Relatório Laura - URGENTE - Irmã Paris
Laura
Alice chegou de surpresa em casa. Eu estava jantando, descalça, com os cabelos presos, ainda com a roupa do dia todo, após um dia intenso de trabalho, reuniões e surpresas desagradáveis. Só de ouvir a buzina da moto, meu coração imitou a bateria da escola de samba. Os lírios que ganhei pela manhã, dispostos em um jarro com água em cima da mesa, fizeram companhia ao sorriso bobo que brotou no rosto sem ao menos ser percebido pelo cérebro. Parece, mas só parece, que faz dias que não a vejo. No entanto, a verdade é que amanheci o dia de hoje com ela e ainda a vi no serviço, mas a saudade, já era maior do que meu pobre coração poderia suportar.
Deixei o prato por terminar e corri para o portão, coração acelerado, mãos suando e euforia em nível master. Alice adentrou a garagem, e eu, mal podia esperar que ela descesse da moto para abraça-la.
Seu cheiro me embriaga e me desnorteia. A abracei forte antes de beijar sua boca gostosa. Estar em seu abraço é a melhor sensação que posso sentir nessa vida. A tranquilidade que esse gesto me tráz, não tem nada que se compare. É o melhor lugar que já habitei. Nos beijamos lentamente e com muito carinho enquanto andávamos sem nos desgrudar pela área da piscina. Eu de frente e ela de costas, entre beijos e sorrisos.
- Que saudade de você – falei entre o beijo – E que delícia de surpresa.
- Vim porque também não aguentei de saudade – me respondeu, beijando, beijinhos curtos e intermináveis.
- Janta comigo? – peguei em suas mãos e a puxei para casa – A Didi deixou feijoada aqui, vem experimentar.
- Super aceito! Vim direto do trabalho pra cá. Passei na Veigas e me falaram que você já tinha saído. Estou faminta.
- Nossa! Estava trabalhando até agora? – organizei a mesa e Alice sentou-se à minha frente.
- Sim. Estava em reunião com duas grandes corporações e trago novidades – me olhou com expressão sapeca, segurando o sorriso.
- Então me conta logo!!! – falei animada enquanto a servia.
- A partir de amanhã, serão seus investidores!
- Não acredito!! Que legal!!
- Sim! A Brixt vai investir na NetCel e a Souza e Santos, comprará quatro franquias para instalar no Rio, Minas, Maceió e Goiânia.
- Mas essa Alice é do balacolaco mesmo, viu – a beijei no rosto – Parabéns, mocinha.
- Obrigada!! Um elogio de Laura Veigas, eu não dispenso – sorriu e me piscou.
- Agora chega de falar de trabalho. Experimenta a comida da Didi.
- Deixa eu ver se a Didi sabe cozinhar, porque se eu depender da minha Amora, já vi que vou viver só de chá – gargalhou e pegou um bocado.
- E vai me dizer que tem achado ruim viver de chá? – gargalhei junto e olhei profundo.
- De forma alguma – limpou os lábios – Só preciso me alimentar pra conseguir dar conta de uma mulher do seu tamanho – sorriu alto – E sim, por sorte a Didi cozinha maravilhosamente bem, e aceito comer a comida dela tranquilamente. Dessa forma, você, continua com a parte do chá.
- Combinado - a olhei profundo e sorri, mordendo os lábios.
Terminamos de jantar, entre olhares e sorrisos e conversa boba. Alice me faz tão bem! A presença dela preenche todos os espaços vazios que algum dia já me habitou. Não sinto necessidade de mais nada a não ser, dividir minha vida com ela. Quero vivenciar todos os momentos possíveis, e os que ainda não são, quero torná-los possíveis. Ela é a alegria que me faltava, a presença que se ausentava, e todo o amor que sempre desejei.
- Quero te mostrar uma coisa – falei assim que terminamos de lavar os pratos e tomar um suco que prontamente Alice se propôs fazer, e a abracei, beijando a boca.
- Seu quarto? – me perguntou sorrindo e beijando.
- Depois!! – sorri e peguei sua mão – Vem comigo.
Seguimos até a sala de música. Como já acostumada em ver, Alice olhava tudo com atenção, como insistentemente observo, parece que fotografa cada detalhe com a retina.
- Que espaço legal – falou ao dedilhar os dedos pelo teclado do piano e em seguida, beliscou as cordas do cello – Você vai do clássico ao samba assim né – estalou os dedos e sorriu encantada – E eu amo.
- Que bom que ama – dei de ombros – Essa sou eu.
Sentei no banco do piano e peguei o cello.
- Senta aí e me assiste – pedi e apontei a poltrona – Nunca toco perto de ninguém, mas você é especial.
- Uau! – expressou-se com surpresa – Isso é uma honra e tanto – sentou-se e me olhava profundo – Toca que quero ficar aqui, babando na mulher mais linda que já vi.
- Assim vai ser difícil eu tocar – sorri ao afinar as cordas – Você me desconcentra.
- Você é tão linda – me falou, com olhar apaixonado – Poderia ficar a vida toda aqui, assim – esticou os braços e me enquadrou em meio aos dedos formando um quadrado – Só te olhando.
