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Amoras por Klarowsky

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Palavras: 3575
Acessos: 1140   |  Postado em: 22/03/2022

Laura...Por que está fazendo isso?

Laura

Abri a porta e muito me agradou o novo ambiente. É todo revestido com madeira de cedro combinado a detalhes brancos. No centro do quarto fica a cama hospitalar, moderna e bem equipada. No canto, aos pés da cama tem uma mini sala, com sofás e mesa de centro. Ao lado, uma poltrona confortável e ainda é possível ao acompanhante, servir-se de cafés e quitutes, numa mini cozinha munida de pia, frigobar e máquina de café. Agora sim, Alice está em um ambiente à sua altura!

Na cama hospitalar, está ela. Com semblante abatido e sonolenta. Ainda com a mesma roupa que estava a tarde. Pálida e bem diferente da linda moça de olhos verdes que conheci.

Abriu vagarosamente os olhos e percebi que fazia um imenso esforço em mantê-los abertos. Em contramão das sensações que sinto ao vê-la, dessa vez o sentimento que me visitou foi de querer cuidar e proteger. Mesmo com todo esse quadro, ainda é linda. Sua beleza é angelical.

- Oi – me falou com um breve sorriso e piscando lentamente.

- Oi! – a respondi gentilmente – Como está?

- Não sei – ela está fazendo um esforço tremendo para conseguir falar- Acho que já estive melhor.

- Mas vai ficar ótima!! – segurei em suas mãos, em um gesto impensado - Só vim me certificar de que está sendo bem cuidada.

- Obrigada – falou, fechando os olhos – Depois eu acerto tudo isso com você.

- Nem pense sobre isso! Agora só precisa descansar e ficar bem.

Ela não falou mais nada. Caiu em um sono profundo. Eu puxei a poltrona para perto da cama e me sentei. Quero acompanhar seu sono. Uma pessoa de coração tão bom, não merece estar nessa situação. Meu desejo é poder cuidar, acariciar seu rosto machucado. Ela que sempre é tão ativa e espontânea, nesse momento, está tão frágil.

É impossível não sentir raiva de quem fez isso. No entanto, ainda não é hora de perguntar a ela quem foi e, como foi. Me lembro dela no shopping, valente, enfrentando o segurança. Dava para ver que seu sangue fervia alimentando uma fúria. Será que esse mesmo sentimento, não a tomou na tentativa de se defender? Como ela veio ficar nessa condição? Se foi o Joseph que fez isso, é melhor, ele começar a se arrepender de ter nascido, pois vou fazer questão de acabar com cada pedacinho dele.

Levanto-me e vou conversar com o enfermeiro. Preciso saber detalhes sobre o diagnóstico e tratamento. Quero estar a par de cada decisão que está sendo tomada.

- Algum problema, senhorita Veigas? – perguntou-me assustado, assim que me viu.

- Não! Está tudo bem! – sorri tranquilizando-o – Só quero saber como ela está, se fez exames, qual é seu quadro?

Ele arqueou a sobrancelha e franziu a testa. Abaixou os olhos e respirou fundo.

- Pra ser sincero, não é dos melhores! – apontou pra uma cadeira e pediu para me sentar. Foi até um armário cheio de exames e pegou uma pasta grande.

Abriu-a sobre a mesa e retirou várias folhas de exames de imagens. Subtendi que são do crânio da Alice.

- Veja, essa é a ressonância magnética que fizemos assim que ela chegou – apontava para as imagens – Aqui é o local da batida.

Eu não entendia nada do que via, mas pude ver uma mancha escura onde ele apontou. O olhei esperando que continuasse.

- O exame mostra um coágulo que se formou na região, além do cérebro estar bastante inchado. Ainda não sabemos onde foi essa batida, nem o que a ocasionou, mas certamente não foi coisa leve.

- Nossa!! Estou assustada com essas informações – falei, sentindo meu coração se fechar.

- Pela manhã, a dra Vitória estará aqui para conversar com a família. Por enquanto, o que ela passou foi apenas analgesia e medicamentos para fazê-la dormir. Até que o cérebro volte ao seu tamanho normal, é necessário que ela durma e evite ao máximo grandes emoções.

- Entendi porque está sonolenta. Ela é falante e extrovertida. Estranhei estar apática – senti um nó na garganta.

- Ela voltará a ser falante e extrovertida, senhorita Veigas – tranquilizou-me – Só que agora, o melhor a ser feito, é aguardar o corpo dela reagir.

