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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

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Palavras: 4754
Acessos: 2540   |  Postado em: 26/02/2022

Capitulo 84

Capítulo 84 º

Narrador

    Tália não imaginava que alguém estava a observando. Ver a forma que sua melhor amiga a fitava com um olhar acusatória fez com que ela se sentisse ainda mais culpada pelo erro estúpido que cometeu. Rebeca estava com um ar sério, as sobrancelhas levemente arqueadas, os braços cruzados na altura do peito. Seu olhar era como se já soubesse do que se tratava. 

- Então? O gato comeu sua língua? 

- Rebeca, não foi nada. – deu as costas trancando o carro. 

- Como não foi nada? Você estava nervosa na ligação. E disse que o que aconteceu foi um erro. Que não vai se repetir. Que erro foi esse? 

- Rebeca...

- Você não vai me dizer que encontrou a Lívia!? – Tália murchou assim que o nome da ex-namorada ser pronunciado. – Não! Eu não posso acreditar que você fez isso. – Rebeca estava incrédula. 

- Rebeca, você poderia apenas me escutar. Sem me julgar. Apenas ser minha amiga. – suplicou. 

    Comovida com o pedido enquanto escutava a aflição na voz da outra, Rebeca concordou. Em silêncio deu a volta no carro e foi até a porta do carona. Tália a fitou sem entender o que ela queria. 

- Já tive duas conversas escutadas hoje. Não quero completar a terceira. E algo me diz que o que vai me contar será um segredo nosso. Então abre a porta e vamos conversar dentro do carro. 

    A outra concordou, destravou o carro em seguida entrou. Segurou o volante, se sentia envergonhada. Sabia que Rebeca não a julgaria, mas não podia deixar de se sentir uma traidora. 

- Então? 

- A Lívia me procurou. 

- Isso eu já sabia, ela estava te ligando.

- Ela me procurou pessoalmente. Foi a empresa. Insistiu para conversar comigo. Eu não queria que Alice a visse lá. Poderia interpretar tudo errado. Como Lívia se recusou a ir embora eu acabei prometendo que iria encontra-la. Depois do expediente fui de encontro a ela. E nós conversamos. 

- Então o erro foi ir conversar com ela? – perguntou mesmo sabendo que não era isso. 

- Não. Quer dizer, também. 

- Como assim?

- Nos nós beijamos. – confessou triste. 

- Uau! Que merd*. Você ainda gosta dela? 

- Não. Eu amo a Anna. O que aconteceu foi apenas um erro estúpido. 

- Erro esse que está estragando seu relacionamento. Anna tem conversado com Alice. Falou sobre algo errado entre vocês. Ela não é burra. 

- Você não pode contar o que aconteceu a Alice. 

- Tália, Alice é minha noiva. E melhor amiga da Anna.  

- Mas você é minha melhor amiga. Anna não pode saber por outra pessoa. 

- Então seja você a contar. Não posso mentir para Alice, se ela me perguntar se sei de algo vou acabar contando. – deu um longo suspiro. – Essa situação é chata. Acho que no fundo eu sempre soube que uma hora ela apareceria e que você acabaria cedendo. 

- Eu não cedi. Foi um beijo e eu estou muito arrependida de ter deixado isso acontecer. Mas no fundo eu acreditava que precisava escutar o que ela tinha a me dizer. – sua voz estava embargada. – Durante todos esses meses eu aprendi a amar de verdade alguém. Anna me deu a paz de um amor tranquilo. 

- Então conte a ela. Conte antes que ela descubra. Explique o que aconteceu. Ela vai entender. 

- Mas e se ela não for tão compreensiva assim? 

- Se for o caso você vai conquista-la de novo. Mas apenas se tiver certeza de que ela é a mulher que você ama. – apertou levemente sua mão. Tália buscou os olhos da amiga. Sorriu em agradecimento. – Vem cá. – abriu os braços esperando que a outra diminuísse o espeço entre elas. 

    Dentro da boate Alice contava em detalhes o acidente que sofrera mais cedo. Apesar de prestar atenção no que a amiga dizia, Anna não tirava os olhos da entrada. Já havia se passado alguns minutos e ela esperava ansiosa a entrada da namorada. 

