar curioso se aproximou muito bem vestido em seu blazer ate um pouco grande para ele deixando para trás a mulher magrinha, uma morena curiosa, uma senhora de óculos e de cara feia e um careca meio rechonchudo de cara aborrecida para trás.

--desculpe-me mas..posso ajudar?—perguntou ele a mim e era minha hora.

--Sou Mari. Marga me enviou em seu lugar para ver como esta o andamento do conselho.

 Eu ouvi uma risada irônica la atrás vinda do gordo que tirou um cigarro para fumar e ganhei um olhar confuso do tal homem a minha frente.

--pelo visto não somos tão interessantes assim para a dona do morro.—dissera o homem a minha frente.

--ela realmente tem muita coisa pra fazer hoje. Só estou aqui porque ouvi que também querem estar a disposição dos moradores para ajuda-los e sei que qualquer necessidade se torna uma emergência rapidamente.

--sim mas..esperávamos ela para votar nesta decisão.—disse ele para minha surpresa.

Aquela safada jogou a bomba toda na minha mão e agora eu ia ter que aturar ouvir esse povo reclamando no meu ouvido. Respirei fundo e o olhei novamente.

--vamos começar. Tudo que eu apoiar aqui será decisão dela também. Então sejam honestos no que vão dizer.—falei e todos concordaram.

Todos puxaram suas cadeiras ao mesão onde as propostas e ideias de regras para a comunidade já estava feita e cobriam uma pagina inteira e mais outras propostas que preferi sentar antes do que ficar boba ali olhando tudo aquilo que estavam planejando. Aquele quinteto já estava muito bem formado e dependendo do que falariam eu não poderia negar aceitar a criação do conselho. Os olhares já se lançavam certos do que aconteceria.

--então Mari, já começo lhe explicando que nossos votos devem ser unanime ou justos tendo a maioria com a causa que estamos querendo começar para a criação do conselho. Fomos escolhidos pela comunidade para isso.—dissera o homem firme e confiante e parecia que todos o viam como um porta voz ou líder já que apenas acenavam.

--e se der empate?—perguntei.

--você pode desempatar, acho que será justa com nossa escolha. As pessoas estão ociosas e muitas estão sim trabalhando com Marga porem outras tem profissões que precisam ser orientadas e se forem bem administradas podem servir pela nossa comunidade. Me chamo Luís e sou o líder deste conselho. Da minha esquerda tenho Sarah, ela é ambientalista e uma ótima nutricionista, temos a dona Carla que já fez muito pelo morro no seu tempo de advogada. William que é um ótimo construtor e estar disposto a reorganizar as casas com agua e energia e por ultimo mas não menos importante temos a Suzana que esta representando todas as mães trabalhadoras do morro e suas necessidades em relação a filhos e lares.

--é um prazer conhecer todos e acho importante, pessoas como vocês darem a voz as pessoas do morro em suas maiores necessidades.—falei e todos realmente pareciam promissores.

--claro, Marga não tem a capacidade para ficar em um cargo tão grande e de vital importância. Ela com suas armas e mulheres em portões.se acham as donas de um rebanho!—disse Carla e o tom arrogante me desceu seco pela garganta. Minha alegria venceu como leite.

--Marga teve sorte com os portões.(rs) se não tivesse rabo preso com a policia a gente tinha ficado com deus.—disse William se ajeitando na cadeira.

--eu..acho que estão fazendo um bom trabalho.—retrucou nervosa Sarah que mal conseguia exibir um sorriso direito com tantas opiniões contrarias.

--bom trabalho??elas são umas ignorantes! No tempo do velho traficante não tínhamos essa petulância.—Carla estava assustadoramente irritada com Marga e fiquei caladinha com todo aquele debate.

--no tempo do velho Ted,tínhamos drogas e crianças se perdendo para o crime. Nossas casas estavam sendo tomadas a força e Marga..querendo ou não acabou com isso. Ela fez sua parte para que esta comunidade respirasse um pouco da paz porem ela usa de muitos artifícios para nos controlar.—Luís retrucou e tentei não contraria-los. Marga causava diversas opiniões das boas as piores mas a critica estava afiada.

--ela precisa de um pulso firme. Conhecem a maioria.—disse Sarah timidamente.

