Fique por Leticia Petra
Capitulo 6 - Queimando!
22 de março.
Zoe é uma perfeita idiota, quem ela pensa que é? Eu respondo, ela é uma bipolar. Não há outra explicação. Desde aquele dia no quintal, ela nunca mais tentou nada ou mesmo falou sobre o assunto.
Agia como se nada houvesse acontecido.
— Por que tô ligando? – Estava no corredor. – Ela não me interessa mesmo.
Aspirei o ar com força.
— Quero falar com você. – Meu pai saiu de uma das salas.
— Preciso voltar pra sala. A Zoe tá me esperando. – Era mentira, ela nem estava na lá.
— Não perguntei nada, eu disse que quero falar com você e quero agora. – Por que meu pai sentia tanto desprezo por mim? – Entra.
Ele me puxou pelo braço.
— Eu quero que fique de olho na sua chefe. – Meu pai fechou a porta. – Quero que me conte qualquer coisa que ouça. Qualquer coisa que não seja normal.
Franzi o cenho.
— E por que eu faria isso? – Um sorriso sinistro nasceu em sua face.
— Porque se não fizer, o seu amigo será preso por tráfico de drogas. – Meu coração acelerou. — Aquele seu amigo bicha pode ser demitido, sei lá, há tanto o que eu posso estragar.
— Luciano não mexe com essas coisas. E fique longe do Caio. – Quem é esse monstro a minha frente? — Por que você tem que ser assim?
— Bem, magicamente poderia aparecer umas coisinhas naquela porcaria que ele chama de casa. – Um nó se formou em minha garganta, a minha boca secou. – Aquele marginal vai passar o resto da vida atrás das grades, basta eu querer...
Pela primeira vez, senti medo dele.
— Vai ficar de olho e tudo que você achar suspeito, irá me contar. Será que eu fui claro? Pela primeira vez na vida, prove que não é uma verdadeira inútil, um empecilho na minha vida. Queria que fosse como eu, que houvesse herdado algo meu. – Meus olhos se encheram de lágrimas. – Agora vai.
Sai daquela sala sentindo as minhas pernas bambas. Passei no banheiro, mas estava muito cheio, então decidi voltar para o escritório da Zoe. Ela certamente demoraria, isso me daria tempo de me recompor.
Sentei em minha cadeira, sentindo outra vez aquela sensação no peito, enjoou e uma leve vertigem. Tentei segurar, mas o choro foi mais insistente. Enxuguei todas as lagrimas, porque não queria que ninguém me visse daquela forma. Botei a minha mão sobre a minha boca e abafei o grito. Meu corpo se sacudia, o coração bombardeava de forma mais rápida.
Fechei meus olhos, como se aquele ato fosse melhorar alguma coisa.
— Olivia? – Ouvi aquela voz ao fundo, mas parecia um pouco distante. – Olivia?
Droga.
— Ah, oi. – Abri os olhos. – Desculpa, eu...
— Tá tudo bem aí? – Ela me encarava da porta.
— Só é um pouco de cansaço, só isso. – Forcei um sorriso.
— Então tá bom...
Obvio que ela não acreditou, mas não se importava o suficiente para perguntar nada além. Eu deveria contar sobre o que meu pai pediu? Zoe havia descoberto algo sobre ele? A minha intuição pedia para falar tudo.
Ele estava tramando algo, pois por qual outro motivo me pediria aquilo?
— Zoe, você descobriu algo sobre o meu pai? – Ela me olhou, sentada em sua cadeira.
— Isso é da sua conta? – Por que ela tinha que ser tão babaca o tempo todo?
Fiquei de pé, olhando as horas.
— Você é uma grosseirona mesmo. – Peguei minha bolsa, indo até a porta.
Quando me preparava para abri-la, ela falou:
— Descobri e não é boa coisa. – A encarei de imediato, sentindo novamente uma vontade esmagadora de chorar.
— Ele me disse pra vigiar você. – Ela ergueu as duas sobrancelhas. – Me ameaçou pra te monitorar e repassar tudo a ele.
— E por qual motivo tá me contando? – Algumas lagrimas escorrem por meu rosto.
— Porque não sou uma mal caráter como ele. Até amanhã, Zoe.
— Olivia, espere...
Deixei a sua sala, passando pela copa na esperança de encontrar Caio e ele estava lá, porém conversava de forma animada com o meu tio Bernardo. Estranhei o fato dele estar ali e mais ainda, tão solto com um “funcionário”.
