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Amoras por Klarowsky

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Palavras: 5230
Acessos: 1023   |  Postado em: 27/03/2022

Caixinha de Surpresa

Laura

- Lauraaaa, chegueeeii!! – ouvi a voz do Gil me chamando da ponta da escada.

- Já "tô" descendo – gritei de dentro do quarto, colocando o tênis para o treino e constatando o relógio marcar seis horas da manhã.

Devido a rotina corrida que foram esses últimos dias, em especial a semana cheia de eventualidades, não foi possível treinar. Marquei com o Gil para vir mais cedo e dessa forma, conseguirei retomar os treinos todos os dias da semana, para compensar o tempo perdido. Desci rapidamente para não deixá-lo esperando e tão logo, começamos um treino funcional.

- Não judia muito hoje, por favor – pedi em reverência – Bebi muito ontem a noite.

- Ah é?! – respondeu sorrindo e colocando as mãos na cintura – Pois é agora que vou judiar. Saiu e nem me chamou! – revirou os olhos.

- Ah, viado! – revirei os olhos igualmente – Sabe como é né – dei de ombros – Às vezes tem que sair pra curtir – sorri piscando-lhe.

- Sinto cheiro de couro nesse rolê! – disse Gil me alongando as pernas - Vai, conta tudo!

Gargalhei com sua fala.

- Não teve couro nenhum. Ainda não! – revirei os olhos e continuei a contar-lhe dos últimos acontecimentos e do quanto Alice tem mexido comigo. Gil comemorou como se fosse uma grande novidade.

- Você sabe que torço pela sua felicidade, né "miga"?! Se essa Alice aí for sua alma gêmea, vai dar tudo certo! – concluiu me abraçando.

- Obrigada, viado! – o agradeci – Acho que ainda é muito cedo pra pensar em encontro de almas, mas não posso negar que estou sentindo alguma coisa. Até ciúmes já senti! – dei de ombros sorrindo.

- Mentira!!! – falou batendo palmas e sorrindo – Conta como foi?

Contei a ele o episódio do surgimento da Bia e que não gostei do jeito que ela tocou nos ombros da Alice. Ele ria muito da minha atitude de ficar furiosa com o ocorrido.

- E essa tal, Alice, como é? – perguntou animado preparando a última sessão de repetições.

- Bicha do céu – respondi entre suspiros – Ela é linda!!! – revirei os olhos – É alta, loira, cabelos curtos, olhos verdes..

- Pode parar! – interrompeu-me – Você está descrevendo uma amiga minha, também chamada Alice. Não me diga que ela tem uma motona?

- Tem! – concordei sem exitar.

- Pára!!! – falou com as mãos na boca – Sabe se ela tem uma amiga chamada Carol?

- Sim! Uma super amiga chamada Carol – concordei franzindo o cenho.

- Viada!! – falou animado – Será que estamos falando da mesma Alice?

Peguei o celular e mostrei a rede social dela. Gil deu um grito, colocando as mãos na boca.

- Bicha!! É a Alice que conheçooooo!!!

- Não acredito!! Você também a conhece? – perguntei impressionada – São Paulo inteiro conhece a Alice.

- Bichaaa!! Lembra que te chamei pra ir beber? – falava animado e eu concordei com a lembrança – Então, a conheci naquele dia!! Ela que saiu com a Bia, minha amiga.

- Bia? – franzi o cenho – A Bia, sua Bia? – fiz careta.

- Sim, viada!!! A Bia ficou com ela!! E era com ela que íamos no dia do paraquedas, mas desmarcaram.

O treino acabou na mesma hora. Não acreditava ser possível, que a moça que surgiu de surpresa no shopping, é a amiga do Gil, meu amigo e personal. Meu coração disparou com as possibilidades que se constatavam.

- Gil, você tem foto da Bia? – perguntei ainda não conseguindo acreditar.

- Tenho sim! Vou pegar – ele foi até o celular e me mostrou uma foto.

Meu coração acelerou ainda mais com a figura da Bia, ali, estampada na minha frente. Lembrei dela no shopping, sorrindo ironicamente para todos à mesa, se apresentando.