--a gente precisa impedir que nossas crianças cresçam e vejam o tanto de mulheres armadas andando por ai. Quero que minhas filhas cresçam e sintam orgulho de ser medica ou advogada ou simplesmente uma cozinheira de primeira. Tudo que não traga a elas dor e arrependimento.—eu ate concordaria com Suzana mas seria difícil fingir que não vivemos agora em um novo mundo, cheio de contaminados prontos para nos devorar.

--vivemos agora tempos diferentes Suzana e aceitar que isso faz parte e sempre fez aqui no morro, é uma consciência que deve ser transmitida aos mais jovens. O que há depois dos portões e todo o perigo que nos espera vindo de sobreviventes não muda com nossas perdas e sentimentos. Quero nossa gente segura sim mas abertas a enfrentar o necessário se for preciso.

--Marga fez seu exercito de mulheres que devem a ela a própria vida. Mesmo que entregassem seus filhos e parentes eles não estariam preparados como elas. A vida de crime as recompensou bem.—William foi ríspido.eu precisava me impor.

--me desculpem mas a guarda do morro é composto de mulheres que tomaram as rédeas de sua vida. Que pertenciam a lares abusivos e que somente queriam ver sua vida de outra posição. Da mulher que não apanha, da mulher que tem coragem e força para trabalhar por seus filhos. Marga deu a elas um trabalho e daria para quem necessitasse. Sei que elas as vezes são bem difíceis de lidar mas são boas mulheres e que hoje neste momento estão cuidando da nossa segurança, arriscando suas vidas naqueles portões.—as defendi e o silencio e olhares baixos apareceram.

--sem sombra de duvida ninguém esta duvidando da capacidade de trabalho delas Mari e sei que somos sortudos em possuir uma força de combate contra os contaminados, porem temos muitas mulheres que estão na comunidade e não conseguem ajudar pois o foco de trabalho é outro. Por isso criamos algumas propostas sobre a utilização de alguns espaços e métodos de trabalho.—Luís me entregou um par de folhas e eles tinham feito o dever de casa e Marga já teria surtado somente pelos comentários.--a gente só precisa que ela não se meta nesse assunto.

--então por que estão envolvendo ela?—perguntei curiosa.

--Marga tem a maior parte da população do morro aos seus pés, com a proteção e a comida e poderia se limitar a isto e deixar os outros problemas para nós. Para que não tivéssemos que pedir sua permissão para atuar da maneira certa.—dissera ele bem empolgado.

--acha que ela não é capaz?—eu queria muito ouvir essa resposta.

--ela é porem de uma forma equivocada.—dissera ele.

--ela é violenta de todas as maneiras.—dissera Carla.

--nos faz sentir um nada aqui.—dissera William

--inúteis você quis dizer.—e completou Suzana.

--eu..ate que não me importo.—finalizou Sarah levando os olhares de todos da mesa a ela.

--desse jeito me fazem pensar que o problema é pessoal!—respondi com tanta rapidez para responder.

--logico que não!só que..convenhamos, ela é uma traficante de armas. não tem moral algum para ditar regras dais quais nem ela mesmo vai cumprir, se ela se limitasse a apenas um trabalho não reclamaríamos.

--bom se querem saber a realidade dos fatos Marga não vai ceder poderes a ninguém. Também fazem parte desta comunidade e tem todo o direito de querer uma evolução no morro com esta mudança e devem fazer sem precisar pedir nada a ninguém.

 --já temos quase um mês presos nesse morro Mari, podemos ajudar.

--não precisa nem de um conselho para se ter essas ideias Suzana e Marga certamente apoiaria. É uma iniciativa ótima! (rs) e eu entendo esse bicho de sete cabeças porque convivo todos os dias com ela e sei bem como é.

--fala sério. Ela tem armas e um exercito aqui. Se ela quiser ela mata todo mundo. Pelo que eu ouvi ela matou os doentes do posto só para não contaminarem mais ninguém do morro. Talvez tinham ate salvação.—William disse tudo com um tom maldoso que me fez exalar cansada daquela mania em condena-la.

