Capitulo 82
Capítulo 82º
Rebeca
A pior parte de ficar em casa diariamente, sem dúvidas é não ter a companhia de Alice ao meu lado. Embora eu saiba de todo o trabalho que ela vem fazendo tentando conciliar todos os compromissos da empresa, da boate, da faculdade e ainda assim dar atenção a mim e principalmente ao nosso filho. Mesmo cansada não conto às vezes que durante a madrugada assim que escuta o choro dele, ela simplesmente sai da cama e vai acalentá-lo. Nessas horas só tenho ainda mais certeza de que fiz a escolha certa em dar outra mãe tão maravilhosa ao Teo, quanto ela é.
- Por que está me olhando assim? – me questionou afastando a tela do computador de frente ao seu rosto para me olhar.
- Por nenhum motivo específico. Apenas pensando o quanto temos sorte. – falei acariciando sua pele.
Ela me olhou por cima dos óculos. Sim, está usando óculos, depois de muitas noites de dores de cabeça e insistência minha, ela acabou aceitando precisar fazer uso. Nem preciso dizer que o acessório só a deixa ainda mais sexy.
- Eu sempre te olho assim quando você morde a perna dos seus óculos. – completou com ar de riso.
- Isso quer dizer que você me acha sexy? Pois é, isso que estou pensando enquanto te olho. – indaguei passando meu pé na perna dela. Estávamos deitadas na cama em direções opostas. Aproveitando um momento em que Teo adormeceu.
- Sim. Acho. O tempo inteiro. Até com esse pijama de panda. – completou de forma apaixonada e eu juro que me derreti.
- Isso sim! É amor. Me amar até com esse pijama surrado.
- Rebeca, eu te amaria de toda e qualquer forma. – disse isso pausadamente, me passando veracidade em cada uma das palavras ditas.
Eu não consegui responder nada. Ou simplesmente tudo que pensei me pareceu tão pouco para ser resposta para tal afirmação. Sempre vejo em suas atitudes o quanto me ama. Fui até ela, segurei seu rosto próximo ao meu e a beijei. Beijar Alice sempre me causa as mesmas sensações do início. O frio gostoso na barriga, o fogo no meu corpo inteiro que parece me incendiar a alma.
- Amor...Amor...- falava tentando se desvencilhar dos meus carinhos.
- O quê? – indaguei me afastando dela apenas o suficiente para lhe olhar.
- Não podemos.
- Não fiz nada. Só foi um beijo. – sorri e ela meneou a cabeça com ar de riso.
- Nunca é apenas um beijo. E se não me engano falta uma semana ainda para você sair do castigo. – falou voltando sua atenção para o computador.
- Eu sei. – concordei saindo de perto dela. - Sabia que você se tornou uma versão minha?
- Uma versão sua? – indagou com curiosidade.
- Sim. Hoje é sexta e você está trabalhando. Mais eu impossível. – ela gargalhou.
- Tudo bem. Você tem razão. Então vou deixar o trabalho de lado. – fechou a tela do notebook.
- Não foi uma reclamação. Estou orgulhosa do quanto você está responsável.
- Tive uma ótima professora.
- Aposto que ela é linda. – brinquei.
- A mais linda. – sorriu entrando na brincadeira. – Estou até pensando em casar com ela.
- Acho uma ótima ideia. E por falar em casamento precisamos contar a todo mundo.
- Eu sei.
Após conversar muito sobre anunciar nosso casamento, decidimos esperar até que o aniversário dos gêmeos passasse. Até o momento apenas Anna e Tália sabem a novidade. Fui tirada dos meus pensamentos quando Alice se levantou. Os cabelos presos em um coque, seus fios estavam maiores, o que lhe dava um ar um tanto maduro. Colocou o computador em cima da mesinha ao lado da cama. Observei suas pernas torneadas, senti um calor gostoso invadir meu corpo.
Ficar 45 dias sem sex* e dormindo ao lado de uma mulher tão maravilhosa quanto a minha sem dúvidas é uma tarefa muito difícil. Apesar da insegurança com o meu corpo, Alice me fez ver que sou muito mais que um corpo perfeito. Mostrou-me a cada dia que o amor que ela tem por mim, vai além do sex*.
- Devíamos sair para jantar. – ela comentou assim que se virou para mim.
- E o Teo?
- Podemos deixá-lo com suas sogras. Aposto que elas vão adorar mimar o neto.