Jamais havia presenciado isso.
Entrei no meu carro com um destino em mente. A vida adulta te ensina que haverá momentos em que você será o seu próprio consolo. Eu poderia ir para a minha casa, me trancar em meu quarto e chorar até a exaustão, mas e depois?
— Tá na hora de crescer, Olivia.
Desci do carro, abri o pequeno portão e bati na porta.
— Pensei que havia esquecido de mim. – Luciano sorriu, me abraçando pela cintura.
— Posso dormir com você? – Ele ergueu as duas sobrancelhas e depois sorriu.
— Eu vou adorar. – Fechei a porta.
— Quero sentir você, daquele jeito que sabe que amo. – Enrolei meus braços em seu pescoço.
— Lento e com força... – Sorri.
Luciano me beijou com uma pegada mais forte e isso me encheu de tesão. Por um momento, a imagem da arrogante da Zoe me perturbou, mas eu empurrei aquilo para longe, tirei minha roupa com a ajuda dele.
Eu queria dormir de tão exausta, se me entendem.
Quando despertei pela madrugada, peguei meu celular e havia inúmeras mensagens e ligações. Abri apenas uma, que era a de Marina, respondi que pela manhã estaria em casa.
23 de março.
Quando cheguei em casa, todos já haviam ido para o trabalho. Decidi não ir a faculdade, usaria aquele tempo pesquisando imóveis. Novamente o desejo de morar só, me perturbou e ficava cada vez mais forte.
A campainha tocou.
— Deixa que eu atendo, Pilar. – Gritei da sala.
Fui até a porta e para a minha surpresa, era a Zoe.
— Bom dia, Olivia. – O perfume dela invadiu meu espaço, me deixando levemente desorientada, sufocada.
— Bom dia, Zoe... – Não é hora para isso, seu corpo idiota. – Meus pais estão na empresa.
— Eu sei, quero falar com você. Posso entrar? – Acho que eu estava com uma cara de retardada naquele momento.
— Po-Pode sim, entra. – Dei passagem e sem querer, olhei para a bunda dela. A saia que ela usava dava ainda mais evidencia ao avantajado bumbum.
Eu enlouqueci de vez, me internem em um hospício. Não, não, não...
— Podemos falar em um lugar onde não sejamos vistas? – Ela se virou, erguendo a sobrancelha de uma forma sexy. — É algo importante.
ESPERA, O QUÊ? SEXY?
— Tá... bem, podemos ir pro meu quarto. – OLIVIA, POR DEUS.
— Tudo bem, vá à frente... – DROGA!
Subi as escadas com uma certa relutância e quando chegamos ao meu quarto, ela trancou a porta. Fiquei nervosa, mas tentei passar uma calma que nem de longe era real, mas ela não precisava saber disso.
Pois se soubesse, tenho medo do que aconteceria.
— Como sabia que eu estava em casa? – Ela sentou na minha poltrona, cruzando as pernas sem nenhuma pressa.
— Liguei para o seu amigo, ele disse que não foi a faculdade, então... – O seu olhar era ousado, me inspecionava sem o mínimo pudor.
— Deve ser algo realmente sério, pra você ter o trabalho de vir até aqui. – Zoe sorriu.
Aquele sorriso sacana, que faria qualquer um se render aos seus pés, mas não poderia ser eu. Poderia? Ah, inferno.
— Por que tá tão longe? – Cruzei meus braços sobre meu busto.
Deveria ter colocado roupas mais compridas.
— Diz logo o que você quer. – Zoe riu, como sempre, da minha cara.
— Chega mais perto, pois o que tenho a dizer é muito delicado. – Essa mulher é doida. – É do seu total interesse.
Doida!
Me aproximei, recordando da última vez que ficamos tão próximas.
— Ok... então diga logo o que... – Antes que eu pudesse concluir minha fala, Zoe me puxou e com uma agilidade que me deixou besta, me fez sentar em seu colo, segurando as minhas duas mãos para trás, de frente para ela. – Que droga tá fazendo?
— Você estava muito longe... – Não, definitivamente, a Zoe tem dupla personalidade.
Uma arrogante e outra tarada.
— Me solta, Zoe... – O sorriso que nasceu em seus lábios me deu arrepios em lugares que não deveriam.
— Você quer, Olivia, eu também quero... anda, isso não sairá daqui desse cômodo. – Nossos rostos estavam próximos.