- Então aproveite a vista – pisquei e comecei a tocar "All of me" e a cada dedilhar das quatro cordas com o escorregar do arco, me sentia mais e mais viva com uma explosão de sentimentos a tomar conta do meu ser e perceber os olhos de Alice vibrarem com cada nota embalada na melodia. Ela, envolvida na obra, acompanhava o rebol*do do arco como quem acompanha um espetáculo e sentia a música no seu coração. Ao terminar da última nota de quatro tempos, levantou-se e aplaudiu em êxtase.
- Uau!!! Bravo!! Bravíssimo!! Maravilhoso!! Amei!! Que lindo!! Mais um, quero bis!! – sentou-se novamente e me olhava atentamente.
Minha mente voltou no tempo, quando meu pai fazia a mesma coisa e vibrava como se estivesse assistido a um belíssimo concerto. Imediatamente a emoção tomou conta e me visitou, enquanto eu debruçada no corpo do cello, dedilhava outra melodia e não pude conter as lágrimas que insistiam em cair sob a madeira do instrumento. Fechei os olhos e só deixei a alma ser lavada com o líquido emotivo, enquanto sentia a música me nutrir e os olhos de Alice me embalar. Com os olhos ainda fechados, senti os dedos de Alice passear pelo meu rosto e secar as lágrimas que escorriam pela face, e seu corpo encostar-se em minhas costas. Abri os olhos e a olhei, com um sorriso meigo.
- Está tudo bem? – ela me perguntou e me beijou o rosto – Eu amei ver você tocar.
- Está sim, meu amor – sorri e limpei os olhos – Me emocionei por me lembrar do meu pai.
- Ele gostava de te ver tocar? – perguntou, ao sentar-se novamente à minha frente.
- Ele amava – sorri e dei de ombros – Fazia festa igual você fez. E eu só sabia tocar "Brilha, brilha estrelinha".
- Toca essa pra eu ver – pediu sorrindo.
Comecei a tocar e o coração disparou a ponto de mais uma vez brotar lágrimas e sorri com a emoção à flor da pele. Quando acabei ela mais uma vez vibrava e sorria.
- Que lindoo!! Quero que nossos filhos toquem cello também.
- Oi? – espantei – Quer o quê?
- Que nossos filhos toquem ué – deu de ombros sorrindo – Você não vai poder ensinar?
Gargalhei com sua espontaneidade e me vi ainda mais apaixonada por essa mulher encantadora que o destino colocou em minha vida.
- Ensino com todo o prazer! – sorri encantada.
- Então pronto! – deu de ombros – Nossos filhos vão tocar cello igual a você.
Gargalhei, num misto de lágrimas e sorriso.
- Ok! Nossos filhos vão tocar cello – sorri – Só não vão saltar de paraquedas.
- Lógico que vão! – sorriu alto – E se abusar, vão saltar de paraquedas, tocando cello.
Gargalhamos enquanto eu guardei o cello e a beijei.
- Mas já acabou o espetáculo? – fez bico de manha – Poxa, queria mais.
- Outro dia toco mais – sorri – Hoje fiquei muito emocionada.
- Saudade né! Imagino que deve ser muito difícil.
- Sim, meu amor. É muito difícil. Já se passaram mais de vinte anos e ainda dói como se fosse ontem. Alguns dias dói mais, outros menos, mas todos os dias sinto falta deles.
- Como eles eram? Me conta pra eu saber um pouco da sua família.
- Ah! Eu era mais apegada ao meu pai – comecei a contar sorrindo com as lembranças – Pra mim, ele foi o cara mais espetacular que já existiu. O melhor pai que alguém poderia ter.
- Que legal!! E sua mãe?
- Minha mãe também era uma fofa, porém, mais reservada que ele. Sempre brigava conosco pelas bagunças que fazíamos. Ela trabalhava fora e quando chegava sempre ia arrumar as coisas da casa, acabava que eu ficava mais envolvida com meu pai, que me chamava pra tudo.
- Você tinha quantos anos quando.. – deu de ombros.
- Estava com 10 anos. Íamos pra um hotel fazenda passar o final de semana.
- Poxa, sinto muito! Não tenho dúvidas que, de onde estiverem, têm muito orgulho da filha maravilhosa que colocaram nesse mundo.
- Obrigada – sorri timidamente – E eu tenho certeza que eles amariam você.
- Será? – fez uma careta – Pelo menos cozinharia pra eles.
- Ah, seria uma briga com minha mãe, que não desgrudava do fogão – sorri – Às vezes tenho até receio das minhas lembranças.
- Receio de quê?
- Ah! Sabe como é – dei de ombros – As lembranças que tenho, são de criança. Tudo o que eu me lembro, era de como eu via meu pai. Não sei quase nada de como ele era fora de casa. A minha vida era ele e nossa casa. Sei lá! Às vezes me bate um aperto no coração, e tenho receio disso.
- Acho que você está precisando de um abraço, isso sim – levantou e me abraçou forte e tive ainda mais certeza que essa mulher foi enviada dos céus para mim – Eu te amo, sabia?
- Eu também te amo, linda!! Passei tanto tempo esperando pra falar isso pra alguém e agora quero falar o tempo todo – sorri e a beijei.
- Por mim você pode falar quantas vezes quiser – sorriu – Só que, antes, quero conversar uma coisinha com você.
- Vixi! E precisa anunciar que vai falar? – sentamos no sofá.
– Hoje, além de conseguir investidores e bater a meta de alguns milhões – revirou os olhos e sorriu – Também fiz uma coisinha diferente.