- Está me convidando para um encontro? – indaguei com ar de riso. Fazia tempo que não saíamos juntas.
- Sim. Mas vamos com Anna e Tália.
- Tudo bem. Eu aceito. Já estou há tanto tempo nessa casa que já me sinto parte da mobília. – Alice apenas sorriu sacudindo a cabeça.
- Ótimo. Enquanto você toma banho vou ligar para a mamma. – beijou levemente meus lábios e saiu do quarto.
Não fiquei de enrolação fui logo para o banho. Estava me ensaboando quando Alice abriu a porta e sorriu se juntando a mim. Senti aquela pontada no ventre ao vê-la nua.
- Quer ajuda? – sorriu com um olhar provocante.
- Não. Nem encosta em mim se não podemos fazer nada. Ou eu juro que te ataco. – ela arregalou os olhos, assustada. Mas em seguida sorriu.
– Elas vão ficar com o Teo?
- Sim. Adoraram a ideia. Inclusive querem que ele durma com elas. Claro que recusei, Teo não tem idade para dormir fora ainda. – não contive o riso ao vê-la falando assim. – O quê?
- Nada. Só estou pensando em como você vai ser super protetora com nosso filho.
- Não exagera. Vou dar apenas o mesmo cuidado e amor que recebi das minhas mães.
- Tudo bem meu amor. – beijei levemente seus lábios.
Alguns minutos depois já saiamos de casa em direção a residência das minhas queridas sogras. Isabella nos esperava na porta, ansiosa por segurar o pequeno.
- Me entreguem esse pacotinho e se divirtam hoje. – disse o segurando com cuidado. Em seguida beijou levemente sua cabeça. Ele resmungou incomodado com o contato, mas logo voltou a dormir. – Vão sem segurança? – questionou olhando para Alice.
- Mammy, é apenas um jantar com as meninas.
- Mesmo assim. Ainda não pegaram o responsável pelos tiros que mataram o Pedro.
- Se você fica mais tranquila podemos pedir para um dos seguranças nos acompanhar. – intervi tentando evitar um atrito entre elas. Alice revirou os olhos, mas Isabella sorriu agradecida.
Desde o que aconteceu com Pedro, Isabella ficou um tanto mais cuidadosa com nossa segurança. O que causa sempre alguma discussão com Alice, já que ela detesta ter escolta. Despedimos-nos e seguimos para o restaurante. No carro Alice mantinha a cara fechada.
- Não faz bico.
- Não estou fazendo bico. Só penso que não precisávamos de sombras. – resmungou.
- Quando o nosso filho estiver maior, e começar a sair sozinho ou com amigos. Você não vai querer que os seguranças estejam com ele? – ela arfou fazendo um barulho e isso me fez prender o riso, pois sei bem que toquei em seu ponto fraco.
- Já entendi. Ela só quer me ver segura.
- Sabia que entenderia. – acariciei sua mão.
Seguimos o resto do percurso em silêncio. Alice estacionou o carro e caminhou para o meu lado. Abriu a porta, me estendendo a mão em seguida. Entrelaçamos nossos dedos. Sentia falta de sair, ver pessoas diferentes. Mas confesso que meu lado mãe gritava comigo o tempo inteiro, me achando a pior das mães por deixar meu filho sozinho para sair. Tudo bem que ele não estava sozinho, sozinho. Isabella e Larissa cuidam muito bem dele.
- Ei! – Alice parou me puxando para o canto.
- Oi.
- Você está bem? – indagou preocupada.
- Não. Acredito que deveríamos ter ficado em casa.
- Amor, eu sei que é difícil ficar longe dele. Sinto-me assim todo dia quando saio para trabalhar. Mas logo você também vai precisar voltar a sua rotina.
- Eu só não consigo deixar de me sentir uma péssima mãe. – falei com os olhos já marejando.
- Meu amor, você é uma ótima mãe. – me abraçou. – Teodoro é um menino de sorte. É muito amado. E aposto que mesmo sem entender ele sabe disso.
- Tudo bem. Você tem razão. Desculpa pelo drama. – falei secando as lágrimas.
- Não precisa se desculpar. Podemos ir? – apenas acenei concordando.
Alice passou seu braço ao redor dos meus ombros. A noite estava ficando um pouco fria. Caminhamos lentamente até a entrada do restaurante. Não foi difícil encontrar as meninas. Tália assim que nos avistou abriu um sorriso e veio em nossa direção.