- Ok! Obrigada – sorri em resposta – E não me lembro se sei seu nome?

- É Gustavo! – sorriu gentilmente

- E quanto a acompanhantes, Gustavo? – franzi a testa ao perguntar – Se ela está em um quarto que pode ter, por que está sozinha?

- Estavam aqui seus pais e uma senhora que disse também ser a mãe – deu de ombros – Mas o pai, queria ir embora a qualquer custo e a mãe que é esposa do pai o acompanhou – sorrimos com a explicação - A outra senhora – ele franziu a testa tentando recordar o nome – Francisca, salvo engano, ficou até pouco antes da senhorita chegar. Despediu-se de mim, falando que teria que ir embora pois irá trabalhar cedo.

- Então, para agora a noite, não tem ninguém? – perguntei o olhando nos olhos.

- Por enquanto, não! Apenas eu e a equipe de enfermagem.

- Entendi! Então, ficarei! – sorri gentilmente e me levantei – Ela não está em condições de ficar sozinha.

- Como quiser, senhorita. Irei providenciar seu conforto e estarei por aqui!

- Obrigada!

Voltei para o quarto, e Alice continuava a dormir, profundamente. Ouvir seu diagnóstico, despertou ainda mais cuidado. Essa mente brilhante e perspicaz, não pode ser afetada dessa maneira. Usarei de todos os recursos possíveis para que ela volte a ser a Alice que pouco conheci. Quero ter a chance de trabalhar com ela, ser sua amiga, saber seus gostos e desgostos. Não entendo o porque, mas me sinto extremamente ligada a ela. Não pouparei recursos também em encontrar o, ou, a culpada dessa situação. Farei com que pague, se for preciso, com a própria vida! Quem quer que seja que o fez, mexeu com a pessoa errada. Laura Veigas é muito boazinha e atenciosa, mas quando tocam no profundo dos meus sentimentos e instintos, despertam uma pantera! Essa pessoa, não perde por me esperar.

Enviei mensagem ao Gil, desmarcando minha aula pela manhã; à Didi, informando onde estou e porque não estarei em casa ao amanhecer e; ao Tom, avisando que não participarei do leilão e irei para a empresa, depois da visita da médica.

O Gustavo trouxe travesseiro e coberta e um dos sofás, virou cama. Ele ficou preocupado em eu não estar em pleno conforto.

- Fica tranquilo, Gustavo! – falei olhando em seus olhos – Já dormi em lugares muito piores. De onde eu vim, a cama só era reservada às madres. Às meninas órfãs e pretas – sorri amargamente com a lembrança – Restava o chão puro com uma coberta, rota. Isso aqui – olhei ao redor – É luxo!

- Muito me impressiona, senhorita Veigas – ele me olhava atônito – Geralmente as pessoas reclamam muito pelas condições oferecidas, ainda mais a senhorita, grande empresária e..

O interrompi.

- Sou empresária e gosto de coisa boa, sim – sorri – Não serei hipócrita em falar que prefiro estar de acompanhante à estar no conforto dos meus lençóis trezentos fios. Mas um dia aqui, não vai me fazer mal algum. Minha amiga precisa de mim, e estarei aqui – olhei para a cama onde Alice dormia profundamente – Ela já fez coisas piores, por mim.

-- x --

Pernoitei entre sono leve e vários despertar. Levantei inúmeras vezes constatar se Alice estava respirando, se estava fria ou quente demais. Precisava me assegurar de que ela estava sendo bem cuidada. Alguns momentos ela despertou e além de gem*r, disse coisas desconexas, porém enroladas. Não foi possível a compreensão e antes que eu pudesse conversar, adormeceu novamente.

Dessa forma a noite passou, e um lindo dia amanheceu. Arrumei o quarto e tomei um café puro para energizar.

Duas enfermeiras muito gentis adentraram o quarto e solicitaram que eu aguardasse do lado de fora, pois fariam a higiene pessoal da Alice e a acomodariam adequadamente. Aproveitei esse tempo para comer na lanchonete quando recebi uma mensagem do Leonardo:

¨Dr Leonardo: Precisamos conversar. Avise quando puder me receber.Bjs.

Laura: Pode falar. Estou no hospital.

Dr Leonardo: Só pessoalmente."

Isso muito me intrigou. O que Leonardo descobriu que é tão urgente? Me apressei em voltar ao quarto e torcer para que a médica chegue logo.