- Gil! É ela!!! – apontei para o celular – Ela é a Bia que apareceu no shopping. E é ela que eu fiquei com ciúmes.
Ele me olhava indignado, com as mãos na boca.

- Laura, que mundo pequeno!! A Bia pegou a Alice, que você está toda caidinha – ria com deboche – Essa mulherada é terrível!

- O que a Bia faz da vida, Gil? – me interessei em saber um pouco da vida da garota.

- Antes de tudo, ela é patricinha – sorriu ao responder, enquanto guardava os aparelhos de treino – Os pais dela moram no interior e a sustentam aqui na capital – revirou os olhos em desaprovação – E ela diz que estuda para ser comissária de bordo, mas vive saindo pra vários lugares. Essa semana ficou meio sumida, nem treinou.

- E ela mora aqui perto, não é?! – perguntei despretensiosa.

- Sim! Aqui na frente, nesse prédio! – apontou para o prédio – Mas nunca fui no "apê" dela. Treinamos na academia ali da avenida.

- E ela com a Alice, estão juntas? – perguntei querendo saber se o que sei é verdade.

- Acho que não, viada – respondeu me olhando com o cenho franzido – A Bia só contou que ficaram e, depois que ela desmarcou o rolê do paraquedas, ela só me ligou para desmarcar os treinos dos próximos quinze dias. Falou que estava com compromissos e teria que resolver umas coisas – deu de ombros – Acho que só ficaram naquele dia mesmo.

- Entendi!

- Se quiser, eu promovo o encontro de vocês, e você mesma pergunta a ela se está com a Alice – falou revirando os olhos e sorrindo.

- Muito obrigada, viado! – respondi cerrando os olhos e fazendo careta – Não fui com a fuça dessa menina – e sorri dando de ombros.

- Ela é gente boa! Bebezona, mas gente boa – deu de ombros – E gatíssima!

- Isso eu vi! Gata a bicha é! – sorri.

Continuamos a conversar enquanto tomava meu shake pós treino e pedi a ele, total segredo sobre o que lhe contara. Assim que ele foi embora, apressei em me arrumar para começar o dia de trabalho. Não demorou, o senhor Pedro chegou para me levar à empresa.
Chegando no escritório, dona Chica gentilmente me cumprimentou com um singelo sorriso. Um sorriso carregado de mistério e alegria. Fingi não entender o motivo daquele gesto, mas em algum lugar da minh'alma, a resposta latej*v*. Ela anunciou que o inspetor Carlos estava à minha espera e solicitei logo sua presença.

- Com licença, senhorita Veigas – ouvi-o falar antes de entrar no escritório.

- Bom dia, senhor Carlos. Fique à vontade!

- Serei breve, senhorita! – me falou estendendo as mãos em cumprimento – Encontramos a mãe do senhor Joseph.

- Estava perdida?

- Não, senhorita – me estendeu um envelope, como da outra vez – Estava desaparecida, mas a encontramos em uma clínica de reabilitação no interior de São Paulo.

Tirei o conteúdo de dentro do envelope, que continha uma foto e um relatório, estendi a ele para fazer a leitura enquanto olhava a foto de uma senhora ruiva, de olhos azuis, bem magra e semblante sereno.

- Aqui tem o nome de Neusa Arantes, mãe do Joseph, a data e local de nascimento, a certidão de nascimento do Joseph e o endereço da clínica em que está internada.

- E alguém já foi até lá? – perguntei com expressão imponente.

- Foram só para constatar que ela realmente está lá, senhorita – respondeu gentilmente.

- Então, ainda não temos respostas para o nome do meu pai estar envolvido nas bagunças do Joseph? – perguntei indo até o frigobar pegar uma água.

- Estamos procurando, senhorita – me respondeu o inspetor – Como já te falei, Joseph tem grandes influências com homens poderosos e nosso sistema, por vezes trava nas pesquisas ligadas a ele.

- Não interessa, senhor Carlos – falei irritada e batendo a mão na mesa – Eu pago o que for, mas quero respostas.

- Não é sobre dinheiro – falou baixando os olhos – É sobre acesso as pesquisas mesmo.

