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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 5

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Palavras: 4109
Acessos: 2456   |  Postado em: 16/04/2022

Capitulo 97

 

Capítulo 97.º

Alice

            Sai de casa em cima da hora. Tenho uma prova importante hoje, e depois férias. Nada mais justo após tantos dias corridos. Meu motorista parece escolher os piores percursos, conto uns três engarrafamentos até que chegássemos à faculdade.

— Nossa! Jurei que teria que ir te buscar de helicóptero. — Anna diz ao me ver.

— Até que não seria má ideia. — reviro os olhos. — Saudades de dirigir. — confesso cansada. — Meu motorista de hoje pareceu uma tartaruga.

— Imagino. Mas agora chegar dessa raiva. Vamos entrar naquela sala e acabar com aquela prova. Depois só quero pensar em férias. — concordo com o que ela diz.

            Fomos juntas para a sala. Iniciamos a prova e juro que adorei. Depois de quase uma hora e meia esperava Anna do lado de fora. Ela correu em minha direção animada, mostrou sua prova toda orgulhosa.

— Nove! Tá de parabéns. — disse orgulhosa. — Agora podemos ir almoçar?

— Podemos sim. — concordou. — Mas vou com você. Meu carro está na oficina.

— Como você veio? — questionei curiosa.

— Heloísa me deu carona.

— Ela deu carona ou acordou cedo para vir te deixar?

— Isso importa? — questiona irritada.

— Claro. Se ela te deu carona ela já ia sair de casa independente de ter que te levar. Se ela acordou cedo para te trazer só significa uma coisa.

— Que ela é gentil. — revira os olhos batendo a porta do carro.

— Que ela está avisando que gosta de você.

— Meio obvio que ela gosta de mim. Afinal quem não gosta?

— Estou falando de um gostar diferente. — insisto.

— Não viaja. — revira os olhos. — E André alguma notícia? — muda de assunto.

            Desde o dia que foram almoçar lá em casa, André não apareceu mais para trabalhar. Rebeca segue o que eu falei com ela, sobre dar um tempo a André. Apesar de que tudo não passou de mal-entendido. Sabia que não seria fácil para ele receber qualquer ajuda nossa, só não esperava que decidisse que pudesse colocar a independência financeira dele em risco.

— Nenhuma notícia dele. — respondo afundando no banco. Sinto-me mal por ver o quanto Rebeca ainda se importa. Não poder fazer nada é a pior parte. Tenho medo de procura-lo e acabar piorando tudo.

— Ainda não entendo como ele pode sair do abrigo.

— No fundo, eu entendo. Ficou com medo. Suponho que pensa que iriamos fazer algo para tomar os meninos dele.

— Bobagem. Vocês nunca fariam isso.

— Você nos conhece o suficiente para saber que jamais, faríamos algo assim, mas ele não.

            Anna segura minha mão passando um pouco de conforto. Seguimos caminho conversando sobre uma festa que iria acontecer no fim de semana da boate. Anna fechou com um Dj famoso, conseguiu um milagre, pois a agenda dele era sempre cheia. Ela estava empolgada. Contava animada suas ideias.

— Convidou Heloísa? — questiono.

— Esqueceu que ela trabalha a noite?

— Não. Mas acredito que um convite seu ela jamais seria indelicada de recusar. — ela faz careta.

— Você acha mesmo que ela gosta de mim?

— Acho. — afirmo.

— Não sei. Estou insegura. Desde, que tudo aconteceu com...- sua voz falha. — ...Tália. A forma que me entreguei e acabei sofrendo, sendo enganada. Sei que ela morreu e eu preciso perdoar. Mas ainda é difícil esquecer. Esse tipo de traição deixa marcas. — confessa fitando as mãos.

— Acredito que você tenha todo o direito de sentir raiva pelo que ela fez. Uma hora isso vai sumir. Você conhece alguém, alguém que seja tão bacana quanto você. Então vai se apaixonar. Torço para ser Heloísa. Afinal ela é ótima na cama. — provoco rindo.

