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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 96

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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

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Palavras: 3928
Acessos: 1992   |  Postado em: 16/04/2022

Capitulo 96

 

Capítulo 96º

Narrador

            A manhã de domingo amanheceu ensolarada. O vento era o que amenizava a alta temperatura. Alice e Rebeca ainda dormiam tranquilas. Mas como haviam dado ordem para Tereza chama-las cedo, foi isso que a mulher fez.

— Alice, Rebeca. Já passa das oito. — sua voz pode ser ouvida dentro do cômodo escuro.

            Rebeca se mexeu com cuidado, lembrando que Teodoro estava na cama com elas. Na madrugada ele chorou com fome, mas devido ao cansaço, ela decidiu leva-lo para dormir com elas. Saiu da cama lentamente. Antes deixou um travesseiro apoiando o menino, para que não rolasse e acabasse caindo da cama.

— Bom dia! Terê. Já estamos descendo.

— Certo. Não demorem. O café vai esfriar. — ordenou dando as costas e saindo. Rebeca apenas sorriu da atitude da mulher.

            Fazia alguns dias que Tereza reclamava sobre os horários das refeições da casa. Tudo estava fora de hora. Até as sonecas de Teodora estavam mudadas. Rebeca fechou a porta. Decidiu que tomaria banho antes de Alice. Aproveitando que os dois ainda dormiam.

            Alguns minutos depois já estava pronta. Vestia um short jeans, por cima do biquíni quando Alice entrou no closet.

— Bom dia! Meus amores. — falou sorrindo ao observar o sorriso dos dois. Alice segurava Teodoro.

— Bom dia! Amor. Não queria dizer nada, mas aparentemente alguém aprendeu a tirar a fralda. — contou olhando para Teodoro que tentava engolir uma das mãos.

— Não acredito! Você fez isso, filho? — ele só sorriu balbuciando algo.

— A sorte é que só tinha xixi na fralda. Imagina se fosse a bomba atômica que ele está acostumado a colocar para fora.

— Vou tirar os lençóis para lavar. — beijou seus lábios, em seguida a cabeça do filho. — Vai tomar banho com ele?

— Vou sim. Deixa-me aproveitar enquanto posso. — brinca.

— Tudo bem. Só não demora. Tereza já ordenou que fossemos logo o café iria esfriar. — Pode deixar. Vai ser rapidinho.

            Do outro lado da cidade, André tentava em vão fazer Dominique acordar. Eliel mal dormiu, ficou ansioso ao saber que iria conhecer a casa de Alice e Rebeca. Já Dominique parecia uma pedra quando dormia. Nada fazia a menina despertar.

— Dominique, eu juro que você vai ficar sozinha. — André disse já impaciente.

— Posso acordá-la? — Eliel pediu com um olhar típico de irmão mais velho quando quer aprontar.

— Pode. Mas nada que seja perigoso.

— Okay! — deu de ombros.

            Correu porta afora enquanto André continuava chamando a sobrinha. Eliel apareceu com um balde. Enquanto ele caminhava a água que estava dentro fazia barulho batendo nas bordas do recipiente.

— Você n-não... — falou olhado dele para Dominique. André já estava cansado de tentar acordá-la. — Tudo bem, mas se prepara para correr.

— Pode deixar.

            Eliel sorriu vitorioso. Pegou a água e virou em cima de Dominique. A garota sentou-se atordoada sem saber o que estava acontecendo. Seu irmão gargalhava apontando para ela.

— LIEL, EU JURO QUE COMETER UM “ATROCISMOS” COM VOCÊ. — gritou tentando se desvencilhar dos lençóis. O garoto como não é bobo saiu correndo do quarto. — Titio, como você permitiu que ele fizesse isso comigo? Eu pensei que era sua princesa. — falou emburrada. Cruzou os braços na altura do peito.

            Pacientemente André se pos de joelhos, ficando da altura da menina que chorava esfregando os olhos. Segurou-a pelos ombros carinhosamente, em seguida disse:

— Você é minha princesa linda. Mas dorme como um ogro, garota. — fez cócegas na barriga dela. — Já estamos atrasados para sair.

— Eu esqueci que íamos para casa da tia Alice e da tia Rebeca. — seus olhos brilharam. — E olha como minha cama ficou. — apontou para os lençóis molhados. — Vou ter resfriado se dormir nessas coisas.