Ela deveria estar se divertido com isso.
— Por que eu? Tem tantas mulheres por aí. – Minha voz não saiu tão segura quanto desejei. – E você é uma mulher casada, Zoe. Casada!
— Porque é você quem quero no momento. Não sou mais casada, estou livre... – Ela soltou as minhas duas mãos e colocou as suas em minha cintura, apertando a minha carne. – Quero você, seu corpo e essa sua boca, que quando tá fechada, é extremamente excitante.
E se...
— Depois disso, irá me deixar em paz?
Sua boca veio de encontro a pele do meu pescoço, beijando de leve a área. Sua mão adentrou a minha blusa larga e curta. Me controlei para não gem*r com ambos os contatos.
— Sem sutiã, que delícia... – Fechei meus olhos quando senti a quentura da sua pele em meio seio, sua boca grudada no meu pescoço. – Diz que sim, Olivia.
Aquela voz.
— Eu... aah... – Zoe passou a brincar com meu biquinho. Excitada, totalmente e loucamente excitada. — Zoe, por favor...
O aperto em minha cintura e a “brincadeira” em meu seio só aumentaram, me deixando incapaz de recusar tais toques. Quando abri os meus olhos, vi desejo nos da Zoe. Tanto desejo, que nem parecia a mesma mulher, não parecia a Zoe que conheço. O resto de minha sanidade foi embora quando ela levantou a minha blusa e passou a língua rapidamente sobre meu mamilo
Eu vou mesmo fazer essa besteira?
— Diz que não quer e eu paro... – Com aquele sorriso sacana, ela me soltou aquela frase.
Droga, eu vou.
— Inferno!
Foi apenas o que consegui dizer, antes da minha boca ser dominada pelos lábios nada gentis da Zoe, mas ainda assim, deliciosos de se provar. Minha mão adentrou os fios macios, os segurando para intensificar o ato e quando a minha língua foi sugada, minha mente embaralhou.
Ao longe ouvi uma voz, que aos poucos foi ficando mais alta.
— Olivia, eu posso entrar? Preciso falar com você. – Era a Marina.
DROGA!
Me levantei do colo da Zoe como um foguete.
Tentei me arrumar, não parecer que eu quase... aí, eu quase fiz de novo com a...
— Pode entrar, Marina. – Zoe nem ao menos pareceu preocupada. Apenas ria, cruzando as pernas.
— Olivia, onde você esteve ontem? Zoe, o que faz aqui? – Engoli o nó que se formou em minha garganta.
— Apenas certificando como a minha assistente está. Soube que ela não se sentia bem. – A cara dela nem tremeu.
Como mentia bem.
— Você tá doente, Olivia? – Minha irmã botou a mão sobre minha testa.
Pensa, pensa...
— Amanheci um pouco enjoada e com... dores de cabeça. Acho que me alimentei mal ontem, Marina. Deve ter sido isso. – Zoe fez um gesto batendo palmas silenciosas.
Diaba.
— Vou preparar um chá e trazer analgésicos... já volto. – Marina caiu direitinho na mentira.
Ela deixou o quarto.
— Bravo... que bela atriz. – Eu queria esganar essa mulher.
— Você... é uma.
— Gostosa?
— Aaaaah... – Fui para cima dela, que facilmente segurou meus braços, me colocando de costa para ela, novamente sentada em suas coxas.
— Calma, assim você só me deixa mais excitada. – Engoli a saliva que desceu rasgando. – Vou te soltar e te contar o que vim fazer aqui, tudo bem?
Aspirei o ar com força.
— Ok... – Ela me soltou, mas não me permitiu levantar.
Ficou fazendo movimentos circulares no dorso da minha mão.
— Vou te dar um voto de confiança. – A olhei de lado. – O seu pai está roubando a nossa empresa.
Arregalei os olhos.
— O que? – Com a surpresa, levantei de uma vez, mas a cabeça rodou e eu sentei na beirada da cama.
— Estou investigando-o e é por isso que você recebeu aquela ordem ontem. – A minha cabeça estava demorando a processar suas palavras. – Olivia, o Fábio é um homem sem escrúpulos e você precisa tomar cuidado.
— Mas Zoe, o meu pai, ele... – Levei minhas mãos a cabeça. – Sim, ele seria capaz.
A constatação foi dolorida.
