Entre Laços por Dud
Então, não, não terminei a historia, mas vi que tem mais caps no outro site, vou atualizar com os que tenho pronto e vou dar continuidade
Capitulo 10 - Mais Confusão
Cecília acordou mais cedo que todas, soltou o corpo da morena e suspirou feliz, ela lhe fazia um bem tão grande que parecia loucura. A loira estava decidida a dar uma festa, precisaria de uma das amigas. Resolveu descer e esperar a primeira a acordar, preparou um café e ligou o notebook que alguém deixou na bancada, queria começar logo, estava tão centrada que nem viu uma baixinha chegar devagar e apertar sua cintura, o que causou um susto na loira.
— Tá doida, Melina? – Cecilia tinha a mão no peito.
— Bom dia, nervosinha! – Disse rindo – Por que acordou tão cedo?
— Eu quero fazer uma festa aqui, daquelas que nós fazíamos. – A loira sorria perversa, Melina sabia bem o tipo de festa que ela queria e como causava, a primeira vez elas tinham 16 anos e foi tanta loucura que Melina lembrava bem do desespero quando a policia chegou, rendeu dois meses de castigo para cada uma delas.
— Eu topo! Mas precisamos de alguém pra ir à cidade com a gente. – Melina pareceu pensativa. – Natalia está dormindo ainda, não vai poder.
— Espero que não acorde nunca mais! – Júlia entrou na cozinha e sentou ao lado da loira, que estendeu uma xicara com café. – Por que acordou tão cedo?
— Quero dar uma festa, que tal? – A loira perguntava esperançosa.
— Vai ter carne nova, eu mais que apoio. – Júlia sorriu sacana.
— Vai fazer mais uma de troféu? – Melina tinha um tom acido e malicioso até.
— Tem como não brigar? Só até o final da festa, vocês duas vão comigo até a cidade, ok? – Cecília dizia séria, como uma mãe repreendendo os filhos, viu Melina ameaçar abrir a boca para retrucar e se adiantou. – Vão se arrumar, sem mais.
Cecília subiu rezando para que as duas a obedecesse, não queria briga, ainda mais vendo que as duas se gostavam, o porquê delas fugirem disso Cecília nem se atrevia a tentar entender, mas sabia que só faltava um empurrãozinho, depois que Natalia saísse de cena, claro.
A loira se trocou o mais rápido que conseguiu e desceu, queria verificar se não tinha nenhum corpo e quase gritou de felicidade quando viu as duas prontas e quietinhas pra sair, entraram todas dentro do carro, com Cecília de motorista.
— Jú, pode dirigir? Estou tão cansada – Cecilia disse manhosa já saindo e indo para o banco traseiro.
— Tem como falar não quando você já tá aqui? – Júlia respondeu rindo e foi para o banco da frente, Melina estava no banco do passageiro e vestia uma saia curta e estava só com a parte de cima do biquíni, os seios fartos estavam lhe chamando a atenção e Júlia já não conseguia prestar muita atenção em outra coisa – Não acha melhor você ficar aqui na frente comigo, Lia?
— Não! Eu quero dormir! – Cecília bocejou e deitou no banco.
Júlia bufou e arrancou com o carro, a cidade ficava a uns 30 minutos dali e ela queria logo sair de perto da baixinha, o cheiro estava embriagando a ruiva, que tentava não pensar nela a qualquer custo. Melina ligou o som do carro, estava nervosa demais, tensa demais por estar tão perto daquela ruiva abusada, sabia que deveria manter distancia, ela odiava aquela estudante de medicina, mas o corpo parecia adorar. Melina estava tão nervosa que começou a sentir seu estomago embrulhar, estava prestes a vomitar, estava desesperada. Respirava fundo e evitava demonstrar que estava com algo, mas já não aguentava mais.
— Jú, encosta o carro! – Melina pediu e logo viu a ruiva parar no acostamento com uma interrogação enorme na cara, a baixinha não demorou a abrir a porta.
— O que fo... – A pergunta de Júlia foi interrompida pelo som que Melina fazia ao vomitar. – AI meu Deus – Júlia não demorou e saiu do carro dando a volta – Por que não disse que estava se sentindo mal? Eu teria ido mais devagar.