— Ninguém vai ter resfriado. Vou colocar tudo no sol. Quando voltarmos já vai estar sequinho.

— Assim espero. Vocês já estão prontos?

— Sim. Estamos. Só falta você. — levou o dedo até sua barriga.

— Então vamos, preciso tomar banho. Quero ficar bonita para observar os cavalos da tia Rebeca.

            André até pensou em dizer ser pouco provável que Rebeca tivesse algum cavalo em sua casa. No entanto, preferiu não acabar com as esperanças de Dominique. O banho Dominique foi rápido. Alguns segundos depois André já tentava dar um jeito na cabeleira da menina.

— Não quero usar preso. — reclamou fazendo birra.

— Mas ele vai ficar lindo com esse coque.

— Prefiro solto. E armado. Meu cabelo é perigoso? — ela indaga curiosa.

— Perigoso? Por qual motivo seu cabelo seria perigoso?

— Ele anda armado. — brincou. André tentou conter a gargalhada, mas era impossível.

— Garota, você me aparece com cada uma. — dá de ombros sorrindo.

— Só queria o meu cabelo igual ao seu. Como era antes, não agora. Essas tranças não são bonitas. — diz enquanto acaricia a boneca.

— Mas quando eu fiz você disse que eu fiquei bonito. Está mentindo para o tio?

— Não foi mentira, só não quis ferir seus sentimentos. Afinal o que importa é que você esteja bem com a sua consciência.

— Aparência. — a corrige.

— Isso. Então esquece o que eu disse antes, suas tranças são legais. Mas prefiro meu cabelo solto.

— Tudo bem. Eu concordo que seu cabelo fica lindo com os cachos. Mas para defini-lo precisamos de alguns produtos, e não temos aqui hoje. Então, até, que eu possa comprar. Você se importa em usar o cabelo preso?

            Negou com a cabeça. Ficou quieta enquanto André fazia o penteado. Ao final ela se olhou no espelho e sorriu ao se achar bonita. André se sentia mal por ainda deixar faltar coisas simples para ela. Tudo o que a menina queria era usar o cabelo solto, mas não poderia. Ao menos por enquanto. Uma das primeiras coisas que iria fazer com seu salário, era comprar muitos produtos para os cachos de Dominique.

— Podemos ir? — a menina o tirou de seu devaneio.

            André não entendia bem o que aquele convite significava. Sabia que Alice e Rebeca gostavam muito de seus sobrinhos. Sabia que as mulheres eram generosas, a prova é o seu emprego sem nenhuma experiência. Outra prova era o que elas iriam fazer para todos do abrigo. Por um segundo chegou a pensar que eles poderiam ser a caridade da vez. Por isso não quis aceitar o celular. Mas esse convite o deixou encucado. Embora Alice tenha garantido que é apenas uma forma de distrair Dominique e Eliel, no fundo, bem no fundo André sabe que tem algo a mais. Só não conseguiu decifrar o que é.

— Senhor André? Podemos ir?

            O motorista esperava o rapaz sair de seu transe. Segurava a porta para ele entrar. Assim como Dominique e Eliel fizeram há alguns segundos. André assentiu. Entrando no carro. Não conseguia se acostumar com o motorista o chamando de senhor. Algumas vezes pensou até em corrigi-lo, mas não queria soar mal-educado, então acabava aceitando o título de senhor.

— Posso abrir a janela? Quero olhar os prédios grandes. — Dominique questiona olhando para o motorista. O homem sorri fitando-a pelo espelho.

— Como quiser senhorita.

— Tio, ele fala estranho. Eu nem sou uma senhorita. — ela pensa alguns minutos. — Afinal o que é uma senhorita? — pergunta alto o suficiente para o motorista escutar.

— Fica quieta, Domi. — André diz sentindo-se envergonhado.

            Ela dá de ombros e volta toda sua atenção para o vai e vem dos carros e prédios. Volta e meia aponta algo para Eliel ver. Aparentemente a raiva que sentiu dele se esvaiu. Levaram alguns minutos até atravessarem a cidade. Quando entraram no condomínio onde o casal mora, André pode então ter dimensão do quanto elas são ricas. As casas daquele lugar têm basicamente o tamanho de um campo de futebol. Foi isso que deduziu, apesar de nunca ter entrado em um campo antes.

