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Amoras por Klarowsky

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Palavras: 4125
Acessos: 1012   |  Postado em: 27/03/2022

Notas iniciais:

https://www.youtube.com/watch?v=NqAOGduIFbg

Concerto

Laura

Foi difícil conseguir dormir com o misto de emoções que sentia. Queria deixar de ser turrona e falar com a Alice, mas queria manter a pose de durona e me manter afastada. Didi me ligou e falou horas na minha cabeça, tecendo elogios à recém conhecida, que já está caída de amores. Eu ouvi cada consideração, revirando os olhos:

- Laurinha, que menina doce. Tão simpática! Nossa, a Chica ama essa menina... Laura, mas você viu o jeito que ela te olhava? Por que não me contou que ela é tão linda?... Me passa o contato dela? Quero chamar ela e a Chica pra vir almoçar em casa. Ah, estou tão feliz!

Se ela estivesse falando isso tudo, ontem, eu estaria igualmente derretida, mas hoje, não quero dar lado pra esse sentimentalismo todo. Desliguei o telefone com ranço. Ocupei minha mente, trabalhando. Quarta-feira começa a Feira do Empreendedor e quero tudo na mais perfeita ordem. Na quinta é o ciclo de palestras e o encerramento sexta, com coquetel. Semana que vem ainda tenho que ir à Maceió e preciso também me organizar para isso. Pedi comida por delivery e meu coração deve estar muito amargurado mesmo, pois tive a impressão de ao ir até a portaria pegar a encomenda, ter visto a garota Bia, entrando no prédio em frente de casa. Devo ter ficado muito pilhada ontem, que hoje ainda não me encontro com a alma tranquila.

Enquanto trabalho, como e tomo uma cerveja puro malte, olho incessantemente a tela do celular, à espera de alguma coisa que faça meu coração bater mais forte. Tudo bem que não a respondi ontem, e que fui um tanto quanto exagerada, mas poderia ao menos me dar um oi. Sinto falta de me sentir viva e pulsante. As horas se arrastam em meio à solidão do domingo, até que vai chegando o momento de me arrumar para o tal encontro. Permito-me um dos banhos que amo, na banheira, com espumante e música alta, com hidratação dos cabelos e muita calma poder ficar linda. Para combinar com meu modelito escolhido à dedo, opto em ir com meu querido Porsche 718 Cayman, preto. Atualmente, está sendo bom andar munida de altas velocidades, caso precise usá-la. Pontualmente, às dezessete horas e trinta minutos, saí de casa, com o coração disputando com o motor de 300 cavalos, quem chegaria primeiro aos 100km/h.

Faltavam cinco minutos para às dezoito horas, quando encostei à frente do prédio onde Alice mora. Ela, elegantemente surgiu no portão, diferente de todas as vezes que a vi. Coberta por um vestido preto justo, longuete, com fenda lateral até metade das coxas, ombros à mostra, brincos Le Diamond com franjas em seda preto e scarpin vermelho sangue. Cabelo cuidadosamente penteado com gel, maquiagem marcante na região dos olhos e batom vermelho.

- Valei-me Deus e Nossa Senhora e todos os Orixás da mãe Didi - pensei ao vê-la. Definitivamente o potente motor da Porsche virou nada, comparado ao meu coração que disparou a muito mais que 100km/h em menos de 4 segundos. Essa é a mulher mais linda que meus olhos já puderam contemplar. Segurei firme no volante, enquanto acompanhava seu caminhar em minha direção, e me senti a mulher mais sortuda do planeta, por ter a honra de ir a um evento, com essa deusa em minha companhia.

Ela veio até a minha porta, debruçou-se, mostrando o colo dos seios e dirigiu a mim, um singelo e estonteante sorriso:

- Bonsoir, Mademoiselle Veigas.

- Bonsoir, Mademoiselle Stromps - falei com os olhos vibrantes - C'est absurdement beau.

- Merci(*) - e sorriu timidamente, ao fazer biquinho para falar francês - Já posso entrar ou devo esperar pontualmente às dezoito horas? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas ironicamente.

- Por favor, entre! - minha respiração ofegante por vê-la tão linda e tão perto, quase não me permitiu falar. O perfume, também diferente das outras vezes, invadiu o ambiente automobilístico e senti um calafrio percorrer todo meu corpo.

