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Amoras por Klarowsky

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Palavras: 2038
Acessos: 1199   |  Postado em: 17/03/2022

Casa da Mãe

Alice

De vez em quando sou obrigada a enfrentar meus pesadelos passados e ir visitar a família. Todos sabem onde moro, mas ninguém me visita. Então, fico com a tarefa de fazer a minha parte. O meu amor por eles não mudou desde que descobri que a orientação sexual deles é diferente da minha. Mas só posso dizer por mim. Sobre eles em relação a minha pessoa, não posso afirmar.

Minha mãe mora na mesma casa a vida toda. É um bairro tranquilo na grande SP. A vizinhança toda se conhece, o que faz ter o lado bom, da companhia e amizade e o lado péssimo, da fofoca sem freio.

Eu percebi que gostava de meninas aos doze anos, quando me apaixonei perdidamente por uma das vizinhas e jurava amor eterno. Enchia a menina de presentes, desde cartõezinhos tipo cartão de crédito que existia para coleção e mini perfumes, até flores, bombons, poesias. A paixão era tão grande, que um dia tentei beijar a garota enquanto brincávamos de "taco" na rua. Ela foi acertada pela bola do jogo e ficou toda chorosa, eu corri em seu socorro e cuidei com todo cuidado e carinho. Quando ela melhorou e parou de chorar, tentei beijá-la na frente de todos os amiguinhos. Foi o que bastou para que eu perdesse todas as amizades que tinha.

Meus pais quase morreram de vergonha. Eu saia na rua e ouvia:

- Olha lá a sapatona, filha da Fátima.

- Fica longe nós, sua pecadora!

- Você vai pro inferno, menina do capeta.

- Seu pai tinha que lhe dar uma surra, até aprender ser menina.

- Não chegue perto da minha filha! Não posso imaginar o que vai fazer com minha criança.

Eu também era apenas uma criança, de doze anos. Nem mocinha ainda tinha virado. Não entendia a maldade do ser humano.

De toda a vizinhança, a única que continuou sendo minha amiga, foi a Francisca, a quem carinhosamente a chamava de dona Chica.

Dona Chica, cuidava de mim desde que era bem pequena para que mãe pudesse trabalhar no orfanato e meu pai na FEPASA. Ela não era muito mais velha do que minha irmã, mas era mais responsável. Hoje deve ter aproximadamente cinquenta anos. Faz muito tempo que não a vejo. Tenho muita saudade.

Voltar para esse lugar, é como despertar monstros adormecidos. Já sou crescida, adulta, dona do meu próprio nariz. Mas as marcas do passado, ainda doem.

Com toda essa situação, que não foi a única, o comportamento dos meus pais para comigo, mudou muito. Eu praticamente perdi meu grande amigo que era o meu pai. A religião fez dele um homem amargo e ranzinza. Tudo para ele se resume em céu, inferno, espíritos e punição. Não consigo entender que Deus é esse que prega o ódio, ao invés do amor. Ele queria que eu tivesse me casado com algum "irmãozinho" da igreja e constituído família tradicional. Isso não aconteceu. Ele queria que eu tivesse seguido profissão que ele fala que é feminina, como professora ou enfermeira. Também não aconteceu. Quando passei na faculdade de Direito, me falou que foi o maior desgosto, ainda pior do que eu ser lésbica, porque agora eu iria defender bandido. Enfim, nossa relação não foi e não é das melhores.

Minha mãe, vive sobre o jugo de meu pai. Tudo o que ele quer que ela faça, ela faz. Parece que não tem vida própria. Até as roupas que ela usa, tem que serem aprovadas anteriormente por ele. Comigo, mantém conversas às escondidas, pois se ele sabe que ela está falando muito com a minha pessoa, já começa a vociferar:

- Cuidado hein! Essa menina tem a tentação nos lábios. Vai contaminar sua alma.

E ela já fica ressabiada com a minha existência. Mas com tudo isso, ainda assim, eu os amo. São meus pais. Me deram o Dom da vida. Me amaram enquanto não sabiam quem eu era de verdade, e esse amor que me deram, pulsa em mim.