- Monte sua equipe. Compre seus equipamentos, busque hackers – dei de ombros – Quero respostas!

- Sim senhorita! Farei meu melhor.

- E outra, senhor Carlos – olhei em seus olhos – Sábado, estava no shopping e fui informada que tinha um pessoal do Joseph no mesmo lugar que eu. Isso é inadmissível!

- Fiquei sabendo, senhorita!

- Não basta ficar sabendo, inspetor - falei furiosa – Não quero ser encontrada pelo pessoal dele. Para que serve ter pessoas nossas, infiltradas na segurança dele?

- Deve ter tido alguma falha, senhorita – respondeu me olhando seriamente – Irei verificar.

- Eu não admito falhas, inspetor – vociferei o olhando nos olhos - E tem mais pessoas que quero proteção! – arqueei a sobrancelha ao falar – Descobri outras pessoas ligadas à Alice, que podem ser alvo de Joseph. Quero todas, com segurança.

- Como quiser, senhorita! – falou concordando com a cabeça.

- Essa semana teremos evento da empresa, e ele será um dos convidados. Será preciso muita cautela.

- Estaremos atentos!

A visita do inspetor logo pela manhã, acabou com o pouco de humor que me restou do treino com o Gil. Ter que me preocupar com Joseph Gordon, quando minhas atenções deveriam estar focadas apenas nos eventos referentes ao meu trabalho, me deixam em péssimo astral. Para que eu vou querer saber da mãe do Joseph? Ter que ensinar as pessoas a trabalharem, me tira do sério. Irritada, entre pilhas de documentos para assinar e reuniões a participar, me lembrei do senhor Pedro falando sobre o passado de Gordon. Imediatamente o chamei. Ele entrou na sala com os olhos assustados.

- Senhor Pedro, serei breve e direta – falei sem muita cordialidade – Desde semana passada, o senhor demonstrou saber alguma coisa sobre Joseph, mas não me conta.

Ele apenas ouvira, com os olhos atentos e sem expressão.

- O inspetor Carlos, tem procurado coisas, mas o que encontrou, é de pouca relevância. Quero saber do senhor, o que sabe?

Ele baixou os olhos e respirou profundo.

- Deve estar preparada para as respostas que encontrará, senhorita Laura – me respondeu cabisbaixo.

- Não importa se estou preparada – falei alto e levantando da cadeira – O senhor sabe me dizer por que o nome do meu pai está envolvido nas bagunças dele? – perguntei, pegando uma garrafa de água.

- Acho melhor não responder isso, senhorita! – respondeu ainda cabisbaixo.

- Senhor Pedro - respirei fundo - Vou tentar ser ainda mais clara do que já estou sendo – olhei em seus olhos, com os braços cruzados - Acho que o senhor sabe, que eu já enfrentei coisas o suficiente em minha vida, que me transformaram na mulher que sou hoje.

- Sim, senhorita! – respondeu me olhando profundo.

- O que de pior, além de perder meus pais aos dez anos, poderia me acontecer caso eu consiga tirar do senhor, o que sabe sobre Joseph? – o olhava profundamente.

Ele baixou os olhos novamente e ficou em silêncio, o que irritou profundamente.

- Está ciente de que essa sua atitude, pode lhe custar o emprego, senhor Pedro? – perguntei furiosa.

- Sim, senhorita! – me olhou nos olhos e respondeu com firmeza – Estou ciente.

Ouvir isso, do meu motorista de longa data, com tamanha frieza, me fez sentir um nó na garganta. Senhor Pedro, está comigo desde que tudo começou. Tenho total afeição por ele e gratidão por tanto cuidado, ao longo desses anos. Confio minha vida em suas mãos, diariamente. Minha cabeça girava e sentia a boca amarga com a situação que se instaurara. A minha frente, um homem que tenho imenso carinho e que sabe de alguma coisa referente ao homem que vem me perseguindo. Perseguição essa, que chegou atentar contra a vida da Alice, uma outra pessoa que vem se tornando especial para mim. E eu, fissurada por poder e controle, me sinto impotente sem a menor chance de conseguir controlar a situação. Respirei profundo o olhando nos olhos, tentando encontrar uma solução para o caso.