— Uau! Olha que legal. Aquele menino tem um quadriciclo. — Eliel diz empolgado. — Que maneiro. — seus olhos brilhavam.

            Passaram algumas ruas, viraram em outras até que o carro parou. André não se atreveu a sair do carro antes que o motorista pudesse abrir a porta. Sabia que aquele era seu trabalho, não queria constranger ninguém. Muito menos parecer uma pessoa sem modos.

— Chegamos. — anunciou ao abrir a porta.

— Quem mora aqui é um gigante? — Dominique indagou olhando a porta.

— Domi! Para com isso. — André repreendeu.

— Mas tio Dré, olha o tamanho dessa porta. — apontou a imensa porta bem a sua frente.

— A porta é mesmo grande. — o motorista diz sorrindo. – Mas é o padrão. — aponta as outras casas.

— Ah! Legal. Eles têm pradrões.

— Padrões. — André corrigiu. Dominique sorriu segurando a mão do tio. Eliel fez o mesmo.

            André puxou o ar com força para seus pulmões. Estava nervoso, nunca havia ido a uma casa tão luxuosa quanto essa. Deram alguns passos. Até, que a porta se abriu. Alice apareceu com Rebeca que segurava Teodoro no colo. Parecia até comercial de tevê, uma família branca, rica, feliz.

— Falei que eles chegaram. — Alice diz sorrindo. — Oi! Pessoal.

— Oi! — responderam juntos. Estavam tímidos. Alice percebeu isso.

— Não ganho um abraço, Dominique? — a menina sorriu olhando para André, como se pedisse permissão.

            Ele assentiu. Ela soltou sua mão e caminhou até Alice. Atirando-se em seus braços. Fechou os olhos sentindo o afago em seus cabelos. Alice podia jurar que seu coração estava acelerado.

— Você está linda. — falou olhando-a.

— Estou? — fitou os olhos da outra como se não acreditasse no que escutou.

— Está sim. Igual uma princesa.

— Obrigada. Tio Dré que escolheu minhas roupas e fez meu penteado.

— Pois o tio André tá de parabéns. — Alice apertou suas bochechas.

— E eu? Não ganho nenhum abraço? — Rebeca questionou.

— Claro que ganha.

            Dominique a abraçou, em seguida Eliel fez o mesmo. André se conteve apenas a esticar a mão em um comprimento formal. Alice e Rebeca trocaram um olhar significativo. Houve um entendimento mútuo. Era notório que André não estava a vontade.

— Vamos entrar? — Alice abriu espaço para eles passarem.

            Eliel e Dominique não esconderam o quanto ficaram admirados pela beleza da casa. André vez ou outra fazia algum comentário.

— Cadê seu cavalo? — Dominique questionou puxando a mão de Rebeca, às duas caminharam de mãos dadas.

— Cavalo?

— Sim. Você disse que tem um cavalo.

— Ah! — Rebeca sorriu. — Eu tenho, mas não é aqui. É na fazenda.

— Você tem uma fazenda? — foi a vez de Eliel perguntar surpreso.

— Sim. Tenho. Quem sabe não podemos levar vocês para conhecer.

— Seria muitoooo legal. Eu poderia andar a cavalo. — Dominique disse com os olhos brilhando.

— Você vai se assustar. Cavalos são grandes. Aposto que você vai ficar com medo. A não ser que lá tenha pôneis, acho que neles você consegue montar. — Eliel provocou. Dominique mostrou a língua para ele. Alice e Rebeca riram da implicância.

— Meninos, por favor se comportem. — André pediu.

— Deixa, André. Isso é coisa de irmãos. Minha irmã e eu éramos exatamente assim. — ameniza Rebeca. — Que tal irmos para a piscina.

            As crianças se empolgaram com a ideia de entrarem. Mas André informou que não haviam trazido roupas adequadas para nadar.

— Não se preocupe. Nós providenciamos. — Alice sorriu mostrando as sacolas na cadeira.

— Presentes! — Dominique gritou animada.

— Sim. São presentes. — Rebeca completou. — Podem usar o quarto de visitas para se trocarem. Tereza irá os acompanhar.

