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Fique por Leticia Petra

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Palavras: 4801
Acessos: 3973   |  Postado em: 11/04/2022

Capitulo 11 - Mentes em colapso.

 

      As minhas bochechas queimavam em lembrar que fui pega em um momento pervertido e pior, pela própria causadora disso. Ainda não podia acreditar no momento que tivemos no banheiro, da sensação de sua boca em minha...

— AH! QUE INFERNO! – Pressionei o travesseiro contra o meu rosto. – Zoe, sua... por que tem que ser assim tão...

“Gostosa? Sim.”

Ela estaria dormindo?

— Foi tão bom, eu queria passar uma noite inteira com ela. – Para que mentir? Eu estava muito apaixonada.

      Apaixonada por todas as nuances daquela mulher, por suas versões, principalmente a que vinha demonstrando nos últimos dias. Aquela Zoe protetora, carinhosa, essa que até então, não havia conhecido. A primeira vez que estou pensando de verdade em alguém, que sinto tantas coisas, mas tinha que ser justamente por ela? Precisava caminhar um pouco.

— Vou enlouquecer desse jeito.

Olhei as horas e já se passavam da meia noite. Eduarda, Eric e Ben já haviam ido há 1 hora.

      Decidi andar um pouco pelos arredores da fazenda, a noite estava esplendida, o vento agradável. Me sentia completamente confortável com aquele ambiente, com o ar puro, o barulho dos bichos. Bem no horizonte, podia ver algumas luzes de casinhas vizinhas.

— Esse lugar é incrível, não é? – João acabou me assustando.

— Nem havia percebido que alguém estava se aproximando. – O encarei.

Estávamos no cercando que dividia a área do casarão e o vasto pasto.

— Não quis te assustar, me desculpe. – Pela primeira vez na vida, ele não parecia ser uma presença incômoda.

João estava diferente.

— Posso fazer uma confissão? – Ele se apoiou no cercado. – Acho que se eu nunca disser, irei me arrepender pelo resto da vida.

— O que seria? – Sua atenção estava no horizonte.

— Eu sempre fui apaixonado por você. – Ergui as sobrancelhas, em total surpresa. – Quando conheci a Zoe, foi por intermédio da Marina. Eu era muito ambicioso, queria provar algo pra minha família e foi por esse motivo que comecei a dar em cima da Zoe, mas quando eu te vi a primeira vez.

Me recordo perfeitamente da ocasião, o achei bonito, mas como ele era bem mais velho, apenas deixei para lá.

— Lembro das sensações, mas a minha falta de caráter não me deixou desviar do meu objetivo, eu sou um homem ruim... – A voz de João soou triste. – Mas estou tentando melhorar, tentando merecer as coisas boas que estão me acontecendo.

— Então, você nunca amou a Zoe? – Ele me encarou, me analisou por alguns segundos e depois sorriu.

— A gente nunca se amou, quando ela descobriu os motivos que me fizeram ir até ela, Zoe passou a me castigar diariamente. Passamos a viver um casamento de conveniência. – Então aquela felicidade toda era só faixada desde sempre?

— Por que ela decidiu casar com você? – Eu deveria calar a boca.

— A princípio, Zoe se forçou a sentir algo por mim... ela jamais assumirá, mas ela queria mesmo saber como que era sentir amor, paixão por alguém. Zoe se forçou, eu sempre soube.

Eu realmente não sei nada sobre ela.

— Por que decidiu me contar isso logo agora? – Toquei seu ombro. – João?

— Porque notei que há um sentimento crescendo entre vocês, vejo o quanto a Zoe mudou em relação a você, mas ela jamais vai admitir isso. O que sente por ela, além de tesão? – Pude sentir as minhas bochechas esquentarem.

Eu deveria dizer a ele, depois de ter confessado seus sentimentos? Sim, a sinceridade dele merecia uma resposta.

— Não poderei ser o homem da sua vida, mas você pode me ver como um amigo. – João segurou a minha mão e com gentileza, a beijou.

— Eu me apaixonei, mas sei que não é reciproco. – Começava a ficar mais frio. – Zoe me vê apenas como um corpo que ela está louca pra se satisfazer.

— Não faça como eu, vai por mim, guardar tanto sentimento é sufocante. – Que momento mais inusitado.