- Senhor Pedro – suspirei - Eu preciso da sua ajuda!

- Nisso eu posso contribuir, senhorita – respondeu serenamente.

Voltei à mesa e peguei o documento que o inspetor deixara mais cedo. Fui surpreendida com a espontaneidade dele ao ver a foto:

- Neuzinha! – falou imediatamente ao pegar a foto nas mãos.

- O senhor a conhece? - perguntei surpresa.

Ele sentou-se, pálido, com os olhos marejados.

- Como conseguiu essa foto? – perguntou-me, olhando atentamente para a imagem.

- Assim fica difícil, senhor Pedro – falei, sentando-me também – As coisas que te pergunto, o senhor não me responde, mas quer respostas?

- Neuzinha foi uma grande amiga! – respondeu sem tirar os olhos da imagem – A conheci sim.

- Foi? – franzi o cenho ao perguntar, estranhando o uso do verbo no passado – Por que diz que foi, sua amiga?

Ele deu de ombros e me olhou profundamente, depositando a foto sob a mesa.

- Porque a Neuzinha, se foi – balançava a cabeça em negação – Tentou dar o melhor que pode para o filho, mas ele a destruiu.

- Destruiu como? – perguntei, tentando entender do que ele falava.

- Joseph nunca foi uma criança fácil – ele falara olhando para a foto – Ela buscou meios de sobreviver e encontrou apoio com o sr Gordon, que deu tudo o que tinha a ele. Mas a Neuzinha, se perdeu no desgosto do filho não prestar e virou dependente química e acabou com sua vida.

- Senhor Pedro – segurei em suas mãos, me fazendo olhar nos olhos – Essa mulher está viva..

- Viva? – interrompeu-me, franzindo o cenho – Não é possível!

- Sim. Está viva e internada em uma clínica de recuperação – apontei o documento com o endereço – Agora, preciso saber o que o senhor sabe!
Ele me olhou nos olhos e baixou rapidamente o olhar, encostando-se na cadeira.

- Laura, o que sei sobre Joseph, não posso simplesmente contar, por contar – ele meneava a cabeça – Se eu falar, terei que ter provas para sustentar, e isso eu não tenho.

- Iremos atrás das provas, senhor Pedro – falei o tranquilizando – Mas preciso saber com quem estou mexendo.

- Joseph é metido com esquemas de corrupção de alto escalão, eu não posso simplesmente falar coisas, senhorita! – ele meneava a cabeça – É risco para mim e minha família.

- Entendo, senhor Pedro – encostei também na cadeira, com o coração disparado - E se trabalharmos juntos nisso?

- Ainda assim, primeiro preciso das provas, e depois te conto o que sei – me falou olhando nos olhos, passando confiança.

- Então o senhor será os meus olhos e ouvidos – sugeri - A polícia está fazendo a parte deles, mas pelo que entendi, não terão muitas coisas, visto que os acessos estão bloqueados..

- De fato, será difícil chegar até Joseph, senhorita – ele balançava a cabeça – Ele é protegido por pessoas de grande poder.

- Mas ele não sabe que eu tenho o senhor, que sabe das coisas que ele faz – sorri ironicamente – Então, estamos em vantagem.

- Vendo por esse ponto de vista, sim! – sorriu também.

- Tem pessoas de confiança, que pode montar uma equipe? – perguntei olhando pela parede de vidro.

- Tenho sim – respondeu me acompanhando – Colegas aposentados da polícia e outros que fiz amizade ao longo dos anos – ele deu de ombros – sabe como é né, nunca sabemos quando vamos precisar de favores - arqueou as sobrancelhas.

- Faremos o seguinte – comecei – Enquanto eu trabalho e mantenho a vida dentro do esperado, o senhor fará o que for preciso para pegar Joseph. A polícia está envolvida me dando proteção e o senhor, junto com sua equipe, serão a terceira linha.

- Ótima ideia, senhorita – ele sorriu – Mas continuo sendo seu motorista?

