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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 79

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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 7

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Palavras: 4298
Acessos: 2989   |  Postado em: 20/01/2022

Capitulo 79

 

Capítulo 79º

Rebeca

            A tão esperada alta chegou e eu não via a hora de ir para casa. Tudo bem que eu estou completamente incapacitada de fazer qualquer coisa a não ser apenas existir. Mas só de saber que estarei perto de Alice e do Teodoro já me sinto melhor.

            Acordei cedo aquela manhã, Luciana ria da minha empolgação. Questionando em tom de brincadeira se a hospedagem não estava boa. Agradeci o seu cuidado e por não ter desistido de mim.

- Não precisa agradecer, Rebeca.

            Respondeu-me com gentileza. Mas tudo a minha volta parou quando Alice entrou no quarto. O seu sorriso se abriu fazendo o meu coração disparar, ela estava linda, mas os seus olhos. Os seus olhos não brilhavam mais como antes. E aquilo me deixou triste.

            Fiquei assustada quando ela comentou sobre ter contratado uma enfermeira, não queria ninguém estranha dentro da nossa casa. Queria apenas a paz da nossa casa e nossa vida de volta, da forma mais tranquila e monótona que poderia ser. Ela fugiu do assunto, mas eu insisti. Ela explicou os motivos pelos quais eu precisava de alguém para me ajudar e eu consegui ao menos tentar entender que ela tinha razão.

            Não aguentei quando ela chamou carinhosamente o Teodoro de Teo, o meu coração se derreteu. Mas quando ela apertou o botão do elevador eu segurei sua mão. Algo não passou despercebido aos meus olhos. Alice estava sem aliança, aquilo me assustou. Afinal parecia que ela estava me deixando, primeiro a enfermeira depois a ausência da nossa aliança. Era coisa demais para mim.

- Cadê sua aliança? – indaguei confusa, mas ao mesmo tempo irritada. Sei que ela notou. 

- Eu tirei.

- Alice, o que isso significa? Você por acaso terminou comigo? – precisava que ela fosse clara.

- Não. Tirei para dar banho no nosso filho, e acabei esquecendo de colocar de volta.

            O “nosso filho” ecoou na minha mente. Ela conseguiu me derreter pela segunda vez sendo tão ela. Perfeita como todas as vezes. O seu amor, o seu cuidado. Eu sei que o Teo estava em boas mãos.

            No carro os meus olhos buscavam encontrar os dela, mas ela evitava. Como se quisesse me esconder algo. Quando chagamos em casa, Tereza nos esperava na sala. Teo estava no carrinho e ao lado dele uma mulher em um uniforme branco.

- Seja bem vinda, dona Rebeca. – Tereza falou animada e desajeitada me abraçou.

- Obrigada, que saudades que eu estava da casa e de vocês. – sorri para ela.

            A desconhecida foi ajudar Alice com as coisas que estavam comigo no hospital. Eu detestei a mulher. Ela era simplesmente linda, e aposto que está na profissão errada. Deveria ser modelo. Quase dois metros de altura, cabelos longos, presos em um rabo de cavalo. Mesmo usando aquele uniforme pude ver o quanto seu corpo era atraente e bonito.

- Rebeca, esta é Lívia. A enfermeira que eu falei. Lívia esta será sua paciente, Rebeca.

- É um prazer conhece-la, pena que em circunstâncias tão delicadas. – me sorriu e eu detestei sua simpatia e educação, acho que estou louca.

- O prazer é meu. Obrigada por seus serviços. – tentei ser simpática. – E o meu bebê? Como está? – fui devagar até ele.

            Dormia tranquilo, totalmente esparramado no carrinho. A roupinha azul marinho destacava ainda mais sua pele branca. Via tanto de Pedro nele. Me senti mal por ele não ter tido a chance de conhecer o filho. Acariciei seu rosto com cuidado, claro que antes já havia higienizado minhas mãos.

- Ele precisa tomar o banho de sol. – Tereza comentou.

- E você também. – Lívia disse me olhando. Agora tenho uma babá, ótimo. E ainda por cima é linda.