Ela deu a volta pela frente do carro, olhando em meus olhos sem desviar o olhar, abriu a porta e sentou-se. A olhei, com a respiração curta e coração disparado. Ela olhou em meus olhos e em seguida para minha boca, voltando para os olhos e sorriu. Seus lábios, delineados pelo vermelho do batom, me hipnotizaram. Eu via que ela falava alguma coisa, mas só conseguia ouvir as batidas do meu coração, que batiam em meus ouvidos. Saí do transe, quando senti o toque de suas mãos geladas, em minhas mãos, que ainda seguravam forte ao volante.

- Laura? - a ouvi me chamando - Tudo bem? - perguntou-me com expressão preocupada.

Suspirei.

- Oi! Sim, por quê? - franzi o cenho, disfarçando minha recente hipnose.

- Nada! - sorriu - Só perguntei, se está tudo bem? - deu de ombros.

Me recompus balançando levemente a cabeça e sorrindo de mim mesma.

- Está sim! - senti meu rosto queimar de vergonha - E você? Como passou o dia?

- Bem, obrigada! - me sorriu gentilmente olhando-me profundo.

- Que bom! - me senti uma meninota, procurando assunto com a primeira paixão escolar - Então, vamos?

- Sim! Estou pronta! - e sorriu elegantemente.

- Quer ouvir o quê? - perguntei apontando para o sistema de som do carro.

Ela deu de ombros e continuava a me olhar fixamente.

- Hoje, você que manda!

Isso sim é algo que amo ouvir - sorri em pensamento - Arqueei a sobrancelha e sorri a olhando nos olhos.

- "Por onde andei" - falei, e o sistema de som começou a fazer a busca - Vamos de brasileiras hoje - sorri e acelerei.

Ao ouvir o começo da canção, pude perceber Alice sorrir discretamente e começar a cantarolar. Ela consegue ser sexy, até cantarolando Nando Reis. Ouvimos atentamente a canção, enquanto avançava pelo trânsito carregado de um final de tarde de domingo. Quando acabou a música e começou outra, do mesmo artista, Alice me olhou com o cenho franzido.

- Quantos desse você tem? - apontou para o carro.

- Desse, só tenho esse! - sorri e dei de ombros - Gostou?

- Nada mal! - sorriu olhando os detalhes - Apesar de preferir moto, essa é uma máquina.

- Gosta de motores? - perguntei curiosa.

- Quem não? - sorriu despretensiosa - Desde que me conheço por gente, amo carros e motos.

- Tem muita gente que não liga - respondi.

- Temos alguma coisa em comum, então - me olhou surpresa - Não é em tudo, que somos opostos.

- Dizem que os opostos se atraem - fiz uma careta ao falar - Será?

Ela deu de ombros e respondeu misteriosamente:

- Talvez!

O silêncio já costumeiro, se instaurou, até que chegamos ao estacionamento da Sala São Paulo. Descemos e, rapidamente nos instalamos nos lugares reservados. Alice se mostrava atenta a todos os detalhes do ambiente, como se a cada piscada, fotografasse na memória tudo que pudesse contemplar. Ao apagar das luzes, seus olhos vibraram e me olharam em mistério, com um singelo sorriso.

Inclinou-se para perto do meu ouvido e cochichou:

- Vai me achar muito esquisita se te contar um segredo? - e riu timidamente.

- Lógico que não! - respondi também em cochicho.

- É meu primeiro concerto! - e sorriu fazendo uma careta tímida, dando de ombros.

Ouvir aquilo, me deixou em êxtase. Seria a primeira vez, que apresentaria algo tão costumeiro e importante para mim, para alguém que, não teve vergonha em dizer que nunca tinha assistido a uma orquestra tocar, de perto.

- Me sinto honrada, por essa oportunidade! - disse baixinho em seu ouvido.