O ex-marido da Zoe me dando conselhos amorosos sobre ela.

— Do que tá rindo? – João me encarou.

— Não vê a ironia dessa situação? É tão louco...

— Isso é verdade, mas me sinto um pouco mais aliviado. – Ele sorriu. – Vamos entrar? Tá ficando muito frio.

— Vamos sim...

Caminhamos lado a lado, chegando ao segundo andar.

— João?

— Sim?

— Obrigada pela conversa. – Sua expressão foi de surpresa. – É bom saber que alguém com tanta generosidade me enxergou. Boa noite.

— Boa noite, Olivia.

Entrei no quarto me sentindo mais leve.

 

No dia seguinte.

      Acordei cedo, preparei o meu próprio café e deixei o casarão, indo até os estábulos. O sol já havia nascido há duas horas e o cenário não poderia ser mais lindo. Nunca me senti tão parte de algo como agora.

      Tão revigorante, que quase me fazia esquecer do cenário que nos levou até ali. Onde estaria o infeliz do Fábio? Desejava com toda a minha alma que ele fosse pego e passasse o resto da vida na cadeia.

— Caiu da cama? – Me virei ao ouvir aquela voz rouca.

E por Deus, como ela ficava linda em roupas casuais.

— Bom dia, Olivia. – Por alguns segundos, esqueci até o que estava fazendo.

“Então é assim? Ficamos retardados quando apaixonados? Que lastima, Olivia.”

— Bom dia, Zoe... – Ela se aproximou, levantando os óculos escuros.

— Vamos dar uma volta? Preciso verificar algumas coisas pela fazenda e ir à cidade. – Seu cheiro invadiu os meus sentidos. A noite passada resolveu castigar a minha cabeça.

“Estou tão babaca, meu Deus...”

— Vamos, eu queria mesmo andar por aí. – Zoe sorriu e outra vez senti como se houvesse sido atropelada pelo caminhão da cafonice, pois achei o gesto lindo.

      Entramos em um carro 4x4 da fazenda, um dos seguranças vinha logo atrás. Aquilo me fez pensar novamente: onde estaria o infeliz do Fábio? Nem Zoe e nem o João nos disseram mais nada a respeito, o que era preocupante.

Ele teria mesmo coragem de matar? Ele já teria o feito?

— Vamos ao local de trabalho do Eric, será bem rápido e depois poderemos passear um pouco por aí. – Voltei ao presente.

Olhei Zoe de perfil.

— Não tenho pressa, vou precisar conhecer o local, afinal vou passar um tempo por aqui. – Ela me olhou rapidamente e sorriu.

Ela precisava parar de fazer isso sem avisar, o meu lado apaixonado iria ter um infarto a qualquer momento.

— Você é uma mulher linda, Olivia. Não me olhe dessa forma, não posso tirar a atenção da estrada. – Por que ela tinha quer ser assim, tão... irresistível? – A noite passada, ainda não pude esquecer.

Minha bochecha esquentou.

— Você diz que não pode se distrair e fica falando essas coisas. – Desde quando sou tímida assim?

Zoe gargalhou, me deixando ainda mais abobalhada.

— Você é uma caixinha de surpresas, menina...

— Posso ligar o som? – Queria fugir daquela conversa, afinal, eu nem sabia o que dizer ou fazer.

Essa definitivamente não era eu.

— Pode sim... o que você quiser. – Ela sorriu.

Tão linda.

“Saí desse torpor, Olivia, pelo amor de Deus.”

      Peguei o meu celular, conectando o bluetooth e dei play na primeira música, mas o que deveria ser uma distração, só deixou o clima ainda mais estranho.

— Não, volta... eu gosto dessa música. – Zoe pediu e eu apenas atendi.

A drop in the ocean.

— A drop in the ocean, a change in the weather… I was praying that you and me, might end up together… - Ela passou a cantarolar. – Você também assistia a essa série?

— Sim, eu adorava e essa música virou uma das minhas preferidas. – Zoe me encarou, enquanto parava o carro na garagem da construção impecável.

— É a minha também. Confesso que mexeu muito comigo.

“Você mexe comigo, Zoe.”

Eu senti uma vontade louca de beija-la. E por que não? Ontem chegamos bem mais longe.

— Eu...