            Alice deu uma risada da minha cara de reprovação pela mulher estar me dando ordens. Disfarçou indo para a cozinha, mas não deixei de notar o olhar de Lívia para ela. Aquilo não ia dar certo. Essa mulher vai dar em cima da minha esposa e eu vou acabar quebrando a linda cara dela.

            Esposa. Falar isso me fez lembrar que ela não me deu uma resposta. Precisava perguntar de novo. A tal enfermeira me levou para a parte externa da casa. Enquanto isso Tereza empurrava o carrinho com Teodoro dentro.

            Respirar o ar puro da minha casa era algo sem explicação. Fechei os olhos por um segundo e senti uma gratidão enorme por estar viva, por conseguir continuar minha vida de onde parei. E em silêncio, fiz uma prece para Pedro. Sei que de onde ele estiver vai conseguir me ouvir e cuidar de nós.

            Estranhei o sumiço de Alice que em nenhum momento foi ficar comigo e Teodoro. Mas não questionei nada. Ela me disse precisar de espaço e eu daria isso a ela. Esperaria que se sentisse pronta para conversar abertamente comigo. Mas isso não quer dizer que eu vá deixa-la livre demais. Afinal ela pode não querer voltar para mim.

- Alice tem dormido pouco. – Tereza comentou sentando-se ao meu lado. – Durante todos esses dias, ela velou o sono do Pedrinho. – falou de forma preocupada. – Por mais que eu diga que vou cuidar dele a noite ela já está lá quando ele chora.

- Não foi fácil para ela ver tudo aquilo. Para mim não é. – afirmei. – Espero que ela aceite ajuda.

- Só se a senhora conseguir convencer. Larissa e Isabella tentaram de tudo. Mas ela se recusa.

- Vou conversar com ela depois.

- Deveria deixar que ela entenda o que aconteceu. Se precisar de ajuda ela mesma vai procurar. – a tal Lívia falou sem tirar os olhos do livro que segurava. Minha vontade foi de saber quem pergunto alguma coisa a ela. – Pessoas levam tempo diferente para assimilar as coisas.

- Verdade. Talvez ela precise de um tempo. – Tereza concordou.

            Eu fiquei pensativa. Ainda não conseguia entender muito bem o que havia acontecido comigo. Ver a mãe de Alice, depois estar ao lado dela enquanto meu corpo estava em uma mesa de cirurgia. Tudo isso era muito maluco. E o mais louco foi o que a mãe dela me disse sobre destino e quem era Pedro Teodoro. Não sabia se deveria contar essa parte a Alice. Afinal ela pareceu duvidar que estive com sua mãe, imagina só eu dizendo que Pedro Teodoro na verdade é a alma do pai dela. Seria loucura demais. E tudo que ela não precisa é de mais loucura em seus dias.

            Ficamos do lado de fora alguns minutos, mas quando começou a esquentar entramos. Tereza foi colocar Pedro no berço, pois ele só fazia duas coisas, aliás três, comer, dormir e fazer coco. Me sinto mal quando ele chorava e eu não posso nem ao menos acalentá-lo.

            Lívia me ajudou a subir as escadas a passos de tartaruga. Passamos pelo quarto de Teo, e na porta ao lado. Quarto que Anna e Tália inauguraram antes de nós, vi Alice sair do banheiro enrolada em uma toalha. Lívia corou, desviando seu olhar.

- O que está fazendo aqui?

- Acabei de sair do banho. – respondeu de forma relaxada.

- E por qual motivo não fez isso no nosso quarto? – questionei parada a porta. Alice olhou de mim para Lívia como se dissesse que não estávamos sozinhas. – Lívia, se importa de ir esperar minha banheira encher?

- De forma alguma. Com licença. – saiu nos deixando a sós.

            Eu segurei na porta e entrei no quarto, fechando-a em seguida. Vi a cama bagunçada, algumas roupas espalhadas na poltrona no canto. Ela claramente estava dormindo aqui.

- O que significa isso? – apontei para as coisas espalhadas.

- Roupas. Estamos meio sem tempo para organizar...

- Eu sei que são roupas. Por que elas estão aqui? Por que a cama bagunçada?

- Eu tenho dormido aqui. É mais perto do quarto do Teo.

- Não. Isso não está certo. – neguei irritada. – Temos a babá eletrônica, você ouviria do mesmo jeito caso ele chorasse. Existe outro motivo, e eu quero saber.

