• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 92

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Happy hour
    Happy hour
    Por caribu
  • O amor e suas conquistas
    O amor e suas conquistas
    Por Bia Ramos

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 6

Ver lista de capítulos

Palavras: 4746
Acessos: 2568   |  Postado em: 25/03/2022

Capitulo 92

 

Capítulo 92º

Rebeca

            Pega totalmente de surpresa pela informação recebida fico sem reação. Encaro Alice que mantém os olhos focados em mim. Atenta a todo e qualquer movimento que eu possa fazer. Ela espera. Aguarda uma reação. Sigo meu movimento, trago a torrada até minha boca. Estava deliciosa, crocante.

            Alice continua me olhando. Chegava a ser engraçado o desespero em seu olhar. Ninguém fazia ideia de que Virgínia já havia voltado. Acredito que Alice tenha ficado surpresa quando a viu. Após tanto tempo, após tanta coisa ter acontecido, e outras continuarem acontecendo. Não posso negar que essa nova informação me deixa incomodada. Sei que em algum momento elas irão acabar se esbarrando de verdade, ainda acredito que tenham coisas a conversar. Só não sei se quero que isso aconteça.

— Você não vai dizer nada? — questiona.

— Não sei o que preciso falar. — dei de ombros. — Era meio óbvio que em algum momento ela iria voltar. E sinceramente. — faço uma pausa. — Fico feliz que ela tenha encontrado alguém.

— As duas pareciam felizes. — ela conta, como se recordasse a imagem que viu.

— Isso te incomoda? — questiono insegura.

— Me incomodar? Por qual motivo? Virgínia merece ser feliz, assim como eu sou ao seu lado. — diz sorrindo, prendendo meus dedos nos dela.

            Com a intensidade de seu olhar posso até esquecer de como respirar. Ela sorri. Deixando as coisas de lado. Inclina o corpo em minha direção. Sem quebrar nossa troca de olhares. Acaricia meu rosto, fecho os olhos sentindo seu toque. Seus lábios roçam na minha pele, leves, suaves. Até encontrarem os meus.

— Penso que chega de castigo. — sussurra. — Você já pode fazer amor comigo. — afirma.

            Na verdade, já fazia alguns dias que fomos liberadas para voltar nossas atividades sexuais. Mas com a falta de tempo e o cansaço temos adiado esse contato. Eu sorrio quando ela fala de forma sedutora:

— Estou morrendo de saudade do seu corpo. — beija meu pescoço. — Do seu calor. Do seu sabor. — meu corpo estremece quando sinto suas mãos apertando meus seios. Parece até feito na medida certa. Nem mais, nem menos. Ela os acaricia enquanto beija meu pescoço.

— Você trancou a porta? — falo com a voz entrecortada.

— Não. Mas posso resolver isso agora. — correu em direção a porta.

            Fitei seu corpo. Ela estava usando apenas uma camiseta. As pernas de fora. Sorriu ao perceber o meu olhar. Voltou para próximo de mim. Sentou-se ao meu lado. Com um sorriso lindo. A impressão que eu tenho é que a cada dia ela fica mais bonita.

— Eu te amo. — fala quebrando o silêncio entre nós.

— Eu te amo mais. — respondo sorrindo. Meu corpo inteiro reage quando digo isso.

            Poderia facilmente passar o resto dos meus dias admirando-a. Sem me cansar, sem desejar nada mais. Apenas ter todo o amor dela para mim. Alice é o que beira mais perto da palavra perfeição. Tanto em beleza, quanto em caráter.

— Você está linda com essa camisola. — passa a ponta dos dedos no meu decote. — Mas aposto que fica ainda mais linda sem roupa alguma. — derruba as alças, uma para cada lado.      

            Não espero que ela faça nada. Fico de joelhos em sua frente. Ela se ajeita, apoiando as costas na parede. Deixo a camisola deslizar por minhas curvas. Alice está vidrada, encarando-me atentamente. Com medo de piscar e perder algum movimento meu. Fico de pé, apenas para deixar que a camisola caia até o chão.