Adentrei o quarto e aquele par de olhos verdes me olharam, cheio de brilho. Meu Deus!! Eu não tenho nada, além de amizade e gratidão por essa mulher, mas seu olhar, faz minha respiração ficar curta e ofegante. Perco toda a pose de durona e me derreto no seu sorriso ao me ver. Sinto meu coração bater acelerado e retribuo o sorriso, antes mesmo de pensar em fazê-lo. É espontâneo e absolutamente sincero.

- Bom dia, bela adormecida! – falei tocando em suas mãos.

- Bom dia – e sorriu. Sua voz rouca devido o relaxamento das cordas vocais, a deixam ainda mais bela – Que vergonha, me ver assim, logo cedo!

- Vergonha? Isso que você nem se lembra o quanto roncou a noite – gargalhei ao ver sua expressão de espanto.

- Você dormiu aqui? – perguntou-me com os olhos arregalados – Que vergonhaaa!! – e seu lindo rosto se corou.

- Sim! Dormi! – por alguns segundos senti nossos olhos se cruzarem e congelarem – Não consegui ir embora e deixar você sozinha. Preferi ficar para garantir que se precisasse de algo, teria alguém.

- Nossa, Laura – me falou olhando profundo e intensificando sutilmente o toque em minhas mãos – Nem sei como te agradecer por todo cuidado. Gratidão eterna.

Esse toque e esse olhar, é o combo perfeito para me fazer sair de sintonia. Minhas mãos suam e tenho a impressão que meu coração vai sair do peito. Laura Veigas, componha-se!! O que está acontecendo com você? – tento chamar minha atenção.

- Imagina, Alice – a respondo amigavelmente – É o mínimo que posso fazer, por ter sido tão valente no shopping. Eu precisei e você me salvou. Agora é a minha vez.

Bateram à porta e abriram-na. Em um breve susto, nossas mãos se soltaram e senti meu rosto queimar. Tive a sensação de voltar a ser adolescente, escondendo as coisas da Didi. Nossos olhares se cruzaram e sorriram ao mesmo tempo com aquela situação um pouco desconcertante. Uma senhora branca igual a Alice, com olhos verdes e sorriso largo. Um senhor igualmente branco, porém bronzeado de sol, olhos azuis e cabelos grisalhos. Entraram e me olharam da cabeça aos pés. Sorri e os cumprimentei. Tenho absolutamente certeza que já os vi em algum lugar.

- Laura, esses são meus pais. Fátima e João – falou Alice.

- Bom dia e prazer. Sou Laura Veigas – estendi as mãos para os cumprimentar.

- Prazer. Feliz em te conhecer! – falou a senhora Fátima com um belo sorriso nos lábios.

- Prazer. Você que é a patroa, então! – falou o senhor João, me observando inteira e voltando os olhos para os meus.

- Pai! Por favor! – interrompeu-o Alice.

- Eu sou patroa sim, senhor João – sorri para ele – Só que meus funcionários não estão aqui – continuei a sorrir ironicamente, entendendo o que ele quis dizer – Aqui, sou apenas amiga!

- Aham! – ele me olhou, balançou a cabeça e foi sentar-se no sofá.

- Laura – me chamou sussurrando a Alice – Não dê bola para meu pai, por favor – falou fechando os olhos timidamente – Ele é um homem difícil – e fez careta.

- Fica tranquila, Alice – respondi igualmente em sussurro – Sei lidar com homens assim.

- Dona Laura – falou a senhora Fátima e a interrompi imediatamente

- Apenas Laura, dona Fátima – e sorri.

- Mas você me chamou de dona também – e sorriu – Laura! – continuou – Muito obrigada pelo que está fazendo! Você tem um bônus de mãe para ser usado, viu?! Não tenho como pagar nem por metade disso tudo, mas faço questão de retribuir com muito carinho e oração – falou com os olhos marejados.

Meus olhos marejaram igualmente. Senti a verdade naquelas singelas palavras que saíram da alma da dona Fátima. Segurei em suas mãos e a olhei profundo.

- Só pela parte da oração, eu já estava feliz! Mas ainda tem bônus de mãe e carinho? – sorri e apertei suas mãos – Daí eu que fico devendo! Tenho uma gratidão gigante por sua filha. E isso, é o mínimo que posso fazer.

- Vocês duas querem parar com isso? – falou Alice com lágrimas nos olhos – Eu não estou podendo com fortes emoções – disse me olhando de uma forma enigmática.

