Tatiane Rebouças
Tati
Pousar em São Paulo, depois de dois anos e oito meses, pra ser mais exata, dispara todos os gatilhos possíveis dentro de mim. Sair daqui, após ter agido de forma inconsequente, me fez mudar. Perder a Laura, foi necessário para meu crescimento pessoal e profissional.
Antes dela, eu vivia à sombra de aventuras e em constante busca por situações que me desafiassem. Saí da casa dos meus pais muito nova, tendo tudo do bom e melhor e fui me aventurar na Europa. Decidi cursar medicina na França, aproveitando da minha cidadania portuguesa e, não valorizei. Conheci um moço, na faculdade, que me virou a cabeça, literalmente. Joseph, era brasileiro, residente na França, forçado pelo pai adotivo. Descontava todos os problemas da vida, na rejeição que acreditava ter sofrido pelo pai biológico, que morreu em um acidente quando ele tinha dois aninhos. Cresceu alimentando essa ideia, e isso o amargou, desenvolvendo dificuldades psicossociais e dissociativas. Em pouquíssimo tempo, me transformou quase uma prisioneira dele, num relacionamento abusivo. No único dia que consegui fugir da aula e ir passear em um dos barcos pelo rio Sena, conheci Laura. Uma mulher lindíssima, independente, poderosa. Vi nela uma chance de conseguir fugir daquela vida monótona e doentia. Quando não se sabe onde quer chegar, qualquer destino serve, e assim, vim com ela para o Brasil. De volta à terra natal, conheci um pouco do amor que sonhava ter. No entanto, eu precisava crescer e valorizar o que tinha. Laura me proporcionou uma vida de princesa. Meu deu casa, carro, pagava minha faculdade e me mantinha com todos os luxos que eu desejava. Fui da escassez de carinho e atenção do Joseph, ao extremo de cuidado e luxo com a Laura. Dois opostos que me tiraram do eixo. Joseph se mostrava problemático desde sempre, já Laura, fui descobrindo aos poucos. No começo, uma paixão arrebatadora, daquelas que só vê nas telas do cinema. Com o tempo, seu vício no álcool, foi minando nossa relação. A atenção e o carinho, foram sendo substituídos por presentes de altíssimo valor, viagens inesperadas e uma ostentação incalculável, na tentativa de repor a ausência de presença. Eu tinha tudo que queria, mas não tinha ela na minha vida. Trabalhava muito, e quando saia do trabalho, bebia muito. Obviamente, eu, uma moça de vinte e seis anos, carente, encontrou a massagem no ego que precisava, com a secretária, cheia de amor pra dar. Todos os dias, Vivian estava disponível para conversar, almoçar, passear. Nos envolvemos e, nos amamos. Até o dia, que, por descuido e muito tesão, fomos pegas. Vivian perdeu o emprego e por causa disso, não quis mais nem saber se eu estava viva. Fui expulsa da vida da Laura, sem direito a conversa. Desde o ocorrido, nunca mais nos vimos. Tentei viver com as reservas que tinha, mas não consegui. Vendi o apartamento, com tudo dentro, desde roupas à móveis e, o carro que ela me deu. Escolhi um destino ainda não visitado e fui parar em Belo Horizonte, começar a vida do zero. Na bagagem, apenas as roupas do corpo e documentos. Aluguei uma kitnet, transferi o curso de medicina e arrumei emprego. A reserva que fiz, deixei para a faculdade, e meu emprego, me manteve com pouco luxo. Longe de amigos, familiares e relacionamentos, comecei a focar em mim. Concluí meu curso ano passado e agora, estou me especializando. Ser neurocirurgiã requer muito estudo e entrega. Meu foco é esse. Atualmente, trabalho em dois hospitais como plantonista e estou atendendo em três consultórios. Ainda não estou ganhando o suficiente para regalias, mas está dando para se manter e pagar os cursos. Relacionamentos, só comigo e os livros. De vez em quando saio e fico com quem me dá vontade. Pego, sem me apegar.
Vou ficar em São Paulo de segunda à quarta, para participar de um Congresso de Neurologia, em seguida vou pra Porto Alegre, participar de outro congresso, sobre práticas inovadoras e pouco invasivas de cirurgia cerebral e retorno à BH. Pretendo passar na empresa da Laura, antes de ir ao congresso. Apesar dos pesares, sou muito grata a ela, até mesmo por ter me mostrado um lado de sua pessoa, na qual eu não quero ser. Tem pessoas que nos inspiram a ser melhor, mostrando o pior delas. Laura é uma dessas pessoas.
Sentir o freio dos pneus do avião na curta pista do Congonhas, me tirou dos pensamentos e fez meu coração bater forte, me provando que existe muita vida aqui dentro, e que a cada dia valorizo ainda mais.