— Ainda bem que ninguém pode nos ver do lado de fora. — falou com a voz excitada. Estamos próximas demais a janela do quarto. — Eu morreria se alguém te visse nua. — estende sua mão para tocar a minha.

            Enlaça nossos dedos. Me puxando para seu colo. Cruzo minhas pernas em suas costas, presa em seu abraço. Suas mãos acariciam minhas costas, minha nuca. Sinto-me estarrecida, completamente entregue aqueles toques que são tão familiares, só então percebo o quanto senti falta deles.

— Você é a obra de arte mais linda que já tive o prazer de admirar. — sussurra em meu ouvido. Me causando um arrepio.

            Meu corpo não me obedece mais. Todos os comandos são dados e obedecidos pelos toques de Alice. Que sorri com satisfação quando percebe um tremor, um arrepio, um suspiro que sai incontrolado.

            Nossos rostos se aproximam. Um olhar e tanta coisa dita por ele, sem usar uma única palavra. Alice é minha. Eu sinto isso, eu vejo isso em seus olhos. Meu coração acelera ainda mais, ela me puxa para perto. Tentando nos tornar uma só. Então nossos lábios se tocam. Eu me sinto viajar para um lugar que fui tantas vezes. O beijo é um verdadeiro incêndio.

            Gradualmente meu quadril começa a se movimentar em cima dela. Buscando mais, eu preciso de mais. Muito mais do que ela está me dando naquele momento. Quero me derreter em seus toques.

— Você me enlouquece de um jeito...- fala beijando meu pescoço. Uma mão puxando meus cabelos delicadamente. A outra apertando minha bunda.

— Você não viu nada. — só então eu tive uma ideia. Sai de seu colo. Fui em direção ao closet.

            Sabia exatamente em qual gaveta procurar. Peguei o objeto que já estava limpo, pois, eu já havia pensado em usá-lo.  Alice está me olhando curiosa. Sorri ao observar o que eu estou exibindo nas mãos.  

— Nossa! Está cheia de segundas intenções. — mordeu o lábio.

— Sim. Mas dessa vez você que vai usá-lo. — ela ergue uma sobrancelha me fitando.

— Está falando sério?

— Nunca falei tão sério em toda minha vida.

            Ela não espera que eu me aproxime. Em um salto está ao meu lado. Segurando a cinta. Seus olhos brilham, parece uma criança que acaba de receber um presente.

— Você tem certeza? — questiona. — Não tem risco nenhum de se machucar?

— Tenho. — me aproximo mais, puxando-a pela camiseta. — Sei que você vai ter todo o cuidado para me dar apenas prazer. — afirmo. Ela estremece. — Veste. — incentivo.

            Sento-me na ponta da cama. Atenta aos movimentos de Alice. Ela não parece nem um pouco tímida. Veste a cinta com muita facilidade. Sem nenhum tipo de vergonha por eu estar olhando-a. Vê-la nua exibindo aquele órgão de borracha me fez quase perder a cabeça. Mal consigo conter minha excitação apenas por imagina-la dentro de mim.

— O quê? — questiona como se tivesse algo errado. — Quer desistir? — eu jogo a cabeça para trás rindo.

— Não. — caminho até ela. — me posiciona atrás de suas costas. — Quero você com isso. — aperto o objeto. — Dentro de mim.

            Ela suspira mordendo o lábio. Se vira e me beija intensamente. Eu já nem sei mais que dia da semana é. Se tenho algum problema para resolver. Esqueço tudo. Entregue apenas aquele momento. Eu a empurro em direção a cama. Ela cai sentindo suas costas tocaram o colchão macio. Apoia-se nos cotovelos. Deixando parte de seu corpo elevado. Seus olhos continuam presos nos meus. Engatinho até ela, sentando em seu colo deixando o p*nis um pouco para o lado, me inclino sobre seu corpo.