            A mulher não tardou a aparecer na porta. Alice fez as devidas apresentações, em seguida os três seguiram a mulher para um dos quartos que fica no andar de baixo. Rebeca esperou estarem sozinhas para se aproximar da noiva.

— André parece desconfortável. — afirma.

— Normal. Esse sem dúvidas é um mundo ao qual ele não está acostumado. Um pouco de timidez já era de se esperar. Mas relaxa. Seja você. Vamos nos divertir, sem pressão. Apenas diversão. — falou beijando levemente seus lábios.

— Você tem razão. — fixaram o olhar. — Obrigada por ser tão maravilhosa. — acariciou seu rosto.

— Desculpe. Não queríamos atrapalhar. — André se apressa a falar quando os três voltam.

            Ele usa uma sunga azul-marinho. Dominique está com um biquíni com estampas de bichinho, Eliel usa uma sunga verde clara. Alice se separa de Rebeca. Fita os três:

— Vocês não atrapalharam. — sorri. — Que tal comermos algo? — aponta a mesa.

            O clima entre eles rapidamente melhoram. Gradualmente André vai ficando menos na defensiva. Consegue conversar sobre muitos assuntos, o que surpreende ao casal pelo vasto conhecimento que ele possui.

— Eu quero nadar. — Dominique diz. — Já comi demais.

— Daqui a pouco eu entro com você. — André explica.

— Mas eu quero agora, titio. — faz bico.

— Eu posso entrar com eles. — Alice se prontifica. — Se não tiver problema para você. Claro. — corrigiu sua atitude, não queria tirar a moral dele com os meninos.

— Tudo bem. — concorda.

            Alice fica de pé, tira sua saída de banho, deixando a amostra seu biquíni vermelho. Rebeca não desgrudou seus olhos do corpo da garota. André deu um sorriso de lado percebendo como a chefe despia a loira. Sabia que não era apenas algo sexual, era uma admiração, além disso.

— Desculpe. — Rebeca fala ao perceber que o garoto observava tudo.

— Não se preocupe. Acho bonita a relação de vocês.

— Você já namorou? — André muda a posição que estava. — Desculpe, não quis ser invasiva. Foi apenas curiosidade.

— Não precisa se desculpar. Entendo sua curiosidade. — faz uma pausa. — Mas respondendo a sua pergunta. Eu nunca namorei. Minha vida se resume a tomar conta daqueles dois. — aponta com a cabeça em direção a piscina. Dominique está agarrada a Alice, enquanto Eliel tenta derrubá-la de lá.

— Imagino o quanto deve ser difícil para você ter que abdicar de sua juventude para cuidar de duas crianças que tem quase  a sua idade, e tudo isso sem nenhuma ajuda.

— É bem difícil. Mas saber que eles estão seguros comigo mesmo eu tendo que abdicar de muitas coisas é melhor que imaginar como eles estariam vivendo com aquele pai deles.

— Então o pai deles está vivo?

— Sim. É um drogado.

— Ele os vê?

— Não. De forma alguma. Eu jamais permitiria que isso acontecesse. Ele colocaria os meninos em perigo. Nem gosto de imaginar.

— Nunca conseguiram nenhuma ajuda do governo?

— Não. Mas tenho esperança de que a indenização da morte da minha irmã possa ajudar.

— Como assim?

            Ele começou a explicar as circunstâncias da morte dela que aparentemente a polícia matou por engano durante um tiroteio. Apesar de ser usuária de droga, a garota parecia apenas ter ido ao lugar errado e na hora errada. O que fez com que Rebeca recordasse de Pedro.

— Você está bem? — André preocupou-se.   

— Sim. É que essa história me fez lembrar alguém. — fez uma pausa. Estava criando um laço naquele momento. Rebeca já sabia quase tudo da vida do garoto, parecia justo que ela dividisse algo intimo com ele. — Está com alguns meses que o pai do Teodoro morreu. — conta.

— Pai? Pensei que tinha sido inseminação.

— Não. Teodoro concebido da forma convencional.

— Então você é bi?

— Acredito que sim. Pedro era amigo do meu ex-noivo. Mas sempre foi apaixonado por mim. Quando nos reencontramos eu estava em um processo um tanto complicado. — olha para Alice. — Tentando fugir do que eu estava sentindo por Alice.