— Voltei... – Marina estava com uma xicara e uma cartela de remédios.
— Você pode faltar hoje, Olivia, mas queria terminar a nossa conversa. Posso passar aqui para te levar pra jantar à noite? – A encarei.
Marina também a olhou em surpresa.
— Claro... eu vou esperar.
Zoe me olhou por alguns segundos e foi embora, me deixando com a mente fervilhando. Não que eu achasse o meu pai um cara legal, mas a esse ponto? Agora não parecia mais ser tão ruim a frase que ele disse ontem.
“Queria que fosse como eu, que houvesse herdado algo meu.”
Ainda bem que não herdei. Ao menos espero que não.
— Toma isso e descansa, mas se prepara que nossos pais estão putos com você. – Marina me entregou o chá.
Agora, de fato eu iria precisar.
— Obrigada... – Precisava desabafar com alguém sobre isso.
Marina? Não, ela iria contar para o nosso pai no mesmo momento. Inferno, iria sufocar até a noite com tanta coisa na cabeça, tantos porquês. Precisa ordenar meus pensamentos e agir com frieza. Ninguém de casa poderia saber disso por enquanto. Se fosse verdade, a minha mãe e minha irmã terão de saber.
E ainda tem isso com a Zoe. Meu Deus, como vou dar conta de tanta coisa?
— Vou ter que voltar pra empresa. O que a Zoe queria aqui? – Encarei a minha irmã.
— Apenas saber como eu estava e... – Me atormentar. – Falar de trabalho.
Marina franziu o cenho.
— Como sempre, uma caixinha de surpresas... bem, descansa e espere pela bronca.
— Obrigada e pode deixar, já tô acostumada.
O meu corpo estava aceso, Olivia de fato mexia com a minha libido muito mais do que imaginei. E o melhor, ela não era nenhum pouco indiferente. A teria em minha cama e seria apenas questão de tempo. Quem sabe poderíamos ser amantes. Sem complicações, sex* quando sentíssemos vontade.
Seria perfeito.
— Alexandra, podemos conversar? – Nem havia percebido que o meu pai estava dentro da minha sala.
— Senta, papai... – Ele abriu alguns botões de seu terno.
— O quanto ainda vai durar esse tratamento de gelo? – Estava na hora de acabar com aquela birra.
— Não somos tão diferentes, papai. Também vivo, ou melhor, vivia um relacionamento de aparências. – Ele não estava surpreso. – Talvez a gente finja por mais um tempo, mas João e eu estamos oficialmente divorciados.
Meu pai me encarou por vários segundos.
— Sinto muito por ter te feito achar que não poderíamos conversar sobre isso, Alex... – Ele veio até a mim, agachando a minha frente.
Aquilo me pegou desprevenida.
— Sinto muito por nunca ter tido a coragem de te contar a verdade. – Passei a mão sobre meus cabelos, aspirando o ar com certa agonia. Manifestações de afeição me deixavam perturbada. – De agora em diante, me deixa corrigir isso, minha filha...
Alguém bateu na porta.
— Senhorita Zoe, o senhor Fábio deseja vê-la. – Franzi o cenho.
— Espere dois minutos e mande-o entrar, por favor. – Encarei meu pai. – Eu não ligo pra sua sexualidade, papai, saiba que tenho muito orgulho do sangue que corre em minhas veias.
Ele ficou surpreso, era muito visível.
— Obrigada, filha. – Meu pai ficou de pé e sorriu. – Obrigada.
Seu Bernardo deixou a minha sala, me deixando com uma sensação desconhecida.
— Zoe, posso entrar? – Fábio estava com um sorriso incomum.
— Entra, e sente-se... – O que esse ladrãozinho queria?
Fábio fechou a porta e a trancou.
— Vou ser bem direto e espero que você seja tão inteligente quanto eu imagino. – Ergui a sobrancelha. – Sei que você anda bisbilhotando o que não deveria e descobriu o que não era da sua conta.
— E? – Cruzei as pernas.
— Se fizer alguma coisa, eu prometo que isso aqui... – Ele tirou um notebook de sua pasta, o abriu e colou a minha frente. – Vai direto pra mídia e todos irão saber que o tão respeitado Bernardo Cavalcante é uma tremendo bicha.
— Não ouse falar do meu pai... – Fiquei de pé, o puxando pela lapela do terno. – Não ouse, seu canalha.