            Prendeu suas mãos na parte de trás de minhas pernas, me trazendo para mais perto. Toma meus lábios em um beijo quente. Eu sinto como se pudesse explodir a qualquer momento. Não sei bem em qual momento, agilmente ela inverte nossas posições. Sem interromper o beijo.

            Sinto o objeto tocar levemente meu sex*. Alice toma meu seio com urgência. Sugando-o, acariciando. Me levando a completa loucura. Desce distribuindo beijos por minha barriga. Até que, sua respiração fica próximo de meu sex*. Meu corpo arrepia. Sinto-me levitar. Mas ela me traz de volta quando com pressa sua boca me invade.

            A língua habilidosa me faz arquear o quadril, prendendo o lençol da cama em meus dedos. Ela viaja em cada parte da minha intimidade. Sinto um grito se formar em minha garganta, desesperado para sair pela minha boca. Suas mãos prendem minhas coxas, mantendo minhas pernas abertas. Estou deliciosamente exposta. E Alice aproveita cada segundo disso. Deslizando sua língua, beijando meu sex* com cuidado e carinho. Mas também com muito, muito desejo.

            Não consigo lembrar a última vez que estivemos assim, nuas, expostas, entregues por completo. Alice para o que fazia. Eu solto um suspiro, indignada. Ela prende o riso. Se divertindo pelo meu desespero.

— Quero aproveitar cada momento. Não precisa ter pressa. — afirma beijando a parte interna de minha perna. Seus olhos brilham. Ela brilha. Posso jurar que sua luz é maior que a do sol.

            Com um sorriso, sobe até alcançar minha boca. Meus dedos se prendem em seus fios, macios, cheirosos. Solto um gemido, abafado pelo beijo. Então, mais uma vez ela para. Se posiciona entre minhas pernas, puxando-me pelas coxas.

— Eu preciso de uma camisinha. — afirma.

— Na gaveta. — indico.

            Estica-se o suficiente para abrir a gaveta da mesa de cabeceira. Pega um pacote com a camisinha. Abre com cuidado, depois desliza sobre o p*nis. A imagem me causa um arrepio em todo o corpo. Ela está linda, sexy, segura. E cheia de tesão. Deita-se sobre meu corpo. Beijando-me, me fazendo esquecer tudo. Colocando meu corpo preso a seus carinhos. Suas juras de amor.

— Se doer me fala que eu paro. — diz seria.

— Pode deixar. Eu aviso.

            Alice se posiciona entre minhas pernas. Acaricia meu clit*ris com dedo, cuidadosamente. O gesto me arranca um suspiro. Mas eu não estava preparada para o que estava por vir. Ela introduz devagar o nosso brinquedo. No início sinto um incômodo. Mas a sensação de tê-la dentro de mim, é excitante demais. Arranho suas costas. Prendendo minhas pernas em seu quadril, fazendo-a ir fundo. Entrando em mim por completo.

— Gulosa! — fala beijando meu ombro. Tem um sorriso arteiro nos lábios. Ela está adorando isso tudo.

— Quero você por inteira. — respondo com a voz falha. Ela inicia um movimento de vai e vem enquanto eu sinto o objeto sair e entrar de mim.

            Diz-me coisas ao pé do ouvido. Algumas delas nem ao menos consegui entender. Meu corpo estava entregue demais. Nunca gostei muito de relações sexuais com homens, na maioria das vezes conseguia um orgasmo apenas se recebesse um oral. Mas ter Alice me preenchendo daquela forma era enlouquecedor demais. Eu iria goz*r e não demoraria a acontecer.

            Ela estava mais carinhosa do que nunca. Me beijando, acariciando meu corpo por inteiro. Em uma sincronia perfeita. Uma sintonia fora do comum. Nossos gemidos se misturam. Minhas mãos arranham seus ombros, suas costas. Enquanto nos beijando fervorosamente.

— Espera. — falo interrompendo o beijo. Olhos confusos me encaram.

