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Amoras por Klarowsky

Ver comentários: 3

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Palavras: 2311
Acessos: 1401   |  Postado em: 17/03/2022

Amoras - I

Alice

Sempre que chegava o verão, senhor João, meu pai, armava a piscina de trezentos litros no quintal e cada final de semana, ele convidava amigos diferentes para virem fazer churrasco e permitir que os filhos brincassem entre si. Eu amava esses momentos.

Eu sendo a filha do meio, não tinha muitas opções de brincadeiras com meus irmãos. A Beatrice era quinze anos mais velha que eu, então já estava namorando e não brincava mais comigo. O Juninho, estava completando um aninho e eu não sabia brincar aquelas brincadeiras repetitivas que os bebês gostam. Eu estava com cinco anos e gostava de acreditar em contos de fadas e imitar a vida dos adultos. Então, quando surgiam crianças diferentes aos finais de semana, era o momento mais aguardado da semana.

Meu pai é um homem sério, mas muito amável. Tem facilidade em fazer amizades e gosta de conversar. O que o estraga um pouco é o extremismo religioso, mas o que o estraga muito, é o machismo. É descendente de alemães, conservadores e rudes. Daí a origem do meu sobrenome: Stromps. Atualmente é aposentado da antiga FEPASA, trabalhou a vida toda como mecânico de trens, e esses amigos que ele trazia para casa, eram seus companheiros de trabalho.

Minha mãe, dona Fátima, é cozinheira de mão cheia. Na minha infância, ela trabalhava no orfanato da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Hoje ela dedica seus dias a ficar em casa com meu pai, ambos só vendo notícias falsas e a cara enfiada no celular. Meu irmão ainda mora com eles, apesar de já ter trinta e dois anos, ainda é tratado como o bebê da casa.

Diferente da infância, onde nos divertíamos muito, hoje em dia os finais de semana que passo com eles, é regado a muito silêncio e conversas fúteis. Sinto muito a falta de um relacionamento amigável e cheio de amor. Desde que assumi minha homossexualidade, as coisas em casa ficaram bastante difíceis. Meus pais, devido a religiosidade extremista, já me condenaram ao inferno sem ser preciso passar pelo Juízo Final. E com isso, por eu já estar condenada, eles não se permitem me amar incondicionalmente, como em tese, teria que ser o amor dos pais pelos filhos. Enfim! Cada um sabe a dor e a alegria de ser quem é. Eu nasci assim, foram eles mesmos que me fizeram, então, não posso fazer nada.

Mas os finais de semana da infância, eram bem legais. Teve um que foi muito divertido.

Um tal de sr Nardo, como meu pai o chamava, chegou em casa trazendo sua filha que aparentava ser um pouco mais nova que eu, de cavalinho no pescoço. Achei tão maneiro aquilo que na hora pedi para que meu pai fizesse igual, ele não exitou e logo me colocou em seu cangote também. Ambos os pais corriam em volta da piscina, divertindo-se ainda mais do que eu e minha nova coleguinha. Ríamos muito com cada "galopada" que eles inventavam, fazendo aquele gelo na barriga surgir a cada subida e descida do galope.

Nossas mães, ficaram na cozinha preparando a comida, enquanto nossos pais acendiam a churrasqueira.

- Vamos brincar na piscina? – chamei a menina

- Vamos sim!! Meu paizinho me falou que eu podia brincar até querer dormir embaixo da água – me respondeu

- Mas não pode dormir embaixo da água! – retruquei com ela

- Se meu paizinho falou que pode, é porque pode! Você nunca fez isso? – me perguntou franzindo a testa

- Eu não! A água é gelada e eu gosto de dormir na cama com bastante cobertor e meias no pé. Ia ficar estranho dormir na piscina. Minhas meias ficariam molhadas – respondi a ela sorrindo

Brincamos muito na piscina até que o almoço ficasse pronto.

Depois de nos alimentarmos, minha mãe e a mãe dela que tinha uma expressão bem de brava, nos falaram que teríamos que esperar um pouco para voltar à piscina, para não passar mal. Fomos então brincar de casinha pelo quintal.

Corri pegar meus brinquedos para brincar de casinha. Peguei todo que encontrei, inclusive o meu favorito que era uma moto vermelha, de plástico bem resistente que meu pai me presenteou contra a vontade da minha mãe, e eu amei! Até dormia com aquela moto embaixo do travesseiro.

Como eu gostava de imitar os adultos e era a mais velha da brincadeira e também a dona da casa, comandei os atos:

- Vamos brincar de casinha!! Você vai ser a mamãe e eu o papai e essa boneca – peguei uma boneca branca, de olhos azuis e careca – vai ser nosso filhinho – falei a ela.

- Eu não posso ser a mamãe dessa boneca. Ela não se parece nada comigo!! – respondeu ela olhando pra boneca com cara de pouco caso.