      Não deu tempo de pensar ou dizer mais nada, só pude fechar os olhos e sentir a boca de Zoe dominando a minha. Senti uma vontade absurda de subir em seu colo e ser segurada daquela forma que ela sempre fazia, mas lembrei de onde estávamos.

— Zoe... – A afastei, rindo da situação, pois ela não estava nenhum pouco preocupada.

Ela me acompanhou e eu achei lindo. Essa paixão me causaria sérios danos, muitos danos.

— Mais tarde você não escapa. – Ela saiu do carro e para a minha surpresa, abriu a minha porta.

— Obrigada. – Zoe tirou os óculos, me olhando com demora.

Muitos danos.

— Zoe, que bom vê-la outra vez. – Um homem alto, parecia ser forte e era muito bonito, se aproximou. — Bom dia.

Algo me incomodou na forma que o seu olhar analisou as pernas da Zoe.

— Olá, Charles... vim apenas dar uma breve passeada pelo prédio. – Ele me olhou da cabeça aos pés e eu me senti ainda mais incomodada.

Asco, uma inquietação que eu decidi não nomear.

— Quem é essa mulher linda? – Ele pegou a minha mão e beijou o dorso. — Alguém já te disse que você deveria ser modelo?

Que clichê.

— Sugiro que não jogue charme, Charles. – Zoe interrompeu o contato, tomando a minha mão que antes foi beijada pelo tal Charles. – E nem olhe para ela dessa forma outra vez, lembre-se do seu lugar ao falar com uma Cavalcante. Outra, esses assédios ainda irão custar o seu emprego.

Olhei para a Zoe e preciso confessar, eu me senti confortavelmente bem com a forma que ela foi protetora.

— Peço perdão, não irá mais acontecer. – O carinha não sabia onde enfiar a cara.

“Bem feito.”

Passamos por ele.

— Bem-vinda a mais um empreendimento da Cavalcante. – Ela brincou, tão lindamente a vontade.

Olhei para todos os lados, tentando disfarçar o meu estado.

— Esse lugar é grande... – Então meu tio tinha negócios próprios. – Zoe, em quanto está estimado o patrimônio de vocês?

Ela me encarou, erguendo as sobrancelhas.

— Nosso, Olivia, você é uma Cavalcante. – Não, eu não era. – Cerca de setecentos milhões, entre todos os imóveis, negócios e afins.

— Uau...

— Vocês aqui... – Eric se aproximou.

Ele estava engraçado de roupas formais.

— Vou deixar a Olivia com você, Eric, volto em poucos minutos. Tudo bem? – Ela perguntou a mim.

— Tudo bem.

Zoe entrou em uma das salas a poucos metros.

— Não sei se o que rola entre vocês é secreto, mas o seu olhar tá te entregando. – Arregalei os olhos.

— Não, eu não... nós...

Eric passou a rir.

— Calma, não vou contar a ninguém. – Ele colocou o braço sobre o meu ombro. – Teu maninho é bom em guardar segredos.

Ele me fez sorrir, me deixando a vontade.

— Pare de falar besteiras e me leve pra ver o que faz.

Saímos lado a lado pelo corredor.

      Eric havia ganhado uma pequena sala, onde fazia serviços leves de secretariado. Ele parecia feliz e em meio a todos os nossos problemas, me deixava bem ver o meu irmão relaxando também.

— No outro emprego, como era? – Ele me serviu café.

— Bem, eu trabalhei como faxineiro em um supermercado. O lugar era complicado, muito trabalho e pouco reconhecimento.  – Bebi um gole.

— O que sente vontade de fazer? – Seus olhos se fixaram nos meus.

— Oh, eu queria empresário, até tentei montar uma pequena loja... – Ele ficou sem jeito.

— E por que não deu certo?

— A pandemia estragou tudo, tive que vender os produtos e devolver o ponto. Maria ficou doente, foi uma loucura. – Uma ideia surgiu em minha cabeça.

E eu não pude passar por isso com eles. Droga!

— Que tal, futuramente, a gente tentar de novo? Mas dessa vez, juntos. Quando o meu p... quando aquele homem for preso, poderemos tentar. – Meu irmão sorriu. – Até lá, podemos ir guardando dinheiro. Também voltarei a trabalhar.

— Eu vou achar ótimo... – Seu olhar se tornou tão amoroso, que fui incapaz de dizer alguma coisa.