- Elas estão demorando. 

- Talvez estejam conversando. Faz tempo que as duas não se veem. 

- Verdade. – concordou tomando um longo gole de sua bebida. – Sua tia acabou de chegar com a namorada. – indicou com a cabeça a direção. 

- Elas parecem felizes. 

- Alguém precisa estar. – completou fitando o copo. – Meu namoro está indo pelo cano. 

- Anna...

- Tudo bem, amiga. Eu entendo que os relacionamentos são assim. Só não consigo acreditar que Tália não tenha uma atitude que me diga o contrário do que tenho pensado. – seus ombros caíram em sinal de cansaço. Tomou o resto do líquido de seu copo. - Bom, vou me reabastecer. – levantou-se. Alice a acompanhou com o olhar. Sentia-se mal por não poder ajuda-la. 

- Outra dose por favor. – esticou o copo em direção a moça que estava fazendo os drinks. 

- Não deveria beber tanto. – Anna conhecia aquela voz. Virou-se sem acreditar que a mulher tentaria uma aproximação logo hoje. 

- Meu fígado é tão forte quanto meu coração. – respondeu com um certo humor ácido. 

- Acredito que seja. Como vai, Anna? 

- Estou como você pode ver, Iara. – abriu os braços. As duas sustentaram uma batalha silenciosa de troca de olhares. – Fico feliz que tenha conseguido aceitar quem de fato você é. 

- O ditado já diz: antes tarde do que nunca. – forçou um sorriso. – Mas eu estou mesmo feliz. Bianca é uma mulher maravilhosa. – Anna sentiu um pouco de inveja da advogada. Afinal poderia ser ela a receber um elogio daquele. Por acreditar que a situação com Tália não anda bem pode jurar que sentiu ciúmes ao ver a forma que os olhos de Iara brilharam quando falou na nova namorada. 

- Isso é muito bom. Muito bom mesmo. – forçou um sorriso e se virou em direção ao balcão onde virou mais uma dose, pedindo outra em seguida. 

- Anna. – tocou seu ombro se pondo ao seu lado, Anna fitou a mão da mulher. Em seguida seus olhos. – Tem certeza que está tudo bem? – insistiu. 

    Neste instante Rebeca e Tália adentravam a boate. A conversa de certa forma a tranquilizou. A segunda correu os olhos a procura da namorada e Alice. Mas não obteve sucesso. Havia muitas pessoas na festa. Até parecia um dia comum na boate. 

- Encontrei Alice. – mostrou a direção. 

- Onde está Anna? – questionou mesmo sabendo que a outra não poderia responder. 

- Não sei. Podemos perguntar a Alice. 

- Certo. – concordou.

    Enquanto caminhavam em direção a loira, Tália continuava correndo seus olhos pelos rostos conhecidos e desconhecidos que ocupavam aquele espaço. Faltava apenas alguns passos para chegar até Alice, quando olhou em direção ao bar sentiu um incômodo ao ver Iara segurar o ombro de sua namorada. Rebeca percebeu sua cara amarrada de insatisfação. 

- Não. – segurou seu braço impedindo-a de ir até elas. – Elas estão apenas conversando. – falou calma. – Olha lá. – Iara havia puxado um banquinho e as duas conversavam mantendo uma distancia razoavelmente aceitável. – Isso é apenas o seu ciúme tentando te cegar. – insistiu. 

- Tudo bem. Não vou fazer nada. – forçou um sorriso. 

- Oi, meu amor. Pensei que tinha me largado aqui sozinha. – Alice se aproximou beijando levemente seus lábios. 

- Imagina se eu deixaria essa beldade dando sopa para um bando de sapas em projeto de evolução– respondeu com ar de graça e Alice gargalhou. 

- Posso até dizer que já fui cantada duas ou três vezes. – provocou rindo. 

- Tá vendo só. Se eu vacilo te roubam de mim. – segurou sua cintura colando seus lábios. 

- Aí gente, arrumem um quarto. – Tália reclamou irritada. O casal trocou um olhar divertido e foram para a mesa. 