- Amigaaa! Quanta saudade. Você está maravilhosa. A maternidade te fez muito bem, olha esses seios maravilhosos. – falou nos fazendo rir.
- Amor, assim as pessoas vão pensar que você está dando em cima dela. – Anna resmungou fingindo indignação. Afastou-a de perto de mim. Em seguida me abraçou. – Ela tem razão, seus seios cresceram muito. Sorte sua. – deu dois tapinhas no ombro de Alice que apenas sorria observando a interação.
- Obrigada pelos elogios referentes aos meus seios. – sorri agradecendo. – Mas será que podemos sentar? Todos estão nos olhando.
- Claro. – me deu espaço para sentar.
Alice tomou a frente e puxou a cadeira para que eu me sentasse.
- Ela não perde essa mania? – Tália me perguntou se inclinando um pouco para o meu lado.
- Não perdi e nem vou. Minha mãe continua fazendo isso com a esposa dela, mesmo após tanto tempo juntas. Então, no mínimo vou fazer igual.
- Nossa! Estava com saudade da cadelisse de Alice. Olha! Até rimou. – Anna completou arrancando risos.
- Idiota. – Alice respondeu meneando a cabeça. Mas foi notório o seu bom humor.
Após esse momento de implicância momentânea fizemos nossos pedidos. Tália me contava empolgada sobre como a empresa estava. Me inteirando sobre as fofocas. Confesso que nunca tive muito tempo para elas, mas na minha condição atual de prisioneira em casa confesso que era animador saber quem estava namorando quem.
- Mas agora a esposa dele descobriu o caso com a secretária. – completou a fofoca.
- Suponho que naquela empresa a única que não corre o risco de ser trocada pela chefe sou eu. – Anna brincou acariciando a mão de Tália, ela apenas sorriu. Notei que algo estava errado.
- Zero chances de isso acontecer. Eu garanto. – Alice completou.
Nossos pedidos chegaram nos fazendo mudar de assunto. Havia esquecido de como era divertido estar na companhia das pessoas que amamos. As únicas visitas lá em casa são a da minha mãe e as de Alice. Amélia e Letícia estão e uma rotina difícil devido às reformas que decidiram fazer na casa.
- Vocês precisam ir mais vezes lá em casa. – falei lembrando que as duas pouco iam.
- Claro. Assim que tivermos tempo, nossa vida está uma loucura. – Anna comentou. – Tomar conta da boate quase sozinha não tem sido fácil. Mas faço sem reclamar. Depois vou tirar férias de um ano. – brincou com Alice.
- Pode deixar. Daremos férias merecidas as duas. Não é, amor? – perguntei, mas não obtive resposta. Alice estava com os olhos vidrados na entrada. – O que houve? – virei na direção e agradeci por estar sentada.
Na porta de entrada está ninguém mais ninguém menos que minha mãe acompanhada da minha enfermeira. Ex-enfermeira, na verdade. Fazia pouco mais de uma semana que havíamos dispensado seus serviços. Mas pelo visto ela já conseguiu um novo emprego. Cuidadora de idosas.
- A Carmem levou mesmo o lance a sério. – Anna comentou.
- Vocês sabiam? – indaguei para as três.
- Sim. Vi as duas algumas vezes juntas na boate. – Anna confessou.
- Eu sei pela fofoca, apenas. – Tália se defendeu. – Acredito que não era o momento para você saber ainda. Por isso não falei nada.
- Claro que você escolhe as fofocas que não vão me abalar. – revirei os olhos. – E você? – olhei para Alice.
- Eu? O que tem eu? – respondeu atordoada.
- O que tem você? Como você sabia e não me contou?
- Só pensei que não passaria de sex*.
- Ótimo, agora estou imaginando minha mãe trans*ndo com a enfermeira que me viu nua durante um mês. – senti meu estomago revirar.
- Imagina só se soubesse o que as duas fizeram no nosso escritório da boate.
- Anna! – Alice repreendeu.
- O quê? Ainda consigo sentir o cheiro de sex* e fluídos corporais.
- Okay! Perdi o apetite. – afastei o prato.
- Melhor disfarçar, pois, elas vêm aí. – Tália comentou.
- Que surpresa boa encontrar vocês aqui. – sorridente, minha mãe falou.