Aprendi a ignorar as ofensas. Quando ele começa a falar coisas que ao meu ver passam dos limites, dou um jeitinho e vou embora.

A situação fica mais difícil quando estão todos os irmãos reunidos. Daí o passatempo favorito é comparar as vidas e ficar jogando na cara coisas machistas e homofóbicas:

- Beatrice sim é mulher de verdade! Pariu dois filhos na raça! Eita que menina de ouro.

- Beatrice é um orgulho do pai. Cuida da casa que é uma beleza!! Sabe honrar o marido.

- Beatrice é linda demais! Só me dá alegrias.

- Que bom que Deus me deu mais do que uma filha, se não já teria morrido de desgosto.

- Juninho é um primor de menino. Veja só, já arranjou mulher pra cuidar dele e vive aqui, pertinho da gente.

E por aí vai. A lista é extensa. Mas, como eles sabem tudo sobre amor e salvação, eu não tenho direito a nenhum desses quesitos.

Todas as namoradas que tive e apresentei, foi um estardalhaço. Eu insistia que não queria apresentar minha família, mas elas queriam, e pronto. Era apresentar pra minha família, e o namoro acabava. Só teve uma que eles amavam, pois era da mesma igreja que eles e ela só "era lésbica" dentro do quarto. Fora dele, era totalmente hétero. Eles a amavam e eu não suportava. Quase conseguiram me convencer a ser igual, por pouco não caí na tentação de viver em paz e bem aceita. Mas esse pouco que faltou, ficou faltando foi muito. Por tudo isso, evito vir aqui. É muita energia que tenho que desprender para que minha sanidade mental continue intacta.

Parei a moto na frente do portão, buzinei e ouvi minha mãe gritar lá do fundo:

- Já vai!!

Sorri com isso. Ela nunca muda. Certamente deve estar vindo correndo, com o avental amarrado na cintura, limpando as mãos que devem estar molhadas por estar mexendo com água ou comida.

Abriu a porta e veio abrir o portão, exatamente do jeitinho que estava pensando que estaria.

- Entra minha filha!! Que saudade!!! – me abraçou carinhosamente e eu retribuí

- Passei pegar um bolinho para o café mãe. Vou pegar aqui nas bolsas – falei a ela antes de entrar

- Não precisava se preocupar, Licinha. A mãe faz bolo! – me respondeu docemente

- Quem tanto está aí hoje? – perguntei para me preparar antes de entrar

- Ah! Hoje tem uma surpresa linda que você vai amar!! Entre! Ande logo! – me respondeu animada

Fiquei curiosa por saber quem era a visita que eu iria gostar. Não fazia ideia de quem seria.

Passamos pela sala, cozinha e chegamos no quintal onde meu pai fez uma cozinha externa mas ainda manteve as árvores frutíferas na lateral do muro. Na mesa com dez lugares estava sentada uma senhora negra, com os cabelos começando a branquear, de baixa estatura e me olhando sorrindo, com os olhos marejados.

- Não acredito!! Meu Deus!! – falei colocando as mãos na boca em surpresa – Dona Chica!!!!!!

- Alice, meu amor!!! – ela respondeu

Ao mesmo tempo em que eu corri para abraçá-la, ela correu a me encontrar. A abracei e carreguei do chão. Que saudade!! Ainda a pouco lembrava dela.

- Deixa eu ver como você está linda!! – falou ela se afastando do abraço

- Para com isso dona Chica. A senhora que como sempre está essa coisa mais linda que o céu já viu! – e a abracei novamente

- Que saudade desse olho verde!! Menina! Você está muito gata – me falava, passando a mão pelos meus braços e apertando minha bochecha – Não é Fátima. Não muda.

- Ah, Alice sempre foi linda demais, não é Chica? – falou minha mãe

- Sempre mesmo!! Lembra dela pitica? Parecia uma boneca de porcelana – falou dona Chica

- Ah! Vocês duas podem parar, por favor? Eu sou tímida!! Estão exagerando já! – ruborizei ao falar

- Venha, sente aqui e vamos conversar!! Me conte tudo sobre sua vida! – me puxou, fazendo-me sentar perto dela

- Meu Deus dona Chica. Eu estou emocionada em te ver. Quanto tempo! – falei segurando o choro – Eu que te pergunto, por onde andou?