Após pegar a bagagem, peguei um táxi e fui direto ao hotel. O congresso hoje, começa às quatorze e vai até às vinte e duas horas. Bem puxado, mas vale a pena. Como ainda são oito horas da manhã, é possível passar no Complexo Veigas e tomar um café com a Laura. Não sei como será vê-la depois de tanto tempo, mas, estou disposta a saber. Quero que ela veja que estou bem e muito melhor do que já fui.
Antes de chegar na empresa, pedi para o motorista parar num mercado e comprei uma orquídea branca que a Laura ama e, levei junto com uma caixa de bombons finos. Minha intenção não é reatar nada, apenas uma visita e rever uma pessoa que foi importante na minha vida.
Cheguei no complexo e encontrei tudo, exatamente como já era. Nem uma florzinha fora do lugar, ou, diferente. Me apresentei na portaria e ligaram, provavelmente para o andar do escritório. Pediram para sentar e esperar que logo seria atendida. Estava tranquila, no entanto, com o coração disparado. Logo, Tom apareceu, como sempre, muito educado e extremamente bem vestido.
- Tati??? - me falou, abrindo os braços para um abraço – Quanto tempo!!!
- Oi Tom! - o abracei – Quanto tempo, mesmo.
- Como foi de viagem?? - estranhei sua pergunta, mas, respondi que foi tudo bem – Venha, vamos fazer surpresa pra Laura – e me piscou. Estranhei ainda mais, no entanto não contendi. Pode ser que alguma coisa esteja diferente, contradizendo a decoração imutável.
Subimos conversando e, a cada andar que passava, lembranças me tomavam. Tom falava animado, que era muito bom estar me revendo e que eu era bem-vinda. Chegamos no andar do escritório e minhas pernas bambearam quando as portas se abriram. Uma senhora muito simpática me recebeu com um belíssimo sorriso. Mais uma mudança considerável. Laura jamais contratara senhoras para ser secretária, e bem no seu andar, como secretária particular, uma senhora trabalhando, era admirável.
- Dona Chica, a Laura já permitiu que sua visita a aguardasse no escritório – falou Tom à secretária, piscando pra ela que apenas acenou em positivo – Nem precisa falar nada quando ela chegar.
Tom abriu a porta do escritório e me pediu para entrar e ficar à vontade.
Definitivamente, achei tudo muito estranho e novo. Pelo jeito não fui a única a evoluir. Não faço ideia de como Laura sabia que eu estaria aqui, no entanto, aceitei a recepção calorosa.
Olhei ao redor e constatei que, o escritório está diferente. Móveis novos, decoração moderna, mas, o whisky pela metade e outra garrafa fechada, me mostraram que algumas coisas continuam do mesmo jeito. Algumas coisas são imutáveis e tendem a se perdurar pela vida toda. Sinto pena da Laura por isso. Ela é uma pessoa maravilhosa, mas as marcas do passado dolorido em sua vida, não a fazem bem, mesmo com tanta terapia. O "anestésico", como ela carinhosamente chamava o álcool, é seu maior companheiro. Deixei a flor e o chocolate em cima da mesa de reuniões que fica bem no centro da sala, a bolsa no sofá lateral e andei vagarosamente pelo ambiente. Após andar e sentar, impaciente, resolvei ficar em pé, contemplando a paisagem, atrás da sua mesa. São Paulo hoje, nublada, mostrando o clima de final de verão, movimentada e louca, como sempre, me lembrou de quantas coisas vivi por aqui. Pouco mais de meia hora depois, a porta se abriu e senti o coração bater na boca, ao me virar e ver Laura entrar, como de costume, exuberante. É problemática, rude, inconsistente e arrogante, mas sobretudo é linda. Está diferente, com o cabelo natural, diferente de dois anos atrás que fazia progressiva, e a naturalidade a deixa ainda mais linda. Suas roupas também estão diferentes, menos chamativas, porém, mais chiques. Está malhada, corpo mais robusto. A observei da cabeças aos pés, e sorri com a garganta seca ao perceber que minhas mãos suaram ao contemplá-la. Ela se assustou ao me ver, mexendo até os ombros e arregalou os olhos, fechando a porta.
- Tati? O que faz aqui?
- Oi! Bom dia!! - respondi sorrindo.
- Como entrou aqui? Quem te deixou entrar? - perguntou com expressão fechada.
Dei de ombros estranhando a pergunta.
- O Tom. Ele falou que você tinha autorizado eu te esperar aqui – levantei as mãos mostrando a palma pra ela – Apenas fiquei aqui, parada. Não toquei em nada.
- Tivemos um desencontro de informações – sorriu sem graça – Depois resolvo isso – falou, visivelmente incomodada.
- É rápido, Laura. Só dei uma passada pra te ver. Tenho um congresso logo mais.
- Congresso? Uau – falou espantada, vindo em minha direção – Sinal que criou juízo na vida.
- Sim – sorri ironicamente – Melhor tomar juízo, do que whisky, não é?!
Ela chegou até mim e me cumprimentou com um beijo no rosto, seguido de um abraço.