- Diferente como? – perguntei sorrindo.
- Segui uma pessoa!! – arregalou os olhos e sorriu.
- Seguiu que pessoa, Alice? – dei de ombros sorrindo.
- Você! – fez uma careta.
- Como assim? Me seguiu onde? – senti o coração disparar.
- Onde você foi com seu motorista – me olhou profundo e segurou minhas mãos – Tem alguma coisa relacionada ao Joseph?
- Você é terrível hein – suspirei profundo. Apesar do coração disparado e de não gostar de saber que ela me seguiu, não consigo achar ruim, afinal, sua docilidade me encanta e seu olhar firme, me conforta – E depois, fala que eu sou a controladora.
- Controladora você é – sorriu – Mas a oportunidade caiu no meu colo e eu não resisti. Me diga, é alguma coisa com o Gordon?
- Sim, meu amor – a olhei com carinho – É a mãe dele. O sr Pedro a encontrou numa clínica e a tirou de lá. Estamos cuidando dela naquele hotel. Ela tem respostas para algumas perguntas que eu tenho, segundo o sr Pedro.
- Nossa! Então o insuportável, ainda não sabe que ela está lá?
- Não. Queria trazê-la para São Paulo, mas o sr Pedro insiste que lá é mais seguro, pois aqui, ele tem olhos em todos os lados.
Alice me olhou com olhos arregalados e ficou visivelmente incomodada. Baixou os olhos e mordia o canto da boca.
- Laura, o quanto é importante essa senhora?
- Muito. Só ela tem como me responder o motivo de Joseph querer me destruir. Por quê?
Ela se acomodou na ponta do sofá e parecia incomodada, balançando as pernas rapidamente.
- Depois que vocês saíram do hotel e seguiram viagem, eu aguardei um pouco para não me vissem – sorriu de canto da boca timidamente – E vi uma pessoa, no mínimo, intrigante entrar no local.
- Quem? – perguntei, sentindo o coração disparar.
- Então – olhou pra baixo e sorriu fazendo careta – A Bia.
- O quê? – falei alto e assustada – A Bia?
Alice acenou com a cabeça em positivo.
- Como você me fala isso só agora? – indignei-me – Isso é muito importante.
- E como eu deveria saber que isso é tão importante, se você não me disse antes?
- Você tem razão, amor – suspirei profundo – Eu não te contei disso antes.
- Pois é! Se não fosse a dona Chica dar com a língua nos dentes, eu jamais pensaria que você estava escondendo alguma coisa.
- O que a dona Chica sabe?
- Nada demais. Ela está saindo com seu motorista e ele comentou alguma coisa com ela sobre "trabalho extra" – fez as aspas com os dedos – E eu fiquei curiosa.
- Entendi. Daí me seguiu.
- Sim! E ao te seguir, vi a Bia entrando no mesmo lugar que você.
- Agora preciso passar essa informação para o sr Pedro, mas ele está lá em Búzios com a dona Chica.
- Estão onde? – me perguntou sorrindo.
- Lá na ilha que fomos – respondi sorrindo – Dei três dias de folga para os dois se divertirem, já que ele iria pedí-la em namoro.
- Não acredito!! – falou alto e espantada – Dona Chica vai ter um treco!
- Ele falou a mesma coisa. Queria ser um mosquitinho pra ver a reação dela – sorri alto.
- E eu então?! Que lindos! Ela merece – me beijou com encanto – Obrigada!
- Que isso – sorri e a abracei – Agora, estou pensativa com a dona Neusa.
- E eu, com a dona Laura – me falou com expressão séria – Conhece?
- Por que está preocupada comigo? – franzi o cenho ao perguntar.
- Porque não acho que esteja segura aqui.
- Eu sei, mas em breve eu me mudo – sorri sem vontade.
- Enquanto não se muda, ou eu vou ficar com você aqui, ou você vai pra minha casa. O que escolhe?
- Nossa! Bem democrática, não é?! – sorri e a abracei.
- Sim! Procuro ser justa – sorriu e deu de ombros – Então, ainda estou te dando direito de escolhas.
- Eu amo ficar com você. Não vai ser nada difícil ter sua companhia – a beijei no rosto – Desse jeito, eu enrolo ainda mais pra me mudar.
- Então vou ter que escolher por você, e te levar pra minha casa.
- Não antes de você tomar banho comigo na minha banheira – me levantei e a puxei pelas mãos a beijando a boca com desejo.
- Depois do banho, podemos ir pra minha casa? – me perguntou entre o beijo – Estou preocupada de verdade com você e com nós.
- Vamos pensar sobre isso – comecei a andar a abraçando, em direção à escada e subimos para o quarto, entre beijos e abraços.
Em meu quarto, coloquei a banheira para encher e coloquei uma playlist romântica, enquanto Alice, como sempre, olhava os detalhes da decoração e a observei, encantada. A abracei por trás e desabotoei sua camisa ao mesmo tempo em que beijava sua nuca. Sua mão me envolveu em minhas mãos e acompanhava o desabotoar da sua roupa. Abri toda sua camisa e a virei de frente para mim, a beijando a boca com volúpia e desejo. Senti sua mão me segurar a bunda com força e rapidamente, atravessar minha camisa, me tocando a cintura com a mão quente. Sua língua invadia minha boca com força e agilidade. Sem que me desse conta, desabotoou minha camisa e me despiu, cheirando-me o pescoço e o colo dos seios. Parou de me beijar e me fitou os olhos – Você é a mulher mais linda que já vi – falou com olhar sedutor, mordendo levemente os lábios inferiores – E você é muito mais do que sonhei – a puxei e beijei os lábios – Eu amo você, minha Alice – sussurrei em seu ouvido, a levando para beira da banheira.