— Está doendo?

— Não. Eu quero fazer uma coisa.

            Sinto o objeto sair de dentro de mim. Oriento Alice a se deitar na cama, sou prontamente obedecida. Ela me olha curiosa, ansiosa pelo que quero fazer. Posiciono-me onde antes ela estava, uma perna de cada lado de seu corpo. Busco o p*nis com uma mão, me sentando sobre ele. Alice me fita completamente em êxtase. Começo a rebol*r sobre ela. E aquilo é mil vezes melhor do que eu poderia imaginar. Em cima consigo controlar perfeitamente em qual parte vou receber contato.

— Eu vou morrer! — Alice diz ofegante. — Você é maravilhosa. Sexy. Deliciosa. E eu vou morrer só de te olhar assim. — afirmou.

— Antes de morrer...- sussurrei em seu ouvido. — Me faz goz*r.

            Saiu quase em um tom de ordem. Alice sorriu, conseguiu se sentar, mas sem tirar o objeto de dentro de mim. Prendo minhas pernas em volta dela. Nos unindo ainda mais. Nossos corpos em uma entrega perfeita. Não demoro a sentir que vou ser consumida por um delicioso orgasmo. Alice gem* junto comigo, no meu ouvido. Me pedindo para rebol*r mais. Dizendo para eu mostrar o quando amo fazer amor com ela.

            Dois gritos, um único som. Nossas respirações pesadas, apressadas. Corações batendo juntos, no mesmo compasso. Ela gozou comigo. Nem sei mensurar o quanto isso é maravilhoso. Minha cabeça repousa na curva de seu pescoço. Ela acaricia meus cabelos. Estamos exaustas, satisfeitas e completamente felizes.

— Eu quero casar com você. — diz suavemente.

— Já sei disso. — me afasto para fita-la. — Vamos só esperar mais alguns dias.

— Não. Não quero esperar. — disse séria. — Seu pai tem tentado me matar. Acredito que ele não vá conseguir fazer nada contra mim, mas caso...

— Não! — falo aflita. — Não diga bobagens. Nada vai te acontecer.

— Me deixa terminar?!– pediu acariciando meu rosto. Faço que sim com a cabeça, mesmo a contra gosto. — Eu não quero passar mais nem um dia da minha vida sem dizer para todo mundo que sou casada com você. Se algo me acontecer, preciso ir sabendo que fui completamente feliz ao seu lado. Casar contigo, vai me trazer essa felicidade. — confessa.

— Está recente. Tália morreu faz pouco tempo. Não me sinto pronta para festejar.

— Não precisamos fazer uma festa. Podemos apenas chamar minha família e a sua. Nossas amigas mais próximas.

— Minha amiga mais próxima era Tália. — falo triste.

— Eu sei. Me desculpe. Podemos esperar. — corrige rapidamente. — Não tem problema.

            Seus lábios buscam os meus. Tomando-o em um beijo calmo. Em nada parece o que demos a alguns minutos. Sei que temos adianto por tanto tempo o casamento e ela tem ficado impaciente com isso. Mas eu não havia imaginado um casamento sem a minha melhor amiga como madrinha. A morte de Tália estava muito recente. Ninguém poderia ocupar seu lugar.

— Me desculpa.

— Não precisa se desculpar. — afirma. — O que me diz de tomarmos um banho juntas?

— Acho uma ótima ideia.

            Alice me carregou até o banheiro. Todo o cuidado que ela tem comigo, faz com que eu me apaixone ainda mais. Alguns minutos depois, descemos a escada de mãos dadas.

— Pelo visto o café da manhã virou almoço. — Tereza diz com ar de graça.

— E foi delicioso. — Alice me olha. Terê entende o duplo sentindo na frase.

— Estou faminta. — interrompo.

— O almoço já está pronto. Vou servir.

— Não! Podemos comer com vocês na cozinha. — disse olhando para ela e Carla. — Tudo bem? — indaguei a Alice.

— Por mim sim.