Seu cheiro me fez lembrar do quanto eu a amei. Encostar em seu corpo, depois de tanto tempo, me disparou todos os sentidos. Seu toque nas minhas costas ao me abraçar, parece ter sido feito em câmera lenta. Ironicamente, essa pessoa que me faz trabalhar todos os dias para não ser igual, é a pessoa que me revira a cabeça de um jeito incontrolável. Nosso relacionamento foi um fiasco, mas a química que exala dos nossos poros, é inegável.
- Bom te ver! - falou se afastando e desviando o olhar – Senta! Vamos conversar.
Vivi tempo suficiente com ela, para conhecê-la e saber que, estava nitidamente desconfortável com minha presença. Passava a mão sobre a saia, secando as mãos, como sempre faz ao estar nervosa, e olhava para o whisky, tentando evitar olhar.
Fui até a mesa central, de reuniões e peguei a flor com os chocolates.
- Pra você – entreguei-lhe, sorrindo – Só um agrado.
- Obrigada! - recebeu, me olhando profundamente – Quanta gentileza.
Sentei-me na cadeira à sua frente e nos olhamos, ambas sem graça e com pouco assunto, apesar de certamente termos muito a dizer.
- A que devo a honra de tão ilustre presença? - me perguntou ironicamente.
- Nada demais. Cheguei a pouco e, antes de ir para o congresso, resolvi passar te ver – falei despretensiosa.
- Chegou de onde??
- BH. Moro lá, agora.
A expressão de Laura, estava extremamente arrogante, demonstrando-me que a melhor coisa que fiz, foi me ausentar da sua presença. Laura é legal quando e com quem quer, e isso, é o que a torna essa pessoa amarga que a longo prazo, quem a conhece, se afasta.
- Legal. E já encontrou alguém pra te manter lá, também?
Engoli em seco com sua pergunta.
- Sim. Me encontrei.
Ela gargalhou ironicamente, afastando a cadeira e levantou-se.
- O que você quer, Tati? - perguntou, apoiando-se na mesa – Fala logo.
- Não quero nada Laura – respondi igualmente ácida – Só vim te ver, mesmo – me levantei – Mas já vi que não foi uma boa ideia.
- Quer mesmo que eu acredite que veio de BH pra cá, em um congresso e, só passou me ver? - perguntou com a sobrancelha arqueada – Inventa uma melhor, que nessa eu não caio.
- Acredite no que quiser, Laura Veigas – respondi, caminhando até minha bolsa no sofá – Diferente de você que prefere ficar presa no passado, anestesiando sua alma, tem pessoas que evoluem.
- Eu não estou presa no passado.
Peguei o whisky pela metade e levantei o vidro a olhando.
- Diga isso a você mesma – dei de ombros – Quando foi o último porre?
- Você não sabe nada sobre mim, Tati – me falou com arrogância.
- Por essa resposta, deve ter sido há uns três dias, no máximo – voltei o vidro na bandeja – E, considerando o jeito que tentou desviar o olhar da garrafa, quando me viu aqui, assim que eu sair por aquela porta, você virá aqui e tomará uma dose.
- Chega, Tati – falou, andando em direção à porta – Se veio até aqui para me atacar, pode ir embora. Aliás, ainda não entendi nem por que veio.
- Que pena Laura. Você não mudou nada. Isso é tão triste – falei pegando a bolsa e me arrependendo de ter pisado nesse lugar, mais uma vez.
Laura colocou a mão na maçaneta da porta e me olhou com desdém.
- Você também não mudou. Continua a mesma petulante de sempre. Apenas mais magra e bem vestida.
Sorri ironicamente e caminhei até a porta.
- Eu passei aqui pra te agradecer. Foi pra isso, respondendo sua pergunta.
- Me agradecer de quê?
Estava a sua frente, perto o suficiente para sentir seu cheiro inebriante e mesmo sabendo o quanto ela é mesquinha, a achar lindíssima. O jeito que ela franze o cenho, descontente com alguma situação, a deixa maravilhosa. Quanto mais arrogante, mais sua postura se eleva, e mais irresistível ela se torna. Me concentrei em respondê-la, o que sempre desejei falar-lhe.
- Agradecer por me fazer melhor a cada dia, pra não ser como você.
Laura me olhou nos olhos e em seguida pra minha boca. Pelo decote avantajado, deu pra ver o colo do seio agitado, numa respiração ofegante e pesada. Ela fechou os olhos e com a boca seca, me pediu com voz baixa.
- Vai embora Tati, você já me trouxe problemas demais.