    Isabella e Larissa observavam os filhos dançando. Assim como os pais dos gêmeos amigos dos garotos. Os dois casais dividiam a mesma mesa enquanto trocavam algumas experiências. 

- Nossos filhos se dão muito bem. – o homem de quarenta e poucos anos, com cabelos pretos e terno alinhado falou com a voz branda. 

- Sim. Fazia tempo que não via os meninos tão bem. – Larissa concordou. 

- Paloma vive falando em Arthur. – a mulher com vestido alinhado e claramente de grife concluiu. – Acredito que os quatro estão vivenciando experiência da primeira paixão. – falou enquanto levava uma taça de champanhe até seus lábios vermelhos. 

- Como você consegue falar assim tão naturalmente? – Isabela indagou curiosa. 

- Coisas de Psicóloga. – o marido disse exibindo um sorriso. 

- Na verdade, não é apenas por isso. Sei que nossos filhos não são nossos. Claro que temos a grande responsabilidade de educar, guiar e orientar. Mas na verdade eles são do mundo. Precisamos apenas fazer nosso trabalho enquanto os formamos para serem pessoas melhores do que nós somos. 

- Concordo. Assim como acredito que os pais não podem colocar as projeções de seus sonhos nos filhos. – Larissa continuou. 

- Sabias palavras, Larissa. 

- Obrigada, Sabrina. 

- Olha, lá. – Paulo César, marido de Sabrina mostrou a direção da pista de dança. 

    Arthur e Paloma deram um leve beijo. Foi impossível para Isabella não sentir ciúmes daquilo. Amava demais seus meninos, perceber que os dois estavam crescendo era assustadoramente angustiante. Buscou com os olhos Bernardo e Paulo. Os dois fitavam curiosos os irmãos durante o gesto de afeto. Larissa percebendo o olhar da esposa segurou em sua mão carinhosamente.

- Paulo tem passado por muitas questões internas. Acredito que Bernardo também. – Sabrina cortou o breve momento de silêncio. 

- Nosso filho está fazendo terapia. – completou o homem de forma serena. 

- Vocês parecem ser ótimos pais. – Larissa externalizou seu pensamento. – Quero dizer...Não seria qualquer pai ou mãe que presenciaria os filhos, nesse momento me refiro aos meninos, claro, em uma situação como aquela. Para algumas pessoas aquilo seria irresponsabilidade e negligência nossa. – completou seu pensamento. 

- Enquanto pais precisamos lembrar que nossos filhos, mesmo com tão pouca idade tem suas próprias vontades, necessidades. Não é sadio privá-los disso. Nem estou dizendo que é um processo fácil, mas também fazemos terapia. Isso nos ajuda a sermos pais melhores também. Ainda mais na condição de Paulo, que precisa de todo nosso apoio. – concluiu fitando o marido que carinhosamente apertou sua mão. 

    A frase inacabada deixou um certo mistério no ar. Isabella teve sua curiosidade instigada, mas não seria indelicada ao ponto de questionar aos pais do garoto sobre que condição seria essa que Paulo vivencia. 

- Um brinde aos nossos filhos, e a nós que aprendemos tanto com eles. – propôs com a taça de champanhe erguida. Os três sorriram fazendo o mesmo gesto. 

    Bernardo tentava dançar com quase todos os amigos da escola. Mas parecia que algo o trazia para perto de Paulo, sempre que isso acontecia o menino sorria largo para ele. Durante algumas músicas, Paulo tentou se aproximar e arriscar algum contato direto. Quando sentia as mãos do outro tocando sua pele, mesmo que em um gesto delicado, Bernardo sentia como se mil mariposas habitassem em sua barriga. 

- Que tal a gente sair um pouco daqui? – Paulo questionou se inclinando um pouco em direção a ele. 

    Completamente arrepiado pela voz do menino próxima ao seu ouvido, o garoto apenas concordou gesticulando com a cabeça sem conseguir pronunciar nenhuma palavra. Paolo enlaçou seus dedos nos de Bernardo e o guiou em meio a multidão até uma parte um pouco menos barulhenta e movimentada. 

- Pronto, aqui está ótimo. – sentou-se em um dos pufes e deu espaço para que outro fizesse o mesmo. Com suas mãos suadas e frias ele sentou-se, mantendo distância. Houve um breve momento de silêncio. – A festa está bem divertida. 