            A refeição foi regada a muitas risadas. Tereza se irritando com as brincadeiras de Alice. Carla contando suas aventuras, a mulher era muito divertida. De família simples, começou a trabalhar cedo. E hoje sustenta duas filhas sozinha. Uma mulher admirável. Agora estamos no sofá da sala. Teodoro está em seu colo. Ela brinca dizendo coisas a ele, contando como foi sua semana. Ele fica curioso, escutando tudo.

— Amor, quero ir até à escola. — me diz. — Não tive tempo nos últimos dias. E isso me deixa com a consciência pesada. Se importa?

— Claro que não. Podemos ir com você? — ela abre um sorriso, está surpresa pelo pedido.

— Seria maravilhoso.

— Então vou me trocar. Pede para a Carla organizar uma bolsa para o Teo, depois dispensa ela.

— Pode deixar.

            Escolho uma roupa leve. Camiseta e short. O dia hoje está quente. Prendo os cabelos em um coque. Quando saio do quarto encontro Alice segurando Teo. Ele usa um macacãozinho azul, e na cabeça tem um boné.

— Olha como estou estiloso. — Alice ri o exibindo para mim.

— Sempre está. Podemos ir?

— Sim. Podemos. Os seguranças estão esperando.

            Sorrio concordando. Fico aliviada por saber que Alice leva a sério sobre meu pai está tentando feri-la. Ela tem aceitado ser escoltada diariamente. De certa forma isso me deixa um pouco mais tranquila. Já no carro ela indica o caminho. Vai durante todo o percurso conversando com os seguranças. Implicando, fazendo graça. Os dois tentam manter a pose de durão, mas uma hora acabam rindo das bobeiras que ela diz.

            Levamos alguns minutos até chegarmos ao destino. Alice sai do carro e vai direto soltar Teodoro. Quando eu saio do veículo meus olhos encontram a fachada da escola. Há outro carro parado ao lado do nosso.

— Heloísa está aí. — Alice diz. Eu não digo nada. Meus olhos estão presos em um grupo de criança que carregam baldes com areia. — Você me ouviu? — questiona.

— Sim. Desculpe. O que eles estão fazendo? — questiono para ela.

— As crianças?

— Sim. Para que aquela areia?

— Acho que começaram a reformar a sala que caiu. — Alice me responde.

            Um menino de pouco mais de oito anos para o que está fazendo quando percebe nossa aproximação. Ele me olha fixamente. Com curiosidade talvez.

— Aquele é o Eliel. — Alice informa. — O irmão de Dominique.

— Ele é lindo. — falou observando seus traços, apesar de estar sujo de terra não posso deixar de notar o quanto ele é fofo. Estou segurando a bolsa de Teodoro e empurrando o carrinho.

            Eliel corre em nossa direção. Chega ofegante, colocando as mãos nos joelhos, tomando fôlego. Então ele me olha, seus olhos são pretos, como duas jabuticabas.

— Quer ajuda, tia? — me pergunta solicito. Alice olha dele para mim. Esperando pelo desenrolar daquela conversa.

— Claro. — respondo sorrindo. Entrego o carrinho. Ele caminha ao nosso lado empurrando-o.

— Como é seu nome? — me pergunta.

— Rebeca. E o seu?

— Acho que a senhora já sabe. A tia Alice deve ter contato. — fiquei surpresa com sua esperteza. — Está apenas sendo educada. Mas como também sou educado vou responder também. Meu nome é Eliel.

            Eu sorrio olhando para Alice que prende o riso.

— Tia Alice! — uma voz surge do nada.

            De repente sons de passos apressados ecoam pelo ambiente. A menina de cabelos presos corre em nossa direção. Alice sorri-lhe. A garota é claramente Dominique. Ela é exatamente como Alice a descreveu.

— Nossa! Você trouxe seu filho. — ela disse surpresa fitando Teo nos braços dela.

— Não só ele. Essa é a minha noiva Rebeca.