— Idiota. — dá um soco em meu ombro. — Ela é uma ótima pessoa. — afirma. — Só acho que preciso ter certeza que estou pronta antes de tentar algo. Não quer ser problema na vida de ninguém, e ela não merece minha bagunça.

— Uau! Você amadureceu. Em outros tempos estaria sofrendo, mas beijando outras bocas.

— Pois é, penso que o tempo da colheita chegou. Estou madurinha. — completa rindo. Gargalhamos juntas.

            Almoçamos em um clima descontraído. Percebia que lentamente Anna voltava a ser ela. Acredito que não foi apenas a traição que a deixou assim. Penso que ela carrega um pouco de culpa pelo que aconteceu. Já que Tália morreu enquanto ia atrás dela. Essa sem dúvida alguma não é o algo que se esquece de um dia para outro.

— Não querendo te assustar. Mas Virgínia acabou de entrar. — ela diz fitando a porta.

            Viro-me na direção e meus olhos fitam Virgínia e Lis. Caminham de mãos dadas enquanto conversam sobre algo. Virgínia sorri. É bom saber que ela está feliz.

— Essa mulher é muito gata. — Anna diz observando Lis.

— É sim. — respondo, mas meus olhos estão em Virgínia. Ela de fato está mais bonita. Parece alguns anos mais nova, talvez seja o novo corte de cabelo.

— Só para esclarecer, estou falando da Lis. — insisti.

— Eu também. — sorrio sentindo meu rosto arder.

— Que bom que superou sua ex, pois, elas estão vindo na nossa direção.

— Alice, que surpresa. — diz Lis atrás de mim.

— Não é? — sorrio. — Como vai Lis? — observo Virgínia me encarando.

— Bem. E você? Espero que tenha aumentado a segurança.

— Aumentei sim. Deixe-me apresentar, essa é Anna, Anna essa é a Lis.

— Muito prazer. — falam juntas.

            Há um instante de silêncio um tanto constrangedor. Trocamos apenas alguns olhares. Como Virgínia não falou comigo, achei melhor deixar assim. Não sei se ela contou sobre nosso envolvimento.

— Poderia apresentar vocês, mas sei bem que já se conhecem. — diz sorrindo.

—  Sim. Já nos conhecemos. — Anna toma a frente. — Como vai Virgínia?

—  Bem, Anna. E você?

—  Estou indo.

—  Alice. — se dirige a mim.

— Virgínia. É um prazer revê-la. — respondo simpática. Ela sorri.

—  Digo o mesmo. — força um sorriso. — Vamos? — chama por Lis.

—  Claro. Foi bom vê-la. — toca meu ombro. — Até mais.

—  Até. —  respondemos juntas.

            Virgínia caminha ao lado de Lis. Mas olha para trás por cima do ombro. Seus olhos encontram os meus. Claro que Anna percebe.

— Uau! Que situação tensa. Acredito que vocês precisam conversar.

— Não teve nada de estranho. – dou de ombros.

—  Não? E o que foi essa troca de olhar? – fico em silêncio. – Queria só ver se fosse com Rebeca. Você estaria mortinha da silva. Acho que vocês precisam mesmo dar um ponto final na história de vocês.

            Decido não responder nada. Talvez Anna tivesse razão. Talvez eu precisasse mesmo ter uma última conversa com Virgínia. Saber se ela está bem, contar sobre a minha vida. Mas o principal, é pedir desculpa pela armação da minha mãe.

            Terminamos o almoço alguns minutos depois. Assim que pago a conta vamos embora. Antes de me levantar, meus olhos ainda se chocam com os de Virgínia. Ela sorri levemente, aceno um tchau com a mão e saímos em seguida. Deixei Anna na casa de Heloísa. De lá segui para a empresa.