- Estou indo, com prazer! – me inclinei para dar-lhe um beijo no rosto e sair. Encostei o rosto no seu e beijei-lhe a bochecha, sentindo seu cheiro delicioso e meu coração descompassou. Toquei-lhe o rosto e senti sutilmente sua face se virar, e nossa respiração se encontrar. Laura me olhava na boca, ofegando. Sua mão tocou minha cintura e toda a minha espinha arrepiou-se. Ela me olhou nos olhos e colocou uma mecha dos meus cabelos atrás da minha orelha, acariciando meu rosto. Tocou meu lábios com o polegar e seu olhar voltou para minha boca. Engoli em seco, e fechei os olhos, ao quase sentir nossos lábios se tocarem e ouvi a porta se abrir. Imediatamente ela se afastou e olhei rapidamente para trás. Uma moça lindíssima, loira, olhos verdes e cabelos curtos, sorriso largo que fechou-se à medida que nos viu. Olhou fixamente para Laura e em seguida para mim.
- Alice! - falou alto e rapidamente, Laura.
A moça, agora nomeada, saiu, batendo a porta. Laura a abriu subitamente e saiu, chamando por seu nome. Pelo seu desespero, pude perceber que a tal, Alice, é a garota do momento, que viu o que não devia, em um momento que também não deveria ter existido. Por um breve momento me lembrei do dia que, quem foi pega, fazendo o que não deveria ter feito, foi eu. Laura armou um escândalo, puxando Vivian pelos cabelos até a recepção. No fundo, bem lá no fundo, sorri pelo recente ocorrido. Não pelo ato em si, mas pela ironia do destino em nos pregar peças que outrora vociferamos nunca fazer, no caso, quem disse isso, batendo no peito, garantindo que tal feito, jamais faria, foi a própria em questão. Coloquei a cabeça pra fora da sala, espiando a recepção e, Laura não estava. Quem se encontrava, era a senhora secretária, que andava de um lado para outro, afoita.
- Está tudo bem, senhora? - perguntei gentilmente – Onde está a Laura?
- Aí moça, não sei se está tudo bem. A Alice desceu pela escada, correndo, mas a Laura não viu e foi de elevador. Não sei o que aconteceu, mas as duas saíram com cara de poucos amigos – ela falava nervosa.
- Calma! Vai ficar tudo bem – a acalmei – A senhora quer uma água?
- Não moça. Quero saber o que aconteceu. A Alice ainda não pode passar nervoso – ela falava colocando as mãos na cabeça, muito nervosa.
- Logo elas voltam. Como é mesmo seu nome?
- É Chica, e o seu?
- Tatiane, prazer! Vou pegar água pra senhora – voltei no escritório da Laura e peguei uma garrafinha de água, do frigobar.
Ela estava sentada, com as pernas balançando, muito agitada.
- A senhora disse que a Alice, não pode passar por situações de nervoso, por quê?
- Porque ela teve um acidente dias atrás, e está com coágulo no cérebro, ainda em recuperação.
Entendi a gravidade do momento. De fato, para alguém com coágulo cerebral, fortes emoções, não são bem vindas.
- Ela e a Laura, têm algum envolvimento – perguntei, querendo entender melhor o que se tratava.
- Não posso falar de assuntos particulares da senhorita Veigas. O que posso te dizer que elas são bem próximas e cuidadosas uma com a outra.
- Ah sim, entendi. Fica tranquila – a tranquilizei, já entendendo tudo. Laura continua dentro do armário, amando escondida e sobretudo, com medo de ser descoberta.
- Ai meu Senhor do Bonfim, guarda minhas meninas – falava afoita a senhora – Por favor.
- Fica tranquila dona Chica, jajá a Laura volta – acariciei suas costas, tentando acalmá-la.
- Eu queria descer pra ver, mas a Mirela não vem hoje e eu não posso sair daqui. Que aflição.
- Eu ia embora, mas vou ficar aqui com a senhora, até a Laura voltar.
- Isso, fica aqui comigo. Eu "tô" muito nervosa.
- Mas a senhora tem que se acalmar. Faça sua oração para o Senhor do Bonfim e fica tranquila. Eu sou médica neurologista e posso te garantir, que o coágulo da Alice, não estoura assim de uma hora pra outra.
- Ah! Que benção ouvir isso. É médica da onde?
- Sou de Belo Horizonte.
- Que legal. Mineirinha – e sorriu amigavelmente, tentando disfarçar seu nervosismo.
- Não sou mineira – sorri em resposta – Sou paulista mesmo, mas fui estudar pra lá e acabei ficando.
- E agora vai voltar pra cá?
- Não, não – sorri com sua gentileza – Só vim pra um congresso de médicos e passei ver a Laura. Fazia tempo que não a via.
- É sempre bom rever os amigos né?! Eu encontrei minha amiga Didi, que fazia anos que não via, foi tão gostoso.
Didi, a Didi da Laura. Agora faz todo o sentido, a Laura ter contrato a pobre e gentil senhora. Ela é amiga da Didi, que me odeia. Caso ela fale para Didi, de mim, passará a ser mais uma pessoa a me odiar. Benedita Veigas comprou a briga da filha/sobrinha quando soube do flagrante e desde então, ela mesma fez questão de me expulsar da vida deles, falando com todas as letras que, caso eu voltasse vê-la novamente, ela mesma faria o favor de fazer com que eu sumisse do mapa. Achei melhor não apostar em saber se, a ameaça era verdadeira.