- Mas se parece comigo! Puxou o papai – sorri pra ela.

- Mas eu queria que meu filho se parecesse comigo. Nunca tem nenhuma boneca que pode ser meu filho – e cruzou os braços fazendo bico de birra.

Fiquei penalizada de ver aquela minha nova coleguinha tão lindinha, de pele cor de chocolate, cabelos armados presos em duas "maria chiquinhas" que formavam dois pares de pompons que eu tinha vontade de acariciar e olhos muito pretos. A abracei e falei:

- Tá bom! Vamos mudar a brincadeira! Vamos fazer de conta que eu sou seu marido e você vai me fazer comidinha – sorri pra ela esperando que gostasse da minha ideia.

- Legal!! – bateu palmas e deu uns pulinhos e foi em direção da sombra que o pé de amoras que tínhamos plantado no quintal.

- Olha, podemos fazer comidinha de verdade!! Vamos colher amoras e daí você faz comida, porque eu vou chegar do trem com muita fome, tá bom? – sugeri a ela que concordou comigo de imediato.

Entramos por entre a Amoreira que era baixinha e estava carregada de frutinhas maduras. A cor da amora era igual a cor dos olhos daquela doce menina e o formato dos caixinhos da fruta, lembravam os minúsculos caixinhos que se formavam em seus cabelos. Íamos colhendo e comendo, aquele fruto doce ao paladar e levemente azedo a medida que engolíamos.

- Olha que legal!! – colhi uma amora bem redondinha e a mostrei – Parece com seu olho.

- Nooooossssssaaaa!!! Que legal! Vou mostrar pro meu paizinho. Ele vai achar muito legal – e pegou da minha mão saindo correndo em direção ao seu pai que conversava com o meu e riam de ver que estávamos nos dando bem.

Quando ela voltou para nossa brincadeira, falou com uma voz baixa e levemente triste:

- A gente não pode brincar mais disso! – e fez um bico de manha.

- Por que não? – a perguntei sem entender a repentina desistência

- Porque a gente não casou!! Não pode ser papai e mamãe se não casar! – me respondeu gesticulando com as mãozinhas em explicação.

- Então vamos casar!! Venha!! – peguei na mão dela e a puxei pra baixo da Amoreira novamente.

Ficamos em pé, de frente uma para outra, com as mãozinhas entrelaçadas nos sorrindo. Na verdade ela gargalhava muito, com um sorriso aberto e largo e jogava a cabeça pra trás a medida que gargalhava. Eu estava observando aquela menina preta tão linda, a mais linda que eu já tinha visto e a melhor coleguinha que já tinha aparecido nos encontros propostos pelo meu pai.

- Eu me caso com você, menina dos olhos de amora! – disse a ela.

- Eu me caso com você – ela me olhava e tentava segurar a risada – menina dos olhos de.. de.. de... – ela olhava para meus olhos sem saber o que dizer – já sei!! De amora verde!! – e voltou a gargalhar.

Soltamos as mãos e demos um abraço apertado. Voltamos correndo para as comidinhas e continuamos a brincar. Afinal, já estávamos casadas e poderíamos fazer comidinhas igual nossos pais faziam, sem nenhum impedimento.

Acredito que aquela menina dos olhos de amora, foi meu primeiro amor e até agora, nunca mais me casei com ninguém. Em outras brincadeiras que surgiam o mesmo tema, eu sempre falava:

- Já sou casada. Não posso brincar disso! – e me recordava da minha menina dos olhos de amora.

Nunca mais a vi. Aquela foi a única vez que meu pai chamou seu amigo Nardo para ir em casa. Várias outras vezes pedi a ele que o chamasse novamente, mas meu pedido não foi aceito.

 

Laura

O verão era a estação mais aguardada do ano. Eu não tinha noção do tempo cronológico, mas sabia que estava chegando o tempo de calor pois meu pai ficava muito animado com a ideia de brincar de banho de mangueira, banho de tanque, banho de mar. Todas as opções de brincar com água ele queria estar presente. E eu, lógico, amava isso também.

Um sábado de manhã, ele me acordou como sempre, cantarolando e trazendo o café na cama e me falou:

- Hoje é um dia muito legal! Muito legal mesmo!!! – e sorria animado – O Joãozin, amigo do pai, nos chamou pra ir até a casa dele brincar na piscina!

- Eba!! – pulei em seu pescoço e o abracei – Posso brincar bastante?

- Pode brincar até querer dormir! Até se quiser dormir em baixo da água você pode! – e gargalhou ao dizer isso.

- Viva!! Obrigada paizinho! Quero muito, muito, muito ir brincar na piscina. Lá tem amigos? – perguntei a ele

- Tem sim. Ele tem três filhos. Uma moça, uma quase da sua idade e um bebê. Você pode brincar com a menina que é quase da sua idade – me respondeu já começando a arrumar meu cabelo com dois lacinhos.