            As portas do elevador se abrem e avisto a mesa vazia. Rebeca continua sem assistente, mesmo após saber que André não voltaria. Entro após bater e escutar a voz de Rebeca me mandando entrar. Na sala estão presentes, tia Mile, a mamma e Rebeca.

—  Oi! Amor. – pensei que iria demorar. —  fala me olhando por cima dos óculos. Ela fica tão sexy fazendo isso. Meus olhos deslizam pelo seu pescoço até encontrarem seu decote. Ela está apoiada na mesa, com o corpo um pouco inclinado para a frente.

— Nossa! Acho melhor nós sairmos. Essa garota está comendo a Rebeca na nossa frente. – a voz da tia Mile me tira de meu momento de tesão.

—  Eu só...

— Está na puberdade. Eu entendo. —  provoca  tia Mile. —  Que tal vir participar de uma cosia mais adulta? Não estou falando de orgia. Nem se anima.

— Milena! —  a mamma repreende.

            Fito Rebeca que está completamente vermelha de vergonha. Deixo minhas coisas e vou em direção a elas. Tia Mile e a mamma fizeram a planta do condomínio. Rebeca está acertando os últimos detalhes. Vez ou outra pedia minha opinião sobre algo. Era bom observar o quanto elas estão empenhadas em fazer aquilo acontecer. Rebeca parece mais animada do que hoje mais cedo.

            Aparentemente ela está tentando distrair a mente para não pensar em André. Coisa que é bastante difícil. Afinal volta e meia eu me pego pensando neles. Em como estão, se estão bem. A agonia de não ter notícias é dura demais.

—  Então é isso. — a mama diz juntando tudo. — Milena e eu iremos visitar o terreno, avaliar.

—  Tomara que dê tudo certo.

—  Vai dar. – tia Mile diz. — Agora vamos, Alice continua com pensamentos indecentes. —  provoca.

—  Algum dia ela vai virar adulta? —  questiono olhando para a mamma.

—  Nunca. —  responde brincando. —  Estamos indo.

— Por favor tranquem a porta. —  tia Mile diz enquanto a mamma a empurra para fora.

            Rebeca sorri para mim. Saí de trás da mesa. Ela usa uma saia social cinca, justa. O salto deixa suas panturrilhas muito definidas. Sacudo a cabeça, tentando afastar meus pensamentos. Talvez a tia Mile tenha razão, entrei na puberdade.

— Que saudades. —  me abraça, beijando meus lábios em seguida. —  Como foi sua prova?

—  Tirei nove. E oficialmente estou de férias. Pena que não vamos aproveitar para viajar. —  enlaço sua cintura.

—  É mesmo uma pena. Mas pelo menos temos o feriado próxima semana. Estava pensando em ir para a fazenda. Fazermos nossa ceia por lá.

—  Seria perfeito. Se, a sua querida sogra já não tivesse deixado claro que a ceia será lá.

—  Hum! E se eu negociar com ela? Eu sou ótima em negociações. —  afirma com a voz baixa.

—  É mesmo?

—  Sim. Quer testar?

— Quero. —  afirmo entrando em sua provocação.

—  Eu posso te dar algo ótimo, se você prometer convencer sua mãe a ir viajar conosco.

- Me dar algo ótimo? O que seria?

            Ela não responde. Caminha até a porta, trancando-a. Volta caminhando lentamente até mim. Aponta seu dedo indicador em meu peito, me fazendo cair sentada no sofá de dois lugares. Começa a soltar dois botões de sua blusa de seda. Eu fico completamente petrificada, apenas a admirando.

—  Eu posso te dar muitas coisas boas. —  se aproxima, sentando e meu colo, ela dobra os joelhos apoiando um de cada lado do meu corpo. — Aliás, eu posso te dar tudo que você desejar. —  fala isso em meu ouvido.