- Eu que o diga. – resmunguei. – Como vai Lívia? – questionei fitando-a. Claramente ela estava envergonhada.
- Bem, e vou poupar tempo em não perguntar como você está. Afinal é notório o quanto está bem. – respondeu simpática. – E o pequeno Teodoro?
- Cada dia mais lindo. – sorri apenas por lembrar o rostinho dele.
- Querida, nossa mesa. – minha mãe tocou o braço de Lívia.
- Certo. Bom, foi um prazer rever vocês. – sorriu.
As duas caminharam de mãos dadas até a mesa que iriam ocupar. Nós quatro continuamos observando-as.
- Detesto Lívias. – comentei entre dentes.
- Lívias? No plural? – Alice me questionou.
- Sim. Lívia é o nome de uma ex-namorada.
- Sua?! – Anna e Alice indagaram juntas.
- Claro que não. Nunca namorei mulher. Você sabe disso. – falei olhando para Alice.
- Sei, mas vai que você escondeu de mim. – deu de ombros.
- Na verdade, é uma ex minha. – Tália completou.
- Uma cretina. – completei.
- Uau! Vou fazer o possível para cuidar bem da sua amiga. – Anna brincou, mas sem sorrir.
- É uma ótima ideia. Caso contrário irei odiar as Annas também. – falei e ela gargalhou.
- Annas? No plural?
- Sim, você é tão insuportável que vale por duas. – Alice provocou o que nos fez rir ainda mais. Anna fingiu irritação, entretanto não demorou a nos acompanhar nas risadas.
Passados alguns minutos precisei ir ao banheiro. Tália disse que me acompanharia. Assim que ficamos a sós eu encarei minha amiga pelo reflexo do espelho. As luzes brancas iluminavam o objeto de formato retangular.
- O que está acontecendo? – indaguei curiosa, sabia haver algo errado com ela.
- Não sei o que está falando. – tentou disfarçar.
- Eu te conheço bem, sei que tem algo errado. E sei que você evitou me contar para não me preocupar. Então preciso que você me diga o que está acontecendo. Assim eu posso te ajudar.
- Detesto como você me conhece bem. – suspirou e virando-se para minha direção.
- Desembucha.
- A Lívia.
- O que tem a enfermeira?
- Não estou falando da namorada da sua mãe.
- Não? Espera! Está falando da sua ex?
- Sim. – respondeu.
- Não.
- Sim.
- Não!
- Olha, podemos passar a noite nisso, minha resposta não vai mudar. Estou mesmo falando da Lívia, minha ex. – insistiu.
- O que você fez?
- Nada.
- Então o que tem ela?
- Entrou em contato comigo. Dizendo estar arrependida. Pedindo para conversar.
- E claro que você não está louca de aceitar.
- Exato. Eu não aceitei. Ela disse precisar se desculpar.
- Depois de tanto tempo assim? Sabe que você está feliz e quer importunar.
- Não foi o que pensei. Ela me pareceu sincera quando disse querer se desculpar.
- Você só pode estar de brincadeira! Ela só quer estragar sua vida.
- Já está. – me virei sem entender. – Tem mandado mensagem, insistindo em me encontrar Anna viu e eu menti sobre o que era e quem era. Como eu não respondi às mensagens ela me ligou, eu estava no banho e a Anna acabou atendendo. Lívia não falou nada o que só despertou ainda mais a curiosidade dela, Anna sabe ser o mesmo número que me mandava as mensagens.
- Eu teria surtado. Você tem sorte por ela ser calma.
- Eu sei. – concordou apoiando-se na pia. Era notório o quanto aquele assunto estar mexendo com ela. – Não consigo deixar essa sensação de que estou mentindo para Anna.
- Mas você está. Mesmo que indiretamente. Sei que nada aconteceu, mas se depender de Lívia é capaz dela aparecer na casa de vocês.
- Ela não ousaria. – me fitou aflita.
- Não duvido. Ela sempre foi bem insistente nas coisas. Sabemos bem que a insistência era a forma que ela usava para te trazer de volta sempre que vocês terminavam.
- Mas dessa vez é diferente. Eu tenho a Anna. Estamos felizes.
- Justamente por você ter a Anna e por estarem felizes é que eu suponho que você deveria contar-lhe o que está acontecendo.
Tália nada respondeu. Nesse momento duas mulheres entraram no banheiro. Trocamos um olhar cheio de significado, saímos em seguida.