Sorrimos e a mãe dela foi lhe cumprimentar.

- Oi minha menina!! – e beijou-lhe a testa, lançando para mim, um olhar que parecia querer me decifrar – Está bonita, de banho tomado e roupa limpa!!

- Sim, mãe! – sorriu Alice à mãe, lançando em seguida um olhar profundo que se cruzaram com os meus - Já me deram um trato, logo cedo.

Esse momento de mãe e filha foi interrompido por batidas na porta e uma linda mulher, pele morena clara, grandes cílios e jaleco branco entrou.

- Com licença! Bom dia! Sou a doutora Vitória Vasconcelos, médica neurologista, responsável por Alice Stromps – falou educadamente ao entrar no quarto.

Todos respondemos os cumprimentos. Ela veio diretamente a mim e me cumprimentou apertando a mão.

- É um imenso prazer, poder atendê-la, senhorita Veigas – falou-me gentilmente.

- Agradeço o pronto atendimento, doutora Vitória – olhei-a firmemente – Minha amiga Alice, merece o melhor tratamento, e estou certa de que terá em suas mãos.

Dei uma leve corrida de olho para o pai de Alice, que nos olhava com expressão insondável. Ele parece incomodado com a minha presença.

A médica cumprimentou a Alice e examinou-a.

- Bem pessoal, vamos conversar? – falou ao terminar de examinar a Alice – Vou passar o parecer médico da paciente. Farei isso todos os dias pela manhã. Na minha ausência, caso esteja em cirurgias emergenciais, outros neurologistas da minha equipe, o farão – pegou os exames que eu havia olhado na noite anterior – Alice, sofreu uma concussão cerebral. O que é isso? Ela teve uma batida muito forte, em algum lugar rígido e com grande impacto. Isso desenvolveu, uma hemorragia intracraniana, com formação de coágulo. No momento, sua massa encefálica está bastante aumentada, em outras palavras, inchada, o que dificulta a irrigação e hidratação do cérebro, por isso tem fortes dores. O quadro de desmaio, perda repentina de memória, confusão mental e agora náuseas e vômitos, tende a permanecer por uns dias. Para isso, estamos fazendo a medicação adequada. Ela precisa descansar e ser poupada de emoções até que seu cérebro se normalize. Quanto ao coágulo, ainda é muito cedo para precisar o que de fato será necessário. Pode ser que com o tempo ele diminua e suma. Como pode ser que se calcifique, formando assim um tumor e seja necessário intervenção cirúrgica.

Todos olhávamos atentos, ouvindo o diagnóstico. A mais afetada, lógico, era a própria Alice que estava com os olhos arregalados e completamente calada.

- Ela deverá permanecer aqui, internada, pelo menos por essa semana inteira e vou analisando sua evolução diariamente. Hoje serão coletados exames de sangue e amanhã, repetiremos a ressonância. Faremos isso a cada dois dias, ou quando for necessário, dependendo dos sinais clínicos.

- Minha filha ficará com sequelas, doutora? – perguntou a senhora Fátima.

- Acredito que não! Faremos o possível para que esse edema diminua rapidamente e então, acompanharemos a evolução do coágulo.

Agradecemos a atenção da linda médica e ela se ausentou, solicitando minha presença na parte externa do quarto.

- Senhorita Veigas, estamos diante de uma situação de extrema violência contra uma mulher. Já estou ciente de que tem uma equipe em busca dos culpados e quero te assegurar, que meu relatório médico referente a esse ocorrido, será o melhor que já elaborei. Como médica, feminista e ativista, não posso deixar passar impune uma atrocidade dessas. Por favor, assim que precisar do meu parecer, comunique-me imediatamente.

- Com todo prazer, doutora Vitória. Não pode mensurar a felicidade que fico ao te ouvir. Uniremos nossas forças femininas contra esse ato de violência. Obrigada pelo apoio.

Ela seguiu seu dia de atendimentos e eu retornei ao quarto.

Os pais de Alice conversavam na saleta, enquanto Alice me observou entrar. Seu olhar lindo, agora estava misterioso, esboçou um leve sorriso e eu não pude compreender como era possível sorrir, após receber um diagnóstico não muito promissor.

- Alice, preciso ir para meu escritório – e perdi a fala ao contemplar seu olhar me penetrar. A luz do sol que iluminava o quarto, tornava seus olhos em um verde mar, quase translúcido. E ela, certamente sabe desse poder que emana desse olhar que inebria e atinge lugares, outrora inatingíveis. Dei um leve balançar de cabeça na tentativa de retomar a sintonia com o mundo externo. Ela sorria com os lábios e olhos. Que mulher linda!!! Recriminei-me por me encantar com uma pessoa, que não está em condições favoráveis.