            Rapidamente minhas mãos estão em sua bunda. Apertando por cima do tecido. Ela passa a ponta da língua em minha orelha. Meus pelos se arrepiam. Minha respiração falha, minha calcinha. Oh, Céus! Minha calcinha fica encharcada. Ela sorri, satisfeita com as reações do meu corpo.

— O que pensou quando entrou na sala? — pergunta olhando dos meus olhos para meus lábios.

—  Pensei em você rebol*ndo... — antes que eu pudesse completar, começa a se movimentar em meu colo. Aquilo me causa uma dor delicada e deliciosa.

—  Assim? —  provoca. — O que mais você pensou?

— P-pensei...

— Perdeu a fala? — faço que sim com a cabeça, estou hipnotizada. — Ainda bem que tudo que preciso ouvir é seu gemido. — desliza sua mão por meu pescoço, seus dedos invadem minha nuca. Tomando minha boca em um beijo urgente. Nossas línguas têm uma sincronia perfeita, sinto que posso morrer sem ar, mas não quero parar aquele contato. Nunca. Ela me quebra para em seguida me montar inteira.

            Com agilidade segura minha mão e leva em direção ao meio de suas pernas. Solto um longo suspiro quando percebo que ela está sem calcinha. Além disso, se encontra completamente molhada.

—  Quero você dentro de mim. —  ordena em um sopro.

            Não sou boba de questionar. Ela está pronta para mim, apenas esperando desejosa por ser tocada, por ser amada. Meus dedos deslizam com facilidade por sua cavidade. Ela arqueia o quadril, para logo em seguida começar a rebol*r. Se agarra a meu pescoço, me pede coisas com a voz rouca. A cada segundo eu enlouqueço um pouco mais.

            Seguro firme em sua cintura com a minha mão livre. Rebeca me beija de forma avassaladora, gem*ndo contra minha boca. Me pedindo para ir mais rápido, mais fundo. Eu sinto que posso desfalecer a qualquer momento. Suas unhas arranham minhas costas quando ela atinge o clímax. Sua respiração lentamente vai se acalmando. Ela continua agarrada a mim.

—  Não me canso disso. — fala. —  Mas é normal sentir vergonha?

—  Vergonha? —  questiono confusa.

—  Sim. Sempre que você me toca, parece que não sou eu no meu corpo. Minha mente, meus gestos, minha fala. Parece que outra pessoa toma conta de mim. Nunca fui metade que sou com você estando com outras pessoas.—  confessa corando.

— Isso é ótimo. Significa que te tenho por completo. Sua melhor versão. —  digo acariciando seu rosto. — Mas a senhora saiu sem calcinha hoje? Estava mal intencionada?

— Para. — reclama ficando ainda mais vermelha.

—  Não estou repreendendo. Adorei a surpresa. Por mim você pode me esperar completamente nua na sua mesa, e de preferência toda aberta para mim. – beijo seu pescoço.

— Safada. v diz rindo.

—  Mas apenas com você. —  digo fitando-a.

— É bom mesmo. —  lembro do que Anna disse sobre Virgínia e eu precisarmos conversar.

—  Encontrei Virgínia e Lis hoje na hora do almoço. — vejo a expressão dela mudar.

— Foi?

— Sim. Aparentemente estão bem e felizes. Assim como nós. —  digo afastando seu cabelo dos olhos.

—  Ninguém além das suas mães conseguem ser tão feliz quanto nós. —  diz rindo.

— Verdade. —  mordo o lábio. —  Nada do André?

— Não. E não quero falar sobre isso. Podemos trabalhar?

— Você me usa e agora quer que eu trabalhe? Vou te denunciar. Isso é abuso sexual.

—  Para de ser boba. —  diz brincando. —  Preciso ir me limpar. —  salta do meu colo e vai em direção ao banheiro.

            Acompanho seu caminhar quando ela some pela porta a fechando em seguida me pego pensando em Virgínia. Em como um dia pensei que ela poderia ser a mulher que ficaria comigo, construindo uma família como a das minhas mães. Mas eu estava enganada. Nós nunca poderíamos ficar juntas. Somos diferentes demais, fora a questão toda entre as minhas mães e Alana.