            A menina me analisa. Com muita atenção.

— Ela parece uma princesa. Heroínas podem casar com princesas? — pergunta olhando diretamente para mim. Alice me incentiva a responder.

— Eli, Domi, por favor se comportem. — um rapaz aparece envergonhado. — Desculpem, esses dois só sabem perguntar sem parar.

— Não precisa pedir desculpas. Criança é assim. E esses dois são bem espertos. Então acredito que perguntar tem ajudado.

— Viu só, titio Dré. Agora deixa ela responder o que perguntei. — ela me fita.

— Também quero saber. — Eliel completa curioso.           

            Alice está prestes a explodir em uma risada. Mas se controla. Sei que ela está adorando a minha saia justa com aqueles dois pequenos curiosos.

— Sim. Princesas podem casar com heroínas. Desde que, as duas queiram.

— Legal. Eu quero casar com um príncipe. Acho que  é mais legal. Entretanto ele precisa ter um cavalo. Eu amo cavalos. — ela diz segurando minha mão.

— Você nunca viu um cavalo de perto, aposto que vai sair correndo gritando se vir um, algum dia. — implicou Eliel.

— Eu tenho muitos cavalos. — falo tentando encerrar a implicância. Dominique para puxando minha mão.

— Você por acaso é rica?

— Dominique, isso são modos? — André repreende a sobrinha.

— Tudo bem. Não me importo. — tranquilizo-o. — Digamos que eu posso viver bem com o que ganho.

— Deve ganhar milhões, um cavalo deve comer muito. — ela responde rindo. – O Eli tem fome de cavalo. — implica.

— Cala a boca, garota chata. — responde soltando o carrinho e correndo atrás dela.

            A menina gargalha enquanto corre, claro que o irmão não demora a dominá-la já que ele é maior que ela. Os dois rolam na grama abraçados, rindo muito. Eu fico observando a cena. Alice está ao meu lado, segurando o Teodoro. E eu me pergunto como aqueles dois são felizes mesmo vivendo naquelas circunstâncias tão precárias.

— Quantos anos você tem? — pergunto a André. Estamos quase chegando ao pátio.

— Dezoito.

— Tão novo e com tantas responsabilidades. — externalizo meu pensamento. Ele me fita.

— Sou a única pessoa que esses dois têm. Então tive que crescer cedo.

— Você trabalha?

— Não. Sempre que consigo uma entrevista quando me pergunta um endereço e dou esse as pessoas automaticamente me descartam. Como se eu fosse um animal. — sua voz sai pesada. Sua feição muda. Então meu coração se aperta.

            André foi uma criança obrigada a cuidar de mais duas. Ele não teve outra opção. A sociedade pode mesmo ser cruel com as pessoas menos afortunadas. Sempre detestei isso. O pré-julgamento que fazem apenas por observarem o modo de se vestir ou a forma de falar. O que meu único julgamento naquele momento é contra a sociedade que se impede de dar uma chance aquele rapaz.

— Alice, que surpresa vocês aqui. — a voz de Heloísa interrompe meus pensamentos.

— Oi! Helô. Resolvi trazer Rebeca para conhecer o lugar.

— Ótimo. Como vai Rebeca?

— Bem. E você?

— Bem. — o silêncio se instala.

            Heloísa e eu nunca trocamos mais que duas palavras. Até porque nos encontramos poucas vezes. Acho que ela tem medo de mim, por conta do que aconteceu entre Alice e ela, mas entendo que aquilo ficou no passado.

— E Anna? — Alice questiona.

— Está lá dentro, Dona Zila está doente.

— Nossa! Devíamos a levar ao hospital.

— Já tentamos convencê-la, mas ela se recusa. Está ardendo em febre. — afirma.

— Amor, se importa que eu vá até lá?

— Não. Pode deixar Teodoro comigo. — sorrio para ela.