- Você está gostando? – levantou seus olhos enquanto ajeitava os óculos em seu rosto. 

- Sim. Estar com você é divertido. Independe de ser em uma festa ou não. – confessou com um sorriso nos lábios e suas bochechas corando levemente. Bernardo teve certeza que aquela frase foi uma cantada. 

- Eu também gosto de ficar com você. Digo...- percebeu a dubiedade na frase dita. - ...gosto de estar com você. – houve uma intensa troca de olhar. Bernardo poderia jurar que a qualquer momento iria vomitar. Engoliu a saliva grossa que saiu de sua boca. 

- Eu acho que também gostaria de ficar comigo. Sei que eu iria adorar. – confessou fitando as mãos. 

- Podemos fazer um teste. Dependendo da conclusão que chegarmos podemos tomar uma decisão. 

- Adoro quando você fica todo nerd. – Paulo sorriu, acariciando levemente o rosto do outro. – Que tal a gente começar essa experiência agora? – perguntou fitando os olhos do outro. 

    Bernardo ensaiou uma resposta, mas foi interrompido pelo contato dos lábios de Paulo nos seus. De início foi apenas um leve roçar, mas Bernardo sentia que queria mais. Queria provar o gosto por completo da boca de seu par. Como se sentisse o mesmo, Paulo abriu levemente sua boca, dando passagem e permissão para que o outro invadisse sua boca com a língua. 

    A felicidade que ambos sentiram era um misto delicioso. Parecia que esperaram tempo demais para que algo tão bom acontecesse. O beijo demorou tempo suficiente para que o corpo dos dois despertasse. Bernardo sentiu certo volume em suas calças, parecia que todo seu sangue estava concentrado em seu órgão genital. Movido por uma coragem que não sabia ter, o garoto puxou o outro para seu colo. Sem desgrudar suas bocas. 

- Nossa! Que show de horrores. – uma voz ecoou no cômodo junto com algumas risadas. – Sempre soube que vocês eram estranhos. Suas bichinhas.

    Paulo saiu do colo de Bernardo se virando para encarar o insuportável colega de classe, Enzo. Não era de hoje que o moleque os importunava, mas sempre era ignorado. Tanto Bernardo quanto Paulo foram educados para nunca partirem para a agressão. Apesar de dividirem a mesma opinião de que o garoto merecia um belo de um soco. 

- Acho melhor sair daqui com sua gangue. – Bernardo tomou a frente de Paulo, isso o surpreendeu. O garoto sempre era adepto de ir embora e deixar Enzo falando sozinho. 

- Nossa, a bichinha defende a namorada. – mais risadas foram dadas pelo grupo de cinco garotos que o acompanhavam. 

    Bernardo não era burro, sabia que estavam em minoria. Assim como sabia que jamais conseguiria sequer dar um soco em algum daqueles insuportáveis. Por um segundo desejou que Arthur chegasse para ajudá-los. 

- Ele é um garoto. Então seria correto dizer que ele é meu namorado. – segurou a mão de Paulo que apenas fitou a mão do outro grudada a sua. 

- Desde quando você virou homem para me enfrentar? – Enzo deu alguns passos em direção a Bernardo, o fazendo recuar dois passos para trás. – Foi o que eu imaginei. Suas aberrações, você tem vergonha de ter uma ereç*o enquanto beija esse garoto estranho? – apontou para as calças de Bernardo. 

    Ele não precisou descer seus olhos para o local indicado por Enzo. Sabia bem o que havia acontecido com seu p*nis. Paulo tomou a frente de Bernardo. 

- Nos deixem em paz. 

- Querem trans*r no escurinho? – Enzo fez um gesto um tanto obsceno. – Deveriam virar homens. 

- Somos mais homens do que você. Que precisa de um grupo de idiotas para se sentir o valentão. – Paulo completou. 

- Você se acha esperto, não é? Eu não preciso de ninguém para ser superior a vocês dois. – deu dois passos. – Podemos resolver isso agora. 