            Mas tenho que admitir. Talvez Anna tenha razão em dizer que precisamos ter uma conversa para acabar com o clima estranho sempre que nos esbarrarmos. Afinal quando isso acontecer e eu estiver com Rebeca não quero que pense que ainda sinto algo por Virgínia. Amo Rebeca, amo a família que estamos construindo. Não quero pensar que possam de alguma forma atrapalhar nosso futuro.

—  Podemos trabalhar? —  Rebeca diz fechando os botões de sua blusa.

            Concordei com um aceno e iniciamos nossa tarde de trabalho.

            O sol já se escondia quando começamos a desligar as coisas para sair. Combinamos de ir visitar Carmem. Amélia quase me implorou para irmos juntas. Aparentemente não se acostuma com a ideia de que sua mãe tem uma vida sexual com Lívia.

—  Poderíamos apenas cair na cama e desligar os celulares? —  me pede enquanto caminhamos de mãos dadas para o estacionamento.

— Não. Sua mãe nos convidou para jantar com elas. É isso que faremos. Fora que Amélia quase me implorou para ir.

—  Então ela te ligou? —  questiona.

—  Sim. Já disse que está tudo bem entre nós.

— Ótimo. Agora podemos casar. —  ela beija meu rosto.

—  Então era apenas isso que impedia? Se eu soubesse teria feito as pazes antes. —  falo para ela. Porém, já está entrando no carro.

            Fico parada no estacionamento. Abaixa a janela do carro.

—  Nos vemos em casa. —  pisca-me e sai.

            Permaneço parada. Apenas sorrindo feito uma idiota. Nunca pensei que eu pudesse desejar tanto algo como desejo me casar com essa mulher. Balanço a cabeça tentando organizar meus pensamentos. Olho para o outro lado do estacionamento. Por um segundo posso jurar que alguém me fita. Não consigo ver seu rosto, pois as sombras não permitem. Posso até estar ficando louca, porém por um instante posso jurar ser André.

—  Ei! Você. Espera! —  grito já dando alguns passos em sua direção, mas não consigo acompanhar. Ele se foi.

            Fico frustrada. Afinal se ele foi até ali, era por ter esperança de nos encontrar. Talvez esteja precisando de ajuda. Talvez seja até Dominique ou Eliel que precisem de algo. Sinto-me completamente inútil. André não poderia ter tirado os meninos do abrigo. Colocando-os em perigo dessa forma. Volto para o estacionamento e sigo para casa.

            Decido não contar a Rebeca o que aconteceu, quando entro vejo-a brincar com Teodoro. Beijo os dois e sigo para o quarto. Preciso de um banho. O dia hoje foi puxado demais. Deixo a banheira enchendo enquanto tiro minhas roupas. Quando entro na água, sinto meus músculos relaxarem de imediato. Fecho os olhos, tentando acalmar minha mente.

            Sinto o corpo de Rebeca se juntar ao meu. Senta-se entre minhas pernas. Envolvo meu braço em seus ombros. Um suspiro escapa de seus lábios. Apoia a cabeça em meu ombro. Ficamos assim, em silêncio por longos minutos. Apenas curtindo o momento.

—  Uau! —  exclama Rebeca ao me ver descer as escadas. Ela terminou primeiro do que eu. Decidiu então que iria ficar um pouco com Teodoro. —  Você está linda.

— Obrigada. Você também está maravilhosa. —  sorrio observando suas curvas perfeitas no vestido.

—  Podemos ir? Separei um vinho para levar.

— Podemos sim. Essa é uma ótima ideia. —  concordo.