- Sim, é gostoso encontrar amigos – falei, após uma breve pausa devido meus pensamentos.
- Eu não entendo, a Laura chegou tão feliz – ela falava olhando para o chão, como se não precisasse ouvir seus próprios pensamentos – A Alice também. Será que teve algum problema na viagem? Mas elas estavam felizes quando chegaram, e de repente, a Alice saiu como um espavento e a Laura atrás – meneava a cabeça.
- Viagem? – perguntei inocentemente – Elas foram viajar?
- Foram sábado pra uma ilha no Rio de Janeiro – continuava a menear a cabeça, falando sem pensar – Voltaram ontem. Falei com a Alice a noite, ela estava tão feliz.
- Ah, dona Chica – tentei contornar a situação, não demonstrando saber o que acontecera – Deve ser alguma coisinha boba. Logo elas voltam, igualmente felizes pra cá.
Enquanto tentava acalmar a gentil senhora, Laura chegou no elevador. Dona Chica imediatamente levantou-se e foi ao seu encontro.
- Graças a Deus você voltou! Está bem? A Alice está bem? – perguntava agitada e a abraçou. Laura a abraçou e me fitou, furiosa. Levantei-me também.
- Está tudo bem, dona Chica – falou ironicamente, acariciando seu rosto – Fica tranquila – desviou-se do abraço caloroso da senhora e veio em minha direção, pisando forte.
- Fiquei aqui para acalmar a dona Chica que estava muito nervosa – falei rapidamente, porém, sem demonstrar insegurança – Ela estava a ponto de ter um infarte.
Laura suspirou fundo e manteve a postura.
- Já pra minha sala – falou baixo e adentrou o escritório.
- Já volto, dona Chica – disfarcei, com um sorriso.
Entrei na sala e Laura me aguardava ao lado da porta, imediatamente a fechou, me olhando furiosa.
- Quem você pensa que é pra vir aqui e mais uma vez tentar me destruir? – falou alto.
- Eu não vim aqui para isso. Vim apenas te ver e já estava indo embora, quando você não conteve seus impulsos e quase me beijou.
- Eu jamais faria isso! – vociferava raivosa – Você é uma pedra no meu caminho.
- Laura, baixa a bola vai – falei dando as costas pra ela e puxando uma cadeira para me sentar – Já sei de tudo o que está acontecendo e, na boa, vamos conversar civilizadamente.
Ela veio até a mesa e deu um tapa na madeira, falando alto.
- Baixar a bola? Conversar? Você ao menos consegue ouvir, o quão ridícula, você é?
Cruzei os braços a frente dos meus seios e a encarei, com expressão de desdém.
- Senta aí, é sério! Vamos conversar, como amigas.
- Eu não tenho nada a falar com você, Tatiane Rebouças. Olhar pra sua cara me dá nojo.
- Aham! – revirei os olhos, desdenhando do que ela falara – Até quinze minutos atrás não me pareceu estar com nojo – e sorri ironicamente.
- Chega! Some daqui antes que eu te coloque pra fora, a chutes – falou alto, apontando a porta.
Levantei e a encarei, apontando o dedo quase encostando em seu nariz.
- Chega você, Laura. Agora você vai me ouvir, nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida – falei com raiva, com os dentes cerrados – Eu deveria sim, ir embora, e deixar você mais uma vez se fudê, porque do jeito que você age, é isso que merece. Mas como eu ainda – engoli em seco, sendo difícil admitir pra mim mesma – Ainda tenho consideração por você e por tudo o que vivemos de bom, vou te falar umas verdades que talvez, ninguém ainda te dito.
Laura me olhava com os olhos arregalados e estupefata.
- Sabe por que nosso relacionamento acabou? - perguntei e imediatamente respondi -Porque você, nos destruiu. Porque seu orgulho, foi maior que nosso amor. Porque você, preferiu o álcool do que minha presença. Porque você, escolheu trabalhar mais do que devia, para fugir de casa e não dar atenção a nós. Porque sua arrogância foi tão grande, que não te possibilitou enxergar essas coisas. Porque você, tentava me comprar com presentes e viagens. Porque você, é uma mimada, que não ouve ninguém, além de si mesma e não tem quem suporte ficar do seu lado, a partir do momento que começa a te conhecer de verdade.
- Isso é tudo mentira! – gritou e virou-se de costas para mim, mexendo nos cabelos, irritada.
- Mentira é o que você cria e acredita ser verdade, dentro da sua mente doente – fui no frigobar e peguei a garrafa de whisky e coloquei na mesa, à sua frente - Isso aqui é mentira, Laura?
Ela me olhou furiosa e não falou nada.
- Responde!! – gritei com ela – Seja a mulher que você se mostra para o mundo e assuma suas atitudes. Responde!!! Isso aqui é mentira? Eu estou louca de estar vendo uma garrafa de whisky pela metade e outra fechada? Responde, caralh*!