— Então temos um acordo? – Com força, ele tirou a minha mão e se afastou com o notebook.
— Saia daqui, imediatamente. – O meu sangue fervia, a raiva que me tomou, me fez arremessar uma estátua contra a parede. — Saia, ou não respondo por mim.
Fábio deixou a minha sala com um sorriso vitorioso.
— INFERNO!
Passei o resto da tarde pensando no que fazer e quando percebi, já era noite. cheguei em casa com uma imensa vontade de descontar toda a minha frustração em algo ou alguém. Um psicólogo não seria uma ideia ruim aquelas alturas.
— Vai sair? – João me perguntou assim que cheguei à sala.
Ele estava lendo algo, sentado no sofá.
— Vou sair com a Olivia. – Meu ex-marido ergueu a sobrancelha.
— Vou junto. – O encarei sem acreditar. – Se você se produziu toda assim, é porque vai tentar leva-la pra cama.
— Nem fodendo...
— Eu vou e isso não terá como evitar. – João ficou de pé. – Vamos?
Só podia ser brincadeira.
Minutos depois, Olivia entrava em meu carro e por alguns segundos, esqueci da presença incomoda de João. Ela estava deliciosamente perfeita naquela calça de couro e com um body vermelho, que com toda certeza deixava a tatuagem sexy das costas à mostra.
Senti meu sex* reagir.
— Você está muito linda, Oli... – A voz de João cortou totalmente o momento.
— João? – Olivia olhou para trás, o encarando rapidamente e depois a mim.
Dei de ombros e ela pareceu entender o que eu quis dizer com o gesto.
- Obrigada, você como sempre elegante. – Apenas rolei os olhos e dei partida.
Tive de mudar a rota inicial, escolhendo outro restaurante.
— Sua mesa, senhorita... – Fomos direto para o segundo piso que tinha uma vista do primeiro. – Bem-vindos.
— Muito obrigada. – Sorri para o jovem rapaz.
— Oh, esperem um segundo, eu já volto. – Olivia não chegou a sentar e se encaminhou para o primeiro piso.
Ela parou diante de uma mesa onde estavam duas mulheres. Forcei a vista e me recordei de quem se tratava.
— O que você usou pra faze-la sair com você? – João também olhava na mesma direção.
— Não é da sua conta. – Era a mesma mulher com quem Olivia estava no jardim.
— Parece que há mais uma pessoa na disputa, não é mesmo? – O encarei.
— Você quer o coração da Olivia, eu quero o corpo. – Sorri. – Nesse caso, sua concorrente pro coração dela é aquela lá.
— Então vai me dizer que não se sente nenhum pouco incomodada com a possibilidade de nenhum de nós dois sermos os felicitados e aquela bela asiática ali ter o coração... e o corpo? – Aspirei o ar com calma.
— Sei o que está tentando fazer e bem, não tá obtendo resultado. – Peguei o cardápio.
Por que me incomodaria outra mulher tocando a Olivia? Meus desejos por era eram apenas carnais.
— Vamos beber o que? – Ela voltou a nossa mesa.
— Me permita... – João ficou de pé e puxou a cadeira para ela.
Apenas rolei os olhos.
— Bem, qual a pauta da reunião? – Ele perguntou, parecendo se divertir com aquela situação.
Pedimos um vinho e os pratos, enquanto esperávamos, decidi adiantar algumas coisas para ambos. A ideia inicial era jantar com a Olivia e não falar absolutamente nada sobre a empresa, mas com João decidiu estragar tudo, fui direto ao assunto.
— Isso é um absurdo, Zoe, você não pode deixar esse canalha se dar bem. Não pode se deixar chantagear. – Tomei um pouco do vinho.
— Ele está usando aquela informação sobre o meu pai, João, infelizmente... – Olhei para Olivia.
— É o que estou pensando, Zoe? – Olivia é mesmo uma mulher linda.
As coisas que estavam passando minha cabeça, se ela soubesse.
— Sim, ele tem fotos e ameaçou jogar em todos os canais de comunicação. – O olhar de decepção dela me fez desejar estrangular aquele bastardo com minhas próprias mãos.
— Fotos dele com outro homem? – João diminui o tom de voz.
— Não podemos falar disso aqui, João, tem muita gente... – Olivia olhou ao redor. Ergui as minhas sobrancelhas, percebendo que a mulher a minha frente tinha uma qualidade rara: fidelidade.
— Bem, se é assim... desculpa. Você tem razão, Olivia.