--não foi assim que aconteceu.—o respondi.--Os contaminados estavam no estagio avançado da doença. Ou eles morriam da forma mais rápida ou da forma mais angustiante possível, para no fim virar um comedor de carne humana. Eram muitos e dentro daquele posto fariam uma chacina a quem ainda implorava pela vida. No dia eu chorei como nunca e ainda me dói e ver que tem gente que não sabe da metade da historia só prova que nem perceberam a mudança de Marga.

--mudança? Onde você ta vendo essa mudança moça?—perguntou Carla nervosa.--pra mim ela continua a mesma e não poderia ter todo esse poder sobre nós!!

--eu digo ate que esta pior!!Esse morro esta uma bagunça desde que todos os bairros se misturaram. Os latinos, os asiáticos e ate os moradores filhos desta terra. Cada um tinha problemas e resolviam em seus territórios e agora esta tendo confrontos de adolescentes pelos becos, desocupados pela falta de uma ocupação. Há bens materiais abandonados pelas ruas e eles fazem questão de tomar para fazer rachas pelos corredores. Estão destruindo o pouco que temos.—disse Luis inflando a conversa.

--e botando em risco as crianças e as mães.—lembrou Suzana.

--isso é um problema real do qual não sabia.—falei.

--claro, são filhos dessas putas dos portões.—Carla retrucou furiosa.

--mais respeito dona Carla.—pediu Luis.

--se elas estivessem em casa cuidando de seus filhos não estaria essa baderna.—disse baixinho william.

--desse jeito você também me humilha.—retrucou Suzana.--Nós mulheres precisamos de um bom trabalho para sustentar nossos filhos mas educação não falta e sei disso porque conheço muitas dessas mulheres. Eles só precisam de uma ocupação e podemos criar novos empregos para esses jovens.—Suzana parecia realmente interessada a causa.

--com o conselho eu poderia facilmente cuidar destas questões.—dissera Luis pra mim.--Marga não precisa se preocupar com a gente, ficariam felizes com ela apenas com o serviço de guarda e busca por alimentos. Sei que podemos caminhar com nossos próprios pés e sei que posso cuidar destes problemas sem envolver ela. Assim diminuiríamos o peso de todo esforço.

--eu concordo.

--eu também.

--ainda digo que são problemas que a própria Marga pode resolver e digo isso em apenas um dia já que burocracia não funciona mais nos tempos de hoje. Querer que ela se arriscasse e arrisque a vida dessas mulheres pelo bem de todos que não quer o dela já é sacanagem.Sei o quanto essas regras de convivência são importantes para todos e do esforço que tiveram em se preocupar com tudo mas são problemas que não serão aceitos por terceiros. Marga ainda tem a máxima autoridade aqui no morro por ser quem ela é e claro ela não vai ceder a um conselho correndo o risco de estragar essa paz. Podem produzir e desenvolverem novas técnicas de trabalho pelo bem do morro mas transformar Marga em alguém inferior ao que ela é atualmente não vai funcionar.—falei e os rostos nada satisfeitos surgiram com um piscar de olhos.

--ela não pode simplesmente nos tirar o direito de escolher nosso destino aqui no morro.

--sim,e tem todo seu direito de reclamar mas os portões são dela e se ela quiser ela pode muito bem continuar o serviço ou não e não tomem isso como uma ameaça só estou falando que tudo que esta vindo dela é de verdade. Ela pode atender seus pedidos e pode ajudar no que prejudica também. É uma questão de comunicação que não deve ser temida. Todos nós somos peças importantes aqui no morro e como estão aqui para votar eu espero que entendam o peso da responsabilidade que viria com este conselho. Não é somente o cargo que importa quando vão ter que falar e se responsabilizarem pelas vontades do povo e podem ter certeza que Marga não vai ajuda-los em nada como parte do acordo. E quando digo isto digo que os problemas, como os jovens baderneiros e os outros inconformados que virão não serão resolvidos por ela.—os lembrei.

--só precisamos atender a seus pedidos...o resto virá sozinho.

--mas isso não é questão de agrada-los e sim dar a ele o que podemos ofertar na medida do possível.—falei.--Estamos cercados por mortos e sem uma organização solida tudo desmorona. Sendo assim acho bom começarmos a votação. Quem é a favor da criação do conselho levante a mão.