- Acho melhor você se afastar do meu irmão. – a voz firme de Arthur se fez ser ouvida por todos. Enzo deu uma risada sarcástica. Enquanto se virava em direção aos passos de Arthur. 

- Ora, ora. Se não é o protetor das aberrações. Vai me dizer que curte meninos também?

- Essa sem dúvidas é uma pergunta que não merece minha resposta. – passou por ele, ficando de costas. Fitou Bernardo e Paulo. – Vocês estão bem? – perguntou segurando o ombro do irmão. 

- Estamos. – falaram em coreto. 

- Ótimo. Podemos voltar para a festa. O que me dizem? 

    Concordaram acenando juntos. Arthur não perderia a chance de provocar Enzo, ao passar por ele esbarrou em seu corpo com força, fazendo o menino franzino desequilibrar e precisar ser amparado por seus comparsas para não ir de encontro ao chão.  

- Obrigada. – Bernardo agradeceu. 

- Você é meu irmão. Sempre vou te defender. – falou assanhando os cabelos dele. 

- Aí, está você. – Paloma se aproximou dele. – Onde estavam? 

- Apenas conversando. – Arthur mentiu. Não queria ter que explicar o que possivelmente aconteceu. Trocou um olhar singelo com os outros dois envolvidos na história e assim ficou entendido que o assunto deveria ser esquecido. – Vamos, quero te apresentar aos meus avós. – sorriu segurando a mão de menina que sorriu. 

- Podemos sentar? Acho que estou cansado. 

- Claro. – foram juntos até os banquinhos no bar. – Quer algo? 

- Apenas uma água. – falou para o bartender. 

- É para já. – o homem respondeu sorrindo. 

- Enzo é um idiota. Espero que não se importe com o que ele falou. – Bernardo iniciou o diálogo. 

- Não ligo para o que o Zé de um neurônio só pensa. – os dois gargalharam. – Obrigado por me defender. Ninguém nunca fez isso antes, a não ser a Paloma. – fitou a garrafinha de água que lhe era entregue. 

- Eu não fiz nada. Minha vontade foi dar um soco nele. Mas sei que a probabilidade de quebrar minha mão enquanto fazia isso era muito grande, não quis arriscar. 

- Bê, você é muito engraçado. – o menino ria de doer a barriga. 

- Você é o único que acha isso. – completou em tom baixo. 

- Acho impossível. – fez silêncio. – O que você disse ao Enzo, sobre ele me chamar pelo pronome masculino...

- É o certo. Não? 

- Você ficaria comigo mesmo se eu fosse uma garota? – questionou fitando de forma aflita os olhos assustados do outro. 

- Que pergunta é essa? Acho que se você fosse uma planta eu ainda teria interesse nas fibras de suas folhas. – brincou e os dois começaram a rir esquecendo o ocorrido de antes. 

    Larissa conversava com Milena sobre alguns assuntos da empresa. Já que apenas elas continuavam trabalhando na linha de frente das construções, pois Benjamim não dava nenhum sinal de quando retornaria. 

- Eu nunca pensei que sentiria falta daquele bêbado insuportável. 

- Nem eu. Espero que voltem logo. Nossa equipe fica desfalcada sem os dois. 

- Podemos incluir Iara e Bianca. Já que as duas não se desgrudam mais. – completou olhando o casal que trocava carinhos ao lado de Antônio e Helena. 

- Claro. Fico feliz que Bia tenha seguido em frente. 

- Aquela só funciona na manivela. – completou rindo. – Aja braço! Seus filhos estão radiantes. 

- Estão radiantes e crescidos. Eles nem saíram de casa ainda e eu já sinto a síndrome do ninho vazio. – bebeu seu uísque. 

- Eu sei. – Milena pareceu pensar algo muito importante. 

- Você está bem? 

- Sim. Na verdade, não. Lembra que o meu pai estava aqui esses dias?

- Sim. Vocês saíram para almoçar. Não me diga que brigaram de novo. 

- Não. Ele me pediu um favor. 

- Um favor? Foi dinheiro? 

- Não. Ele quer que eu fique com a guarda do Luka. 

- Isso não é um favor que se escuta todo dia. Por qual motivo ele quer isso?

