Fronteiras por millah
Capitulo 32 hora das compras
Segui ate o restaurante da família de Hyong e já na porta a encontrei reunida com alguns rapazes que falavam com ela em japonês e o tom não era nada agradável. Eles discutiam e pelo rosto preocupado do homem a sua frente tudo que ela falava não era bem aceito.
Ele olhou para mim calando-se e Hyong virou seu olhar surpreso, nada esperado em me ver.
--não vou obrigar ninguém a ir comigo.eu sei dos riscos..—falei ganhando os olhares de todos.
--você salvou minha prima.—disse ele altivo.—faremos de tudo para ajudar. Mesmo tendo Marga na equipe.
Ele passou por nós e levou consigo uns cinco atrás dele. Todos sorriam sem jeito para mim e tentavam disfarçar o comportamento explosivo do primo de Hyong.
--me desculpa.ele..não gosta muito da Marga.—revelou Hyong desconcertada.
--eu entendo mas ela não irá com nosso grupo. Formaremos dois e nos dividiremos.
--menos mal.—dissera ela ate aliviada.--Não vou negar que não compartilho do mesmo sentimento, mas vamos nos esforçar para isto dar certo.(rs) samurai de bambu.—Hyong tinha odiado o apelido.
--esquece isso.
--se não fosse por essas mulheres que ela tem como um exercito cuidando de tudo você acha que alguém ainda ia querer ela por aqui ou fazer algo que ela manda??Ela só sabe irritar todo mundo.
--querendo ou não ela ta ajudando Hyong.foi ela quem trouxe todo o suprimento e fez os portões. Sem ela estaríamos fodidas nessa merd*.
-- Ela só pensa nela Mari e você sabe disso! Ela vai ajudar porque é conveniente para ela ter energia no morro e ter gente do seu lado. Ela é uma tirana!
--você ta falando merd*.
--e você ta defendendo ela! Sei que..andar com ela te fez ver um pouco de humanidade nela mas tudo que Marga faz é afastar todo mundo com toda ignorância e ameaças. Ninguém aguenta ela!
--ultimamente ela ta mais calminha.—falei e Hyong me olhou desacreditada.
--(rs) isso só pode ser piada. Ela ta quieta porque ta fazendo media com você e sua mãe. Todo mundo fala de como vocês não desgrudam dela e ela fica toda mansinha ate descer aqui como se fosse dona de todo mundo!
--e você acha que eu mando nela??que eu queria isto? Eu to morando com ela e as vezes piso em ovos para falar! Então não vem com essa pra cima de mim porque todo mundo sabe como ela é..vou chamar mais algumas minas do morro para o nosso grupo.
--sabe que não precisa ficar com raiva de mim né?!Não por causa dela.
--eu sei..
Segui deixando Hyong para trás e apesar de já estar a bons metros dela eu não conseguia tirar de mim aquela estranha sensação. Por que eu tinha odiado ouvir aquilo? Eu estava no mínimo puta. Por isso parei e respirei bem fundo antes de procurar Marga.
E a encontrei novamente na quadra de basquete com suas armas. Ela terminava de ajeitar as bolsas recheadas de armas e quando me viu me chamou para mais perto.
De uma das caixas empilhadas Marga tirou uma katana vermelha da qual ela brincou,movendo-a no ar tentando me lembrar Hyong.ela tava cheia de graça zoando com aquela espada.
--é assim que a Mulan vai te proteger.—disse ela toda sarcástica em pose de luta.
--(rs) você faz de tudo para todos terem um pouquinho de raiva de você né.
--todo mundo me odeia e to cagando pra todos.—ela desfez a pose e já voltara com o semblante cheio de seriedade jogando a katana na caixa.--Já falou com os dez que vai levar no seu grupo?
--eles estão se preparando.
--E você?
--o que tem eu?
--não vai se preparar?
Olhei para Rita presa alguns metros a fazer barulho e a arma na mão de Marga já me diziam tudo. Apesar de saber do risco que poderíamos correr se houvesse contaminados dentro do shopping eu não sabia se teria coragem de atirar neles. Eu ainda tremia vendo eles e nem mesmo as correntes me faziam pensar que estava segura.
--precisa saber atirar neles.—me lembrou Marga e queria que ela nem me lembrasse disso.