Luis,Carla e William ergueram as mãos tão alto e rápidos que foram incapazes de ver que Sarah e Suzana não ousaram na decisão. Seus olhares eram de pura preocupação e estava claro que para o trio tirar Marga do controle do morro parecia bem mais empolgante do que resolver de fato os problemas do morro.

--espere!!!—disse William para minha curiosidade.—não podemos continuar sem o voto de Diego, ele também faz parte deste conselho.

--e por que ele não esta aqui?—perguntei.

--ele disse que se houvesse uma votação que o buscasse. Ele só quer saber dos pirralhos que quase me esqueci dele.

--vou buscar ele.

Deixei o ginásio e pude respirar aliviada enquanto caminhava em direção a escola e por sorte vi Diego já vindo em minha direção. Ele corria e quando me viu sorriu.

--oi,pensei que Marga viria para a reunião.vi ela seguindo para os portões com Lina.

--ela ta ocupada e me enviou.

--legal te ver ajudando ela.

--e as coisas estão ficando bem estranhas ao meu ver. Por que esse povo quer tirar Marga das principais obrigações quando ela já entrega de tudo a eles? Não faz sentido algum.

--(rs) a ideia do conselho foi do Luís. Ele sentiu essa necessidade de ajudar as pessoas e mesmo achando que ele não aguentaria um dia de gritaria nesse morro eu acredito que todos nós possamos ajudar Marga a melhorar tudo.

--(rs) pelo que eu entendi eles querem a Marga longe da comunidade e pedir que ela os proteja e os alimente achei de uma hipocrisia sem fim.logo ela que se auto denomina dona do morro da prata virar subordinada deles?(rs) Qual é?!

--olha só, você como advogada da diaba? Essas pessoas não ligam se Marga vai defende-las de tudo ou virar uma santa compadecida, eles estão preocupados com a comunidade. Precisam se sentir uteis. Precisam resolver assuntos que Marga sequer se importa.

--você não sabe o quanto ela se importa com esse morro e a todos. Passei dias atazanando ela e aquele pé machucado e tudo que ela me perguntava era sobre o morro.(rs) parece loucura defender ela agora quando há um mês atrás concordaria sem reclamar. Conhecer ela e o jeito dela..me fizeram cruelmente me apegar.

--(rs) como esta a votação?

--William, Luís e Carla tem três votos a favor. vi que Sarah e Suzana estavam bem pensativas na hora e não escolheram.

--ok então.

Chegamos ao ginásio e Diego sentou-se a mesa com todos.

--votamos de novo. Pela criação do conselho ergam as mãos.

Mais uma vez o mesmo trio e assim um empate com Diego não aceitando a criação do conselho o que foi uma surpresa para mim também.

--droga. —disse William batendo na mesa.

--já sabem minha resposta. A criação do conselho não precisa ser interrompida por Marga mas podem trabalhar para ela em conjunto. Conhecem as pessoas e todos seus problemas e isso adiantaria muita coisa com iniciativa e uma boa conversa com Marga já que são livres para fazer o que estão no alcance de vocês para sobreviver e melhorar o estilo de vida de vocês. Porém o que eu vi aqui, esta realidade esta longe de acontecer pois não é a vontade de todos que esta sendo colocada em questão. Sei que os princípios de todos aqui são diferentes aos de Marga e por isso entendo todas as partes mas meu voto é pela não criação do conselho.

--o que??!!—Luis se espantou.

--como pode votar para beneficiar ela??!—perguntou Carla.

--sinto em dizer que vocês não estão preparados para lidar com o morro e muito menos para fazer Marga aceitar que ela só serve para proteger e alimentar vocês. na verdade ela mataria vocês se tivesse vindo aqui.—falei e o silencio foi assustador por segundos ate Luis se erguer de sua cadeira ao meu lado.

--não pode simplesmente tomar esta decisão Mari.

--é o melhor. Sério. Quando realmente estiverem prontos eu aceitarei uma revisão, até lá poderiam se organizar com todos e trazer um pouco da nossa sociedade de volta aos becos do morro. Ela não ligaria se nenhum mal acontecesse ou afetasse seu trabalho.na verdade ela adoraria boas ideias.

--hey mas você aqui só veio cobrir um buraco dela, uma irresponsabilidade dela em comparecer esta reunião.—disse William irritado com minha decisão.

--Marga me enviou porque sabia que eu era capaz de resolver este problema e eu resolvi.