- Não! Não é mentira! – respondeu igualmente gritando.
- E essa é só uma parte de tudo o que falei antes. Você é doente, Laura! Tem que se tratar.
- Não sou doente! Para de falar isso! – andava de um lado para outro, impaciente.
- Você tem uma doença no ego. Tem o ego inchado. Um edema no ego, pra falar em termos científicos.
- Vai embora, Tati. Eu não aguento ficar mais um minuto à sua frente – apontou a porta, olhando para baixo.
- Ainda não acabei! Quando eu acabar, eu sei onde é a saída – respondi furiosa – Eu precisei te perder, pra crescer, Laura. Doeu cada segundo dos dias que não consegui te esquecer. Sofri, chorei, me descabelei, arrependida do que fiz. Até que resolvi me amar, antes de tentar amar outra pessoa. Tomei vergonha na cara e fui viver a minha história. Te agradeço todos os dias por ter me expulsado da sua vida, porque a partir daí, eu fui viver a minha vida, como nunca tinha feito. Eu precisava disso, e foi você que me proporcionou viver de verdade. A cada dia que amanhece, eu lembro de você, e passo o dia todo, refletindo minhas atitudes para ser o seu oposto.
Laura ouvia tudo, calada, com os olhos arregalados, e braços cruzados.
- Eu vi o jeito que você saiu daqui por essa moça nos ver, e eu desejei todos os dias que estive com você, ver em seus olhos, o que vi em apenas três segundos que você a viu. Jamais você iria sair desesperada como saiu, atrás de quem não fosse de verdade especial pra você.
Os olhos de Laura de marejaram e ela começou a respirar ofegante, tentando segurar as lágrimas, disfarçando ao olhar para os lados, impaciente.
- Chora Laura! Isso mostra que você é um pouco humana. Eu não sou sua inimiga. Nunca fui. Eu tentei com todas as minhas forças te resgatar desse buraco que às vezes, você mesma se coloca. Lá no fundo, você sabe disso. Eu transei sim com sua secretária, e transei gostoso, várias e várias vezes. E muitas das vezes, transei pensando em você, devido a falta que sentia da sua presença. Me envolvi com ela, pois me sentia sozinha, abandonada. Quando te conheci em Paris, vislumbrei um futuro ao seu lado. Me apaixonei perdidamente pela mulher mais encantadora que já tinha visto, mergulhei de corpo e alma em nós. Nunca te pedi nada, mas você me deu tudo, e te agradeço por isso, no entanto, se fosse hoje, não aceitaria uma caneta que me desse. Porque o que eu queria, você não me deu. Ao ver o sorriso dessa moça se desmanchar à nossa frente, me vi nela, lá em Paris, pegando o vôo de primeira classe com você e, acreditando que estava embarcando, rumo à felicidade. Só que Laura, o motivo de eu estar te falando tudo isso, é para que você não passe pela amargura que eu passei – ela continuava a me ouvir calada, agora com lágrimas escorrendo em sua face e andando impaciente – Apesar de tudo o que me fez sofrer, ainda assim, eu te acho uma pessoa maravilhosa, quando está longe da sua pose de durona, e sei que, um sofrimento de perder um amor verdadeiro, te destruiria.
Peguei suas mãos sentamos, de frente uma pra outra, à mesa de reuniões. Sequei sua lágrimas com as costas da mão.
- Laura, olha pra mim! Me fala que é tudo maluquice da minha cabeça?! Essa Alice é uma qualquer?
Ela me olhou, com os olhos cheio de lágrimas e negou com a cabeça.
- Você tem bebido?
Ela acenou que sim.
- Quando foi a última vez, daquele jeito?
Ela baixou os olhos e respondeu timidamente.
- Sexta. De quinta pra sexta.
- Você já se assumiu?
Ela negou com a cabeça, com lágrimas escorrendo em seu rosto.
- Puta que pariu, Laura!! – falei brava com ela – Essa Alice é assumida?
Ela consentiu com a cabeça.
- Já ficaram?
Balançou a cabeça em positivo.
- Está disposta a perdê-la pra ficar sozinha, com seu vício e dentro do armário?
Negou com a cabeça, deixando as lágrimas rolarem por seu rosto.
- Então toma uma atitude, porr*!!! – falei alto, soltando suas mãos – Não é tudo que o dinheiro tem o poder de comprar, Laura. Puta merd*, quando você vai aprender? Acha que a vida é assim? Trabalha feito uma louca, pra ter muito dinheiro e viver triste, bebendo, sem perspectiva de futuro? É o quê? Acha que vai conseguir todos os carros luxuosos que forem lançados pra suprir a falta de amar? Hein? Vai comprar o quê? São Paulo inteiro? O estado? O Brasil? A troco de quê? Ter poder e prestígio e dentro de você, não ter nenhum brigadeiro embolorado? Puta que pariu Laura!!! – bati a lateral da mão, fechadas em murro, contra a madeira da mesa, irritada e, me encostei na cadeira.