- A mãe dele está com câncer em estado terminal. 

- Caramba! O que você vai fazer?

- Não sei. Ainda não conversei com o Isaac. Mas não consigo me imaginar tomando conta de dois adolescentes. 

- Qual a idade dele? 

- Quatorze. 

- Uau! Falou com Minerva sobre isso? 

- Ainda não. Estou em um beco sem saída. Tenho medo de aceitar essa responsabilidade e não dar conta. Mas ao mesmo tempo tenho medo do meu pai acabar abandonando o próprio filho. 

- Ele não seria capaz. 

- Eu pensei que ele não seria capaz de trair a minha mãe. Cá estamos nós anos depois e eu tendo que resolver os problemas dele. – suspirou. 

- Mile, você não pode acreditar que não vai dar conta. Gabriel é um ótimo menino. Você fez um excelente trabalho. Aposto que vai fazer o mesmo por Luka. 

- Tomara. – forçou um sorriso. 

 Alice, Rebeca, Tália e Anna conversavam. Ou ao menos três delas, já que Tália não deu uma única palavra desde que a namorada se juntou a elas. Estava apenas bebendo e escutando as interações sem opinar em nada, pois não conseguia tirar a imagem de Anna e Iara conversando. 

- Acho que deveríamos ir embora. – Rebeca falou. – Nosso menino está sem nós há muito tempo. 

- Nem vem Rebeca. Tereza cuida muito bem dele, aposto que nem notou que vocês saíram. – Anna falou com ar de riso. – A festa agora que está começando, nem é meia noite ainda. 

- Anna tem razão, amor. Aposto que o Teo deve estar dormindo. 

- Eu sempre tenho razão. – brincou. Seus olhos pousaram em Iara e Bianca, as duas sorriam enquanto dançavam juntas. 

- Perdeu alguma coisa? – Tália questionou irritada. Rebeca arregalou os olhos repreendendo a atitude dela. 

- Oi? – Anna se virou para olhá-la. 

- Quero saber se perdeu alguma coisa na pista de dança. Ou é apenas ciúmes da sua ex? – falou com a voz um pouco alterada por conta da bebida. 

- Eu acho que você bebeu demais. Deveria parar. – Anna não caiu na provocação. 

- Claro, a culpa agora é minha. Eu vi vocês duas bem próximas quando eu cheguei. 

- Tália, aqui não é o melhor lugar para essa conversa. – Rebeca tocou levemente sua perna. 

- Não, Rebeca. Já que ela resolveu conversar e está completamente bêbada é até bom. Quem sabe assim ela possa ser sincera comigo. Afinal o álcool entra e a verdade sai. 

- Eu não estou bêbada. – reclamou. – Já você está bem interessada no casal. 

- Não fale bobagens. Iara e eu apenas conversamos. O que você a acha que viu existe apenas na sua cabeça. 

- Sério? Vai dizer que o que vi foi uma alucinação? 

- Não seja idiota. Nada aconteceu entre nós. Mas se você quer me acusar de coisas que não fiz, fique à vontade. – falou irritada. 

- Não fez por estarmos em uma festa. Imagino o que aconteceria se estivessem sozinhas. 

- Espera aí. Você está insinuando que eu te trairia? 

- E não faria isso se tivesse chance? 

- Vocês estão ouvindo isso ou eu estou ficando louca? – questionou olhando para Rebeca e Alice. 

- Sim. Mas acho melhor parar por aqui. Essa discussão não tem sentido nenhum. – ponderou Alice.

- Deixem que ela continue. Quero ver até aonde ela vai. Para mim isso não passa de rabo preso. 

- O que está querendo dizer? 

- Você sabe bem o que estou dizendo. Tem andado estranha comigo, vive pendurada no celular não solta para nada. Para mim esse seu ciúme é apenas para mascarar a sua culpa. – falou irritada. – E para mim chega. Eu estou indo embora. – se levantou. 

- Anna, espera. Você não pode ir assim. – Alice falou já se levantando para ir atrás dela. 

    Anna estava irritada. Cansada da situação que vivia atualmente no seu relacionamento. Algo lhe dizia que Tália estava com outra pessoa. Por mais que tentasse não conseguia silenciar essa voz dentro de sua cabeça. 