O sinal de aviso soou três vezes. Os músicos entraram. Afinaram seus instrumentos. O spalla entrou, seguido do maestro. Foram aplaudidos. A orquestra se preparou e ao descer firme das mãos do maestro, iniciaram a tocar Storm de Vivaldi - Alice extasiou-se. Seus olhos arregalaram-se e era possível ver sua respiração ofegante, atenta a cada marcação de compasso. Presenciar esse momento, foi uma das coisas mais lindas que me aconteceu. A emoção causada pela música, sendo sentida da forma mais pura que já pude imaginar. Ela não piscara. E eu, não vi a orquestra. Não pude perder um milésimo de segundo daquele momento. Alice estava arrebatada pela melodia, e eu, pela sua beleza e doçura. O verde mar de seus olhos, até mesmo no escuro do teatro, se fez presente. Presenciei sua pele arrepiar-se em um dos momentos vibrantes da obra de Vivaldi e seus olhos marejarem de emoção. Meu coração transbordou-se de apreço e senti-me tomada por um calor que me percorreu todo o âmago, fazendo-me deleitar em sua beleza, certamente um desejo que me ardia por dentro. A essa altura, não me lembrava mais que estava em um lugar público, tampouco que outrora sentia-me impotente e completamente enciumada pelo surgimento da Bia no shopping. Alice definitivamente tem o poder de me atrair feito imã a ela. Por Deus, preciso ter essa mulher pra mim. Sinto que essa mulher já é minha desde outras vidas. Meu desejo de possuí-la é incontrolável. Meus olhos percorreram todo seu corpo, desde as pernas cruzadas elegantemente mostrando a fenda lateral que subira acima das coxas torneadas até sua boca carnuda. Num súbito momento, completamente sem consciência dos meus atos, toquei em suas mãos e ela me olhou. Senti cada milímetro da sua pele macia que envolveu a minha em um toque sutil, extremamente delicado. Nossos olhos se conversaram em uma emoção nunca sentida antes. O colo de seus seios movimentava-se em fervor, demonstrando sua respiração curta e ofegante, em concordância com a minha. Os olhares penetrantes, transpassaram a camada da íris e mesmo na penumbra do ambiente, era possível ver o brilho de seus olhos que iluminavam meus lábios à medida que sentia sua respiração se aproximar. Sua mão apertava a minha, na tentativa de me puxar para si, em um desejo irrefreável e pura luxúria. Senti meus olhos fecharem-se lentamente com o intuito de entregar-me com completo no que sentia. Meu corpo procurava pelo dela. Minha pele a desejava. Senti o cheiro de sua respiração muito próxima da minha. Abri os olhos para acreditar ser real. Alice estava com os olhos fechados e a boca semi aberta, à espera da minha e então, a música acabou e o teatro se acendeu, fazendo nossos olhos se abrirem e sorrirmos cheias de lascívia mútua.

--x--

Alice

- Se a Laura está achando que vou ser o brinquedinho dela, está muito enganada - pensei isso ao vê-la ir embora, muito brava - Eu não pedi nada a ela. Tudo o que fez, fez porque quis. E agora, está se achando dona do pedaço? - reviro os olhos sorrindo com tal constatação - Eu sei que a Bia não vale um biscoito quebrado, mas ficar bravinha comigo, por a menina aparecer por lá, já é demais! E o pior, é que ela brava, fica ainda mais linda.

Entro em casa e deixo as sacolas pela sala, junto com as sandálias e vou direto para a geladeira. Abro uma cerveja e sento-me à mesa, refletindo sobre os acontecimentos. Carol saiu do banho e veio em direção à cozinha, com um amigável sorriso:

- Oie! Estou por aqui, ainda. Tudo bem?

Sorri e dei de ombros, levantando a cerveja em brinde.

- A casa é sua, miga! Fica à vontade! Fico feliz em saber que ainda não mora na casa do Léo.

Ela sorriu e me abraçou:

- Nem fui na casa dele - me deu um beijo na bochecha - Ficamos só no motel, mesmo!

Fiz uma careta de espanto enquanto ela pegou a minha cerveja e tomou.

- Esse é daqueles advogados bons mesmo - revirei os olhos - Super envolvido nas causas.

- Ai miga! E que causa deliciosa - falou sorrindo e revirando os olhos com malícia - Ele poderia me resolver todos os dias, que eu seria a causa que ele precisasse - gargalhamos com a fala - E você? Que é essa carinha de mistério?

- Ah, eu estou em dúvida de como estou! - sorri e tomei - Tive um dia muito doido.

Carol me olhava atentamente, esperando que concluísse a fala.

- Acordei com a dona Chica aqui. Nem te contei, mas ela é secretária da Laura e...

- Mentira!! - interrompeu-me levando as mãos à boca - Que babado!!

- Babado é o que ela me contou - dei de ombros e a contei todas as atualizações que a dona Chica outrora me passara. Carol ria e espantava-se com cada revelação - Mas o pior foi quando a Bia surgiu lá no shopping. Precisava ver a cara da Laura..

- Mas é muito sem noção! Que ódio dessa Bia! - falou brava - Eu no lugar da Laura, já teria grudado no pescoço daquela smilinguida..