--e-eu não sei se consigo.—dessa vez não escondi meu receio ao responder e tudo saiu como um pedido de socorro.
--essas porr*s se te pegarem vão te devorar.(rs) as meninas dos portões dizem que eles correm atrás das pessoas e as mordem e mastigam como se fosse um delicioso churrasco em um lar de famintos. A gana deles parece que nunca acaba. Saberia disso se estivesse estudando um pouco mais esses safados.
--eu quero é distancia deles.
--vem cá.
Me aproximei dela e Marga me pegou pelo pulso e me levou para o centro da quadra onde Rita ao nos ver já se alertou e suas correntes chacoalharam. Meus passos a recuar esbarraram em Marga e ela já aproveitando colocou em minhas mãos seu revolver e esticou meus braços.
--você só precisa destravar aqui, mirar bem na cabeça..—ela segurou por sobre minhas mãos guiando minha pontaria a cabeça de Rita.senti minhas mãos geladas tentando controlar a tremedeira que me dava mas era a coragem que me faltava.—agora..só precisa de uma coisa.—suas mãos deslizaram pelos meus braços e Marga desceu uma delas para minha cintura me segurando no lugar. Seu rosto se encaixou no meu pescoço e na hora eu me senti sem ar como daquela vez no meu quarto.—atira.—sussurrou ela tão tentadora e também tão perturbadora para mim.
Rita estava na mira e por mais que o gatilho estivesse bem ao lado do meu dedo eu não tinha coragem de atirar.eu estava travada e desconcentrada. Marga com minha demora apertava minha cintura e isso estava me tirando o ar e ate sentia uma crise chegando dentro de mim. Ela tava me apertando contra ela.tava muito perto.
--sabe que pode atirar. É o melhor para ela.—a voz dela rouca arranhava minha mente e com isso a encarei.
Ela olhou para mim em sua seriedade e estava tão perto que me vi naquele momento novamente. Abaixei a arma e foquei naquele olhar dela e no jeito que tanto escondia suas emoções de mim por aquele semblante duro. Ela olhava fundo nos meus olhos como se quisesse me entender ou entrar na minha mente a qualquer custo mas quando vi que por um milésimo de segundo seu foco se tornou minha boca eu tive que sair do meu transe e devolvi sua arma.
--eu não consigo.—entreguei sua arma de volta a ela e Marga me olhou confusa.
--te desconcentrei?—perguntou ela e pelo tom interessado era melhor eu não responder.
--ORA ORA..—Lina entrou na quadra com um sorriso maroto e grande como o do coringa, cheio de deboche ela veio de mansinho olhando para nós. Nos separamos e Lina riu.—Marga,eu nunca tive essa aula com você. Acho que faltei nesse dia.—disse ela bem irônica já vendo toda maldade na gente.
--preparou os caminhões?—Marga perguntou e Lina balançou a cabeça confirmando.
--claro. Nossa equipe também esta pronta.—avisou ela bem empolgada.
--então agora vai ter que confiar na katana da sua amiguinha e em Deus. —ela mirou em Rita e disparou e o barulho me fez me encolher.
Rita caiu dura no chão com o tiro certeiro em sua testa.
****
Chegamos aos caminhões e os dois grupos já estavam a nossa espera. Lina jogou as bolsas carregadas de armamento no chão e todos se encarregaram de escolher aquela que os protegeriam e mesmo com Marga me encarando e esperando que eu também tomasse uma iniciativa continuei na minha e não foi o olhar inconformado dela que me fez mudar de ideia, na verdade ela passou por mim e foi ate Hyong e a puxou para longe da multidão. Seu primo o forte e bravo rapaz foi barrado pela alta Lina e seu facão metendo-se a sua frente e bastou seu olhar encontrar o dele para ele parar.
Eu só sei que Marga conversou tão intimidadora próxima a Hyong quando lhe entregou gentilmente a katana a ela e apesar dos bons metros que estavam e os lábios de Marga que exibiam um belo e contente sorriso eu sabia pela expressão intimidada de Hyong que aquela conversa não se movia apenas por boas palavras de coragem.
--então vai mesmo?—disse minha mãe chegando em minhas costas e quase me matando do coração.