- Acho que posso lidar com isso, senhor Pedro – sorri – Afinal, não foi à toa meu curso de direção defensiva e liberação de porte de armas, não é?

- Sem dúvidas! Eu confiaria a minha vida à senhorita, sem pestanejar – sorriu gentilmente.

- Obrigada! Considero isso um elogio – retribui o sorriso – Diremos que o senhor está de férias e eu ficarei um tempo sem motorista.

- Combinado. E para começar, irei visitar a Neuza – falou, pegando a foto e o endereço - Teremos muito a conversar.

- Por cautela, mantenha-me informada através de relatórios por escrito – sugeri – Ele já hackeou o celular da Alice, não posso duvidar que faça o mesmo com o meu.

- Deixarei na portaria da sua casa, junto com o jornal – disse concordando com a sugestão.

- Quanto ao investimento – peguei um cartão na gaveta e o entreguei - Pode usar esse cartão corporativo para o que for preciso.

- Será uma honra fazer esse trabalho, senhorita – estendeu a mão em cumprimento e saiu logo em seguida.

As horas já estavam avançadas e da janela, começou a surgir a vista de São Paulo iluminando-se pouco a pouco. Organizei a papelada para o dia seguinte e resolvi ir para casa descansar. Pedi ao Tom que chamasse algum motorista disponível, já que o senhor Pedro agora está ocupado com outra tarefa. Já havia cumprimentado o motorista que gentilmente me abrira a porta traseira e estava quase entrando no carro, quando uma moto bordô parou atrás do veículo e buzinava incessantemente. Olhei pelo vidro traseiro e avistei Alice, estampando um lindo sorriso, segurando um capacete em uma das mãos enquanto a outra puxava a manopla de acelerador, fazendo um barulho sequenciado. Franzi o cenho e sorri com sua inesperada aparição, que trouxe junto dela um espavento ao coração. Ela mexeu a cabeça, me chamando para a garupa, levantando o capacete em mãos. Não consegui reagir indiferente. Um sorriso nasceu em meus lábios e de súbito, saltei do carro e agradeci ao motorista. Fui até a moto, olhando fixamente a motoqueira nos olhos , que me sorria gentilmente, com a face corada.

- O que faz aqui? – perguntei dando de ombros e sentindo a respiração ofegar.

- Vim te buscar para uma volta! Vamos? – me respondeu olhando fixamente e estendendo o capacete.

- Mas estou assim – preocupei-me com o que vestia e apontei minha roupa, social, com sapato de salto e blazer – Não esperava por isso.

- E daí? – sorria amigavelmente – Anda logo! Sobe aí! – ordenou carinhosamente.

- Mas..

- Mas nada!! – interrompeu-me, entregando o capacete retrô – Sabe colocar?

Sorri e a olhava nos olhos, incrédula com a espontaneidade que ela me propunha.
- Sei – dei de ombros enquanto sorri e coloquei o capacete – Só prende aqui – apontei a presilha e abaixei perto dela.
Ela gentilmente prendeu a presilha, olhando fixamente para meus lábios. Senti um arrepio que me percorreu toda a espinha com esse olhar, retribuí com um sorriso e olhos fixos aos seus.
- Anda!!! Está muito devagar!! – falou me apressando – Está com medinho?
- Nossa – revirei os olhos sorrindo – Vejo que tenho concorrência no quesito ser man-do-na – falei pausadamente enquanto me posicionei na garupa.

Sentar diretamente atrás dela, me causou sensações ainda não conhecidas. Minhas coxas a envolveram, sentindo o quadril dela, o que imediatamente, senti uma corrente de emoções passar por minha intimidade.
Ela sorriu copiosamente.
- Não sabe o quanto! – e gargalhou - Pode se segurar em mim – falou, olhando-me pelo retrovisor.
Tentei me conter a isso, mas não pude evitar. Apesar de estar em público com uma mulher, é apenas um passeio de moto e as pessoas andam assim, abraçadas. Passei meus braços pela sua cintura e me agarrei firmemente. Seu corpo colou-se ao meu, preenchendo-me. O cheiro da sua jaqueta de couro, misturou-se com seu perfume, me embriagando docemente pelo cítrico do seu cheiro. O calor das suas costas, em contato com meu peito, me confortava. Poderia ficar assim, o restante da vida. A envolver em meus braços, me fez esquecer todos os contratempos do dia. Meu coração descompassado, acelerou-se ainda mais ao sentir inesperadamente o toque das suas mãos firmes no meu joelho, elevando-se sutilmente até a coxa.