- Que bom que você brigaria com a Bia, porque a Laura ficou brava foi comigo - falei baixando os olhos - Eu nem fiz nada pra ela!

- Miga, na boa! Essa mulher está caidaaaaaaaaaaça por você! - ria copiosamente minha amiga - Como diz o super pensador Luan Santana: " E só você fazer assim - e estalou os dedos - que eu volto!" - deu de ombros - Domine essa fera, Alice!

- Então né! - sorri com as falas dela enquanto peguei o celular - E o tanto que ficou ainda mais linda, toda bravinha comigo? - suspirei ao lembrar - Ah! Carol!! Essa mulher é demais!! - enquanto falava digitei uma mensagem para Laura: " Você brava é irresistível..."

A conversa se estendeu por mais seis latas de cerveja. Carol contara seus encantos no envolvimento com Léo, que tem se mostrado um lorde romântico e, segundo ela, muito bom de cama, o que dispensei os detalhes sórdidos da história. Eu, por minha vez, contei sobre o convite ao concerto, as muitas coincidências que nos envolvem e o quanto Laura me deixa completamente de pernas bambas.

- Amanhã, Laura verá que também sou capaz de deixá-la boba! - falei antes de ir dormir.

- É isso aí, miga! Nem te respondeu, não é?! - perguntou com o cenho franzido.

- Não, ignorou! - dei de ombros.

- Ignore-a também! - balançou as sobrancelhas - Amanhã vá muito gata, e faça ela se arrepender de ter desdenhado de você. Estou contigo!

Após uma noite com muitos sonhos confusos, amanheci focada em fazer a noite ser impecável. Dividi as horas do dia entre depilação, hidratação, massagem, manicure e muito papo com minha amiga-irmã, que ajudou a cuidar de cada detalhe. Dezessete horas e trinta minutos, eu já estava completamente pronta.

Sou aventureira desde criança. Já saltei de paraquedas o suficiente para não ter mais medo da altura, no entanto, será a primeira vez que irei a um concerto, e isso, me deixa nervosa. Estou ansiosa pelo evento e por saber como será a recepção da Laura, pós ataque de ciúmes na tarde de ontem. Desci faltando uns dez minutos para as dezoito horas e quando estava chegando na portaria, ouvi o ronco de um motor potente se aproximar. Só podia ser ela. Em um Porsche, preto, maravilhoso. Ao vê-la, todas as minhas inseguranças, sumiram. O poder que ela exerce sobre mim, é surreal. Em um piscar de olhos, eu já estava completamente encantada por seu olhar e tentava me concentrar para não parecer uma adolescente, apaixonada. Ela, deslumbrante, em um macacão colado ao corpo, azul marinho com chumbo, levemente brilhante. Decote em V profundo e cabelos soltos. Brincos grandes, prata e maquiagem clean. Elegantérrima. Cheirosa. Me olhava com olhos de desejo e sorria timidamente. Perdi completamente a noção da realidade quando ela colocou a música do Nando para tocar. Não se se foi intencional, mas aquela música é praticamente uma confissão. Intencional ou não, agi da mesma forma que ela, ignorando. Puxei um assunto sobre carros, dessa forma, disfarço a ansiedade e o desejo de agarrá-la sem o menor pudor.

