Ela Não Lembra

Jéssica abriu a porta do apartamento e ajudou a morena a entrar. Ela estava dividida entre o sentimento de tentar protegê-la e a vontade de saber mais a respeito dela com aquela mulher. A ruiva estava curiosa... e tinha uma coisinha a mais ali.

A ruiva deixou Evelyn em pé encostada na parede, e se virou para trancar a porta. Quando virou de novo para a amiga, viu que ela estava escorregando pela parede com a intenção de sentar no chão.

— Evelyn... — Jéssica gritou e se precipitou em direção à ela, abraçando a morena por baixo dos seus braços, conseguindo equilibrar a garota em pé, contra a parede.

 Constrangida, Jéssica estremecia como se estivesse levando um choque com o seu corpo colado no corpo da morena.   

Evelyn ergueu a cabeça e a encarou... a boca estava a centímetros dos lábios da ruiva. Os olhos da morena brilhavam intensos, ela aproximou seu rosto até quase tocar nos lábios trêmulos da amiga.

— Eu quero sentir a sua boca, na minha... — Sussurrou com a voz rouca, antes de beijar Jéssica com ardor puxando a sua cabeça de encontro a dela, para aprofundar o beijo. A ruiva estremeceu novamente quando sentiu a língua da morena procurar a sua.

Sem conseguir resistir, ela apertou o corpo da amiga num abraço firme e correspondeu com intensidade.  

Ansiosa, Evelyn colocou a sua perna entre as pernas da ruiva que gem*u baixinho quando sentiu a coxa da morena pressionar seu sex* excitado. Jéssica desceu suas mãos pelas costas da morena até tocar os seus quadris, puxando o corpo dela mais de encontro com ao seu, aumentando a fricção que se iniciou lentamente entre os seus corpos ardentes de desejo.

A sensação dos lábios da morena nos lábios da ruiva, era incrível. O gosto do batom, a língua quente e ávida buscando a sua, estava deixando a ruiva louca de paixão. Ela sentia o contato da coxa da morena no seu sex*, pressionando, a excitando enquanto Evelyn também sentia prazer com o contato da coxa da ruiva no próprio sex*, os quadris dançando no ritmo do desejo até as duas goz*rem juntas, enquanto elas trocavam beijos enlouquecidos de prazer e luxúria.

Mas não foi o suficiente para aplacar o desejo que sentiam uma pela outra. Ofegantes, elas quebraram os beijos em busca de ar, mas continuaram com seus corpos unidos num abraço firme.

Foi o bastante para Jéssica perceber o que tinha acabado de fazer, ali em pé, encostada na parede no corredor do apartamento. Foi loucura, mas ainda sentia o seu sex* pulsar enlouquecido de prazer, pressionando a coxa da morena.

...

Frustrada, Jéssica deixou seu corpo cair pesadamente na cama, e suspirou várias vezes, tentando aplacar o desejo que seu corpo ainda sentia por Evelyn.

“Aquilo teria mesmo acontecido na noite anterior?”

No dia seguinte, Evelyn acordou sentindo muita dor de cabeça e com vontade de ficar na cama. A claridade que vinha da janela estava incomodando seus olhos e resmungando, ela colocou o travesseiro em cima de sua cabeça.

Jéssica acordou cedo e saiu para dar uma caminhada, na cabeça lembranças dos momentos que passou com a morena. Ela quase não tinha conseguido dormir a noite, se sentindo culpada..., pois, a morena não estava no seu juízo perfeito, devido à quantidade de vinho que havia tomado na boate.

Na hora ela não havia pensado que corresponder aos beijos da amiga seria errado, apenas deixou rolar. Não... no fundo, ela sabia que correspondeu porque queria, porque mesmo sem saber direito, ansiava por aquele momento com a morena.

...

Os lábios borrados de batom vermelho, era a única prova do que tinha acontecido na noite anterior. Evelyn estava parada na frente do espelho do banheiro tentando lembrar como teria terminado a noite, após sair da boate com a ruiva.

Ela não estava acostumada a beber tanto vinho, tomava uma ou duas taças quando saia, mas por algum motivo, ficou irritada e acabou bebendo em excesso. Estava sentindo vergonha, por não lembrar o que aconteceu. Um banho quente talvez a ajudasse a lembrar, e depois, quando se encontrasse com a ruiva... perguntaria para ela.

...

Jéssica entrou lentamente no apartamento, e foi tomar água na cozinha, estava tensa e preocupada. Ela não devia ter correspondido aos beijos da morena, e agora estava arrependida. A ruiva não sabia como iria encarar a morena, ela estava se sentindo culpada por ter correspondido, e por ter deixado chegar... aonde chegou.

Com o pensamento martelando na sua cabeça, que a morena não iria perdoá-la, ela se encostou na pia e fechou os olhos lembrando dos beijos e das carícias que as duas trocaram antes da morena cair praticamente desmaiada na cama.

— Jéssica... — Ela abriu os olhos que brilhavam intensos, e olhou assustada para a amiga. — O que aconteceu na noite passada? Eu não me lembro de nada... — “Sério?” Pensou. “O que faria agora...” Contar pra ela, não era uma opção. Iria morrer de vergonha e não tinha a menor ideia de como ela iria reagir. “Não... eu sinto muito Evelyn, mas não posso fazer isso! Não tenho coragem!” Baixou a cabeça e sem encarar a morena disse:

— Você bebeu demais e eu te trouxe pra casa... depois você caiu na cama e dormiu. — A ruiva estava se sentindo mal em mentir, e muito provavelmente iria se arrepender, mas a ideia que ela a culparia por não ter evitado... por deixar chegar tão longe... Jéssica não suportaria.

— Tem certeza? Não consigo lembrar de nada... só tenho lembranças de entrar no carro com você... e depois não me lembro de mais nada. — Falou sincera.

— Isso costuma acontecer com você... Beber e depois esquecer o que fez... ou o que aconteceu...? — Perguntou nervosa. Evelyn olhou profundamente nos olhos da ruiva, e imaginou se ela estaria a culpando por ser tão irresponsável. — Já aconteceu antes?

— Só uma vez, mas eu estava em casa... — Ela tinha dezessete anos e estava arrasada, com a primeira decepção amorosa. Mas havia prometido ao seu pai, que não faria mais aquilo. Depois, passou mais tempo concentrada nos livros e se dedicou a alcançar a sua meta, que era cursar medicina. — Você está chateada assim, porque eu te dei trabalho na noite passada? — Perguntou sentida.

Jéssica enrijeceu o corpo, ela não podia deixar a amiga se sentir culpada por algo que a culpa era toda dela. Ela estava sóbria, ela devia ter evitado o contato e tudo que rolou entre elas.

— Não estou chateada com você. Me desculpe se passei essa ideia... — Falou arrependida. — Vamos esquecer essa história... eu queria te convidar para fazer uma trilha comigo. Será que você tem condições de fazer uma caminhada...

— Com a ressaca que eu tô sentindo, prefiro ficar em casa o resto do domingo. — A morena respondeu, fazendo uma careta engraçada. Foi o suficiente para que Jéssica relaxasse um pouco, mas ainda continuava sentindo a consciência pesada.

A ruiva jamais teria coragem de dizer para a amiga o que havia acontecido entre elas. Ela imaginou que seria melhor esquecer...

— Okay, se mais tarde você quiser, podemos dar uma volta na cidade.

— Combinado... — Evelyn aceitou, olhando a ruiva com carinho.

...

Fim do capítulo