- Não tem nada. – respondeu cansada.

- Amor, me diz o que está acontecendo. – pedi segurando sua mão. Ela olhou nessa direção em seguida para mim.

- Eu não conseguia ficar lá. Não conseguia pensar no motivo da sua ausência ao meu lado. – confessou triste. Aquilo me partiu o coração.

- Eu estou aqui. – fiz ela me tocar. – Voltei para você, para nossa casa, nosso filho. Não tem motivo para não ficar ao meu lado. Na nossa cama, no nosso quarto.

- Rebeca...

- Alice, eu não sou Rebeca. Para você eu sou AMOR. Faz dias que me chama apenas de Rebeca.

- Esse é o seu nome. – se defendeu. – Eu preciso de tempo. Já te falei isso. Não vou conseguir esquecer o que aconteceu.

- Alice, eu estou viva. Estou na sua frente. Não consegue ver que isso é uma infantilidade?

- Meus sentimentos agora são infantilidade? É ótimo ver que pensa isso de mim. Que sou infantil. – sorriu sarcástica. – Tenho segurado maior barra desde que te conheci. Foi porr*da atrás de porr*da. E eu segui firme, ao seu lado. Mas agora que algo me abalou e me magoou profundamente eu sou infantil? – ela me olhava ainda mais chateada. Me mantive em silêncio para não piorar as coisas. – Eu amo você, sempre amei. E só tive dimensão do quanto, quando a possibilidade de não te ter me atingiu em cheio. Eu fiz de você meu mundo. Eu te dei tudo, o melhor de mim a cada dia. Estive ao seu lado nos piores e melhores momentos. E mesmo assim, mesmo eu me considerando a pessoa mais próxima a você. Você escolheu a sua irmã para decidir algo que interferia de forma radical a minha vida. Você não se importou com isso. Você foi egoísta e mesquinha. Agora por favor, eu não quero brigar. Me deixa sozinha.

            Abriu a porta e esperou que eu saísse. Ela não me olhava. Ela não me olhou todos as vezes que estivemos juntas, e agora não me chama mais de amor. Não tinha dimensão do que fiz, até escutar como ela se sente. Ouvir tudo aquilo me fez ver as minhas atitudes de um outro ângulo. E nesse caso ela tinha razão em se sentir daquela forma. Eu fui mesmo egoísta. Mais que isso, pensei apenas em mim.

- Você está bem? – Lívia perguntou quando me viu entrar no quarto.

            Observei atentamente o cômodo. Nossas fotos nas mesinhas de cabeceira não estavam mais ali. As decorações eram outras e eu não fazia a menor ideia do que aconteceu para eles sumirem. Imaginei então o que Alice deve ter sentido quando viu a minha surpresa na cama. Pensei em como ela se sentiu sabendo que eu poderia morrer.

- Eu poderia ter morrido. – falei para mim mesma. E aquela ideia pela primeira vez me assustou.

            Cai no choro. Mas não era um choro de raiva pela discussão. Era mais um choro de medo, arrependimento. E pena, pena por ter colocado Alice em uma situação tão delicada. Lívia me amparou, fazendo com que eu me sentasse na cama. Deixou que eu chorasse por longos minutos.

- Está na hora do seu remédio.

- Tudo bem. – respondi no automático. Assim como tomei o comprimido que me foi dado.

            Em seguida tomei banho. Lívia me deixou sozinha. E no silêncio do quarto eu adormeci. Quando acordei já era noite. Tereza apareceu na porta do quarto, me trazendo uma bandeja com o meu jantar.

- Eu poderia descer para jantar com Alice. – falei tentando me sentar.

- Alice está dormindo desde cedo.

- Isso é bom. Ela precisa descansar. Onde está Lívia?

- Lá embaixo me esperando voltar.

- Ela vai dormir aqui?

- Sim. No quarto ao lado. Para o caso de a senhora acordar no meio da noite.

            Não respondi nada. Apenas comi as delícias que ela me ofertava. Teodoro chorou e Tereza foi busca-lo. Deixou-o ao meu lado na cama. Não me cansava de olhar para ele. Tão perfeito e lindo. Dividir minha cama com ele de alguma forma me fazia sentir menos a ausência de Alice. Passava das dez quando Tereza levou o Teo para o quarto. Estava prestes a dormir quando meu celular tocou. Era Tália.