- Mano, não queira perder essa mina! Não queira saber a dor de perder um amor, para então mudar. Não queira, Laura – falei balançando a cabeça, perplexa com o que via.
Para Laura Veigas, estar assim, chorando na frente de alguém que ela acredita ser sua não-amiga, é porque essa Alice, realmente a conquistou. Levantei e peguei água no frigobar, e a ofereci.
- Toma água e fala alguma coisa, por favor.
Ela deu de ombros e falou, tristemente.
- Quer que fale o quê? Você falou coisas que eu não pensava ouvir hoje, menos ainda, de você e o pior, está coberta de razão.
- E vai ficar por isso mesmo? – perguntei indignada – Estou coberta de razão e? Isso eu já sei! Merda, Laura – falei alto – Eu tive que vir lá da puta que pariu de Minas pra te falar umas verdades? É isso mesmo? Na minha ausência, ninguém ocupou esse meu posto?
Ela sorriu e me olhou, soltando o ar dos ombros, negando com a cabeça.
- Porr*! O pessoal daqui está bem frouxo, hein. Nem a Didi tem dado umas invertidas em você?
- Ela sim, sempre – revirou os olhos – Quase toda semana.
- Ufa!! Manda um abraço pra ela – falei brava – Mesmo ela me odiando, compartilhamos do mesmo sentimento de te acordar pra vida.
Laura sorriu mais uma vez, baixando os olhos.
- Ei – segurei suas mãos – Olha pra mim.
Ela me olhou, timidamente.
- Eu não estou aqui pra tentar reatar com você. Não quero, de verdade. Estou numa outra vibe..
- Tornou a ser hétero ou assumiu ser bi? – me interrompeu com um sorriso sarcástico.
- Nenhum dos dois, aliás, acho que sou bi – dei de ombros – Não ligo pra rótulos. O que estiver a fim, eu faço e pronto. Mas estou envolvida em minha carreira e estudos. Estou sem tempo pra pessoas.
- Isso é serio?
- Sim, Laura. Muito sério! Me formei ano passado e estou fazendo especialização. Consegui encontrar o que queria na vida. Serei neurocirurgiã – falei sorrindo, emocionada com minha evolução.
- Que legal, Tati! Fico feliz por você, de verdade. Parabéns – me falou olhando nos olhos, e senti verdade em suas palavras.
- Obrigada, Laura. Muito disso, devo a você – a olhei profundamente – Você foi a primeira pessoa que acreditou em mim, antes de eu mesma acreditar. Tenho uma dívida eterna com você.
- Deixa disso! Não me deve nada. Sobretudo, sempre fomos amigas, e amigos fazem isso, não é?! – me falou amigavelmente, secando as lágrimas.
- Sim, é o que amigos fazem. E por isso estou aqui, te falando tanto! Eu ia embora, mas quando a dona Chica começou a falar com tanto cuidado de você e da Alice, percebi que minha estadia aqui, tinha um sentido.
- Eu passei esses dois anos e alguns meses te odiando, cada segundo que vivi – me falou, e percebi seus ombros aliviarem – O que você fez, jamais imaginei ter vivido. Fui pega de surpresa e sempre acreditei, que eu não tinha culpa alguma. Criei uma Tati na minha mente, e acreditei nessa versão, ardentemente. Esqueci da sua sinceridade, do seu lado amigo, do quanto você pegava no meu pé e me ajudava. Aniquilei por completo essas memórias boas sobre você. Só guardei o que foi ruim – falava me olhando a atentamente – Falei mal de você, pra quem foi possível. Desenhei uma Tati chata, ranzinza, insolente e estúpida, e apresentei a obra para quem quisesse ver. Excluí por completo o quanto a gente conversava e foi feliz. Em nenhum momento me permiti lembrar dessas invertidas que você me dava pra me colocar no eixo. Me desculpa por isso. Você tem razão, tenho edema de ego.
- Rufem os tambores – falei alto e sorrindo – Laura Veigas em sua mais pura essência, está presente!
- E sim, a Alice é muito especial. Acho que encontrei minha alminha, como falávamos – deu de ombros, sorriu e seus olhos brilharam – Ela é tudo o que eu não sou. É simples, espontânea, de riso fácil, cativante, linda. Quando estou com ela, me sinto em paz, tranquila. Parece que todos os meus pedacinhos se grudam, sabe?! E acho que a perdi – entristeceu-se ao final da fala.
- Nada disso! Se ela é tudo isso que me falou, você vai lutar por ela – falei, segurando em sua mão – É isso que mulheres fortes fazem. Lutam por seus amores.
- Mas ela viu a gente...
- Ela viu a gente nada! Não teve nada aqui. Eu não te beijei. Você me beijou? – perguntei a olhando com expressão curiosa.
- Não – e sorriu dando de ombros.
- Então, você vai atrás dela, seja onde for, e não a perca. Eu não tenho tempo de ficar pra resolver esse b.o, mas você, deixe tudo de lado, mas não deixe ela.