Terminamos de nos despir e adentramos à banheira, sentindo a água quente nos abraçar, com nossos corpos envoltos um no outro. A espuma cobria o corpo, deixando apenas nossos rostos serem vistos, mas as mãos se tocavam sob a água e sentia seu corpo delicioso deslizar pelo meu. Alice se acomodou sobre mim, encaixando suas pernas em meu quadril e os braços em volta do meu pescoço, a segurei pela bunda e nossos lábios se encontravam com tesão e vontade, à medida que as línguas se sugavam e ela gemia. Sentia sua intimidade encostar na minha e ela rebol*va, se oferecendo sensualmente. Não resisti à vontade de tocar e sentir seu sex*, mais quente que a água, oferecida e melada de prazer. Segurando a bunda e a beijando com entrega e vontade, visitei seu interior sem pressa, aproveitando cada milímetro dessa gostosura de mulher – Ah! – arqueou a cabeça pra trás ao mesmo tempo que gem*u alto e agudo e continuou a rebol*r em minha mão – Isso, Laura – pedia com gemidos sensuais, segurando minha nuca e subindo e descendo em meu dedo – Vai, mete com gosto – sussurrou em meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha e aumentei a força e a velocidade, a estocando com vontade – Assim? É assim que você gosta? – mordi seu lábio ao perguntar e meter – Não goz*! – ordenei e a olhei nos olhos, sem parar de meter – Mas..eu..ah..- revirou os olhos e sorriu, mordendo o lábio – Não!!! Eu que mando – ordenei mais uma vez e tirei os dedos de dentro – Não acredito que você fez isso! – falou brava e me mordeu os lábios – Eu estava.. ah! Laura!! – sorri de seu desespero pelo ápice e a beijei intensamente – Não vai goz*r agora! Tenho uma surpresa – a abracei e beijei a boca – Mas eu quero! – falou entre o beijo – Segura! Hoje quero mandar de verdade em você – a tirei de cima de mim e me afundei na água.
- Então, agora vai exercer o controle na cama, também? – me perguntou com expressão provocativa.
- Vou! – balancei as sobrancelhas.
- E se eu não obedecer? – perguntou , mordendo os lábios.
- Se não obedecer, não toca em mim.
- Nossa!! Que menina má.
- É só obedecer – a beijei e levantei da água – Vou para o chuveiro e depois você vem.
- Ok. Vou aproveitar essa banheira, senhorita controladora – sorriu maliciosamente.
Me banhei rapidamente e, enquanto Alice se banhava, separei o que queria usar de brinquedinhos sexuais. Apaguei a luz do quarto e deixei só a luz de led de dentro da banheira acesa. Alice chegou e me abraçou pelas costas. Senti seus seios rígidos tocarem minhas costas e suas mãos me apalparem os seios. Rapidamente me virei e a controlei, segurando suas mãos atrás de seu corpo.
- Vai me prender? – perguntou sorrindo
- Sim! Como adivinhou? – sussurrei.
- Não sabia que curtia judiar de pessoas inocentes – mordeu o lábio e sorriu.
- De inocente, você não tem nada – sorri – E eu amo isso.
- Então o que vai fazer comigo?
- Fecha os olhos – pedi e ela obedeceu. Peguei uma venda e a envolvi.
- Vai me foder, vendada? Quero ver você.
- Shiiuu!! – pedi perto dos seus lábios – Relaxa! – a deitei vagarosamente na cama – Coloca os braços acima da cabeça – pedi carinhosamente e ela colocou.
– Vai me prender mesmo? - perguntou sorrindo e, seu sorriso me deu tesão. A beijei e esfreguei meus seios em sua boca, que tentava me sugar mas desviei – Está judiando, quero te beijar.
- Shiiu! Não quero ter que colocar um pano na sua boca – prendi suas mãos na guarda da cama, com algemas de pelúcia.
- Laura Veigas, esse seu lado eu nunca imaginei – sorriu com malícia.
- Não mesmo? – lambi seu pescoço e desci até o seio.
- Já – sorriu e tentou me beijar – Já imaginei e desejei.
- Nunca ouviu falar que, o que se deseja, pode se realizar?
- Você é minha realização.
- Que linda! Mas agora não estou romântica – sorri, e a beijei – Vamos deixar o romantismo para outra hora – beijei e mordisquei seu queixo, enquanto passeei a mão por todo seu corpo.
Alice sorria e gemia, retorcendo o corpo e mordiscando os lábios. Me posicionei sobre seu corpo e comecei a beijar o pescoço e ombro, a luz do quarto apagada, apenas com a luz de led que vinha da banheira, deixou a atmosfera do quarto ainda mais envolvente e eu desejei que aquele momento se eternizasse. Quando comecei a deslizar a língua pelo colo dos seios, uma luz de laser apontada na direção do corpo da Alice me chamou atenção. Senti todos meus poros se arrepiarem de tensão e imediatamente retirei as vendas da Alice.