            Elas se afastam e eu estou apenas na companhia de André. O rapaz me conta um pouco de sua história e a cada palavra que ele diz eu me sinto mais admirada por toda sua coragem. Então um pensamento me vem a cabeça.

— André, você gostaria de trabalhar para mim? — ele para o que estava dizendo. Olha-me surpreso.

— Dona Rebeca, não brinca com o meu coração.

— Jamais brincaria com algo assim. Estou precisando de uma pessoa para ser meu assistente. A minha... — me lembrei de Tália. — A minha melhor amiga era a minha assistente.

— O que aconteceu?

— Ela morreu.

— Ah! Era a namorada da Anna?

— Sim. Era essa.

— Sinto muito. — ele toca minha mão.

— Obrigada. — forço um sorriso. — O salário é bom, poderá alugar um lugar para morar com os meninos. Tem muitos benefícios, plano de saúde, ajuda na educação deles.

— Eu aceito. Nem precisa continuar tentando me convencer. Muito obrigado. — ele espontaneamente me abraça. — Nem a conheço direito, mas sei que tem um ótimo coração.

            Escutar aqui me fez um pouco mais feliz naquele dia. O sentimento de poder fazer a minha parte foi maravilhoso. Ele me mostrou as acomodações do abrigo. Eram muitas famílias. Mas a organização e a higiene impressionavam.

— Aqui foi a sala que desabou. — me mostrou o cômodo.

            Haviam algumas pessoas trabalhando. A areia que as crianças carregavam era para fazer o cimento usado na parede. Aquelas pessoas conseguiam viver em uma harmonia que me impressiona.

— Conseguimos o material com a Anna. Resolvemos colocar a mão na massa e iniciar o reparo. Mas é um processo lento. — ele diz baixo. — Aquele é o bloco da dona Zila. — aponta para uma porta no final do corredor.

            Enquanto caminhamos até lá ele me conta mais histórias. Quando chegamos a pequena sala, no canto da parede uma senhora está deitada. Anna, Heloísa e Alice conversam um pouco mais afastadas.

— Está tudo bem? — pergunto.

— Não. A febre não baixa e ela se recusa ir ao hospital. — Anna diz. — Vou tirar Bento daqui. — fala caminhando até um menino que sorri-lhe e a acompanha.

— E se nós trouxéssemos alguém aqui para examina-la? — indago. Alice e Heloísa me olham. — Posso ligar para a Letícia. Ela é médica. Apesar de ter uma especialização em obstetrícia, ela consultou muito tempo como clínica geral.

— Acha que ela viria? — Heloísa indaga.

— Sim. Acredito que sim.

— Amor, liga para ela. — diz tocando meu ombro.

            Saio da sala já com o celular no ouvido. No terceiro toque ela atende.

— Diz minha cunhada preferida.

— Sou a única. — reviro os olhos.

— Mas continua sendo a preferida. — ela dá uma risada.

— Sei. — dou de ombros. — Eu preciso da sua ajuda.

— Aconteceu algo? — percebi a preocupação em sua voz. Ao fundo Amélia perguntava o que havia acontecido.

— Não, quer dizer sim. Mas não comigo. Vim conhecer um abrigo que Alice tem visitado. Tem uma senhora doente, ela se recusa ir ao hospital. Então pensei em trazer o hospital até ela.

— Quer que eu vá consulta-la?

— Sim. Se não for incômodo.

— Claro que irei. Me manda o endereço, logo estarei aí.

— Ótimo. Obrigada. Até já.

— Até.

            Voltei para a “sala-quarto”. Anna e Heloísa conversavam sobre algo. Alice estava dando a mamadeira de Teodoro.

— Então, ela vem? — Heloísa perguntou.

— Sim. — falei e ela me abraçou.

            Do nada ela simplesmente estava apertando meu corpo contra o dela. Como se fosse algo rotineiro. De início fiquei constrangida, mas retribui o gesto. Sei o quanto ela se importa com aquelas pessoas. Alice sorriu nos olhando. Anna fazia o mesmo.