— Boa noite... – Aquela mulher outra vez.
— Yuna, você já vai? – Olivia ficou de pé e a abraçou, em seguida a outra mais nova. – João, Zoe, essa é a Yuna e a sua irmã, Mina.
— É um prazer conhece-los oficialmente. – Ela é bonita, isso não há como negar.
— O prazer é nosso... – João respondeu com um sorriso babaca.
— Muito prazer. – Forcei um sorriso sem dentes.
— Bem, vou esperar a sua ligação. – Ela beijou a bochecha de Olivia. – Bom apetite a vocês.
— Obrigada...
Ela se afastou e imediatamente, João me encarou. Ele não parecia mais tão engraçadinho, pelo que conhecia a seu respeito, ele também notou que a tal Yuna estava encantada com Olivia de verdade.
— Bem, eu vou ao banheiro... – Ela ficou de pé.
— Vou com você... – Olivia me encarou.
— Espera aí... – João ergueu as duas sobrancelhas.
— Será rápido, João, apenas retocar a maquiagem.
Fui a frente, sentindo a presença de Olivia logo atrás. Ao entrar no banheiro, ficamos de frente para o enorme espelho. Havia mais duas mulheres retocando a maquiagem e o espaço não era tão grande, porém extremamente luxuoso.
Quando as outras duas deixaram o banheiro, tranquei a porta.
— O que tá fazendo? – Olivia pareceu assustada, me fazendo sorrir.
A olhei da cabeça aos pés e senti meu sex* vibrar.
— Queria ficar a sós com você... – Me aproximei, encurralando-a contra o bonito azulejo. A olhei da cabeça aos pés. — Você está maravilhosa, Olivia.
— Zoe...
— Você me fez ficar com muito tesão depois que deixei sua casa. – Segurei sua cintura com uma das mãos. – Me fez imaginar como seria ch*par você até te ver gem*r...
— Eu não... não posso fazer... – Eu podia sentir o seu corpo tremulo, elevando a umidade em minha calcinha
— Veja... – Peguei uma de suas mãos, mas os meus olhos não deixavam os lábios atrativos. – Sinta como me deixa, Olivia.
Levei sua mão e coloquei por cima da minha calcinha. A saia ajudou bastante nesse momento.
— Humm, tá sentindo? – Gemi em seu ouvido. – Nem te toquei e já estou assim. Sente como te quero, como o meu corpo implora por você.
A olhei.
— Zoe... – Sorri, aproximando meus lábios dos dela, deixando a milímetros de distância.
— Diga, baby... – Olivia tirou a mão que tocava o meu sex*. – Diga...
Durou apenas alguns segundos, até que partiu dela a iniciativa de grudar sua boca na minha, abraçando o meu pescoço. Era somente o que eu precisava para avançar ainda mais e chegar aonde desejava.
O beijo era faminto, nada gentil e isso me enlouquecia.
Ch*pei, saboreei, gemi contra os lábios macios e quando o ar se fez necessário, a pressionei contra a pia de mármore negro. Nos afastamos por alguns segundos e eu pude ver uma expressão de desejo escancarado na face de Olivia.
Isso me deixou fodidamente louca de tesão.
— Eu necessito fazer isso...
E antes que ela dissesse algo, a beijei novamente com toda a excitação daquele momento, desci os beijos pelo pescoço e uma das minhas mãos abriu o zipe de sua calça, baixando-a até o joelho. Enfiei minha mão dentre a sua calcinha e encontrei o seu centro de prazer molhado, quente, pronto para mim.
— Humm... – Aquele gemido escapou de sua boca. Sua respiração ficou rápida.
— Gostosa... muito gostosa.
Passei a movimentar meus dedos contra o seu clit*ris, o sentindo ficar inchado. Forcei um em sua entrada, me vendo encantada com a forma que ele foi engolido. Olivia mordeu meu lábio inferior quando o segundo a preencheu.
Era divino.
— Zoe, Olivia? – A voz de João fez com que Olivia me empurrasse para longe. – O jantar já foi servido.
“Droga, João.”
Olivia me encarava de forma raivosa, me fazendo sorrir. Ela passou a se arrumar, enquanto ouvíamos batidas na porta. Ajeitei meu cabelo, retirei o resto do batom e passei uma nova camada.
Ela saiu do banheiro com pressa.