— Então ficou com ele para fugir da Alice e mesmo assim vocês estão juntas? Belo plano. — falou brincando. Rebeca relaxou ao perceber que ele estava mais à vontade com ela.

— Foi isso mesmo. — concordou. — Ficamos algumas vezes, quando percebi enfim  que realmente gostava de Alice, parei de fugir. Então descobri a gravidez. Tudo isso no mesmo dia. Me declarei para ela, em seguida descobri a gravidez.

— Mesmo assim ela ficou ao seu lado. Isso é amor.

— Eu sei. Tenho sorte. — confessa emocionada. — Alice é a melhor parte de mim. E ver diariamente a dedicação dela com o Teo só me encanta ainda mais. — faz uma pausa. — Pedro morreu nos braços dela. — diz com a voz falha. Parecia recordar do dia com precisão. André aperta sua mão. — Eu também fui baleada. Quase morri. — era a primeira vez que contava aquilo para alguém. Pois, todos que conversou depois que tudo aconteceu já sabiam o que havia acontecido.

— Sinto muito. Agora sei o porquê de  todos os seguranças.

— Sim. E o que mais dói e saber que meu próprio pai mandou fazer tudo isso.

— Seu pai?

— Sim. Ele mesmo. Inclusive recentemente perdi minha melhor amiga em uma emboscada que era para Alice. — diz sentindo as lágrimas banharem seu rosto.

            Teodoro começa a chorar no carrinho.

— Posso? — se oferece.

— Claro. — Rebeca diz com um sorriso.

— Acho que ele sentiu o peso do assunto. — comentou tentando aninhar o menino.

— Talvez. — concorda. — Aquela mulher que invadiu meu escritório é a mãe de Pedro, avó de Teodoro.

— Ah! Agora entendi toda a raiva dela. Perdeu um filho. Lembro-me bem das minhas fases do luto, a raiva foi a que mais levou tempo para passar.

— Mas você conseguiu.

— Sim, consegui. — os dois trocam um sorriso.

— Quero saber se as donzelas não têm planos de entrar na água. — Alice grita da piscina.

— Então, vamos nos juntar a eles? — Rebeca questiona.

— Vamos.

            André caminha até a beirada com Teodoro no colo. Rebeca tira sua saída de banho e vai para junto deles. Alice auxilia André a entrar com Teo. Mostrando como deve ser feito. Dominique e Eliel entendem que não devem jogar água para cima para não o assustar.

            Eles se divertiram conversando amenidades. Do lado de fora, próxima à sala. Tereza observava a cena. Algo em seu íntimo gritava dizendo que a partir daquele dia a família havia aumentado. Conversou pouco com André e as crianças, mas foi o suficiente para se apaixonar por eles. Eram educados, simpáticos e divertidos.

            Passava das onze quando o almoço foi servido. A timidez de início já não mais se fazia presente. Todos conversavam amenidades enquanto comiam. Alice foi deixar Teodoro no quarto, já que era hora de sua soneca, quando retornou viu que Dominique também estava cansada.

— Posso acomodá-la no quarto. — Alice diz.

— Não quero incomodar. — André responde envergonhado.

— Não será incomodo. Posso leva-la rapidinho. Depois podemos continuar conversando.

— Eu também quero dormir. — Eliel fala esfregando os olhos.

— Eu ajudo você. — Rebeca se prontifica. — Fique à vontade para conhecer a casa. — diz para André.

            Alice segue para o quarto carregando Dominique no colo. Rebeca vai logo atrás, segurando a mão de Eliel. André observa a cena sentindo um incômodo. Sentia como se elas estivessem tirando seus sobrinhos.

            O casal deixou as  crianças acomodadas na grande cama de casal. Pela fresta da porta André observava elas encarando os sobrinhos. Ele foi tomado de uma revolta, como se tivesse sido enganado aquele tempo todo. Elas não podiam tirar seus sobrinhos.

            Rebeca beija Alice, dizendo algo em seu ouvido. Quando fazem menção de saírem do quarto ele se apressa em não ser visto.

— Eu vou tomar um banho. — informa Alice.

— Tudo bem. Vou fazer companhia a André.

            Diz isso já caminhando em direção a área externa. Quando abre a porta percebe que André está chorando.

— André, está tudo bem? — toca seu ombro.