            Despedimos-nos de Tereza. Em seguida já estamos no carro rumo a cobertura. Sei que grande parte da falta de vontade de Rebeca em ir para esse jantar é pelo local. Vai ser a primeira vez que ela vai até lá após a morte de Tália. Teodoro está adormecido na cadeirinha. Levamos apenas alguns minutos para chegar.

—  Você está bem? —  questiono percebendo se nervosismo.

—  Sim. Estou. É que ainda é muito estranho vir aqui e não a encontrar. — confessa apertando minha mão.

—  Eu imagino. Mas vai ficar tudo bem. —  afirmo.

            As portas do elevador se abrem. Estamos diante do último andar. Toco a campainha e para minha surpresa quem abre a porta é Virgínia. Rebeca olha para ela, em seguida para mim.

— Oi! Sua mãe me pediu para abrir a porta. —  diz envergonhada.

—  O que está fazendo aqui? — seu tom soou um pouco ríspido.

—  Eu, bem. A sua mãe está namorando a irmã da Lis, minha namorada. —  esclarece.

—  Se importa de entrarmos? — eu interfiro. Teodoro começa a choramingar no carrinho. – Ele precisa comer.

— Claro. Me desculpe. Fiquem à vontade. —  dá espaço para passarmos.

            Posso escutar a respiração ofegante de Rebeca logo atrás de mim.

—  Filha, que bom que che....

—  Se importa de nós usarmos seu quarto? Teo precisa comer. —  corta a fala dela.

—  Não. Vocês já sabem o caminho.

            Sigo Rebeca pelo corredor. Ela abre a primeira porta. Assim que passamos para o lado de dentro ela solta o ar dos pulmões com força. Eu pego a mamadeira de Teo, me sento na cama com ele.

— Você precisa se acalmar.

—  Eu estou calma. —  diz sem nem ao menos me olhar.

— Não é o que parece. Foi grossa com Virgínia por zero motivo. —  falo calmamente.

- Ah! Me desculpe se fui grossa com a sua amiguinha. – responde de forma rude. —  Quero só vê a cara da Letícia quando ver a Virgínia aqui.

—  Acha mesmo que ela vai se importar? Amélia e ela estão praticamente casadas.

—  Você acha mesmo seguro continuar defendendo aquelazinha? —  diz irritada.

— Fala baixo. Está assustando o Teo.

—  Não sei o que a mamãe tem na cabeça, já não bastava namorar aquela enfermeira assanhada. Ainda coloca essa mulher aqui dentro. Sabia que eu não deveria ter vindo. Completa aborrecida.

 — Rebeca, quanta infantilidade. Você não pode ficar irritada por sua mãe namorar alguém que você nem conhece, mas não gosta. E muito menos por quem ela resolve convidar para jantar aqui.

—  Pensei que isso era um jantar de família.

— Continua sendo. O que não quer dizer que ela não possa convidar outras pessoas. — completo.

            Ela aperta os olhos com força. Tentando controlar o ciúme. Pois, sei que, no fundo, todo esse ‘show’ é apenas insegurança pela presença de Virgínia.

—  Amor, olha para mim. —  peço com calma. —  Nós vamos nos casar. Temos um filho juntas. Queremos outros, quando você vai perceber que esse ciúme é bobeira? —  ela me fita com o semblante um pouco mais relaxado. —  Não precisa disso tudo. Eu sou sua. —  afirmo. —  Agora vem aqui me beijar, pois, eu não posso sair. —  mostro o Teo.

            Mesmo contra vontade caminha até mim, cola seus lábios nos meus com carinho.

—  Jura que não sente nada quando a vê?

—  Juro. Minha história com ela ficou no passado. Você já deveria saber disso. Vocês são minha vida, nada pode mudar isso. Eu te amo.

—  Eu também te amo.

            Assim que terminamos de amamentar Teodoro voltamos para a sala. Os olhares se voltam em nossa direção.

—  Nós trouxemos um vinho. —  Rebeca sorri entregando a garrafa a Lívia.

—  Obrigada. Querem beber algo?