- Não para! Está gostosa a experiência – me pediu com os olhos lascivos.
- Gostaria muito de continuar, meu amor – sorri a contragosto tentando manter a calma – Mas acho melhor irmos para sua casa – soltei as algemas
- Que foi? – franziu o cenho ao perguntar
- Veja em seu corpo – apontei a luz em seu peito – Não vou ficar aqui esperando para ver o que isso representa.
- Nossa Laura! – levantou-se rapidamente e me puxou com força – Vista-se! Vamos sair imediatamente daqui.
Nos vestimos apressadas, peguei algumas peças de roupas e, emboladas, coloquei em uma mala. O feixe de luz vermelho, persistia em passear pelo quarto, como que nos procurando. O mais rápido que conseguimos, deixamos minha casa.
- Deixa sua moto aqui, depois peço para um motorista levar para você. Vamos no meu carro que é blindado e você – joguei a chave pra ela que de pronto segurou – Dirige! – sorri e pisquei.
- Sim, senhorita! – sorriu e rapidamente entramos no Volvo X60.
- Não se assuste – pedi com ar de sorriso – Mas vou estar preparada por aqui – empunhei minha 9mm e baixei o para sol para ter visão traseira através do espelho.
- Que isso Laura? – falou assustada – Desde quando você tem uma arma?
- Calma meu amor – sorri com seu espanto – Eu tenho porte de armas desde muito tempo. Fica tranquila! É só uma precaução.
- Mas isso é muito perigoso! – continuava assustada me olhando com olhos arregalados – Guarda isso, por favor.
- Alice, eu não vou guardar! Está tudo bem. É só precaução mesmo. Você dirige e eu fico atenta. Já falhei uma vez com você e não me permito falhar novamente – a beijei brevemente no rosto - Agora, vamos logo!
- Nem sei o que te dizer – deu de ombros e engatou ré – Caixinha de surpresas – sorriu.
Como de costume, Alice não deixou de surpreender, mostrando muita segurança em direção defensiva, atenta a tudo. Já quase pegando o acesso para seu apartamento, percebemos pelo retrovisor um carro preto nos perseguindo, em altíssima velocidade e o sinal de laser, mais uma vez invadiu nosso carro.
- Dá seta que vai entrar à direita, mas segue reto – pedi e me ajeitei no banco, virada para trás.
- O que você vai fazer?
- Só obedece Alice, por favor! Confia em mim.
Próximo à bifurcação, Alice cumpriu com o combinado. Sinalizou que entraria à direita e o carro que nos seguia tomou lugar na faixa de saída, alguns carros atrás de nós. Ao invés de seguir o fluxo para a saída, seguimos reto. Observei que o carro que acessou a alça de acesso e ao perceber que seguimos, o vidro da janela do motorista baixou e vi quando um cano de 38 apontou para nossa direção. Gritei pra Alice acelerar e, ao mesmo tempo que o tiro saiu, o carro se descontrolou e atingiu o automóvel ao lado, provocando um acidente.
- Atiraram em nós? – perguntou Alice.
- Sim, mas não nos atingiu e, se tivesse atingindo, também estaríamos de boa – dei de ombros – era só um 38.
- Só um 38? – falou espantada – Meu Deus Laura!! De onde você saiu?
- Ah que drama – gargalhei – Só um 38 foi no sentido de que não era uma arma tão potente. A blindagem do nosso carro aguenta muito mais.
- Eu que não estou disposta a fazer teste da blindagem – me olhou com o cenho franzido – Já podemos ir para casa?
- Sim! Vamos dar outro retorno e observar se não estamos ainda sendo seguidas.
- Acredita que isso tem relação com o Joseph?
- Sem dúvidas Alice! – respondi guardando a arma na bolsa – Ele me avisou que se eu insistisse em ficar com você, tomaria outras providências.
- Eu não entendo a sina desse cara comigo. Não fiz nada pra ele – meneou a cabeça ao falar.
- Não é com você, meu amor – apoiei a mão em sua perna – Ele tem alguma coisa comigo, que eu ainda não entendi o por quê. Quer me destruir a qualquer custo e me falou que quer me ver perder tudo, principalmente o amor.
- Ele é doente!!
- Sim! Isso ele é..
Continuamos o caminho, em silêncio. Apreensivas e atenta. Minha mente mais agitada que o mar revolto. As incansáveis investidas de Joseph contra mim e Alice, tem me provocado além do que imaginava ser possível. Ele não conhece o significado da palavra limite. Jamais me perdoarei se alguma coisa acontecer com Alice por minha culpa. Ele foi enfático várias vezes ao me falar que se insistisse nesse relacionamento, coisas ruins poderiam acontecer a ela, e eu não acreditei. Mas como ficar longe? Por Deus!! Eu amo essa mulher. É nela que encontro tudo o que sempre desejei na vida. Não posso permitir que um desiquilibrado, recém chegado na sociedade, dite o que eu posso ou não fazer, com quem eu posso ou não me relacionar. Alice é a minha pessoa, meu amor. É com ela que quero e vou ficar. Joseph que lute.
Bia
De volta do interior, fui direto para o apartamento. O segurança do Joseph estava a minha espera, com recado vindo da França, que ele fez questão de anotar:
" Relatório Laura – urgente - irmã em Paris"
- O Joseph ligou e pediu pra anotar assim para você. Falou que você iria entender o que ele quis dizer.