Um irmão.

— Achei vocês, vamos Olivia? – Zoe surgiu na porta.

— Vamos sim. – Fiquei de pé. – Ainda vamos falar mais sobre isso.

Eric passou a me olhar daquele jeito acusador.

— Cuida da minha irmãzinha. – Esse idiota.

— Eric...

— Vou cuidar, um dos seguranças está fazendo a nossa guarda. – Ela não entendeu o duplo sentido das palavras do meu irmão.

Ufa!

— Vamos, o Eric tem muito trabalho. – Segurei Zoe pelo braço e saímos da sala, antes que ele dissesse alguma besteira.

      Saímos da fazenda, pegando a estrada até a cidadezinha. Durante o caminho, ouvimos músicas e para a minha surpresa, havia muitas em comum. Me sentia à vontade com ela, era como se fossemos um casal.

Um casal... que bobeira a minha.

— Tem um lugar que vende algo muito bom. – Paramos em frente a uma casa, ela tinha uma estrutura antiga.

“Delicias regionais.”

— O que vende aqui? – Entramos e era ainda mais bonito por dentro.

Havia algumas mesinhas.

— É uma casa de farinha, eles fazem beiju de todos os tipos. É uma delícia... – Zoe segurou a minha mão.

Isso me causou uma sensação incrível.

— Nem lembro a última vez que estive aqui, mas lembro que é muito bom. – Zoe puxou uma cadeira para mim.

— Bom dia, sejam bem-vindas. O que vão querer? – Uma senhora se aproximou.

— Bom dia! – Zoe e eu dissemos juntas.

— Posso te indicar algo? -  Ela me perguntou.

— Vou confiar em seu bom gosto. – Jamais imaginei que a Zoe comeria coisas tão simples.

O quanto mais ela me surpreenderia?

— Vou querer dois capuccinos e dois beijus doces, por favor. – A senhora anotou tudo e sorriu.

— Volto em vinte minutos...

— Nunca pensei que você frequentava lugares assim. – Ela apoiou o queixo sobre seu punho e passou a me encarar.

— Pode não parecer, mas eu gosto mesmo da nossa cultura. Temos uma das melhores culinárias do país, se não a melhor.

— Isso significa que sairemos mais vezes e poderemos tomar um tacacá? – Zoe sorriu.

— Tá me convidado pra sair? – Sorri de volta.

— Só se a resposta for sim, se for um não, finge que nunca tivemos essa conversa. – O som da sua risada me deixou temporariamente fora do ar.

Eu estava em queda livre nesse abismo.

— Eu aceito, assim que voltarmos a Belém, a senhorita me levara para esse encontro. – Essa mulher leve e solta a minha frente, ela irá me enlouquecer a qualquer momento.

Deveria dizer a ela tudo o que estava sentindo? Não, esperaria mais um pouco.

— Então temos um encontro. – Senti vontade de toca-la, mas novamente lendo os meus pensamentos, Zoe se antecipou.

— Pode ter certeza que sim. – Seus dedos passaram a fazer carinho em meu dorso.

Conti o suspiro que ameaçava denunciar o meu estado.

      Zoe tinha razão, era tudo uma verdadeira delicia, então decidi levar alguns para os meus irmãos e para o Ben. Eles certamente iriam amar. Decidi levar para a minha mãe também.

      Ao voltarmos a fazenda, Zoe entrou em uma outra estrada e essa nos levou até uma grande mangueira. Ela estacionou embaixo, onde a sombra era mais fresca. Acredito que já se passava do meio dia. Tudo aqui era lindo ou era essa felicidade em meu peito que estava deixando tudo mais bonito?

Deus...

 

 

Linda, os meus olhos não cansavam de admirar essa mulher.

— Eu não aguento mais essa vontade de te beijar. – Toquei a face corada pelo calor.

      Soltei o cinto de segurança, Olivia fez o mesmo, ela saiu do seu lugar, montando de frente para mim. Segurei em sua cintura, da forma que eu já havia notado que ela gostava, meu lábio inferior foi ch*pado, depois a boca dela me fez ir ao céu. O sabor era divino, a textura daquela boca macia podia facilmente me deixar fora de mim.

Eu queria tirar as suas roupas, as minhas. Queria sentir novamente seu sex* em minha boca.

— Tira a roupa... – Pedi com a voz falha.