- Quanta demora. Está tudo bem? – Anna perguntou nos olhando.
- Sim. Só tive um probleminha com vazamento. – apontei para os seios.
- Ah! – vi seu rosto corar. – Pedi sua sobremesa, amor. – falou se voltando para Tália.
- Obrigada. – sorriu agradecida.
Fitei as duas. Por conhecer bem Tália sei que o fato de Lívia a ter procurado mexeu um pouco com o ego ferido. Durante anos minha amiga fez papel de trouxa e nunca foi tratada como a mulher maravilhosa que ela é. E ver o arrependimento da ex-namorada, mesmo que tenha uma oportunidade de ser fingindo a deixa um pouco satisfeita.
Prefiro acreditar que minha amiga não vai trocar o que está construindo ao lado de Anna, e voltar dez casas no tabuleiro da vida para viver mais do mesmo com Lívia.
- Você está bem? Está calada desde que saímos do restaurante. – Alice questionou quando estávamos a caminho de casa.
- Sim. Só um pouco cansada. – não era mentira, penso que desacostumei a sair. Acariciei seu ombro com a ponta dos dedos.
- Então não está preocupada com as meninas?
- Anna te contou algo? – indaguei.
- Sim. Que as duas discutiram.
- Contou o motivo?
- Ela acredita que Tália está a traindo.
- Não. Ela não faria isso.
- Prefiro acreditar nisso, mas Anna pensa que ela está escondendo algo. Tália comentou algo? – permaneci em silêncio. – Olha, eu sei que Tália é sua melhor amiga, mas a Anna também é a minha. Jamais permitiria que ela fosse feita de idiota. Então eu vou perguntar a você, e espero que possa ser o mais sincera possível. – parou no sinal e me fitou. – Tália está traindo a Anna?
- Não.
- Certeza?
- Sim. Tenho. Já disse que ela não faria isso. Conheço a minha amiga.
- Então o que está acontecendo?
- Nada. – menti e ela sabia disso.
- Eu entendo que ela te contou e você não pode me dizer. Mas não deixa que seja lá o que estiver acontecendo faça com que a minha amiga sofra.
- Tudo bem. – concordei.
Alguns minutos depois já estávamos entrando em casa. Teodoro dormia sereno nos braços de Alice. Ela foi colocá-lo no berço enquanto eu me preparava para dormir. Com sua demora resolvi ir ver se algo havia acontecido. Abri a porta com cuidado e sorri vendo-a cuidadosamente deitá-lo. Fez sinal para eu fazer silêncio. Acendeu a luzinha que ficava próxima à porta e com cuidado a fechou.
- Ele deu trabalho?
- Só precisava comer. – me colocou em sua frente se posicionando atrás de mim me abraçando pela cintura. – Que cheiro delicioso. – beijou meu pescoço.
- Eu te amo. – falei de olhos fechados sentindo o contato de sua boca na minha pele.
- Eu também te amo. E não vejo a hora de te oficializar como minha esposa.
- Nem eu.
- Vai ser para sempre.
- Para todo sempre. – concordei e senti que ela deu um leve sorriso. – Agora podemos dormir? Estou um tanto desacostumada a sair.
- Percebi. Que seja feita a sua vontade. Mas antes eu preciso de um banho, pode ir deitando. Eu já volto.
No breu do quarto, senti o peso do corpo de Alice sobre a cama, em seguida o calor que emanava dela. Suas mãos acariciando minha barriga, seu nariz tocando a curva do meu pescoço. Era como um encaixe perfeito, nossos corpos juntos. Às vezes fica difícil acreditar que eu tenha tanta sorte por ser a escolhida por ela.
- Dorme bem, meu amor. – beijou meu pescoço. O simples gesto me causou arrepios.
- Você também. – bocejei sentindo meu corpo inteiro relaxar e não demorei a adormecer.
Na manhã seguinte acordei com o choro de Teodoro. Abri os olhos lentamente, silenciei a babá eletrônica. Fitei Alice que ainda dormia tranquila. Sei que ela acordou algumas vezes durante a madrugada. Sai da cama com cuidado e fui em direção ao quarto de Teo.
- Bom dia, meu anjinho. Você está com fome ou tem um presente aí para mim? – bastou ouvir minha voz para que ele se acalmasse.