Li o pedaço de papel, escrito com letras mal manuscritas e senti meu sangue ferver. Imediatamente peguei o telefone e liguei para o grande chefe.
- Oi gatinha – falou ao atender o telefone – Recebeu meu recado?
- Sim, Joseph! Onde está minha irmã? – perguntei sem paciência.
- Está aqui comigo – falou sorrindo – Agora que ela não é mais uma criança, se é que você me entende, mudou-se para Parri – fez sotaque francês em tom sarcástico – Não é chique morar aqui?
- Não tem nada de chique no que você faz, Joseph, e tenho notícias que vão te alegrar.
- Espero que valha muito o que tem a me dizer, pois estou com um destinatário importantíssimo para enviar sua irmãzinha.
- Joseph – pedi com a garganta seca e o coração disparado – Por favor! Não faça isso. Faço o que você quiser, mas poupe minha irmã de conhecer a vida sexual, por favor.
- Calma, gatinha – sorriu com ironia – Ela ainda é muito nova pra ser comida, mas, me diga o que ia me contar que, posso até deixá-la visitar a Disney de Paris.
- Laura está com sua mãe e eu sei onde.
- Como isso é possível? Agora ela foi longe demais!! E sobre ela e a Alice?
- Não sei nada sobre as duas – baixei a cabeça ao falar e o segurança me olhou com o cenho franzido – Só tenho notícias da sua mãe.
- Entendi! Bom, é uma grande notícia. Obrigado! Agora reúna nosso pessoal e dê o descanso feliz para minha mãe. Ela merece descansar.
- Está me pedindo para matar sua mãe? – perguntei sem acreditar no que ouvia.
- Não use essa palavra pesada – falou bravo – Ela irá descansar, apenas isso.
- Joseph, eu não vou fazer isso. Não sou assassina.
- Certeza? Já está sem notícias da Laura e da Alice, o que pra mim, é muito importante saber, e, está indo contra uma ordem? Está certa disso?
Sentia meu coração bater na boca e as lágrimas rolarem pelo rosto. Se Joseph é capaz de mandar matar a própria mãe, o que pode fazer com minha irmã ou com a Alice, que já tentou matar uma vez. A imagem da Alice chegando na empresa pela manhã, carregando um buquê de flores passeia em minha mente, junto com seu lindo sorriso quando está com a Laura, mas a última lembrança dos olhos da minha irmã, saindo da van e nunca mais a vi, quase já se desfaz da minha mente e eu não posso permitir que ela conheça a maldade fria dos homens.
- Ok Joseph! – falei, limpando as lágrimas – A Alice e a Laura estão juntas. As vi hoje cedo e, eu faço o que quiser com sua mãe, mas, poupe minha irmã.
- Se não..
- Não tem se não – dei de ombros – Sou treinada para te obedecer.
- É assim que se fala! Sua irmãzinha ficará em casa, segura e tranquila. Está aprendendo agora a como servir vinhos e se portar adequadamente à mesa. Ela será uma mulher de fino trato, ainda mais glamourosa que você.
Suspirei profundo, tentando manter o que me sobra de sanidade.
- Considere o serviço feito! Au revoir! – falei em tom sarcástico.
- Passe a ligação para o B.
Ofereci o telefone ao segurança, cujo codinome é apenas "B", e sentei-me no sofá, pois estava difícil manter-me sobre minhas próprias pernas. Ouvi o segurança responder: Sim senhor! Seu pedido é uma ordem – e me arrepiei da cabeça aos pés. Minha mente girava e precisava encontrar um jeito de burlar a ordem que me foi dada, de forma que não seja descoberta. Jamais matarei alguém, ainda mais, a dona Neusa que mal sabe quem é. Observei B ir até o quarto e voltar com a maleta do rifle.
- O que vai fazer? – perguntei assustada.
- Só estou cumprindo as ordens do Sr Joseph.
- E que ordem é essa, de usar o rifle? – sentia as mãos suarem.
- Sim, senhorita. Na hora certa saberá.
- Você não vai matar ninguém na minha casa – levantei e fui em sua direção – Está maluco?
- A casa não é sua, senhorita – abriu a mala e começou a montar o armamento – Esse apartamento é do Sr Gordon.
- Mas sou eu que moro aqui, e você não irá fazer isso – tentei impedir que continuasse a montar, e ele, tomou o aço da minha mão com força, olhando profundamente em meus olhos.
- Ordens são ordens.
- E essa ordem é direcionada a quem? – perguntei, já sabendo a resposta, mas ainda assim queria ouvir para acreditar.
- A moça do hotel. A loira.
Meu coração disparou ainda mais e senti a boca amargar. Sem dúvidas, hoje Joseph passou de todos os limites. Dona Neusa e Alice, entraram em sua lista de pessoas que ele não quer mais que fiquem vivas. Ambas, só dependem de mim para que sigam suas jornadas. Me afastei de perto do segurança e fui até a cozinha. Precisava urgente pensar em alguma solução mas nada me ocorria. Avisei que iria sair e o mais rápido que pude, fui até o hotel onde me hospedo em frente a empresa da Laura, na esperança de avistar Alice. Liguei inúmeras vezes no seu celular e constava como número inexistente. Passei o restante da tarde aflita, tentando encontrar soluções para os dois casos, mas em especial, da Alice, já que a ordem para ela, não foi direcionada a mim.