- Anna. Espera. Eu te dou uma carona. 

- Não precisa posso ir de táxi. – respondeu sem parar de caminhar em direção a rua. 

- Anna. Espera. – Alice a alcançou. – Ela não quis dizer aquilo. Só está bêbada. 

- Quis. Ela quis sim. Só aproveitou o álcool para me acusar de algo que eu não fiz. 

- Ela ficou com ciúmes. Viu você e a tia Iara juntas depois de tanto tempo. 

- Não interessa. Ela simplesmente me acusou. Mas não sou eu que ando estranha. Ela que está me traindo. 

- Anna, agora você está fazendo o mesmo que ela. Acusando sem provas. 

    Anna passou as mãos nos cabelos, tentando absorver o que acabará de ouvir. Sabia que Alice tinha razão. Não era justo acusar sem provas. 

- Acho que vocês precisam conversar. Sem acusações. Apenas abrirem o coração. Se depois decidirem que é melhor separar que seja. Só não dar para continuar se atacando desse jeito. 

- Você tem razão. – ela secou uma lágrima que insistiu em cair. – Mas hoje eu só preciso ficar distante dela. 

- Pode ir lá para casa. 

- Não. Acho que vou para a casa da minha mãe. 

- Você que sabe. Só espera as coisas esfriarem para vocês conversarem. 

- Vou fazer isso. 

- Ótimo. Meu motorista vai te deixar. 

- Obrigada. 

- Não precisa me agradecer. Eu te amo. 

- Também te amo. – trocaram um abraço e logo depois Anna se foi. 

    Na parte de dentro Tália continuava bebendo mesmo depois de Rebeca brigar com ela. 

- Não deveria ter feito aquilo. Acusar a Anna daquela forma. 

- Não enche Rebeca. 

- Não enche? É isso que você me diz? A Anna não estava fazendo nada demais. Apenas conversava com a Iara. As duas não têm contato desde que terminaram. Ambas namoram. Acha mesmo que se Anna ainda sentisse algo por Iara não teria ido atrás dela antes?

- Eu sei. Só fiquei com ciúmes. 

- Acho que no final Anna tem razão. 

- Sobre?

- Você só agiu assim por se sentir culpada pelo que fez. Sua defesa foi atacar. 

- Sou uma idiota. – falou fechando os olhos e cobrindo o rosto. – Como pude simplesmente me deixar levar por Lívia? Agora não consigo encarar a Anna. 

    Alice se aproximava das duas e acabou ouvindo o final da conversa. Mas preferiu fingir que não escutou nada. Sentou-se ao lado de Rebeca. 

- Onde está a Anna? – Tália questionou. 

- O motorista foi deixa-la em casa. 

- Acho melhor eu ir. Precisamos conversar. 

- Tália, ela não foi para cobertura. 

- Como não? 

- Preferiu ir para casa da mãe dela. Disse que precisava se acalmar. 

- Vou atrás dela. – disse se pondo de pé. Mas pela quantidade de álcool ingerida perdeu o equilíbrio. 

- O único lugar que você vai é a cama. E na nossa casa. Não tem condição de ficar sozinha. – Rebeca falou segurando-a. 

- Tudo bem. – concordou. 

Enquanto isso do outro lado da cidade o cheiro de cigarro era misturado ao cheiro de bebida barata. Em um canto do quarto um homem de cabelo calvos e barba por fazer tragava tranquilo seu cigarro. 

- Só quero ver se esse plano vai dar certo. – o outro ocupante do quarto falou nervoso caminhando de um lado ao outro.  

- Confie em mim. Dessa vez não vamos falhar. – deu um sorriso maléfico apagando o cigarro na parede suja. 

- Como posso confiar em você se da última vez acabamos matando a pessoa errada? 

- Não diga bobagens, George. Pedro estava apenas no lugar errado. Fora que aquele bunda mole bem que mereceu morrer. – seus olhos brilhavam de satisfação. 

- Que horas o seu contato vem? 

- Deve estar para chegar. Você parece uma mulherzinha com medo de quebrar uma unha. – se pôs de frente a ele. – Até parece que não quer que aquela moleca pague por tudo que nos fez. – falou segurando firme o rosto do homem. 