- Tati, o Joseph..
- Que tem o Joseph? Aliás, como você sabe o nome do Joseph? – estranhei como ela sabia o nome do meu ex, problemático que fiz questão de enterrar dentro de mim.
- Ele tem nos perseguido! A mim e a Alice.
- Que merd* é essa que está me falando, Laura? – perguntei assustada. Sempre soube que Joseph é idiota, mas não a ponto de perseguir alguém – Não entendo.
Ela suspirou profundo e soltou minha mão, fechando sua expressão.
- Vou resumir – falou revirando os olhos – Ele tem nos perseguido, atacou a Alice e está me ameaçando.
Ouvi incrédula esse absurdo descabido, sem entender uma palavra do que Laura me falava.
- Você ao menos sabe o por quê ele faria isso? Nem sabia que estava no Brasil – dei de ombros.
- Segundo ele, me quer. Para isso, perseguiu e atacou brutalmente e Alice, fazendo-a até perder a memória e..
- Para tudo! O acidente da Alice, que a sua secretária falou, foi causado por ele?
- Não foi bem um acidente. Ele a perseguiu e ela se escondeu em um hotel. Ele pegou a amiga dela de refém e foi atrás dela, e a agrediu mesmo. Ela praticamente ficou em coma, sedada. Quando voltou, tem perda de memória e está sendo assistida pela dra Vitória Vasconcelos.
- Excelente médica – falei - Mas o Joseph está maluco. O que ele quer, de fato?
- Já falei. Eu. Ele me quer. Falou que me quer, e que vai fazer de tudo para ter.
- Pirou totalmente, não é?
- Sim. Estamos investigando, e foi grande a surpresa quando soube que ele foi seu noivo. Um pouco dessa maluquice eu entendi, pois ele, certamente acha que eu roubei você dele, e agora quer me atingir.
- Você não me roubou dele. Você me livrou dele – revirei os olhos ao falar – Ele é medonho, ridículo.
- E além disso, me ameaça, jogar o que sabe de mim, que me relaciono com mulheres, na mídia.
- Isso é o de menos.
- Como é o de menos, Tati? Já imaginou a catástrofe que seria?
- Não mais do que atacar você ou, a Alice novamente. Se a ameaça é essa, está fácil.
- Ninguém me entende! Não é possível – falou brava levantando-se – Se ele vai na mídia, até que eu prove o contrário, perco inúmeros contratos. O prejuízo é incalculável. Esse sistema machista, acaba comigo!
- E? Todo esse amor que você diz sentir aí, pela Alice, não vale tudo isso. É isso que entendi?
- Não é questão de valer, Tati. Você sabe o quanto me custou conquistar tudo isso.
- Eu sei, Laura. E digo mais – meneei a cabeça em negação – Me arrependi de cada palavra que te disse. Se eu tivesse falado para uma porta, teria surtido mais efeito – me levantei, peguei minha bolsa e fui em direção à porta – Quer saber, Laura? – ela me olhou espantada com expressão de dúvida – Eu quero mesmo é que você se foda, bem grandão. E tomare que a Alice não te perdoe. Ela não te merece.
Abri a porta e antes de sair, Laura a fechou com força e colocou-se à frente.
- Por que fala assim? Eu não vou permitir perder a Alice e não vou me foder como você quer.
- Então muda, criatura – segurei em seus ombros e a chacoalhei, levemente – A vida está te convidando a isso, por enquanto, com carinho. Acorda.
Ela fechou os olhos e suspirou profundo.
- Eu preciso. Mas me falta coragem.
- Então se vira! Compre, coragem. Agora me dê licença que tenho compromisso – dei um beijo rápido em sua bochecha e abri a porta – Adeus, Laura. Espero ler notícias promissoras. Não desista de você.
Dona Chica estava olhando assustada para a direção da porta. Fui até ela e a beijei na bochecha, rapidamente.
- Foi um prazer conhecer a senhora. Cuida da Laura e da Alice, tá?!
- Também adorei conhecer você, médica mineira – me falou sorrindo – Deus te acompanhe.
- Amém – respondi já dentro do elevador.
Saí, direto para o congresso, com a alma lavada de ter tentado, mais uma vez, fazer o melhor que pude pra ajudar, quem tanto me ajudou e ajuda, me proporcionado ainda mais certeza, de que quero dia a dia, ser diferente dela.
Fim do capítulo
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Rafaela L
Em: 30/03/2022
Como dizem: toda história tem dois lados!
A Tati foi pontual em tudo que a Laura precisava ouvir.
Esse armário que ela constrói nas relações.Não sustentará relacionamento algum.
Sobre o ciúme: o show que a toda poderosa deu.Com um simples cumprimento da Bia .E ser pega,em situação bem pior. Hahahaha só rindo,pois me faltam adjetivos!
A Didi,n vai gostar dessa simpátia pela doutora Tati , não..nopes nopes
Cadê Alice????
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