- Ih menina.. a história é longa! Mais fácil saber de você. Já que está tão linda assim, sua história deve ser melhor que a minha – e sorriu

Me levantei para tirar a jaqueta e tomar um copo de água.

Minha mãe preparava bolinhos para o café, e se dividia entre prestar atenção na conversa e nos seus afazeres.

Eu e a dona Chica nos perdemos no tempo em meio as conversas.

Ela contou que estava trabalhando em um prédio muito bonito, com uma dona muito chique e simpática. Que tinha visto a encarregada dela a humilhar e na mesma hora interviu e subiu ela de cargo. Não tinha ido trabalhar pois foi fazer exame médico admissional e como recebeu o pagamento adiantado, aproveitou pra ir visitar minha mãe. Contou ainda que desde que se mudou do bairro, passou por muita necessidade. Se envolveu com um homem que judiava dela, e ela tinha que trabalhar de faxineira pra sustentar a casa com os filhos que ele tinha do outro casamento, mas que ela deu um jeito e conseguiu se separar. Contou ainda que voltou a estudar e agora estava fazendo curso de informática pois a nova patroa queria que ela soubesse mexer no computador. Eu estava boquiaberta com os altos e baixos da vida dela.

Conversamos a tarde toda. Nem me lembrava que estava na casa dos meus pais e que por várias vezes aquele ambiente tinha sido tão desagradável.

Minha mãe nos olhava encantada. Serviu o café, comemos e falávamos e ríamos.

- Mãe, sábado vou saltar de paraquedas! Quer ir? – perguntei a ela sorrindo

- Licinha e suas maluquices. Deus te proteja! Divirta-se filha. Eu fico por aqui mesmo só esperando as fotos – respondeu sorrindo

- Paraquedas, Alice? – perguntou dona Chica – Desde quando você virou corajosa assim? – riu em deboche

- Chica, essa menina é doida. Ela só faz essas coisas de doido – respondeu minha mãe – É paraquedas, cachoeira, moto, andar em árvore. Eu fico doida com isso, Chica. Mas o que posso fazer?

- É doida mesmo! Eu não tenho coragem nem de andar de metrô direito – respondeu dona Chica rindo e segurando em minhas mãos – E o coração?

- Ah! O coração está batendo né?! – respondi rindo de mim mesma

- Batendo forte ou devagar? – perguntou-me

- Devagar, quase parando! – ri novamente – Por isso de vez em quando me jogo de um avião pra ver se acelera um pouco.

- Cuidado nessas jogadas, não se jogar e cair no colo de quem não presta, hein?! – me falou e deu uma piscada

- Pode deixar. Tomarei cuidado! – respondi, a olhando nos olhos e apertando suas bochechas

- Mas falando sério! Está sozinha? – perguntou-me me olhando de canto de olho

- Sozinha não. Estou sempre com Deus – respondi sorrindo – Mas estou solteira, sim!

- Não sei como! Com esse par de olhos lindos, inteligente, lindona – me apertava as bochechas – Essa mulherada está é perdendo tempo! Se fosse eu, já teria agarrado faz é tempo – e gargalhamos

- Quem eu quero não me quer, Chica! – falei fazendo bico

- Como pode isso? Quem é a doida que não te quer? – me perguntou franzindo o cenho

- Uma mulher linda e poderosa, mas que só hoje ficou sabendo que eu existo e ainda assim, de que adianta? Não sou um "homão" loiro, forte e de olhos verdes – revirei os olhos ao falar

- Que pena mesmo. Porque se fosse, já estaria casado comigo! – gargalhamos novamente

A conversa continuou até que já era chegada a noite. Tivemos uma tarde muito agradável. Peguei o telefone da dona Chica e combinamos de nos encontrar e manter contato.

 

Minha mãe estava feliz com esse encontro e eu estava feliz por ela e por mim. A dona Chica sempre foi como meu anjo da guarda. Sentia como se algo de muito bom estivesse para acontecer.

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Casa da Mãe:
mtereza
mtereza

Em: 20/03/2022

A vida dessas duas é totalmente entrelaçada mesmo 

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