--claro que vou.—respondi a ela e ela olhou ao nosso redor bem pensativa.
--to vendo que vai muito bem acompanhada mas despreparada.
--eu não quero atirar neles.
--sei que ainda ver nesses contaminados seus pacientes mas não pode se por em risco por causa deles. Marga pelo menos vai com você?
--não,ela vai liderar o outro grupo..bem que poderia ir comigo.
--alguém tem que cuidar desse ninho de loucos. Acredite tem gente querendo dar uma rasteira em Marga e ficar com o lugar. Eu tenho que ficar de olhos atentos em cada um senão quando voltarem estará uma desordem aqui. Então se proteja, fique atenta a tudo ao seu redor e se..nada der certo, se esconde e me liga pelo comunicador.eu largo tudo aqui pra te buscar.—eu a abracei e ela retribuiu com tanto carinho e quase não me largara.eu entendia seu medo mas eu ia fazer de tudo para voltar para ela.
Minha mãe tentava ficar feliz e não me desanimar e com o retorno de Hyong e sua katana vi a dona Helena ir ate Marga.
--Marga me deu essa espada e disse que se..eu não te protegesse enfiav* ela no meu cu.—Hyong estava com uma cara de que poderia muito bem cortar Marga com aquela espada e fazer sushi para seu restaurante. Ela definitivamente não gostava do humor de Marga.
--aquela idiota..
--não, é exatamente isso que eu vou fazer. Eu vou te proteger. Te devo a minha vida e farei qualquer coisa por você.—respondeu ela pronta para o serviço e pelo menos Marga tirou dela a duvida da nossa ida nesta aventura.
Hyong chamou seus primos e irmãos e claro que as mulheres do exercito de Marga também vieram ouvir tudo atentas em nossa roda.
--vou distribuir alguns comunicadores, caso precisem de ajuda é só entrarem no canal 3.—informou Hyong e distribuiu os comunicadores.
--como não poderemos fazer muito barulho é importante lembrar que só atirem em ultima emergência. Temos que verificar o local antes de mais nada.—os avisei e acho que a ficha de muitos só caiu agora,os olhares atentos cheios de adrenalina começaram a aparecer.
--iori é o rapaz que te falei sobre o deposito. —Hyong o apresentou e ele olhou pra mim com um belo sorriso no rosto enquanto remexia seu cabelo tipo de surfista.
--(rs) eu sei bem aonde estão as coisas boas. Voltaremos com o caminhão lotado. Os depósitos sempre estão trancados porem não tão selados para mim. Abrir coisas é comigo mesmo.—disse ele cheio de confiança.
--hmm minhas pernas sempre estarão abertas para você meu amor.—Rosa brincou com as mulheres lançando um olhar sedutor e debochado a Iori.ele era bonitinho igual aqueles idols e possivelmente era bem mais jovem e ficou claramente pasmo assim que ouviu a brincadeira da Rosa que beirava os cinquenta porem seu sorriso não deixou o rosto de safado.
--(rs) ele foi demitido justamente por isso.um ladrão na família.—comentou outro do seu lado,mais alto e cheio de seriedade no rosto brando de olhar julgador.Hyong logo exalou fundo.
--e este é Koji. meu primo moralista.—me disse ela nada afim de apresenta-lo.
--ele é assim porque você passa a mão na cabeça dele!—reclamou Koji apontando para iori.
--ele pelo menos trouxe comida pra gente quando não tínhamos nem pedras pra comer.—disse duramente a garota de cabelos coloridos e muito bem vestida.--oi eu sou a Tsunade,prazer.—ela estendeu a mão e me cumprimentou como cumprimentou as minas com muito entusiasmo.—podem me chamar de tsun se acharem todo o resto difícil.
--irmã de Iori.—me revelou Hyong de frente a tsun.--deram café pra ela quando bebe além de chá.—eu logo vi que aquela animação era de berço.
--e o fortão calado?não vai se apresentar?—perguntou uma das minas interessada ao rapaz de braços cruzados.
Ele olhou para elas e permaneceu emburrado.
--espera ai eu acho que te conheço...—disse Rosa apertando bem os olhos e o encarando bem.—tu é o cara que a Marga deu uns tabefes!Hayato né?—ela disse isso bem empolgada e ele bufou desviando seu olhar irritado.