Vi quando Laura saiu e foi sozinha para seu carro. Aguardei um pouco mais, e todas as luzes dos escritórios se apagaram, no entanto, Alice não apareceu. Resolvi então, correr de volta para o apartamento. Estando lá, caso ela surgisse na casa da Laura, poderia tentar fazer alguma coisa.
Cheguei em casa, B estava sentado na guarda do sofá, olhando para a casa da Laura com um binóculo, super concentrado e focado em sua missão.
- E aí? – o cumprimentei - Seu alvo já chegou?
- Não! Só a Preta está em casa – respondeu, sem tirar os olhos das lentes.
- Já comeu?
- Não tive tempo.
- Vou fazer um lanche para nós então – fui até a cozinha, tremendo – Aceita uma bebida?
- Sim!
Abri uma garrafa de cerveja e entreguei em suas mãos.
- Deixa eu ver também? – apontei para o binóculo e ele me entregou. Acompanhei Laura caminhar pela cozinha, parecia estar dançando enquanto preparava alguma coisa para comer. Ainda estava com a mesma roupa do dia todo e aparentava estar muito feliz. Meu coração se apertou com a possibilidade do que poderia acontecer, caso Alice surgisse e eu precisava fazer algo para impedir – Sempre fico aqui olhando a vizinhança – sorri sem vontade, tentando desviar o foco – Tem um pessoal interessante aqui no prédio.
- Deve ter mesmo, mas hoje não estou pra distração.
- Está muito tenso B – falei ainda olhando pela lente – Precisava dar uma relaxada – me levantei e apoiei o corpo na janela, empinando a bunda e, pelas lentes, vi a moto da Alice chegar.
- Está me provocando, menina? – falou o segurança com voz maliciosa.
- Talvez! – respondi com a garganta seca e o coração disparado, sentindo meu sangue esquentar e ter ciência do que estava prestes a fazer para salvar a vida da Alice – Mas você não está para distração, então – me virei para ele e sorri, mordendo os lábios – Vou para a cozinha preparar nosso lanche, enquanto você aguarda para cumprir as ordens do patrão – entreguei o binóculo e o olhei nos olhos – Ali embaixo, continua tudo na mesma. Já, aqui – passei a mão pelo meu corpo – Pode ser que tenha alguma diferença.
Aquele homem alto e forte, colocou a cerveja no chão, jogou o binóculo no sofá e, antes que eu pudesse sair da sua frente, me pegou pelo braço e começou me beijar a boca, com força e brutalidade. Entrei no jogo dele, tendo em mente que estava fazendo algo para proteger a vida da Alice e poupar sofrimento para Laura. Se eu não tenho o direito de ser amada por ninguém, e a mim só resta essa vida desgraçada, no que depender das minhas ações, as pessoas irão continuar a se amar e serem felizes. E dessa forma, entreguei meu corpo para ser usado à distração de um homem bruto, sem alma. Fez o que quis de mim e eu, o servi com qualidade e maestria do serviço que aprendi a fazer para sobreviver. O entreti com muito sex* selvagem e estritamente fantasioso, daqueles que esses homens veem em vídeos que os faz acreditar, serem verdadeiros garanhões. Após muitos minutos, que para mim, foram horas intermináveis, e sêmen espalhado por todos os lugares do meu corpo, os momentos de coito se acabaram. Fingi estar muito exausta de tantos orgasmos falsos e me deitei, pedindo para que deitasse também e ele, assim o fez. Deitou-se ao meu lado no sofá e adormeceu. Esperei um breve momento até que comecei ouvir seu ronco profundo e vagarosamente me levantei, sentindo nojo de mim mesma. Pé por pé, observei pelo binóculo a casa da Laura, e, as duas estavam na sala, com a Laura tocando cello. Achei tão lindo! Suspirei aliviada e senti um pouquinho de orgulho, de ter conseguido impedir tamanha desgraça, mesmo que de um jeito imundo, mas foi o melhor que pude. Acreditei ter cumprido minha missão no dia e, com felicidade, fui me banhar, para limpar toda aquela imundícia do meu frágil corpo. B, dormia profundamente no sofá, nú, completamente relaxado após tanta atividade física. Tomei um banho tranquilo, coloquei uma roupa confortável e quando cheguei de volta na sala, o encontrei vestido, sentado na guarda do sofá, com o rifle apontado e os olhos fixos na mira.
- O que está fazendo? – perguntei, me aproximando.
- Perdi o foco! Você me distraiu e a loira chegou. Agora preciso encontrar um bom ângulo, mas as duas estão trans*ndo.
- Quero ver também – pedi sorrindo, mas com o coração apertado, apenas na intenção de continuar impedindo a ação.
- Veja, safada!! – se afastou e me apertou a bunda – Duas mulheres juntas me deixa louco.
Suspirei profundo e olhei pela mira enquanto ele passava a mão pelo meu corpo, me fazendo sentir repugnância. Como quem não entende do que está fazendo, apoiei a mão na arma e mexi no zoom, desconfigurando a lente da mira e acionei o laser, no peito da Alice, de modo a fazer Laura perceber e, rapidamente me afastei, falando com desdém:
- Ah! Nada demais! Acho que o que aconteceu aqui foi mais interessante – toquei seu peito e o beijei a boca – Você é um tesão.