Troquei a frauda o amamentei e em seguida desci para a cozinha. Tereza estava animada preparando o café. Estranhei sua presença na casa, já que a rotina dela de trabalho já havia voltado ao normal. Como era sábado eu pensei que ela estaria em casa curtindo a família.
- Bom dia! Terê. Você não deveria estar em casa? – questionei.
- Bom dia! Dona Rebeca. Não era para senhora me ver.
- Não?
- Não. Vim apenas fazer o café matinal de vocês, mas já estava indo embora. – a mulher sorriu.
- Tereza, juro que você é a pessoa mais incrível e teimosa que eu já conheci. Só perde para sua outra patroa. – a mulher sorriu. – Deixa isso aí. Vai embora. Aproveita sua folga.
- Na verdade, vim ver o Teodoro. Nem dormi no sentido de ele chorar.
- Então vai lá no quarto dá uma olhada nele e depois vai para casa. Se quiser posso mandar foto dele a cada uma hora.
- A senhora faria isso por mim? – ela arregalou os olhos, para mim era maravilhoso saber que meu filho era tão amado por tantas pessoas maravilhosas e mais ainda por Terê ser uma delas.
- Lógico.
- Obrigada. – sorriu agradecida. – Vou lá então.
Preparei a mesa de café na parte externa. Queria aproveitar um pouco o sol para pegar uma corzinha. Estava terminando quando Alice surgiu me chamando:
- Amor, cadê você?
- Aqui. – respondi sem me virar.
- Às vezes penso que você lê os meus pensamentos. – disse com ar de riso.
Quando olhei em sua direção perdi um pouco do controle. Ela usava um biquíni amarelo, minúsculo. Sorri satisfeita.
- Isso se chama sintonia. – falei me aproximando e beijando levemente seus lábios.
- E eu amo isso. – retribuiu o beijo na mesma intensidade. – Pode me explicar o que a Terê faz aqui?
- Aparentemente ela não confia em nós duas para cuidar do Teo. – brinquei.
- Atrevida. – meneou a cabeça.
- Ela disse que ficou sem dormir pensando nele. Acho que foi saudade.
- Tem como não sentir saudades dele? – indagou em tom de brincadeira.
- Não. – respondo sorrindo. – Agora que você já está acordada vou me trocar. Me espera para comer.
- Pode deixar.
Passamos boa parte da manhã na piscina. A tarde assistimos a um filme de animação, já que Alice disse que Teo precisava ir se acostumando. Amei nosso final de semana apenas nós três. E assim eu tive certeza que eu nunca imaginei que a vida que eu tanto criticava hoje seria meu maior motivo de felicidade.
Fim do capítulo
Bom início de final de semana.
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preguicella
Em: 06/03/2022
Ih, vai dar ruim essa história de ex perturbando Tália!
Sabia que Rebeca ia reclamar de Alice não ter falado sobre Lívia. haha
Resposta do autor:
Outra resurgindo dos mortos???? kk Saudades.
paulaOliveira
Em: 27/02/2022
Talia tá vacilando em esconder as coisas da Ana, vai dar m3rda isso aí hein...
Carmem tá só cantando Jorge e Mateus.."eu susseguei" kkk
Que família linda essa de AliBecca S2.
Resposta do autor:
Quem é vivo sempre aparece, né?
kkkk Adorei a Carmem apaixonadinha. kkk
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Baiana
Em: 21/02/2022
Tália está errada por não falar a verdade para Anna, é bem capaz da finada ressurgir das profundezas e causar atrito no namoro dela
Quer dizer que a sapa mor foi fisgada pela enfermeira...
Resposta do autor:
Concordo contigo, melhor conversar e resolver do que ficar fugindo.
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Lea
Em: 19/02/2022
Nossa, será que mais uma vez a Ana errou em termo de relacionamento??? Espero que eu esteja errada,e Talia converse com a Ana!!
Estou amando esse amor todinho desta nova família!!
Resposta do autor:
Só resta esperar e torcer para que as duas se acertem de uma vez.
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lay colombo
Em: 19/02/2022
Iti só no amorzinho com esse relacionamento
Talia pelo amor de Deus abre o jogo com a Anna, não vai perder o amor da tua vida por besteira, obrigada
Tia Carmen e Lívia levando a diante o romance, adoro
Resposta do autor:
Tia Carmem inciando a vida no amor. kk
Tália e Anna têm muito o que conversar.
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