- Oi, amiga. – atendi.

- Nossa, você está péssima. – disse rindo.

- Você também, mas eu levei um tiro e você?

- Eu sou o tiro. – brincou e eu sorri. – Só queria saber como você está.

- Ah! Amiga. Eu nem sei direito.

- Cadê Alice?

- Acredito que dormindo.

- Como assim? Não estão juntas?

- Não. Ela está dormindo no quarto ao lado de Teodoro.

- Ainda? Pensei que quando você voltasse, ela ia superar.

- Superar?

- Sim. Ela não te contou?

- Não. O que aconteceu?

- Ela quebrou o quarto inteiro. Anna disse que estava incontrolável e inconsolável.

- Isso explica a nova decoração.

- Vocês não estão bem?

- Ela está magoada e eu piorei tudo. Acusando-a de ser infantil.

- Amiga, Alice ficou transtornada com a possibilidade de te perder. Ela te ama demais.

- Eu sei. Agora tenho noção que a minha atitude em decidir sozinha foi errada. Devia ter conversado com ela ao invés de Amélia. Mas agora não tem como voltar atrás. Ela me pediu tempo.

- Tempo? Tempo no relacionamento ou tempo para tentar perdoar?

- Eu não sei. Espero que para me perdoar. – suspirei. – Mas me fala sobre a empresa.

            Ela foi me contar como andavam as coisas na empresa e de certa forma aquilo me distraiu. Durante a madrugada ouvi Teodoro chorar, e não poder ir a seu encontro me deixava aflita. Tirando até mesmo meu sono.

            Na manhã seguinte acordei cedo e desci as escadas sozinha. Passos de tartaruga, mas as dores já eram menores. Adentrei a cozinha e vi Alice, Lívia e Tereza conversando animadas. Riam como velhas amigas. Aquilo me incomodou de uma forma significativa.

- Dona Rebeca, eu estava preparando seu café, já ia levar lá em cima.

- Obrigada, Terê. Vou tomar aqui mesmo.

- Você não deveria ter descido sozinha. Poderia ter caído. – Lívia repreendeu.

- A única criança nessa casa é o Teo. – resmunguei mal humorada.

- Ela tem razão, Rebeca. Luciana disse que você precisa repousar. – por mais que a preocupação fosse comigo, detestei ver Alice concordando com Lívia.

- Estou bem. Não se preocupe.

- Impossível não me preocupar com você. E se você for ficar desobedecendo ordens da Lívia, eu vou ficar ainda mais preocupada. – ela ainda se importava. Claro que se importava, ela me ama.

- Tudo bem. Vou me comportar. – falei com cara emburrada. Alice sorriu de canto meneando a cabeça.

- Eu preciso ir. Tenho aula. – se pôs de pé. – Até mais tarde. – beijou minha testa de forma leve, mas adorei o gesto.

- Você vem almoçar?

- Acho que não. Preciso ir para a empresa depois.

- Tudo bem. Nos vemos a noite então. – falei triste. Queria sua companhia.

            Ficar o dia inteiro em casa não fazia parte da minha rotina há anos. E ainda mais estando impossibilitada de fazer qualquer coisa. A única coisa que me distraia era ter meu filho deitado na minha cama. Revezo minha atenção entre a tevê do quarto que estava ligada em alguma série boba e admirar a mais linda das criações de Deus.

            O dia passou arrastado. Eu não via a hora de Alice chegar, ela não me mandou nenhuma mensagem. Mas Tereza me dizia sempre que ela ligava perguntando se estava tudo bem aqui. Não entendia o motivo desse silêncio dela. Se isso significava que o tempo não foi para perdoar. Mas talvez para o nosso relacionamento. A possibilidade de que isso fosse o que ela quer me deixou aflita.

            Eu não poderia simplesmente perder a mulher da minha vida, por conta de um erro bobo. Precisava de uma maneira para conseguir o perdão dela. Fiquei perdida em pensamentos e nem notei quando Tereza entrou.

- Mandaram entregar aqui. – chegou com um lindo buquê de lírios da paz e uma caixa do meu chocolate preferido.