— Também quero sentir seu corpo. – Ela respondeu, com a voz entrecortada, enquanto eu mordiscava seu pescoço e colo. – Quero te ver nua, poder te dar prazer também, mas quero total liberdade para isso.

— Tudo bem... – Ela tinha razão, em uma cama e totalmente nuas seria ainda melhor. – Vou esperar.

— O segurança tá logo ali. – Olivia gargalhou.

— Ele veria um grande espetáculo... aí. – Ela me beliscou. — Au...

— Engraçadinha. – Toquei sua face, a trazendo para mim.

Voltamos a nos beijar, mas com um pouco mais de calma.

      Ao chegar no casarão, estacionei atrás a pedido de Olivia. Ela tirou o cinto e me encarou por alguns segundos. Queria poder ler o que se passava em sua mente. Daria tudo para entender o que se passava dentro de mim quando estava com essa mulher.

Talvez eu soubesse.

— Vou entrar primeiro. – Ela me deu um selinho rápido. – Obrigada por essa manhã, eu amei.

      Sem me deixar responder, Olivia saiu do carro e entrou pela cozinha. Toquei a minha testa, rindo sozinha. Fechei meus olhos e aspirei o cheiro floral dela tão presente.

Olivia.

O meu celular tocou e um número desconhecido apareceu na tela.

— Alô? – Me olhei no espelho do retrovisor.

A minha expressão...

— Oi, Zoe... sentiu a minha falta? – No mesmo momento, o meu humor mudou.

— Escuta, quando você for preso, vou adorar contratar uns amiguinhos pra te dar uma lição dentro do presidio. – A risada dele me deixou ainda mais enfurecida. — Tudo o que você fez a Olivia, tenha a certeza que pagará com juros.

— Bem, antes disso, vou destruir com sua família. Vou tirar o que mais ama, sua vagabunda. Vai se arrepender por ter me denunciado, Zoe. E quanto a inútil da Olivia, tenho alguns planos pra ela.

— Não me faça rir, seu maldito... – Olhei ao redor. – Acha mesmo que tenho medo de um verme? Você sim é um completo inútil.

— Tem medo sim, tanto que foi pra essa fazendinha, achando que eu jamais iria descobrir. Ah, Zoe, em breve vamos acertar as contas...

Então a chamada foi encerrada.

     Sai do carro, a procura do administrador da fazenda e pedi a ele que reunisse todos os homens que faziam a segurança das terras. Pouco mais que cinco minutos depois, todos estavam diante de mim.

Estávamos em uma pequena casa, usada como alojamento.

— Olhem bem pra esse rosto. – Entreguei meu celular. – Esse homem é muito perigoso e quero que o detenham imediatamente quando o virem. Ele não pode de forma alguma entrar nessa fazenda ou ter contato pessoal com nenhuma das pessoas dentro do casarão. Entenderam?

— Sim, senhora. – Eles responderam.

— Imprimirei algumas imagens e deixarei para vocês.

— Sim, senhorita Zoe.

Sai do alojamento, entrando no casarão.

— Zoe? Precisamos trabalhar. – João me abordou na cozinha. – Aconteceu algo?

— Sim, mas depois eu te conto. – Passei a mão sobre a cabeça. – Vamos para o escritório.

        Tia Betina, Marina e o meu pai também estavam na reunião. Todos os colaboradores de alto escalão participariam. A empresa iniciaria uma nova etapa, devido a uma pesquisa em todas as nossas unidades.

A vídeo conferencia seria longa.

— Havia separado esse material há um tempo e recentemente, com o aval da presidência, coloquei um pessoal para fazer uma pesquisa em todas as unidades e o que chegou as minhas mãos foi algo alarmante. – Marina estava com o notebook. – Foi enviado um relatório detalhado a todos.

Olhei o meu tablet.

— Há um aumento assustador de casos de assédio sexual contra as nossas colaboradoras e grande parte foi negligenciado pelas gerencias. – Aspirei o ar com força. – Os acusados, em sua maioria, são homens de cargos elevados. Isso causou muitos afastamentos e até mesmo pedidos de demissões.

— Isso é mesmo assustador, você tem alguma medida preventiva para nos mostrar? – Perguntei a Marina.