— Foi repentino, deve ter sido algo estragado que comi – Melina se apoiou no carro e ruiva foi rápida para seu lado, passou o braço pela sua cintura.
— Já sei o que comeu estragado – Júlia sorriu debochada e levou uma cotovelada da outra – Eu te ajudo e é assim que me agradece. – Disse emburrada.
— Obrigada, Júlia, mas sem comentários sobre a Natalia, ela já se desculpou – Melina encarou a ruiva e se arrependeu no segundo seguinte, já estava hipnotizada pela aquela imensidão.
— Mel... Sobre aquele dia... – Júlia não estava diferente, encarava a menor, que já estava encostada no carro, a ruiva estava com a testa colada e respirava fundo. – Eu...
— Não tenho certeza se quero falar daquele dia. – Melina espalmou a mão no peito da ruiva, afastou alguns centímetros e a olhou nos olhos – Eu só quero esquecer como me senti aquele dia.
— Melina! – Júlia voltou os centímetros que a outra a afastou – Me escuta, por favor! Eu não queri...
— Jú, não! – Melina suspirou e saiu de perto, deu uma última olhada na ruiva e entrou no carro.
Júlia deu a volta e entrou no carro, bateu a porta e saiu cantando pneu, Cecília acordou desnorteada e olhava confusa, nem sabia ao certo onde estava, mas estava na cara pra ela que tinha acontecido algo.
[...]
Manuela acordou e estranhou a falta de peso em sua cintura, palmeou a outra metade da cama e a encontrou vazia, ainda sim, sorriu quando o cheiro da loira invadiu as narinas. Levantou e colocou o biquíni pronto pra aproveitar o mar com as meninas e principalmente, com a loira. Mas ao descer, encontrou apenas Natalia sentada bebericando o café, a morena analisou o corpo de Manuela e sorriu maliciosa, Manuela se sentiu incomodada, mas achou que era coisa da sua cabeça e foi se servir.
— Sabe onde está todo mundo? – Manuela sentou e olhou para a outra.
— Ainda estão dormindo, menos Melina, eu acordei e ela já não estava mais lá – Natalia olhava o tempo todo para Manuela e para a outra, não aparentava ser um olhar nada bom – Você é muito bonita, Manuela, sabia?
— Cecília gosta de me lembrar sempre disso, ainda sim, obrigada! – Manuela assumiu uma postura firme e se levantou – Se a Catarina aparecer pede pra ela me encontrar, por favor – Manuela tentou dar o melhor sorriso que tinha no momento e voltou para as escadas.
Ela tinha se incomodado com o olhar sob ela, aquele peso e a malicia, mas tentava se convencer que era apenas impressão errada por ter tido aquele “incidente” com a outra. Se ajeitou na cama e resolveu ler um pouco, pegou o óculos e começou a ler um livro que tinha na cabeceira da cama, queria apenas passar o tempo esperando alguém acordar ou Cecília dar o ar das graças. Manuela não sabia quando aconteceu, mas ficou tão envolvida com o livro, se emocionou algumas vezes, não sabia quanto tempo estava lá, mas por ela estava tudo bem, estava entretida demais no livro pra fazer outra coisa e reparar certa loira na porta do quarto a observando.
— Você fica linda assim. – Cecília sorria, Manuela abaixou o livro e sorriu de volta.
— Assim como? – Perguntou e ficou de joelhos na cama, chamou a loira com o indicador.
— Concentrada, com esses óculos então... Fica incrivelmente sexy! – Cecília se aproximou da morena e beijou o pescoço – Você só de biquíni e óculos é pra perder a sanidade.
Cecília jogou Manuela na cama, que riu com o susto e puxou a loira pra deitar por cima, Manuela tomou a frente daquilo e beijou a loira, as mãos estavam em sua cintura subindo um pouco a blusa, Manuela estava adorando sentir a pele macia da loira, as duas sentiam o coração bater forte e acelerar a cada segundo, a cada toque, a cada roçar de seios. Na mesma velocidade que ficou feroz o beijo, ele se acalmou quando batidas na porta foram escutadas. Cecília levantou e arrumou a blusa.