William se ergueu e Diego fizera o mesmo com a mesma intensidade porem com os olhos mais que atentos a ele.me senti protegida porem não fiquei para ouvir nenhuma reclamação do grupo e assim que sai para a rua Diego veio atrás de mim.

--desculpa tudo isso..—disse ele apressando-se para acompanhar meus passos.

--não, era o que Marga queria. Além do mais essas pessoas estão cheias de rancor e bota-las em uma posição que não precise de Marga é dar a elas poder para infelizmente tirar Marga do caminho e sem ela esse morro vai ao chão.

--sei que é pedir muito, mas poderia pelo menos levar a ela o caso dos motoqueiros? Eles prejudicam demais transitando pelos corredores e alguns já ate tentaram saquear as casas de moradores.

--claro, Marga vai adorar conhecer essa gangue.

--com isso já acalmará os ânimos de todos. Obrigado.

Ele partiu animado e logo segui a procura de Marga e a encontrei em um dos portões verificando tudo.

--Marga.—a chamei porem ela nem se virou a mim.

--agora não,eu to ocupada!

--é sério, você me fez ir na porr* daquela reunião no seu lugar e tem sorte de que agora eu to mais adepta a te aceitar no morro do que um bando de gente filha da puta doida pra meter o pau na porr* do teu rabo.

--só me diz, eles queriam meter só um pouquinho ou queriam ate o talo?(rs)—perguntou ela sarcástica com um sorriso grande no rosto ao se virar a mim.

--não tem graça..e a gente precisa resolver uma parada.

Ela não me respondeu já que sua atenção estava focada nos portões e passou despercebido por mim ate aquele instante mas eles estavam sendo empurrados brutalmente e o metal ate chegava a entortar para segurar os contaminados do outro lado do portão. Eram muitos pelo visto e vindos do lado oeste era caso de se preocupar.

Marga subiu no posto de observação e a segui e não precisou subir apenas alguns degraus da escada para notar a multidão do outro lado.de onde eles tinham vindo??!!

--esses desgraçados estão pressionando demais o portão..—ela estava pensativa e era preocupante.

--comparado aos outros chega a ser piada. O metal ta entortando..—falei vendo todo o movimento.

--eles foram feitos para resistir o que for Mari mas as paredes não. A nossa sorte é que estão bem vigiadas.

--posso te perguntar uma coisa?

--manda.

--o que você fez com os contaminados do estádio?—com minha pergunta Marga olhou pra mim e tentou esconder seu curioso silencio.

--eu verifiquei e estava selado. Em todas as portas.(rs) e a proposito, tinha muito mais por la do que isso ai.algum idiota que deve estar perturbando eles pelos portões.

Tossi lembrando das porr*das que dei no portão e apesar da culpa aquilo não seria o bastante para atrair todos eles.

--todo dia aparece contaminados nos portões porem esses dai saíram de algum canto e espero que não seja mais uma surpresa do destino pra mim.então o que queria?

--houve uma votação sobre a criação ou não do conselho que queria ser o responsável da comunidade. Eles acreditavam que poderia te tirar do posto de dona do morro para auxiliar de recursos e já te conhecendo deixei tudo claro. Temos um trabalho a fazer para pelo menos deixar claro que pode exercer de acordo com eles.—desci e olhei Marga olhar pra mim curiosa.

--porr*, o que mais eles querem??—desceu ela da torre gostando nada da exigência.

--são muitas as preocupações para quem ainda não tem uma ocupação definida e tem uma gangue prejudicando os moradores.

--droga, já tinha dito pra Lina recolher essas motos por ai.tem varias pelo morro.

Marga montou em uma moto de uma das guardas do portão e pela sua feição ela estava puta.

--sobe.

--sério?mais uma aventura?

--(rs) fazer o que?sem você eu não sou nada.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 40 - Capitulo 40 A votação:
Lea
Lea

Em: 22/05/2022

Que povo hipócrita!!

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Dud
Dud

Em: 27/04/2022

Cara to presa demais nessa história, mas pqp, o tanto que eu to ansiosa pra Mari e Marga se pegarem, eu li tudo em 24 horas e a cada pedacinho de esperança eu me agarreu kkkk Pfvr, faça acontecer 

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