— João, seu idiota... – Me olhei no espelho uma ultima vez e deixei o banheiro.
O jantar foi muito indigesto para os dois a minha frente. Apenas me concentrei em comer, pois a minha outra fome não mataria aquela noite. Quando deixamos o restaurante, já se passava das 23:00hrs.
O silencio na volta foi engraçado. Ao menos para mim.
— Boa noite, até amanhã... – Olivia saiu do meu carro, batendo a porta com força.
— Que porr* aconteceu no banheiro, Zoe? – Dei partida.
— Não aconteceu nada, graças a você. – Ele veio para o banco da frente.
— Você com certeza tentou. – A voz irritada dele me divertia.
— Você quem quis ir sem ser convidado. – Liguei o som. – Tô usando o que tenho, não tenho culpa se você é lerdo.
— Vamos ver quem é o lerdo. – Apenas dei de ombros.
Tomei um banho longo e antes de deitar, resolvi mandar uma mensagem a Olivia.
“Tenha ótimos sonhos, baby.”
“Vai se foder, Zoe.”
E a resposta foi a mais grosseira possível, como o esperado, me fazendo gargalhar alto. Repassei o acontecido no banheiro e pude sentir o meu corpo reclamar por satisfação mais uma vez. Passei a me tocar, ouvindo ao fundo os gemidos de Olivia. O meu ápice do prazer veio, graças a imagem da pirralha em minha mente.
Desliguei as luzes, pois merecia uma ótima noite de sono.
24 de março.
— Não sabemos onde ela pode estar... – Franzi o cenho ao ouvir a voz de Marina. – Tive esperanças dela estar aqui.
Desci a escadaria.
— Zoe, pelo amor de Deus, a Olivia dormiu aqui? – Minha tia me perguntou aflita e eu não estava entendendo nada.
— Não, deixamos ela na porta de casa ontem. – Olhei para os quatro.
— Olivia sumiu, ela deixou o celular, as chaves do carro, não levou nenhuma única roupa. – Marina estava com os olhos vermelhos.
— Deus, a minha filha...
Como se uma luz se acendesse em minha cabeça, pensei em um lugar que ela poderia estar.
“O que você tá aprontando, pirralha?”
Fim do capítulo
Uns amassos ai para vocês :)
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laisrezende
Em: 01/04/2022
Concordo viu!!!!! Pouco tempo de postagem e olha o. Úmero de acessos a história. Tem que postar mais, poucos capítulos e já prendeu a gente. Sem duvidas a história que tá segurando site agora... me animei até pra comentar de novo
Resposta do autor:
CARACA!!!
Que delicia ler algo assim.
Fiquei até com o coração acelerado, de verdade.
Eu tô muito feliz, vou para o trabalho empolgada :)
Ganhei meu dia.
Obrigada.
Vou postar um extra :)
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barbara7
Em: 01/04/2022
VAMOS ter que negociar essas postagens
só dois por semana? Não, uma tortura esperar uma semana.
Posta mais meninas
Resposta do autor:
Hahaha posso postar um extra vez ouu outra. Que acha?
Vou postar mais um agora mesmo.
pra já :)
me empolguei
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CatarinaAlvesP
Em: 01/04/2022
Letícia, você nunca decepciona. Todas suas obras são maravilhosas demais. Impressionante! Não errou uma até agora aqui no site
Resposta do autor:
Caramba, que delicia ler isso. Meu coração aqueceu.
Muito obrigada. A Tanny também ficou muito feliz. :)
Que gás.
Vou postar um cap extra.
Obrigada mesmo.
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Lea
Em: 31/03/2022
E o Fábio encurralou tanto a Olívia quanto a Zoe!
Essa Olívia é muito gostosa para está todo mundo querendo a garota!
Zoe minha querida você vai se apaixonar pela Olívia e vai ser tarde quando cai na real!
Eu só acho que ela deveria falar para a Olívia sobre a adoção!
E esse sumiço da Olívia!! Ela pode está na casa do Luciano ou na casa do Caio. Creio eu que,o sequestrada ela não foi! Assim espero!
Resposta do autor:
Olivia tem um charme que a minha mente criou kkkkkk
vamos já esclarecer suas duvidas.
vou postar um cap extra, vocês merecem por estarem sendo tão maravilhosas.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 31/03/2022
Cai fora Olívia essa família é louca de pedra.
Resposta do autor:
Me lembra a minha kkkkkkk aí, Deus..
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