— Não sei como ainda não nos acostumamos com isso. – Cecília mostrava uma pequena irritação na fase, mas ficou serena quando sentiu braços em sua cintura e um beijo na nuca, assim foram atender a porta e deram de cara com Catarina.
— Natalia disse que queria me ver, Manu – Catarina entrou e se jogou na cama, ainda tinha a cara amassada.
— Esteve com Natalia hoje? – Cecília virou para a morena e a olhou séria.
— Sim, eu desci quando acordei e ela estava lá sozinha, por quê? – Manuela questionou um pouco confusa.
— Não confio, cuidado! – Cecília disse e deu um beijo na testa da outra – Alias, vamos dar uma festa como antigamente, já mandei avisar todos os nossos vizinhos.
Catarina deu um pulo da cama e correu para o quarto, precisava se arrumar, assim como Cecília e Manuela, a festa começaria em duas horas, todos de roupa de praia, muita bebida, churrasco e música. Aquilo era Rio de Janeiro, era sol em qualquer estação.
A casa começou a encher e com isso, o freezer de bebidas e a piscina, estava do jeito que sempre era, jovens bêbados dançando, beijando, fazendo merd*. Alguns estavam até fantasiados, Catarina estava em algum canto com um carinha que segundo ela “era o homem mais gostoso do mundo”, Ana estava brincando de vira vira por aí, Melina e Natalia dançando e Rafaela estava dividida entre uma garota na piscina e um cara na sinuca, Manuela e Cecília estavam em um sofá rindo, conversando e bebendo.
— Cadê a Júlia, Manu? – Cecília perguntou e Manuela se tocou que a irmã ainda não tinha aparecido.
— Ainda não vi, daqui a pouco ela desce. – A morena respondeu e deu um selinho na outra, que estava amando essa demonstração toda de carinho
— Eu vou pegar uma bebida, quer? – A loira já estava em pé, mas ainda olhava para a outra.
— Quero, prepara alguma coisa legal, quero ver se tem dom pra isso. – Manuela disse e sorriu.
Cecília piscou e saiu, deixando a morena sozinha no sofá, ela observava tudo mas parou na irmã, que tinha acabado de chegar, essa estava sorridente e com o braço passando na cintura de uma loira, que particularmente, Manuela achou linda, ela tinha o cabelo bem curto e os olhos eram castanhos, ela usava um biquíni branco e uma saia preta meio transparente. Do outro lado da sala, Melina assistia tudo e estava com uma sensação tão estranha no peito, sentiu vontade de chorar, mas Natalia estava do seu lado e precisava se segurar, nem sabia ao certo o porque disso. Manuela notou tudo e resolveu ir conversar com Melina, mas antes de sair do lugar, sentiu alguém segurar seu braço, era um homem.
— Vamos conversar... – O homem que parecia ter seus 25 anos, tinha o cabelo preto e espetado, não parecia nada amigável para Manuela, ainda mais por ele ainda estar segurando seu braço com certa força e estar nitidamente bêbado, ele estava próximo demais da morena e ela não estava gostando disso.
— Não, obrigada! – Manuela mais uma vez tentou se levantar e mais uma vez foi impedida – Me solta!
— Ei, calma! – O cara sorriu e soltou o braço. – Eu só quero conversar, eu sou um cara legal, vamos nos divertir.
— Já disse que não! – Manuela se levantou e ia saindo, mas o homem a deteve mais uma vez, segurou a morena pela cintura e agarrou, ela virou a cara tentando evitar.
— Desculpe, eu esqueci. – Ele levantou a voz, ainda segurando morena e colocou uma mão no bolso, tirando um bolo de dinheiro – Puta gosta de dinheiro adiantado, toma!
— Me solta! – Manuela gritou e o cara riu e a puxou mais pra perto quando ela tentou se afastar, o som estava alto, mas ainda sim algumas pessoas escutaram o grito dela.