--é ele mesmo?—perguntou a outra guarda já abrindo o sorriso.
--é!!!(rs) por isso a cara amarrada.—Rosa gargalhou e essa conversa estava me enchendo de curiosidade.
--que história é essa?—perguntei.
--o valentão achou que podia com ela e ela desceu o cacete nele.—Rosa estava adorando contar isso enquanto que o cara estava a ponto de explodir.
--ela ultrapassou os limites daquela vez.—disse ele a ela exaltado.
--você que é um metido.—retrucou Rosa em um tom igualado.
--gente,discutir a gente faz depois.—lembrei eles e pelo menos isso eles pararam.
--isso é verdade mas por enquanto que Marga vai com o outro grupo Mari e eu somos as lideres desta porr* então fortão é melhor ouvir a gente muito bem.Meg,Carla e Lucia serão nossos olhos e ouvidos quando chegarmos por lá. Agora vamos.—Rosa estava decidida quando falou.
Enquanto todo mundo entrava no caminhão na parte detrás da carga vi Marga vir a mim para uma conversa e esperei ela chegar.
--tudo pronto?—perguntou ela a mim calmamente focada a nossa partida.
--sim.
--espero que...resolva tudo sem vacilar.
--e se eu vacilar?—ousei saber já que as estatísticas nunca mentiam mas Marga me fizera uma cara nada agradável.
--...você morre.—o obvio em sua resposta.
--uma quadra não é tão longe assim.—tentei convencer-la,a proposito realmente não era.
--não me faça correr uma quadra por você.—ela me deu uma palminha nas costas e um sorrisinho de conto contigo e seguiu ate Lina e juntas entraram no caminhão delas.eu estava fodida.
--bora cambada.—gritou ela chamando sua trupe de mulheres armadas e com isso nossa missão se iniciava.
O céu se fechou e o tom cinza das nuvens não se demorou para mostrar eficiência. Senti os pingos de chuva sobre mim e isto nada melhorava o clima de tensão. Entrei no caminhão e Rosa ligou o motor e seguimos atrás do caminhão de Marga ate os portões norte onde rapidamente abertos saímos atropelando os poucos contaminados desavisados pela frente. A chuva a esse momento já estava grossa quando separamos nossos caminhos e em meio a chuva nem mesmo o som dos caminhões era perceptível.
--acha que terminamos antes delas?—perguntou Hayato vendo o caminhão de Marga a nossa frente.
--isso não é uma competição.—respondi e minha nossa como eu estava nervosa,minhas mãos estavam geladas observando Rosa dirigir.
Da estática do comunicador em minha mão uma mensagem do outro grupo.
--acho bom fazer isso direito meninada.eu quero os caminhões lotados.—Marga já divulgou sua ordem.
--eu só quero bife de primeira!!—disse Lina animada logo após.
--vou fazer o meu melhor.—respondi e não vou negar que eu tava com medo.
Sair do morro era libertador porem as ruas desertas e abandonadas se tornavam uma composição nada receptiva. As vielas e becos que ainda tinha vida e pessoas vivendo o resto de uma sociedade confortavam, aqui fora era apenas destruição e silencio. Nosso caminho estava livre de contaminados. Eu os via por entre as ruas que passávamos mas tão distantes e dispersos que talvez apenas o barulho da forte chuva que caia era ouvidos por eles. Eles estavam perdidos e distraídos para nossa sorte.
Algo que se tornou bem comum de se ver assim que saímos foi o sangue. Ele estava presente em muitos lugares como uma marca de uma nova era que a chuva tentava apagar. Não havia um lugar que não houvesse restos. Dentro dos carros, dentro dos ônibus, dentro das farmácias invadidas e ate nas janelas. Restos de pessoas jogados por ai. Era impossível fugir seu olhar dessas coisas quando tudo te remetia a lembrar de que alguém morreu ali.
De repente a portinha do caminhão na parte de trás se abriu e Iori apareceu.
--tem que estacionar nos fundos ein.é por lá que temos que entrar.—avisou ele.
--Iorizinho que assanhadinho.—Rosa estava adorando se divertir com iori e suas piadas de duplo sentido. para ele pareciam não ter tanta eficácia já que ele buscava encontrar com seu semblante confuso o sentido de suas frases.