            Sorri abertamente, pois sabia que quem havia mandado era Alice. A única que conhecia minhas duas coisas preferidas.

- Tem um cartão. – me entregou.

“Não quero brigar com você, ontem foi algo desnecessário. Poderíamos apenas ter evitado naquele momento a conversa. Ainda estou confusa, magoada. Mas isso não diminui em nada o meu amor por você. Espero que fique bem logo, essa sala não tem graça nenhuma sem você mordendo a perna dos óculos. Rsrs Você é muito importante para mim. Nunca esqueça disso. Sua, baby girl.

Ps: espero que tenha conseguido lembrar o chocolate. “

            Aquilo foi um pedido de desculpa pela briga. Eu não poderia me sentir mais amada e cuidada do que com aquele simples gesto atencioso dela. Alice é uma mulher única. Só preciso provar todo o valor que ela tem para mim. Mesmo que eu revire o mundo, vou conseguir provar isso. Custe o que custar.

            Peguei o celular para ligar agradecendo o presente. Tocou várias vezes e foi para a caixa de mensagem. Deduzi que ela pudesse estar ocupada. Chamei Tereza e pedi para que ela preparasse um jantar especial para nós. Seria a minha forma de selar a paz entre nós.

            Com a ajuda de Lívia me preparei para a noite especial. Pedi que as duas ficassem no segundo andar. Assim teríamos mais privacidade. Tereza preparou todo o ambiente na parte externa da casa. Eu esperava ansiosa por Alice, estava nervosa, parecia que era a primeira vez que saiamos juntas. Um primeiro encontro ou algo do tipo.

            O relógio marcava pouco mais de sete horas quando a porta foi aberta. Alice me fitou curiosa. Levantei do sofá e vagarosamente caminhei em sua direção.

- Está tudo bem? Cadê todo mundo?

- Estão lá em cima olhando o Teodoro. Pedi que elas nos dessem um pouco de privacidade. – sorri e ela me retribuiu. – Nosso jantar está servido lá fora. Quer tomar banho?

- Preciso. Você me espera?

- Claro. Estarei lá fora.

- Ótimo, já venho. – beijou meu rosto e correu em direção a escada.

            Há dias não tinha a deliciosa sensação da boca dela na minha. Suspirei me sentindo mal com isso. Caminhei para a mesa de jantar improvisada. Alice não demorou a aparecer. Usava short jeans curto, e uma camiseta. Os cabelos molhados, e o cheiro delicioso de seu perfume me invadindo as narinas. Ela era linda. E eu não me perdoaria por perde-la.

- Nossa! Quanto capricho. – sorriu ao ver toda a diversidade de comida.

- Seus pratos favoritos. Queria retribuir seu gesto de alguma maneira. E o que seria melhor que comida?

- Tenho uma lista gigantescas do que poderia ser feito. – ela corou, sei que o que pensou acabou dizendo sem intenção.

– Mas não precisava retribuir o que eu fiz. Não é uma troca. – puxou a cadeira para que eu me sentasse.

- Amar é uma troca. – afirmei enquanto ela sentava ao meu lado.

            Ficamos em silêncio, apenas trocando um longo olhar. Ela me analisando e eu fazendo o mesmo com ela. Percebi o indicio daquele brilho em seus olhos. Sei que ela voltaria para mim. Preciso acreditar que as sombras dessa tragédia serão varridas de nossos dias.

- O cheiro está delicioso. – falou fugindo do meu olhar.

- Espero que esteja gostoso também. – respondi deixando que ela me servisse.

- Conhecendo Tereza como conheço, posso confiar que estará.

            Alice fez questão de me ajudar a comer, já que eu não conseguia cortar a carne sozinha prontamente fez isso por mim. Confesso que adorei ser mimada por ela. Nossos olhares sempre se encontravam, enquanto ela me falava sobre a empresa e como estavam as coisas sem a minha presença.

- Você precisa voltar, Tália vai me enlouquecer. Não sei como você conseguia dar conta de tudo.

- Competência. – provoquei enquanto ela tomava um pouco do vinho.

- Rebeca Cardoso, por acaso está insinuando que eu não tenho competência? – questionou fingindo indignação, mas notei que ela segurava o riso.