- Sabia que ia gostar, mocinha – me apertou a bunda – Daqui a pouco tem mais.
- Vou preparar nosso lanche então – sorri com malícia e sai em direção a cozinha.
Ele voltou para o rifle e começou esbravejar:
- O que você fez aqui, Bia? Puta que pariu, fudeu tudo aqui! Porr*! Olha essa mira, toda fudida! Você ligou o laser? Sua vadia! Porr* Bia, elas estão saindo!
Fingi não saber do que ele estava falando e voltei pra sala com expressão inocente.
- Porr* Bia! Você mexeu nessa merd* aqui e mudou todo o zoom – falava bravo – Você ligou o laser, e elas estão saindo.
- Eu não fiz nada! Está louco? Só olhei elas trans*ndo e não mexi em nada. Se fiz, foi sem querer. Desculpa.
- Ah! Vai se fuder garota – falava bravo desmontando o rifle – Agora vou ter que pegar a loira na rua.
- Como assim? Deixa pra outro dia! Ela sempre vem na casa.
- Não Bia – gritou, completamente fora de si – O Joseph mandou ser hoje. É hoje que vou fazer o serviço.
- Mas B, na rua é muito arriscado. Você pode ser visto.
- Não importa! O Gordon me tira da cadeia. Não é ele o fodão? O super poderoso que tem contato com a caralhada toda? Ele me livra dessa.
O desespero foi tomando conta do meu ser e me vi em uma situação onde já não conseguia mais impedir a ação. B já estava com a mochila nas costas e arma na cintura, abrindo a porta do apartamento e saindo.
- Eu vou junto! – falei e saí correndo junto dele – Você pode precisar de ajuda.
- Não me fode mais, garota! Já estragou meu esquema por hoje, fica pianinho se não vai sobrar pra você também.
- Vou na boa! Prometo!
Entramos no carro e ele saiu em altíssima velocidade. Víamos o carro da Laura a uma certa distância, também correndo, mas B corria mais para alcançá-las. Após um médio caminho pela marginal, deram seta que entrariam à direita e B já se adiantou. Quando percebeu que passaram reto, pediu que eu segurasse o volante, baixou o vidro e foi atirar em direção ao carro da Laura. No auge do desespero, e mais uma vez tentando salvá-las, puxei o volante rapidamente e atingi o carro que estava na minha lateral. Devido a velocidade que estava alta e o impacto, nosso carro rodopiou à esquerda e parou atravessado, batendo de frente com o guard rail. Imediatamente os airbags foram acionados e uma imensa almofada invadiu meu rosto. O segurança, tinha batido a cabeça e se cortado e, com o impacto, estava desmaiado. Tentei abrir a porta mas estava emperrada na ferragem. Saia muita fumaça do motor. Muitos transeuntes paravam para ver o que aconteceu.
- Não consegue sair, moça? Está machucada? – perguntou uma moça, vindo ao encontro do carro.
- Estou bem, mas a porta não abre – respondi.
- Aguenta firme – ela foi até seu carro, estacionado no acostamento, pegou um pé de cabra e rapidamente voltou – Vou abrir a porta, se proteja! – apoiou a ferramenta na porta e forçou, liberando a porta – Está livre!
- Obrigada!!
- E o cara que está com você? Está bem?
- Não sei! Está desacordado – falei ao sair do carro, ainda meio zonza com a batida.
Olhei ao redor e o estrago no carro tinha sido feio. O outro carro estava parado um pouco pra trás, mas com menos estrago. A moça que me ajudou estava vendo se o segurança respondia ao seu chamado e falava repetidamente:
- Senhor acorda!! Senhor? Senhor?
Fui até eles. O local escuro só era iluminado pelas luzes dos faróis dos carros e dos celulares.
- B! Acorda!! – o chamei, tocando em seu ombro.
- Ele é seu o quê? – perguntou-me a moça.
- Meu colega e trabalhamos juntos.
- Você está bem? – preocupou-se e me olhou inteira, com a lanterna do celular ligada – Está machucada?
- Não! – sorri, achando graça do seu jeito preocupado – Estou bem! Obrigada pela ajuda.
- Que isso, moça! Eu sou a Mayza e você?
- Bia! Obrigada Mayza, de verdade.
- Então, vamos cuidar do seu amigo, Bia – sorriu gentilmente e tocou meu ombro, com delicadeza.
A noite foi longa, com todos os trâmites que envolvem um acidente de trânsito e, acabou, com um interrogatório da polícia querendo entender os motivos do senhor ferido no acidente, estar com uma arma em mãos e eu, estar junto. No momento, tive que retomar a identidade de estudante para comissário de bordo, que mora na capital, mantida pelos pais e disse que peguei carona com o B de volta para minha casa e que só vi, quando ele perdeu o controle da direção e bateu no carro ao lado. Fui liberada do depoimento enquanto outros policiais, aguardavam no hospital, B estar em condições de depor.
Ao sair na porta da delegacia, a moça que me ajudou, estava me aguardando, encostada no seu carro e abriu um lindo sorriso ao me ver.
- Pensei que poderia precisar de carona... – falou timidamente com as mãos no bolso.
Fim do capítulo
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