- Coloca firmeza aqui – falou.

Minha respiração subitamente ficou ofegante e mais uma vez senti minhas intimidades reagirem a esse toque. Observava a rua por cima de seus ombros, encostada em suas costas, sentindo seu calor. A percebi soltando o corpo, relaxando-se. A parte interna da minha coxa, tocava seu quadril e minha intimidade encostava em sua bunda, o que me umedeceu de desejo. A olhava através do retrovisor, estampar um sorriso arrebatador enquanto pilotava por entre os carros.
- Pra onde está indo? – perguntei contra o vento.
- Consegue confiar um pouquinho em mim? – respondeu sorrindo.
- Sim! Mas pra onde vai?
- Estou te sequestrando, senhorita Veigas – e ria despretensiosa.
- Isso eu já sei! – ri também – Só queria saber se terei chances de voltar a pé.
- Vou pensar no seu caso! – falou com um lindo sorriso.

Ao parar em um semáforo, tocou em minhas mãos que suavam, envoltas e entrelaçadas em seu abdome, de forma firme e sutil, me arrepiando toda.

- Está tudo bem? - perguntou sorrindo

- Sim! - foi tudo o que consegui responder, diante de todas as sensações que vivia no momento.

Involuntariamente sentia minha intimidade contrair-se, e a cada contração, ondas de calor irradiavam por meu corpo, me fazendo umedecer ainda mais e arrepiar-se. Meu coração batia aceleradamente, junto com a respiração curta que não podia esconder, fazendo com que ela sentisse em suas costas. O cheiro dela, me embriagava de prazer e desejo de tê-la para mim. Seu corpo encaixa-se perfeitamente ao meu. Perdi-me no tempo e espaço. Alice poderia me levar para onde fosse, que minha única atenção estava em sentir cada mínimo detalhe do seu corpo encostado ao meu. Percebi que a moto parou e então, olhei em volta, ouvindo-a me chamar:

- Laura?? - falou, colocando o pé no chão para nos segurar.

- O- Oi – gaguejei ao respondê-la, entregando toda a meu arrebatamento por aquele momento.

- Chegamos!!! - falou sorrindo.

A contra gosto, soltei meus braços de volta da sua cintura, e me apoiei em seus ombros para descer.

- Ibira – falei olhando ao redor – Interessante!

- Vamos andar um pouco – falou sorrindo.
- Você jura que vai me fazer andar no parque assim? – perguntei indignada com meu traje, em especial, o sapato de salto.
- Deixa de ser mimada – respondeu sorrindo – É só uma voltinha, até achar um carrinho com água de côco.