Chegando na Sala São Paulo, fiquei deslumbrada com a beleza do lugar. Sou paulista nata, mas ainda não tinha pisado nesse monumento histórico da cidade. O ambiente é luxuosíssimo, enorme, imponente. Tentei ser a mais discreta que pude, mas fiquei impressionada com a grandiosidade e requinte. Quando as luzes se apagaram, senti meu coração bater na garganta. Que emoção! Primeira vez em um concerto, ao lado de Laura Veigas, não poderia ser melhor. Deitei a cabeça levemente para falar-lhe ao ouvido e entorpeci-me com o cheiro do seu cabelo, que sutilmente encostou em mim. Um aroma doce, porém, suave, misturado ao seu perfume e cheiro de pele fresca. Contei-lhe que essa era minha primeira vez em um concerto, e ela me olhou com delicadeza e encanto. Disse que se sentia honrada pela oportunidade. Nossos olhares estão cada dia mais intensos. Vê-la assim, tão de perto, até mesmo na penumbra do ambiente, faz todos os meus poros se excitarem e sinto uma onda de calafrios que passa por toda costa e braços. Sinto seu olhar percorrer todo o meu corpo, como se me experimentasse cada centímetro. Isso, me faz ruborizar e sentir minha intimidade contrair-se. Eu definitivamente não sabia o que esperar da orquestra, no entanto, o que ouvi foi muito além do sequer imaginei. Assim que a música começou, a emoção me transbordou. Meu coração disparou junto com os arcos dos violinos que subiam e desciam em alta velocidade e me senti completamente envolta na sensação que a melodia me causou. Meus olhos marejaram-se pela emoção sentida. Para completar o êxtase, senti uma explosão de calor quando Laura me tocou a mão e eu, delicadamente entrelacei meus dedos aos dela. Sua mão grande e quente, envolveu a minha, em um toque sutil, porém, firme. Involuntariamente meu polegar a acariciava, na tentativa de demonstrar todo meu carinho. Como um imã, me senti atraída pelo seu poder sobre mim. Minha respiração ofegante, misturou-se com a dela, e senti o calor do seu hálito, aproximando-se da minha face. Estava completamente envolta nesse misto de sensações. Meus olhos fecharam-se para sentir a integralidade do momento e senti minha boca se abrir levemente à espera dos lábios carnudos e quentes da Laura. A música parou e o teatro se acendeu. Abri meus olhos e contemplei seu sorriso, lindo, sapeca e largo. A plateia levantou-se para aplaudir o espetáculo. Eu, sentia minhas pernas trêmulas e a respiração curta o bastante, para me deixar zonza de desejo.

-- x --

Ao sair do teatro, Laura me convidou para um drink. Aceitei! Fomos ao Bar dos Arcos, no subterrâneo do Teatro Municipal. Tão chique e sofisticado quanto à Sala São Paulo, porém, mais reservado e com um toque de romantismo no ar. A iluminação do ambiente se dá apenas pelas mesas e bancadas, o que deixa a visão da pessoa que está ao seu lado, ainda mais esplêndida. Ao entrarmos, um host nos recepcionou, levando-nos a uma bancada lateral, com dois bancos altos, lado a lado. Laura pediu um drink chamado "Penicilim", que segundo ela, é incrível. Uma dose de whisky, com mel de gengibre, suco de limão e perfume Talisker. Achei interessante e pedi igual. Assim que o garçom se ausentou, o silêncio ficou. A olhei e sorri.

- Você está deslumbrante - falei sussurrando.

Ela sorriu timidamente e falou igualmente em sussurro:

- Obrigada. Você também está lindíssima!

Senti minha face corar e agradeci.

- Obrigada pelo convite! - continuei a olhando nos olhos - Foi uma experiência incrível!

- Eu que agradeço ter participado desse momento - respondeu amigavelmente.

- É sério - insisti - Já saltei inúmeras vezes de paraquedas e a sensação causada, é semelhante à emoção sentida com a música. Porém, sinto sozinha. Hoje, foi como saltar de paraquedas, só que com você - falei a olhando profundamente e senti meu coração disparar.

O garçom chegou trazendo os drinks e brindamos ao encontro.

- Uau! - levantei o copo, pós primeiro gole - Isso é realmente fantástico.

- Também acho - me respondeu, olhando em meus lábios e mordendo o lábio inferior - Gosto de sabores fortes!

- Percebi - dei de ombros e sorri - Pelo jeito, vem sempre aqui, não é?! - olhando ao redor.

- Raramente! Apenas ocasiões especiais - apoiou o cotovelo na bancada e o queixo na mão - E você, salta muito?

- Sempre que posso! - apoiei o cotovelo na bancada, e o queixo na mão, igual a ela - A propósito - a fitei - Aceitei ao convite para o concerto. Agora é a sua vez. Salta comigo?

Ela arregalou os olhos e tomou um gole do drink, sorrindo em seguida.

- Posso pensar na proposta! - deu de ombros - Aliás, é a segunda vez em menos de um mês que sou convidada a saltar de paraquedas - sorriu, tomando um gole da bebida.

- É o destino então! - sorri descontraída - Vou providenciar isso! - arqueei a sobrancelha.

- Mas nesse seu salto, cabe só a mim, ou...

- Ou? - a interrompi.

- Ou mais pessoas? - arqueou a sobrancelha e afastou-se.

- Só você! - respondi fitando-a.

- Sei - falou revirando os olhos.

- Tem algo a perguntar, senhorita Veigas? - tomei um gole da bebida e a olhei fixamente.