— Sim, juntamente com o auxílio de uma psicóloga, cheguei à conclusão que os processos seletivos dos colaboradores devem ser ainda mais rígidos e que a promoção de potenciais assediadores, seja barrada, seguida de uma severa e extensa avaliação. Se for o caso, demissão por justa causa.

— Eu apoio totalmente as medidas, devemos apurar os casos já registrados e retirar essas maças podres. O que não falta são pessoas desempregadas e em busca de um emprego. - Um dos diretores sentenciou.

— Tenho mais um ponto a destacar, notamos também que há muitos colaboradores desenvolvendo problemas psicológicos. Sabemos que trabalhar com o público é algo muito cansativo e a minha ideia inicial é de aumentar o auxilio psicológico em todas as unidades, de uma para ao menos duas vezes na semana.

— Isso não sairá muito caro? São muitas unidades, seria preciso contratar muitos outros profissionais. – Meu pai perguntou.

— Com todo respeito, acho que sairia bem mais caro pagar tantas indenizações. Foi registrado em uma unidade no Maranhão, o caso de agressão de um cliente para com um colaborador, esse mesmo colaborador está nos processando. Igual a esse, há pelo menos mais vinte e cinco registros de processos contra a nossa empresa. Praticamente, causa ganha.

— Podemos fazer uma experiencia em uma unidade no Pará, se tudo ocorrer como o esperado, faremos o planejamento e expandiremos essa ideia. O que acham? – João perguntou, porém, foi mais uma afirmação.

Sua seriedade demonstrava isso.

      No fim, todos concordaram com a ideia, no mês seguinte se iniciaria e assim encerramos a reunião. Tia Betina pediu para que meu pai permanecesse conectado, pois havia algo a anunciar para nós. Ela pediu que um dos empregados fosse procurar por Olivia e em alguns minutos, ela adentrou a porta.

Seu olhar veio de encontro ao meu.

      Ela usava uma calça jeans surrada, uma blusa preta de botões, as mangas estavam arregaçadas até o cotovelo. Certamente, deveria estar ajudando a veterinária, pois suas roupas estava cheias de pêlos e terra.

Uma delícia de mulher.

— Mandaram chamar? Bem, eu não estou vestida apropriadamente. – Ela olhou para o monitor. – Oi, tio.

— Olá, Olivia... é muito bom vê-la.

— É bom ver o senhor também. – Olivia sorriu.

— Olivia, mamãe e eu queríamos te dar uma coisa. Diante de todos os principais membros da família e da empresa. – Minha tia retirou alguns papeis de uma pasta e entregou a Olivia.

— Isso é seu, por direito. – Tia Betina parecia receosa.

Não era para menos, a expressão de Olivia demonstrava descontentamento.

— Do que se trata?

— Só leia, é algo que já estava preparado pra você.

Olivia passou a mão sobre a nuca e passou a lê-lo.

— Dez por cento das ações? Eu nem sou dessa família. – Ela encarou a minha tia. – Isso aqui é o que? Sua forma de me comprar e comprar o meu perdão?

— Não é nada disso, filha... Marina e eu já havíamos feito o documento, você faz parte sim dessa família. Por favor, não me magoe dessa forma. – Olivia colocou os papeis sobre a mesa.

— Eu não vou precisar disso, nem vou terminar a faculdade mesmo. Eu jamais gostei da droga do curso, só mantive as minhas notas por vocês, mas esse jamais foi o caminho que quis seguir. – Sua voz era controlada, firme. – Vocês nunca me perguntaram o que eu queria, sempre decidiram tudo por mim.

— Olivia? – Fiquei de pé, pegando os documentos e indo até ela. – Você tem todos os motivos para se sentir como agora, mas pense um pouco a frente. – Seus olhos se fixaram nos meus. Coloquei minha mão sobre seu braço. – Você não precisa seguir a carreira empresarial, mas essas ações podem e irão te ajudar nessa nova etapa da sua vida.

Olivia acenou em positivo.

— Vai ajudar a você e aos seus irmãos... elas estão fazendo isso porque é um direito seu, você é um membro dessa família tanto quanto qualquer um. Você entendeu?

— Tudo bem, você tem razão, Zoe. – Entreguei os documentos a ela.

Olivia os assinou, entregando a cópia para Marina.

— Irei me retirar... – Sem dizer mais nada, ela deixou a sala.