- Claro que quero. – falou com a voz baixa. 

- Então vire homem. E confie no meu plano. Dessa vez Alice Rodrigues vai ter o que merece. – uma frecha de luz iluminou o rosto do homem, enquanto em seus lábios um sorriso maléfico se desenhava. 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oiê. Gente pense no perrengue, kkk. Mudei de casa. Tô sem Net, postando o capítulo pelo celular????. Mas vi a choradeira nós comentários e não poderia deixar vcs na mão.kk

Para a aniversariante do dia, vai o meu presente e as felicitações. Desculpem qualquer erro na escrita. Assim que estiver com internet vou editar. Beijos e boa leitura. 


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Comentários para 87 - Capitulo 84:
preguicella
preguicella

Em: 06/03/2022

Quando ia souber que o filhinho tá namorando um boy ela vai pegar mais leve no ciúmes ou vai ser pior?! haha
Resposta do autor:

Boa pergunta. kkk

 

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preguicella
preguicella

Em: 06/03/2022

Eita que Tália aprontou! Sacanagem com a Anna!

Pior que Rebeca fica no meio disso tudo, amiga de Tália e mulher de Alice melhor amiga de Anna!

Aposto que tem dedo de George rancoroso querendo se vingar de Alice, macho escroto!

Que suspense, hein autora!
Resposta do autor:

Todo mundo com peninha de Anna. MAs também não tem como não ficar, ela só da bola fora no amor.

beijoss

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lay colombo
lay colombo

Em: 02/03/2022

Ala, será q eu cantei a bola desde o início e George, os pais do ex da Alice e agora o doido do pai da Rebeca viraram uma gangue ?


Resposta do autor:

Inteligente demaisss a senhora. beijoss

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 01/03/2022

Poxa Tália você pisou feio. Alice se cuida que vem chumbo grosso.


Resposta do autor:

Feio foi pouco. rs

Acredito que Alice agora vá se cuidar mais.

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Baiana
Baiana

Em: 28/02/2022

Rapaz! Sabia que a morte de Pedro tinha mandante,se bem que ele estava no lugar errado e na hora errada. O alvo era a Alice.

Paulo é trans? Quando a mãe dele falou sobre a condição dele, achei que estivesse algum problema de saúde,mas acredito que não.

Poxa,se a Iara não estivesse tão feliz com a Bianca ,bem que eu torceria por uma recaída dela com a Anna,mas...

A mãe da Rebeca não foi convidada para a festa? Ela é meu eterno crush kkk


Resposta do autor:

FOi exatamente isso.

Será mesmo que Paulo é Trans????

Iara e Anna? Será que daria certo dessa vez???

Percebi o crush em Carmemm.

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paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 27/02/2022

Gente, será que o Paulo é uma mulher trans? Iria ser perfeito!

Talia vacilou mesmo hein, caráter de centavos, pobre Ana.

George é um fdp, tá por trás da morte do Pedro, que escroto!!
Resposta do autor:

Adoro quando a revolta chega em forma de xingamento. kkkk Beijos

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Mille
Mille

Em: 27/02/2022

Oi autora 

George está por trás de tudo mais acho que tem dedo do pai da Rebeca. 

Hummm olha acho que o Paulo quer mudar de sexo.

Isabella saber numa festa que os filhos tem seus romances, deve está cheia de pensamentos e ciúmes. 

Alice corre perigo e só espero que seja inteligente.

Talita precisa ser honesta com a Anna e aceitar a responsabilidade pelo ato. 

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Obrigada pelo comentário. Beijosss

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Lea
Lea

Em: 27/02/2022

Que momento mais fofo esse do Bernardo com o Paulo. E sempre tem um babaca para tentar estragar tudo 

Meu coração continua partido pela situação da Anna. Ela não merece isso, não mesmo!

E Alice continua correndo perigo. Alguém vai sabotar o carro dela nesta oficina. Esses lixos humanos poderiam morrer!!!


Resposta do autor:

Amei escrever esse momento cut-cut do bebezinho da Isa. rs

Todas estão de coração partido por Anna.

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