Ela tomou a bebida, também me olhando profundo e cerrou os olhos.

- Tem alguns amigos problemáticos que te acompanham em seus saltos? - perguntou ironicamente.

Entendi o que estava querendo saber. Tomei um grande gole do drink, e engoli devagar. Fechei os olhos e segurei o riso. A olhei e suspirei.

- Não! Não tenho amigos problemáticos que me acompanham em meus saltos - falei revirando os olhos - Na verdade, tive uma, apenas uma vez.

- E? - perguntou com a sobrancelha arqueada e segurando a bebida na mão.

- E que não foi legal, pois ao invés de diversão, tive dor de cabeça! - sorri ironicamente.

- E? - continuava com a expressão imponente, sobrancelha arqueada e bebida na mão.

- O que quer saber, Laura? - inclinei meu corpo em sua direção, deixando o copo sob a bancada.

Ela inclinou-se também em minha direção, deixando o copo também sob a bancada.

- Quem é a amiga problemática?

Sorri e virei o restante do drink, de uma só vez.

- Bem - mordi os lábios inferiores, olhando para baixo - Não tem como falar pela metade sobre isso - olhei em seus olhos - a Bia é uma garota que fiquei.

- Entendi - falou sem expressão - Faz tempo?

- Semana passada - dei de ombros - Foi apenas uma noite casual e depois ela me acompanhou em um salto, mas...

- Mas - interrompeu-me, ainda falando sem expressão.

- Aconteceram coisas que eu não quero falar sobre! - ri sem vontade - E não nos vimos mais, até ontem.

- Entendi! - ela me olhava agora com o cenho franzido e expressão indomável - Se não quer falar sobre, é porque sente..

- Não! - a interrompi - Não sinto nada! Como disse, foi apenas um sex* casual, e no dia do paraquedas, ela ficou com outras pessoas enquanto eu saltava - falei revirando os olhos - Foi isso.

- Uau - revirou os olhos e tomou todo o drink de uma vez - Interessante!

Sorri ironicamente.

- Agora já sabe quem é a amiga problemática!

- Costuma chamar quem você fica, assim? - perguntou com um sorriso sarcástico.

- Não! E você, costuma chamar quem você fica, de quê? - perguntei também com expressão sarcástica.

Ela sorriu e levantou o copo, pedindo outra dose ao garçom. Mantive o olhar fixo, esperando resposta.

- Geralmente pelo nome - sorriu despretensiosa - Ou algum apelido carinhoso.

- Então o seu costume é, por apelidos carinhosos? - sorri ironicamente.

Ela cerrou os olhos e me olhou com desdém. Esse olhar eu já conheço.

Entre outros vários drinks, muita conversa e olhares penetrantes, a noite se estendeu. É incrível como o tempo voa quando estou em sua companhia. Laura então nos lembrou que teríamos que ir embora. Levemente alcoolizadas, ríamos de coisas bobas e assuntos desconexos. Ao parar em frente meu prédio, a olhei e senti o tempo parar. Seu sorriso me envolveu em uma vontade absurda de beijar-lhe os lábios, porém, quero fazer isso sóbria para poder registrar cada mínimo detalhe, e, quero que ela também esteja. Me despedi e antes de me ausentar do carro, atrevi-me a tocar-lhe o rosto e beijar o cantinho de sua boca. Um beijo sutil e um pouco inocente. Firme, porém suave e em seguida abri a porta. Laura permaneceu imóvel, com os olhos fechados e um leve sorriso.

Tradução:

(*) Boa noite, senhorita Laura Veigas.

- Boa noite, senhorita Alice Stromps. Está absurdamente linda.

- Obrigada.


Fim do capítulo


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Comentários para 40 - Concerto:
Eva Bahia
Eva Bahia

Em: 15/04/2022

A cada capítulo me encanto mais... Parabéns e muita luz e inspiração pra ti viu cara autora . 

Bjs baianos


Resposta do autor:

Obrigada pelo carinho e, bem vinda ao Universo Amoras. É um prazer ter vc por aqui!!

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patty-321
patty-321

Em: 04/04/2022

Ainda não foi dessa vez. Adoro quando demora, quando a estória é mais lenta.

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mtereza
mtereza

Em: 01/04/2022

Esse beijo está de rosca mesmo kkk

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Rafaela L
Rafaela L

Em: 28/03/2022

Uauuuu!!

Cadê esse beijo,dona autora!?

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paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 27/03/2022

Meu Deeeeeeus

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