— Desde quando vocês duas são tão próximas? – Marina perguntou. - Bastou tão pouco de sua parte pra ela aceitar.

— O que importa é que ela aceitou. – Tia Betina enxugou o rosto. – Vou pro quarto, por favor, não me chamem pra jantar.

— Betina, dê um tempo a ela. – Meu pai a aconselhou.

— Quanto tempo? – Minha tia deixou a sala.

      Marina foi logo atrás, me despedi do meu pai e também encerrei as minhas atividades por aquele momento. Tomei um banho longo, vesti algo simples e decidi andar um pouco pela fazenda, até chegar no estabulo.

— O que faz aqui? – João me encarou.

— Vim apenas olhar os cavalos, você sabe que sou apaixonado por montaria. – Ele passava a mão sobre a crina de um cavalo de pelagem mestiça, cruzamento de duas raças caríssimas.

— É verdade, queria até seguir carreira quando te conheci. – Me aproximei da égua.

— Você mudou bastante em relação a Olivia. – Franzi o cenho. – Não a trata mais com superioridade, a defende e a protege.

— Onde quer chegar com essa conversa fiada? – Ele gargalhou.

— Pelo jeito, só ela tem a tua melhor versão. – Aspirei o ar com força, perdendo a paciência.

— Ela amadureceu, não há necessidade de trata-la como antes. – João me encarou, erguendo a sobrancelha.

— Você diz isso a si mesma quantas veze por dia? Zoe, tá mais do que na cara que você se importa e muito com a Oli.

— É claro que me importo com ela, faria e faço de tudo pra protege-la, não só a ela, como todos da família. – Era somente isso.

— Não é disso que tô falando, Zoe, eu falo de amor. – Ergui as duas sobrancelhas.

— Amor? De onde tirou esse absurdo, João? Você virou mesmo um bobalhão com essas coisas. – Rolei os olhos, querendo fugir daquela conversa.

Só bastava a minha própria cabeça me açoitando com aqueles dilemas.

— Zoe, você não faria tudo isso por qualquer pessoa, tá fazendo porque é a Olivia e você sente...

— Tesão... – O interrompi. – Eu sinto tesão pela Olivia, apenas um grande e forte tesão. Na minha vida, não há espaço pra nada além.

— Você é uma idiota, Alexandra, uma completa idiota. – João se afastou da baia. – Eu sei que te enganei no passado, que me aproximei de você por motivos mesquinhos e acredite, eu me arrependo muito disso, mas não é por isso que você deva se fechar para os sentimentos. No fundo, você é só uma covarde com medo de ser amada.

— Do que você tá falando? O que você entende sobre essas coisas? – Minha voz saiu um pouco alterada devido a raiva que passou a queimar em mim.

— Posso até não entender nada, mas se a mulher que eu amo me amasse de volta, pode ter certeza que não pensaria nenhuma vez e me atiraria no mundo dela. – Se você soubesse a bagunça que anda o meu interior. – Mas é como diz aquele ditado: Deus só dá asas pra quem não sabe voar.

João deixou o estabulo e me deixou também mais um milhão de questionamentos.

— Amor? Ah, se você soubesse. Merda!

Me apoiei em uma pilastra de madeira.

      Fechei os meus olhos, tentando organizar a minha cabeça. Uma covarde? Quem ele pensa que é? Nem foi capaz de dizer a Olivia sobre si mesmo e acha que pode me dizer tais coisas? Ele sim é um completo covarde.

Olhei para onde ele havia saído.

— Hipócrita.

Sentei, encostando em uma das baias.

       A minha mente vagou para alguns anos atrás, mas rapidamente empurrei aquilo para longe e decidi voltar para o casarão. Não deixaria as palavras de João me infernizar ainda mais.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Bom dia, meus doces.

O cap de hoje será apenas esse, pois ainda não tive tempo de editar o 12. Talvez poste amanhã.

:)

Beijos, minhas lindas.

 


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Comentários para 11 - Capitulo 11 - Mentes em colapso.:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 12/04/2022

Zoe aceita que dói menos kkkkk


Resposta do autor:

É, Zoe.

pega essa mulher que já tá mais do que rendida.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 11/04/2022

Muitas coisas rolando. Zoe é dura na queda.


Resposta do autor:

Ela tá tão na defensiva... ai ai

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