- Laura, você ouviu o que a médica falou – continuava e me olhar profundamente – Não posso aceitar ficar aqui, por uma semana.

- Alicee – falei arqueando a sobrancelha e tornando minha expressão séria – Já conversamos sobre isso.

- Esse lugar é caríssimo, Laura – justificou-se – Eu tenho umas reservas, mas não é suficiente para todos esses dias. Não posso aceitar.

- Repito, já conversamos sobre isso e não tem nada que você possa fazer – franzi o cenho com expressão muito séria.

- Então é assim que é negociar com Laura Veigas? – perguntou com um sorriso maroto – Uma via de mão única!?

Senti vontade sorrir com seu comentário, mas segurei para não demonstrar fraqueza na negociação.

- Saberá como é negociar comigo, muito em breve. Eu espero – falei-lhe arqueando a sobrancelha e a olhando de cima pra baixo – No momento, sua vida e bem estar não estão em negociação – sorri, mas tentando segurar o riso.

- Agora posso conhecer de onde vem a sua fama – falou-me sorrindo e olhando fixamente em meus olhos – Man-do-na!

Essa menina está me causando sentimentos diferentes. Quem ela pensa que é pra falar assim comigo, e ainda assim, me fazer ter vontade sorrir?

- Não queira conhecer essa fama ainda mais de perto – falei abaixando-me para perto dela e diminuindo o tom da voz – Se tem algo que amo, é mandar e controlar, em absolutamente tu-do – disse com a sobrancelha arqueada e expressão imponente.

Ela sorriu sem desviar o olhar, fechou os olhos e balançou a cabeça.

- Então, está bem, senhorita Veigas – respirou fundo e abriu os olhos, arqueando a sobrancelha – Estarei bem aqui! Sabe onde me encontrar.

- Boa menina! – respondi sorrindo – Bem melhor assim.

Afastei-me rápido e desconcertada com esse breve diálogo, fui até minha bolsa. Peguei um cartão e voltei até ela.

- Aqui está meu cartão! Me chame para o que precisar – assegurei-lhe a essa informação – Por favor, não exite em me chamar.

- Sim, senhorita – esboçava um leve sorriso maroto – Para qualquer, necessidade?

- Sim! Qualquer necessidade – olhei fundo em seus lindos olhos – A qualquer momento!

- Laura...?? – ela segurou uma ponta do cartão, me olhando de baixo pra cima – Por que está fazendo isso?

Gelei com essa pergunta. Como assim, estou fazendo o quê? Será que estou transparecendo que meu coração dispara ao vê-la e fico fora de sintonia? Não posso!! Ela é uma amiga que está surgindo em minha vida.

-Isso, o quê? – perguntei com muito medo do que ouviria. Alice já demonstrou ser o tipo de pessoa que fala o que pensa.

- Isso, tudo! Cuidando de todos os detalhes. Me colocou aqui, nesse hospital, com o melhor atendimento. Por quê?

Respirei aliviada com sua dúvida! Isso, é fácil responder.

- Gratidão, Alice! O que você fez por mim no shopping, foi impressionante. Isso que estou fazendo, é o mínimo que posso oferecer em retribuição. E estava precisando de companhia – sorri e dei de ombros – É diferente ter uma amiga em um local que ainda não conhecia.

- Essa parte eu pulo – sorriu lindamente – Obrigada mais uma vez.

Soltei o cartão em sua mão e nossos olhares se encontraram em um instante eternizado. Por um breve momento, tive a impressão mais uma vez, que só existe eu e ela. Não vejo mais nada a não ser sua linda face, corada por vergonha dos olhares trocados. Não escuto mais nada a não ser sua voz, doce como o mel e um bálsamo pra minhas estranhas. O que está acontecendo comigo? Contemplar Alice, é como encontrar algo que procuro a vida toda, mas nem eu sei o que é. De onde surgiu essa menina que está me virando a cabeça?

Lembrei-me que preciso ir. O dever me chama. Sorrimos com esse momento.

Me despedi de seus pais e, antes de fechar a porta, a olhei mais uma vez. Ela continuava a me olhar fixamente nos olhos. Senti meu rosto queimar ao sorri-la gentilmente.


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