Chegamos ao supermercado depois de alguns minutos e o estacionamento da frente estava uma bagunça e era nítido que a entrada principal estava totalmente saqueada. Havia produtos pelo chão.tvs e eletrônicos quebrados e ate agora nenhum sinal de sobreviventes porem nada me tirava a sensação que estávamos sendo vigiados. Atravessamos os portões de carga abertos e o lugar estava limpo. Sem carros e sem sinal de arrombamento em suas portas.
--para de traseira para aquela porta ali.é uma entrada para o deposito.—mais uma vez ele guiou Rosa e já deveríamos nos preparar.
Rosa manobrou o caminhão e nos preparamos para descer.
--Meg você fica aqui vigiando e abaixada. Se esses pirados aparecer você não atira você se esconde. —as ordens de Rosa estavam bem claras.
--fica tranquila que eles não enxergam. —avisei e acho que isso foi um alivio para todos.
Com todos fora do caminhão menos Meg que seria nossa motorista em nosso retorno seguimos cautelosos em direção à porta onde Iori com seu kit de destrave cheio de gazuas tirado da bolsa que apesar de pronto parou nos fazendo esbarrar nele.
--o que foi?—Hyong perguntou a ele baixinho e bem próximo dele.
--..só destranca pelo outro lado.—respondeu ele para nossa surpresa.
--mais que merd* Iori!—Koji se exaltou e também verificou a porta.
--poderia ter lembrado disso antes.—falou Hayato a ele.
--calma. Eu tinha me esquecido dessa trava de segurança.Vamos tentar entrar pela entrada de funcionários.—disse ele já seguindo caminho nos guiando em fila.
Iori pegou suas gazuas e rapidamente abriu o cadeado e Rosa, Carla,Lucia e Hayato tomaram a frente.Hyong e eu entramos e Koji e Tsun fecharam a porta. Estávamos encharcados e das mochilas tiramos nossas lanternas. Era quase meio dia mas ali dentro naquele corredor parecia uma noite escura.
Seguimos cautelosos desbravando o corredor com Rosa e as meninas de guarda com suas armas prontas para qualquer surpresa porem isso me preocupava.
--se atirar vai fazer barulho.—falei enquanto caminhávamos mas Rosa sorriu me mostrando sua arma.
--silenciadores Mari.eu não saio de casa sem eles.—sua resposta foi uma luz no fim do túnel para meus temores.
--então se aparecer esses miseráveis eu vou atirar.—disse Hayato atento ao corredor que caminhávamos.
--ah eu vou correr.—Tsun deixou avisado.
--não podemos correr por ai como doidos.—informou Hyong a ela e a iori logo atrás.
--mas e se eu errar e eles me pegarem?—iori estava com medo.
--se ficarem no grupo atrás da nossa barreira não precisam se preocupar com isso.—Rosa respondera da melhor maneira. Isso nos passou uma segurança.
--claro, Marga e suas armas.com certeza a mochila de vocês só tem pentes e mais pentes de munição.—Hayato reclamou e realmente ele estava cego e louco para criticar cada coisa vinculada a Marga.
--é garotão a gente veio pra atirar em qualquer merd* que tentar comer a gente.—disse Lucia com a resposta muito bem aprovada por Rosa.
--(rs) me desculpem o Hayato. Ele é incapaz de esconder o ranço que tem da Marga.—Hyong nem precisava falar isso já que era obvio para todos.
--ele tem sorte de ta falando isso perto de mim e não de Lina. Porque ela cortaria a porr* da cabeça dele com um só golpe de facão.
--calma Rosa.
Logo chegamos ao deposito principal e achamos uma mina de ouro sobre aquelas enormes prateleiras. Havia ainda muita coisa disponível para nós.
--viu só!(rs) eu falei!!comida a vontade!!—iori só faltava saltitar de felicidade mas minha preocupação com o barulho tirou de mim qualquer comemoração.
--shhiii o portão Iori.abra mas com cuidado.—pedi e ele correu ate o portão.
--Lu e Carla, fiquem com ele e vigiem a passagem.—Rosa também se atentou a segurança dele enquanto trabalhávamos.