- De forma alguma, só disse que eu sou mais competente.

- Verdade. – concordou sorrindo.

- Amor, sobre o que eu falei ontem...

- Eu sei. Não precisa dizer nada. – sua expressão mudou.

- Preciso sim. Preciso me desculpar, não posso querer silenciar os seus sentimentos. – minha mão buscou a dela. – Você é de longe a pessoa mais racional e madura que eu já conheci na vida. Você é forte, determinada, companheira e leal. Merecia mais do que eu te dei. E eu sinto muito por isso, queria poder fazer diferente. Queria ter conversado com você. Mas era um assunto tão delicado, e o medo que você não me entendesse me fez tomar uma atitude ainda pior.

- Somos um casal, temos planos de unir nossas vidas. Dividir nossos dias. Não podemos deixar outras pessoas tomarem decisões que precisam ser tomadas por nós.

- Você tem razão. Me desculpa.

- Eu não quero ter razão. Só quero a minha paz de volta. Ainda sinto a dor do Pedro. Ele aquele dia mostrou um lado, mesmo que por pouco tem, que eu não conhecia. Foi gentil comigo, me incluiu no assunto. Íamos nos entender, eu tenho certeza disso. Por que enquanto ela morria, enquanto ele partia diante de mim. – a voz dela embargou e eu segurei forte em sua mão. – Ele me fez prometer que eu cuidaria do nosso filho. Ele disse essas palavras “nosso filho”, ele me incluiu, ele sabia que eu amaria com todas as minhas forças o filho dele, assim como amo você. Mas nós não tivemos chance de nos acertamos, e isso eu nunca vou esquecer. Ele estava disposto a por o orgulho de lado, para permanecer na vida do filho.

- Eu sei. O Pedro daquele estacionamento foi o que eu sempre conheci. Divertido, educado, correto. E hoje vejo tanto dele no nosso filho. – apertei sua mão na minha. – Eu fiquei apavorada quando percebi que você está distante de mim. Te atacar foi me defender do meu maior medo, o de ficar sem você.

- Não estou distante, só precisava entender o que aconteceu. Não fui te ver no hospital por que sempre me parecia que seria a última vez.

- Eu sei. Eu te assustei.

- Você não teve culpa. E infelizmente ainda não sabemos quem foi o responsável. Eu não tinha dimensão do quanto eu te amava.

- Amava?

- Você sabe que amo. – ela esboçou um singelo sorriso.

- Repete.

- Eu te amo.

- Eu vou te beijar. Então só por agora, esquece o tempo que me pediu. Estou com saudades. E eu te amo, estou ficando fraca sem seus beijos. – me inclinei jogando charme. Ela sorria meneando a cabeça.

            Nossa troca de olhar foi intensa, desenhando o beijo maravilhoso que estava por vir. Alice mergulhou seus dedos nos meus cabelos, acariciando minha nuca e trazendo minha boca mais para perto. Nossas línguas se tocaram e meu corpo inteiro reagiu. Estava saudosa daquele contato delicioso. Parecia que fazia anos que não a beijava.

            Alice sentia as mesmas sensações. Pois via a voracidade de seus movimentos me buscando, como se pudesse nos unir. Ao final do beijo ela exibiu um lindo sorriso. O brilho, o tão esperado brilho estava de volta. A minha Alice estava de volta.

-  Eu te amo. – falei com toda a sinceridade.

- Eu sei, eu também me amo. Zero defeitos, sou maravilhosa. – debochou gargalhando.

- Sim. Tudo isso, mas não esquece de modesta.

            O clima estranho se dissipou. Alice e eu estávamos juntas, conversando sobre o futuro e sobre o nosso filho. Fizemos promessas, promessas essas que sei que manteríamos afinal nosso amor sempre nos uniu. Hoje temos outro fator ainda maior, nosso filho.

- Precisamos registrar o Teodoro.

- Eu sei. – ela me respondeu enquanto acariciava meus cabelos.

- Preparada para virar oficialmente a mãe dele?

- Tá querendo dizer que...

- Você vai ter seu nome na certidão de nascimento dele? Sim. Exatamente isso.

- Mas e o Pedro?