— Está tudo bem?! Sério que me pergunta isso. 

— Não entendi.

— Não se faça de louca. Durante todo esse tempo eu pensei que somos alguma espécie de caridade para vocês. Mas agora eu entendi tudo. — completa irritado.

— Entendeu? Do que você está falando?

— Vocês querem Dominique e Eliel. — afirma. Rebeca é pega de surpresa. — Você nem consegue negar.

— André, não é nada disso.                                                                                             

— Claro que é. Os presentes, o emprego. Foi tudo uma forma de me comprar.

— Não diga bobagens. — pede nervosa. — Não quero comprar você.

— Então vai negar que não tem intenção em cuidar dos meninos?

— Não posso dizer isso, pois não seria verdade. Mas as coisas não são com você está pensando.

— Você pensa que eu não dou conta. É isso?

— Claro que não! Você é o pai que aqueles dois não tiveram. Jamais pensaria isso de você. — tenta se aproximar. — Olha, não vou negar que tenho interesse em ajudar vocês, em cuidar de vocês. Mas de todos vocês juntos. Não apenas os meninos. Quero te dar uma chance de viver diferente. Quero ajudar a tirar toda essa responsabilidade de cima de você. Você é jovem, inteligente. Merece muito mais. — segura suas mãos.

            André sente o peso de suas palavras lhe estilhaçando a alma. Sempre sonhou em ser um adolescente normal. Fazer coisas que condizem com sua idade. Mas não queria abandonar seus sobrinhos. Não poderia fazer isso.

— Eu estou bem vivendo assim. — se desvencilha do contato da mulher.

— Alice e eu tínhamos planos de convidá-los para morar conosco.

— Não. Obrigada. Não precisamos de nada que venha de vocês. Posso cuidar deles, sozinho. Agora se me dão licença eu preciso ir para casa.

— André! Por favor. As coisas não precisam ser assim. — pede. — Eu gosto mesmo dos seus sobrinhos, e gosto muito de você. Só quero ajudar.

— Como eu já disse antes. Agradeço a ajuda. Mas estamos bem. Agora preciso ir.

            Sente suas esperanças irem por água a baixo. Senta-se na cadeira com o rosto entre as mãos. Até, que escuta a sala da frente bater. Não ousou olhar na direção da voz de Dominique que perguntava assustada o que havia acontecido. Rebeca chorou. Chorou como se uma dor cortasse metade de seu corpo ao meio. Não tinha dimensão do quanto estava envolvida com essa ideia de cuidar dos garotos até que a possibilidade de que isso não acontecesse lhe atingisse em cheio.

— Amor? O que aconteceu? — Alice questionou preocupada.

— Eles se foram. — foi a única coisa que disse antes de sentir os braços da noiva lhe envolverem com afeto.

— Shiii! Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui. — repetia tentando faze-la acalmar o choro.

            Rebeca fica inconsolável. Chora por longos minutos. Mesmo acalentada por Alice não consegue se controlar. Quando sua respiração controla ela diz:

— Eu estraguei tudo. Desculpa.

— Não foi sua culpa. André vai voltar. E se não voltar podemos ajudar sem ele saber que somos nós. Daremos um jeito. Está me ouvindo? — levanta seu queixo fazendo-a olhar para ela. — Nós vamos dar um jeito. Eu prometo. — beija sua testa a envolvendo em um abraço apertado.

Fim do capítulo


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Comentários para 99 - Capitulo 96:
Baiana
Baiana

Em: 19/04/2022

Mas rapaz! A criatura entendeu tudo errado e não deu chance para Rebeca explicar tudo direitinho.

Mas depois ele coloca a cabeça no lugar e terão um conversa com as duas,e ele não será besta de virar as costas para uma vida cheia de oportunidades para ele e as crianças.

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preguicella
preguicella

Em: 17/04/2022

Eitaaaaaa, André entendeu tudo errado, se bem que no mundo que a gente vive ele bem poderia estar certo, assim como ele tb poderia querer se livrar das crianças, mas tenho certeza que nossas meninas vão conseguir reverter essa situação e veremos todos juntos e felizes!

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Mille
Mille

Em: 17/04/2022

Poxa André entendeu tudo errado.

Mais como disse a Alice tempo para ele pensar. 

Bjus e até o próximo capítulo 

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