— Ei, larga ela, vamos conversar! – Catarina falava calma e Rafaela estava ao seu lado, tentando acalmar o cara que parecia transtornado, alguns cara tentaram avançar, mas Rafaela os deteve com medo de machucarem Manuela.
— Eu sei que você é lá do Rio, já te vi, você é puta! Você dá por dinheiro e eu quero te comer, vamos delicinha! – O homem falava alto e não estava dando importância para as meninas, em sua face estava estampada a raiva pela rejeição, ele chegou perto do rosto de Manuela e tentou beijar, ela desviou e ele a pegou pelo queixo a forçando ficar parada.
— Solta ela! – Melina chegou e tentou afastar o homem da amiga, mas ele a empurrou e se não fosse por Natalia, ela teria ido ao chão.
— Solta ela, agora! – Cecília apareceu atrás dele e falou firme, nessa hora, o som já tinha cessado e todos escutavam tudo, o homem virou ainda segurando Manuela, que tinha lagrimas nos olhos.
— Não sabia que puta tinha segurança, essa é nova. – Ele riu debochado e foi acompanhado por algumas pessoas no lugar – Eu só quero me divertir, eu vou pagar ela, mas se bem que depois que comer ela, ela vai querer de graça.
Cecília ficou cega, Júlia ainda tentou chegar a tempo, mas já era tarde, Cecília girou o corpo e acertou um chute no queixo do cara, que caiu, Manuela ia junto se não fosse Júlia a segurar a irmã, a ruiva jogou Manuela para os braços de Catarina e virou para Cecilia, que se mantinha em pé ao lado do cara que ainda estava no chão, Júlia parou ao lado da loira, pronta para mais alguma coisa se caso acontecesse.
— Sua piranha, você quebrou meu nariz! – O homem gritava, o rosto estava coberto de sangue, ele estava tão focado na loira, que não viu quando a ruiva acertou um soco no local já quebrado.
— Chega perto da Manuela de novo que eu te mato. – Cecília apenas assentiu com a cabeça e viu dois homens pegarem o cara caindo e levar pra fora, mas antes de sair, mais 2 se juntaram com os dois e acompanharam ele lá pra fora.
Cecília e todos na festa sabiam o que ia acontecer, a loira era extremamente contra esse tipo de covardia, mas mais covarde que isso, só ele tentando forçar algo com alguém que não queria e estava cega de raiva, não queria e nem saberia escutar a consciência que pedia pra ela não deixar aqueles homens terminarem o que ela e Júlia começaram. Cecília se virou e encontrou Manuela chorando nos braços de Catarina e foi até ela.
— Ei, sou eu, vem cá! – Cecília a tocou no braço e Manuela praticamente se jogou nos braços dela, Cecília a pegou no colo e subiu, indo para o quarto onde dormiam e a colocou deitada. – Eu não sei o que está pensando, mas não se limite a isso, infelizmente essas coisas acontecem com todas.
— Eu não vou me matar! – Manuela disse e se encontrava encolhida na cama e com a cabeça baixa. – Isso me assustou, eu não passava por isso há tanto tempo que eu achei que saberia reagir se voltasse a acontecer.
— Eu estou aqui, olha aqui Manu – Cecília fez carinho nela e a mesma levantou a cabeça e encarou a mais nova. – Você não está sozinha, você tem a Júlia, você me tem, tem Catarina, a Rafa e a Melina, você tem um time por você, vamos sempre estar aqui pra te proteger.
— Vocês são os anjos da minha vida, – Manuela sorriu entre as lagrimas. – acho que elas merecem uma explicação.
— Você fala se quiser e se sentir bem, mas antes, descansa um pouco, vou ficar aqui com você – Cecília se ajeitou na cama e trouxe a morena pra deitar em seu peito, a ouviu chorar por mais uns minutos e depois apenas sentiu o corpo relaxar e a respiração dela, por algumas horas, ela tentou não pensar na frase que Manuela tinha dito ‘Isso me assustou, eu não passava por isso há tanto tempo’, mas era incapaz de ignorar isso, deixaria a morena se abrir quando se sentisse bem, mas a loira sabia que algo tinha ali.
Fim do capítulo
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