- Era isso que ele iria querer. – afirmei e percebi que ela estava emocionada.

            Apenas me apertou em seus braços, mas delicadamente. Afinal eu ainda estou machucada. Ela beijou o topo da minha cabeça que repousava em seu peito.

- Deveríamos entrar, está ficando frio.

- Não. – reclamei. – Afinal você vai me deixar dormir sozinha naquela cama imensa.

- Posso ir dormir com você.

- Jura?

- Sim. Afinal não consigo dormir longe de você. Esses dias foram terríveis e ontem só por saber que estava aqui perto eu consegui dormir mais tranquila. Vamos dar um beijo de boa noite no Teo e depois podemos ir dormir.

            Assim fizemos, babamos Teodoro alguns minutos e depois fomos para o nosso quarto. E a melhor das sensações eu senti quando o calor do corpo de Alice ao meu lado me aqueceu. Adormecer foi a coisa mais rápida depois que ela se encaixou em mim e depositou um delicado beijo em minha nuca. Tudo estava resolvido entre nós. Ao menos quase tudo, ela ainda me devia a resposta da minha pergunta. Mas isso eu me preocuparia depois.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oiê. Antes tarde do que nunca. Já está tarde para desejar um ano maravilhoso???kk

A vida está uma loucura. Mas eu voltei. O tempo para escrever está pouco, então tenham paciência comigo.

Um beijo no coração. E boa leitura.


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Comentários para 82 - Capitulo 79:
Baiana
Baiana

Em: 24/01/2022

Já estava sem paciência para esse cheiro mole da Alice,ainda bem que elas se resolveram,achei que a enfermeira gostosa fosse ter uma brecha para semear a discórdia entre elas,mas ainda bem que não teremos mais um drama mexicano kkk

 

Feliz Ano Novo!!


Resposta do autor:

kkk. Percebi. Acho que a essa altura não vai ser qualquer uma que possa abalar as estruturas da relação das duas.

beijosss

Responder

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Mille
Mille

Em: 21/01/2022

Oi dona autora 

Feliz pelo seu retorno e feliz ano novo 

 Rebeca conseguiu ter Alice de novamente e espero que agora esse casamento saia. Kkkk

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Oi DOna leitora. Tudo bem contigo?

UMa hora o casamento sai, assim esperamos.

Responder

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SPINDOLA
SPINDOLA

Em: 21/01/2022

Fala sumida de mi corazon, um ano abençoado pra ti.

E o castigo da Rebeca por ter aprontado com sua amada foi a jato, kkkk, mas também com tanto amor envolvido, estava na cara que a reconciliação seria mais rápida que a velocidade da luz, kkkk. Foi lindo demais e a noite terminou melhor ainda, com direito a um beijo gostoso de saudade, chamego e a famosa conchinha do amor.

Bjs e volte logo.

 


Resposta do autor:

Demorei tanto tempo para aparecer que o apelido até mudou. kkk

Concordo estava bem na cara mesmo.

beijosss

Responder

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Dolly Loca
Dolly Loca

Em: 20/01/2022

Alice tem uma personalidade tão única e especial que é impossível não se encantar com ela. Achei lindo o capítulo e a forma como elas se reconciliaram.

Não sempre tanto para voltar!

Bjos


Resposta do autor:

Como sempre Alice foi só amorrr.

beijos

Responder

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Lea
Lea

Em: 20/01/2022

E foi linda essa reconciliação,elas se amam !

Lívia vai ser problema, só acho!!!

Não vejo a hora delas se casarem!!

*FELIZ ANO NOVO*


Resposta do autor:

Todo mundo esperando o dia do casamento.

 

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 20/01/2022

Finalmente essas duas se entenderam, pelo menos é o que parece! Não me venha com gracinhas, dona moça!

Volta logo vai, não tô aguentando esses hiatos tão grandes! haha

Bjuuu
Resposta do autor:

Tava bem na cara que essa raiva da Alice nçao ia durar. O amor que sente por Rebeca uma hora ia falar mais alto.

Responder

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paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 20/01/2022

Feliz ano Novo autora, que bom que voltou!!!

E que bom que a paz está voltando pra essas duas, só alegrias agora!
Resposta do autor:

kkk. Não garanto nada.

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