--vamos pegar tudo que precisamos e sair logo daqui.—Hyong estava tão focada quanto eu mas era impossível negar a tensão.
Avançamos nossos passos pelo deposito e as prateleiras estavam intocáveis.
--(rs) é muita sorte!!(rs) tudo perfeitinho e limpinho!—tsun era apenas sorrisos.
--engraçado..quando aconteceu o surto era quase seis da noite e o super deveria estar aberto.—Hyong apontou e logo entendi sua linha de raciocínio.
--o salão la na frente ta detonado.—falei.
--se estava funcionando..onde estão os funcionários??digo, onde esta todo mundo??—Rosa perguntou.
--sei lá. Comendo uma carninha por ai?—Koji passou por nós e sua fala era de alguém totalmente desprendido a situação. Ele não ligava.
--Koji.—Hayato o repreendeu mas ele não ligou e continuou a andar ate uma das prateleiras.
--pesado.—Rosa falou.
--vamos logo com isso. Não quero chegar depois de Marga porque certeza ela vai nos zoar.—falei já pronta para o trabalho.
Enquanto pegávamos caixas e mais caixas de suprimento e abastecendo o caminhão aquela mesma sensação incomoda me invadiu. Hayato e Koji eram bem rápidos e fortes e levavam a maioria das coisas ate o portão onde iori recebia e guardava.
--achamos muitas coisas.—Rosa estava de olho em tudo que entrava no caminhão assim como eu.
--é..mas não sei se vai ser o suficiente nesse ritmo.—falei ainda olhando para os vários itens ainda nas prateleiras.
--HEY.—gritou Tsun ao longe vindo correndo com um molho de chaves na mão.—tem uma chave aqui da empilhadeira. Podemos levar caixas e mais caixas mais rápido.
--manda ver.—ela subiu na empilhadeira e dirigiu ate a prateleira.
--(rs) que espertinha.—koji e Hayato estavam aliviados.
--só coloca ai resmungão.
Tsun estava fazendo um maravilhoso trabalho e a lista estava quase completa.
--(rs) sua mãe estaria orgulhosa agora.—Hyong alegrou-se do meu lado.
--(rs) você realmente não entende. Ela tava pirando com isso.—respondi lembrando do abraço apertado que minha mãe me deu.
--eu também fiquei quando vi a dona Helena com uma arma na mão toda poderosa, e pensar que ela era uma boa dona de casa trabalhadora que queria distancia de tudo isso. Saber que ela tem um pouco da Marga dentro dela me deixa um tanto...
--precisa dar uma chance a Marga. Ela é chata mas..sei lá, passei a acreditar que tenho que confiar. Pelo menos um pouco.—depois de alguns passos junto com Hyong encontramos a porta para a saída do deposito. Estava trancada com a trava por dentro.
Olhei pelo vidro e visualizei o salão do supermercado em total bagunça e vazio. Olhando para a esquerda eu via as escadas que levavam ao shopping no andar acima. Destravei a porta e devagar abri e com Hyong olhamos melhor para as escadas e elas permaneciam tão intocáveis quanto o deposito que entramos. Tudo estava limpo subindo os degraus porem não combinava nada com o cenário do supermercado.
--sabe eu ainda não entendo. Toda essa comida guardada aqui. Sei que tava tudo trancado mas como ninguém teve a ideia de entrar aqui ainda?—perguntei a ela.
--hey!!—gritou Tsun no deposito e isso chamou minha atenção de volta ao interior.
--desce dai Tsun,eu quero tentar também.—Koji falou a Tsun.
--não, não é um brinquedo.—retrucou ela e puta merd* pareciam crianças.
As vozes daqueles dois ecoavam pelo deposito e enquanto Koji disputava o controle da empilhadeira vi ele puxar o volante e levar a maquina em direção a uma das prateleiras.
--para isso!!
O choque de ambos causou um forte impacto e barulho e a prateleira virou em direção a parede. Meu coração disparou quando em meio ao silencio o barulho de uma corrida e pés ligeiros carregados de grunhidos surgiu bem eletrizada. Fechei a porta a tempo para ver os vários rostos pelo vidro.
--isso não vai segurar eles!—alertou Hyong.
--anda.