— Obrigada. — quando se afastou ficou constrangida, sorriu sem graça.

— Não precisa agradecer.

            Não se passou nem quarenta minutos até que Letícia apareceu. Assim como eu, ela ficou encantada com a forma que as pessoas conseguiam viver em total harmonia dividindo um espaço apertado como aquele.

            Consultou a senhora que estava doente. Ela estava com uma virose. Aplicou um soro e se prontificou para ficar e esperar até que pudesse tirar. Deu alguns remédios para ela tomar, André prometeu que os daria no horário certo. Já estava escurecendo quando decidimos ser hora de ir embora. Fiquei triste por não ter visto mais Dominique e Eliel. Estamos caminhando para o carro e os dois apareceram correndo.

— Tia, olha o que eu fiz. — Dominique exibia uma folha aberta. — É você de princesa, a tia Alice de Heroína e o cavalo. — ela sorri.

— Que lindo. Você é uma artista. — acaricio seus cabelos. Ela sorri. Eliel me olha se sentindo envergonhado por não ter me dado nada. — E você é ótimo corredor. Pode ser um atleta quando crescer. — seus olhos se iluminam e ele sorri.

            Meu coração se aquece quando recebo um abraço duplo. André sorri observando a cena, Alice está fazendo o mesmo. Apenas observando.

— Você volta?

— Claro que sim.  Da próxima vez trago presentes.

— Eba! — falam juntos.

— Nos vemos amanhã. — digo para André. Alice me encara, mas nada pergunta.

            Despedimos-nos. Os dois correm ao lado do carro, dando tchau sem parar. Meu coração está leve, meus problemas parecem desaparecer. Constatar a alegria e a esperança nos olhos daquelas pessoas mudou algo em mim. E eu estou com uma ideia martelando minha cabeça.

— Vai voltar amanhã?

— Não. Preciso trabalhar. Esqueceu? Meu cavalo come muito. — brinquei me referindo a Teo.

— Mas você disse que iria ver o André amanhã.

— Isso é porque eu o contratei.

— Você o quê? — indagou surpresa.

— Eu o contratei. Ele vai ser meu novo assistente. — Alice sorri aberto.

            Busca minha mão com a sua. Aperta carinhosamente, como se dissesse que está orgulhosa de mim. É isso que seus olhos querem me dizer. Durante o percurso até em casa seguimos em silêncio. Uma ideia maluca tem martelado minha cabeça, e eu preciso coloca-la em prática. E isso vai mudar a vida daquelas famílias e a nossa também.

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 95 - Capitulo 92:
Baiana
Baiana

Em: 27/03/2022

O que dizer desse capítulo? Leve,fofo e reconfortante.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Em: 26/03/2022

Olá autora linda!

Oer

Perdoe-me pela ausência. 

Seria muito bom se tivéssemos empresários com 1/3 do pensamento e atitudes dessas meninas. Enfim, vamos continuar tendo esperança.

A história está cada vez mais instigante. Esse pai de Rebeca com essa vingança, é  um doente. 

As vezes ficamos tristes quando um personagem do lado bom morre, mas faz parte, afinal na vida real acontece desse jeitinho mesmo. 

Final de semana com muita inspiração.  Bjokas!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 26/03/2022

Oi autora 

Imaginei o André sendo contratado pela Rebeca e acho que ela vai adotar essa trinca kkk 

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

preguicella
preguicella

Em: 26/03/2022

Bequinha (olha a intimidade) toda derretida com o povo novo, vamos ver o que vai sair daí!

Adorei Dominique, muito espontânea! Quero mais!
Um extrinha, vai! Pode ser sobre Letícia e Amélia! haha

Bjuuuuu

Responder

[Faça o login para poder comentar]

paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 25/03/2022

Não teve estresse e sim muito amor, adoro.

Rebeca se apaixonou pelos meninos, ela é maravilhosa.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 25/03/2022

Rebeca teve uma ótima idéia e ajuda o André e vem mais novidades.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web