Ela arrumava a moto em uma vaga e prontamente saltou.
- Alice!! – franzi o cenho inconformada – Poderíamos ter ido a alguma suqueria que tenha água de côco – revirei os olhos ao falar.
- Que coisa chata – fez careta e sorriu – Água de côco que não sai do côco, não é água de côco – continuou fazendo careta – E é só tirar os sapatos.
- Claro! E andar descalça – fiz careta também.
Ela deu de ombros e sorriu.
- E qual o problema de andar descalça? A empresária não pode sujar os pés?
Cerrei os olhos em sua direção e respirei fundo, procurando palavras.
- Eu fico descalça também! – falou e foi tirando o sapato oxford que vestia e prontamente o guardou nas bolsas laterais da sua moto – Agora é sua vez! – e apontou para meus pés.
Tentei ficar brava, mas a sensação de liberdade que senti, há tempos não sentia. Sorri por isso e tirei os sapatos, entregando-lhe para serem guardados.
- Prontinho! Problema resolvido – me falou com um lindo sorriso, olhando em meus olhos – Vamos neutralizar nossas energias.
Começou a andar rumo a grama, com a naturalidade de uma criança e espontaneidade única. Meu coração transbordou de leveza por isso. Acompanhei seus passos, tendo que dar uma leve corrida para alcançá-la. Ela , andava sentindo a grama entre os dedos dos pés, respirando fundo e olhando para o céu. Eu, andava olhando-a e achando a coisa mais linda que já pude contemplar. A leveza que ela carrega e me proporciona, me fez esquecer do dia atarefado e repleto de notícias desagradáveis.
- A quanto tempo você não faz isso? – me perguntou de surpresa.
- Nessas circunstâncias, acredito que muitos anos – respondi timidamente - Na verdade, assim, nunca fiz!
- Então me sinto honrada em te apresentar as pequenas coisas da vida – falou virando de frente para mim, e andando de costas com os braços abertos – Bem vinda à vida!!
Sorri e me segurei para não a agarrar e beijar-lhe ali em meio ao parque. O sorriso dela é encantador, e seus olhos verdes, nesse cair da tarde, estavam incrivelmente claros.
- Obrigada! Nem fazia ideia do quanto precisava disso – respondi, sentindo a grama invadir por entre os dedos dos meus pés.
- E como foi seu dia? – perguntava me olhando nos olhos e, andando de costas.
- Foi difícil, mas no fim, deu tudo certo – respondi – E o seu?
- Foi ótimo!!! – virou-se para frente e começou a falar animada – Tirei os pontos, veja – me mostrou a têmpora recém cicatrizada – Fiz ressonância e ..
- E aí? – a interrompi animada com sua animação.
- A dra disse que está melhor do que ela imaginava. O coágulo não aumentou. Me passou a obrigação de caminhar todos os dias e me deu alta pra pilotar – me olhou sorrindo - O que eu já aproveitei.
- Estava ansiosa por isso, não é?!
- Muito! Amo pilotar! Minha motoca é parte de mim – sorria gentilmente – Daí organizei algumas coisas referente ao trabalho e o dia voou. Quando percebi, já era tarde e me deu vontade de te ver – me olhou sorrindo.
- Que bom que teve tempo de lembrar de me ver – sorri timidamente.
- Lembrar não é a palavra correta, pois eu não esqueci – me olhou nos olhos e eu senti borboletas voarem por meu estômago – Mas sim, arranjei um tempo pra te ver.
Nos olhamos em silêncio. Minhas mão gelaram e o coração disparou. Ela estava tão linda, numa calça jeans comum, camiseta básica vermelha e jaqueta de couro, descalça, descontraída, que meus olhos não conseguiam se desviar.
- Olha – apontou para um carrinho de vendas – Água de côco – sorriu animada - Vou te mostrar como é muito melhor do que as de garrafas.
- Eu sei que é né?! – sorri com o que falara – Acredite ou não, já tomei água de côco – e sorri ironicamente.
- Vai saber – revirou os olhos – Só gosta de coisas de restaurante e suqueria e destilados – sorriu fazendo careta – Aliás, água de côco é ótimo para ressaca.
Sorri fazendo careta para seu bom ânimo em tirar sarro de mim.
Ela comprou a tal água de côco com a mesma felicidade de quem compra uma jóia. Ofereceu-me como se fosse algo que eu nunca tivesse tido acesso antes. Explicou as propriedades da fruta, da água e contou sua origem. Eu só sorri da aula recebida e sem dúvida, foi o côco mais gostoso que já tomei, pois foi o mais especial até agora. Sentamos na grama, ao lado do lago do parque e o movimento do trânsito, não incomodou a conversa que se estendeu por horas. Falamos de tudo um pouco. Desde os números tão corriqueiros em nossas vidas, até indicações de filmes e livros. Rimos a ponto de fazer a barriga doer e nos emocionamos com o silêncio que insistentemente, teimava em se fazer presente, deixando apenas por conta dos olhares, a conversa acontecer.
Percebemos que as horas já estavam avançadas devido o fluxo de veículos que diminuíra e então, a hora de ir embora chegou. Voltamos para a moto e mais uma vez, foi possível sentir o calor do seu corpo ao meu, seu cheiro inebriante e ver seu sorriso pelo retrovisor. Queria que o trajeto durasse mais, só para poder aproveitar o momento. Estar com ela envolta em meus braços, me faz esquecer de tudo ao redor. Orientei onde era minha casa e percebi sua expressão se fechar quando entramos na minha rua. Lembrei da conversa com o Gil, e da infeliz coincidência de ela já ter ficado com a Bia, tive ciúmes por isso. Paramos em frente de casa e ela estava visivelmente incomodada. A deixei livre de meus braços, apoiando em suas costas para descer.
- Está tudo bem? – perguntei na tentativa de que me contasse o motivo da expressão incômoda.
- Está sim! Já vim pra esses lados e não foi uma boa experiência – me falou com um sorriso sem vontade.
- Qualquer hora quero saber mais sobre isso – falei com um sorriso – Minha casa é aqui! – apontei para o portão
- Nada mal, senhorita Veigas – me falou fazendo uma careta de surpresa - Espero, que não tenha te trazido muito tarde!
- Que nada! Agradeço o passeio – a olhei nos olhos – Foi maravilhoso!
- Eu que agradeço a companhia – me olhou os olhos e lábios – Foi incrível ter você – lançou um sorriso sapeca – Grudada em mim.