Fomos até a casa do seu Joãozin como meu pai o chamava. Um mulher bem branca e olhos verdes nos recebeu na entrada e falou que podíamos ficar a vontade. Eu estava montada no cangote do meu pai, de "cavalinho" e assim permaneci. Fomos até o quintal.

Era um quintal bem grande. Tinha uma piscina de lona montada bem no centro, algumas mesas de bar, uma churrasqueira de tijolos e em volta do muro, tinham várias árvores frutíferas.

Uma menina muito bonita, bem branquinha que até parecia aquelas bonecas de porcelana que minha mãe tinha na penteadeira do seu quarto, cabelos loiros e espalhafatosos e lábios muito vermelhos. Em contraste com seus lábios, estavam seus olhos claros, tão claros que ela até fechava um pouco para conseguir ficar exposta ao Sol.

Ao me ver de cavalinho no meu pai, correu pedir para que o pai dela, também fizesse igual. Achei muito legal aquele pai dela, não mais que o meu, claro. Ele a colocou no cangote também e saímos em galope com nossos pais. Eles corriam muito animados em volta da piscina, como se estivessem brincando de pega-pega e pulavam imitando cavalos bravos. Eu e aquela menina branquela ríamos muito. Foi muito divertido.

Depois que essa brincadeira acabou, os adultos foram fazer comida. Eu e minha nova amiguinha fomos brincar na piscina. Brincamos tanto ao sol que ela de branquela, já estava vermelha. Estava mais parecendo um daqueles pimentões que minha usava na comida. Eu a olhava e achava a coisa mais lindinha. Ela era muito legal e tagarela igual a mim.

Após o almoço, tivemos que esperar um tempo pra voltar para a água. Então fomos brincar de casinha. Eu nunca gostei de brincar de casinha. As bonecas nunca se pareciam comigo. Sempre eu era obrigada a ter filhos brancos e carecas, de olhos azuis e boquinha aberta. Eu queria um bebê que se parecesse comigo. Por isso, não gostava de brincar de bonecas. Preferia as brincadeiras de fazer comidinhas e correr e se esconder.

Falei a ela que não queria ter um bebê daquele jeito. Ela de imediato teve outra ideia. Achei muito legal. As outras amiguinhas que eu tive, sempre insistiam que eu tinha que ter os bebês, que era assim e pronto e acabou. E mesmo que eu chorasse e não quisesse brincar, elas continuavam a brincar e eu sempre acabara frustrada.

Mas aquela menina não. Ela propôs que fizéssemos comidinhas com frutas de verdade. Achei muito legal. Nunca tinha brincado daquele jeito.

Colhemos frutas de verdade, comemos, rimos muito.

Achei muito gostoso quando ela encontrou uma frutinha da cor dos meus olhos e me mostrou. Corri mostrar para meu pai que achou graça e comeu a frutinha.

Naquele dia, acredito que conheci meu primeiro amor.

Eu falei pra ela que não poderia brincar de fazer comidinhas porque não éramos casadas. Ela foi muito rápida! Me levou correndo pra baixo do pé daquelas frutinhas pretas, vermelhas e verdes e segurou em minhas mãos.

Eu estava muito feliz. Ria sem parar!!! Ela me olhava séria esperando que eu parasse de rir, mas eu não conseguia.

- Eu me caso com você, menina dos olhos de amora! – ela me falou

Eu estava achando tudo aquilo muito engraçado e novo. Nunca tinha brincado de casinha assim. Era a primeira vez que uma amiguinha respeitava minha vontade em não ser mamãe de um bebê que eu não me identificava. Repeti o que ela disse:

- Eu me caso com você – mas os olhos dela não eram da cor dos meus – menina dos olhos de.. de.. de... – eu procurava alguma coisa legal pra falar também. Foi então que olhei atrás dela e vi uma amora ainda a amadurecer – já sei!! De amora verde!! – e achei tanta graça nisso que gargalhei.

Brincamos o restante da tarde. Foi um dia muito feliz!!

Nunca mais a vi! Mas também nunca mais a esqueci.

 

Aquela menina dos olhos de amoras verdes acompanha meus pensamentos até hoje. É a lembrança mais gostosa, linda e pura que tenho da minha infância.

Fim do capítulo


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Comentários para 7 - Amoras - I:
paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 21/03/2022

Que fofo elas duas na infância, ansiosa pelo o reencontro delas.

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mtereza
mtereza

Em: 20/03/2022

A que lindo amei esse detalhe de elas já se conhecerem e já serem até casadas rsrsrsr. Encontro de almas mesmo as duas ansiosa por esse reencontro 

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Cma24
Cma24

Em: 19/03/2022

Que encontro mais doce dessas duas meninas.

Adorei! 

E tbm estou me encantando com a história. Essas conexões entre elas são lindas.

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