Corremos de volta ao centro do deposito e no meio do caminho ouvi a porta arrombada por eles.
--Rosa!!—gritei a chamando.
Rosa olhou para a gente com espanto já mirando com sua arma.
--são muitos.—disse ela alarmada.
Ela, Carla e Lu atiraram tentando matar a todos porem eram muitos para segurar.
--rápido venham para o caminhão.—chamou Iori.
Todos correram em direção a porta porem com Iori, Carla e Lu já dentro do caminhão percebi que este plano não daria muito certo. Eles estavam muito próximos e com o trio do caminhão atirando só percebi que toda aquela confusão só ia atrair mais deles ou um de nós seria acertado pelos tiros.
--rápido subam nas prateleiras!—mandei já desviando meu caminho.
--não dá pra segurar eles Mari.—Rosa estava a um passo de subir no caminhão e eu estava impressionada com sua mira porem os contaminados estavam enchendo o lugar e do lado de fora também surgiram mais alguns que fizeram Rosa correr para nosso lado tentando segura-los com seus tiros. Logo todo mundo estava atirando para todos os lados e eu tinha que pensar em algo rápido.
--vão! Levem o caminhão!—ordenei e corri para subir na prateleira e para minha surpresa ouvir a porta traseira do caminhão se fechar não foi tão aterrorizante quanto ver aqueles vários contaminados tão perto de mim e de Rosa. Subimos o mais rápido possível sendo ajudados por Hyong e o resto do grupo. Todo mundo escalou tendo suas vidas a um fio de distancia daqueles monstros.
--pensei que fosse com o caminhão.—falei a Rosa ainda chocada com nossa rapidez em subir aquela alta prateleira.
--(rs)você realmente não conhece Marga. Ela me mataria se soubesse que te abandonei.—ela lembrou dessa ameaça enquanto ofegava e eu diria que na hora certa.
--todos estão bem?—Hyong perguntou ganhando seu folego de volta.
--por um milagre.—Hayato respondeu.
--iori..—Tsun se preocupou com o irmão por não ver ele.
--ele esta bem.—Hyong respondeu a confortando.
--e no maldito caminhão.—Hayato estava indignado por estarmos presos ali.
--poderíamos ter conseguido se aquelas imbecis não estivessem atirando.—Koji arremessou uma lata para baixo acertando um dos contaminados.
--foram aquelas imbecis que salvaram o seu rabo Koji!—respondi.
--os contaminados da rua..eles também ouviram.—completou Hayato.
Olhei para baixo e ainda bem que os contaminados não sabiam como subir. Eles ficavam tentando agarrar tudo ao seu redor e sem coordenação não conseguiam nada além de ficar com os braços erguidos e cheios de vontade. A porta aberta e a saída do caminhão também foi um atrativo para eles. Alguns seguiram o caminhão porem ainda havia muitos.
--pode matar todos?—perguntei a Rosa e ela mirou a eles.
--os desgraçados não param de se mexer.—ela movia a arma mas eles não paravam.
--tem que ser na cabeça.—Hyong falou e Rosa bufou.
--gente vai demorar uma eternidade isso e ta chegando mais!—Koji tinha razão.
De repente meu comunicador ligou com um chamado desesperado de iori.
--gente! Vocês ainda estão ai né?pelo amor de deus.—ele parecia angustiado por respostas.
--Iori.estamos bem mas passa pra Meg.—pedi.
--fala Mari.—disse ela calmamente para meu alivio.
--quero que vá para a frente do shopping.
--o que??como vão sair dai?!
--a gente vai da um jeito, mas precisam estar ai na frente. A porta que iori abriu esta lotada de contaminados. Por isso façam de tudo para não chamar atenção.
--ok mas vai dar uma demorada. Esses miseráveis estão nos seguindo e vou ter que despista-los para vocês terem tempo de entrar.
--a chuva ta parando e vai ficar mais difícil fazer silencio.—iori informou e isso era um problema.
--ok.tente dar uma volta numa quadra ou duas e retorne. Acho que será o suficiente.—eu queria estar certa disso.
--ok.
--é um belo plano na teoria mas na pratica como vamos sair daqui?—Hyong perguntou curiosa.
--tem que ter um jeito.—respondi temendo não ter.
Fim do capítulo
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