—  Alice adora uísque, vai beber comigo e Virgínia. Não é?

            Rebeca me fita. Carmem espera minha resposta. Aceno que sim com a cabeça.

—  Virgínia sirva mais uma dose. —  Virgínia vai até o bar e volta com o copo.

—  Aqui está, sem gelo. Do jeito que você gosta.    

            Droga! Precisava mesmo ela enfatizar que ainda lembrava de como gosto do meu uísque? Rebeca revira os olhos. Viro o líquido quase de uma vez. Lis apenas observa a cena enquanto ajuda Lívia a preparar o jantar.

            A campainha toca. Aproveito que Carmem pegou Teodoro e me prontifico a abrir a porta. Assim poderia alertar Amélia, e ainda  fugir do olhar acusador de Rebeca.

—  Eu atendo. —  saio quase correndo. — Oi! Tudo bem? Rebeca está te esperando. —  falo rapidamente enquanto fito Amélia. Letícia caminha na nossa frente. —  Só queria te alertar sobre uma coisa. —  tento dizer enquanto caminhamos lado a lado.

—  O quê? —  questiona, mas já estamos diante das cinco mulheres. Amélia arregala os olhos surpresa, assim como eu fiquei. — Virgínia?

            Letícia que estava completamente envolvida cumprimentando Rebeca se vira rapidamente na nossa direção. Olha para Virgínia e então entende tudo.

— Era sobre isso que eu queria te alertar. —  falo próximo ao ouvido dela.

—  Como vai Amélia? —  Virgínia sorri.

—  Bem e você?

—  Estou ótima. —  elas sustentam o olhar por alguns segundos. Letícia faz um barulho com a garganta chamando a atenção de Amélia.

—  Virgínia, deixe-me apresentar minha namorada. —  vai rapidamente para o lado de Letícia. —  Essa é Letícia, minha namorada e essa é a Elisa. —  sorri.

—  Muito prazer. —  estica a mão para ela. Letícia encara seu rosto depois sua mão, só então a segura.

—  Então você é a famosa Virgínia? —  houve um momento de silêncio em que tenho certeza que até Elisa entendeu que não poderia espirar.

—  A Virgínia sou eu sim, quanto a famosa não tenho certeza. —  responde sem perder a pose.

— Gostei dela. Tem senso de humor. —  Letícia diz olhando para Rebeca.

—  Será que podemos largar as facas e tomarmos algo? —  Carmem interviu.

 

            Eu juro que poderia esperar tudo dessa noite. Menos que a terceira guerra pudesse acontecer. De um lado, Rebeca aliada com Letícia, do outro, Virgínia com sua bravura. Quero só ver aonde isso vai dar. E espero estar viva até lá.

Fim do capítulo


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Comentários para 100 - Capitulo 97:
Baiana
Baiana

Em: 19/04/2022

Eita mundo pequeno! Mas a Rebeca demonstrando insegurança só vai provar que ela não está segura com o relacionamento,e vai deixar nas entrelinhas que a Virgínia ainda tem poder de afetar a Alice.

E quanto ao André... será que está lutando contra o orgulho para pedir o emprego de volta?

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 17/04/2022

Eita que claro, hein! Esse jantar vai dar o que falar ou será que finalmente Rebeca vai ver que não precisa sentir ciúmes, que Alice é uma trouxa apaixonada por ela e só por ela!

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 16/04/2022

Misericórdia! Eu teria saído pela tangente não ficaria nem com reza forte nesse jantar.

Responder

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Socorro
Socorro

Em: 16/04/2022

Autora Cd o cap 96!??

Pulouuuuu

bjs

Responder

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Mille
Mille

Em: 16/04/2022

Só mesmo Carmem para colocar Virgínia na frente dessas mulheres e a Lis será que vai ficar quieta???

Esse jantar vai fazer indigestão para Amélia, Rebeca e Alice.

Bjus e até o próximo capítulo 

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