Senti meu rosto se queimar e sorri, a olhando nos olhos.

- Você que mandou, eu só obedeci – respondi com a voz baixa.

- Desse jeito eu viro mandona de verdade – falou também com voz baixa.

Entreguei o capacete a ela, que encaixou no cotovelo e me fitou nos olhos.

- Tem que ir? - perguntei dando de ombros, com a vontade de chamá-la para entrar ou me levar para mais uma volta.

- Sim – respondeu me olhando nos lábios – Tenho – e deu de ombros.
– Me avisa quando chegar? - toquei em suas mãos, que seguravam no guidão da moto, e fitei-a nos olhos e lábios.

- Aham – respondeu baixinho – Aviso – e sorriu me olhando nos lábios. Segurou minha mão que estava em sua e a beijou nas costas, olhando em meus olhos dirigindo um sorriso faceiro em seguida.

Me afastei para a calçada a olhando e as luzes da minha casa se acenderam, com o porteiro abrindo o portão. Ela baixou a viseira e saiu.
- Que bom que a senhorita chegou! O inspetor Carlos está desesperado pois a perdeu de vista – falou o porteiro.
Sorri com o que ouvira.
- Está tudo bem! Só fui dar um passeio. Boa noite!
Entrei em casa com o coração transbordando felicidade. Há muito tempo não me sinto viva desse modo. Estar com a Alice, é como viajar para um universo paralelo. Esqueço de tudo. Só existe eu e ela. Sua companhia, preenche todos os espaços do meu ser, me sinto em paz. Tenho a impressão de que a conheço a vida toda e sentia saudade da sua presença. Quando a encontro, é como suprir essa falta que sentia. Nem lembrei dos seguranças, da polícia, da perseguição. Fiz um lanche rápido e subi para o banho. Saindo do chuveiro, o celular vibrou com notificação e corri averiguar:

Alice: Cheguei. Obrigada pela cia. Foi incrível.

Suspirei aliviada por ela estar bem e em segurança.

Laura: Que bom! Foi maravilhoso, obrigada. De fato, você é uma caixinha de surpresas.

Alice: Você é muito mais. Boa noite.

Laura: Boa noite, bela adormecida.


Fim do capítulo


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Comentários para 41 - Caixinha de Surpresa:
patty-321
patty-321

Em: 04/04/2022

Esse romance não romance ainda está tão lindo. Que saudades de viver algo assim.

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Rafaela L
Rafaela L

Em: 28/03/2022

Esse casal faz ter saudade do amor que não tô vivendo rsrs.

A descrição das cenas,me fez estar ao meio trânsito sentindo as emoções delas.Parabéns pela escrita! As cenas de tensão sexual estão piores que as de Bridgerton 2 temporada hahaha .

Hajaaaa fôlego!!!

 

 

 

 

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