Menines,
Como vocês estão?
Se cuidem porque a pandemia não acabou!
Se vacinem e usem máscara.
Bjs
Z
Capitulo 29
"AMOR DE VERDADE EU SÓ SENTI
Foi com você, meu bem"[1]
A obra do apartamento estava adiantada e deveriam mudar em meados do ano seguinte, pois precisavam providenciar móveis e decoração já que o imóvel era bem maior do que a casa que moravam. As mulheres contrataram uma empresa de arquitetura, pois não teriam tempo de cuidar pessoalmente de todos os detalhes, mas acompanhavam de perto o projeto e davam palpites, pois queriam que o novo lar tivesse a cara da família e fosse acolhedor e seguro para suas crias. Optaram por deixar um dos quartos para os hóspedes que rotineiramente recebiam, um para Manu, um para as gêmeas e, claro, a suíte master seria o ninho de amor do casal. O gabinete foi mantido para que Marília conseguisse trabalhar em casa, vez que tinha horários flexíveis que não lhe obrigavam a cumprir carga horária na defensoria, exceto, quando precisava participar de audiências, diferente de Amanda que tinha os plantões que lhe exigiam dedicação diária.
***
Elas mudaram a tempo de comemorar o aniversário de quatro anos de Manu na casa nova. A festinha foi simples, mas contou com a presença dos avós, de Aninha e Otávio e de alguns coleguinhas da escola, o que deixou a aniversariante super empolgada. As gêmeas estavam as coisas mais lindas! Super espertas, já ensaiavam os primeiros passinhos, balbuciavam algumas palavras e tinham as gargalhadas mais apaixonantes desse mundo todinho.
Ao fim da festa, Marília estava apoiada de costas para o guarda-corpo da varanda olhando as filhas que estavam sentadas no chão ao lado de Amanda enquanto abriam os presentes. Ela fazia uma prece silenciosa em agradecimento à família que construiu e ao amor de Amanda que lhe resgatou do pior momento de sua vida. A médica percebeu que a esposa estava as observando e puxou o coro das meninas
- Mamãe Mamá vem ficar com a gente!
Marília abriu um sorriso lindo demais e sentou ao lado de suas meninas e pediu um abraço coletivo e foi prontamente atendida.
- Estava pensando em que, minha vida? – Perguntou Amanda.
- Na sorte que eu tive de encontrar você. – Respondeu.
- A sorte foi minha. Olha a vida linda que eu tenho com você.
- Essa vida foi o melhor presente que eu poderia imaginar nesse mundo e ela só existe graças a você. Eu sou tão feliz, meu amor.
As duas conversavam abraçadas enquanto as meninas faziam uma bagunça enorme com todos os embrulhos que já tinham conseguido abrir.
- Minha vida, estou pensando como vai ser nossa viagem de férias. Vocês ficam em Brasília durante o congresso e de lá vamos todas juntas para Fortaleza?
- Amor, eu tenho audiência. Coincidentemente, a semana da conciliação vai acontecer no mesmo período do congresso. Mas podemos nos organizar e eu te encontro lá com as meninas.
- Minha filha, não dar certo você viajar sozinha com essas três pestinhas. Por que vocês me não deixam levar as meninas? Afinal, somos três adultos e acho que conseguimos dar conta da energia das minhas netas. – Retrucou, Dona Mariza
Marília e Amanda se olharam e amaram a ideia.
- Sogra, vamos conversar com elas. Acredito que elas vão amar viajar sem a gente.
- Manu, filha. Senta aqui com a mamãe.
Manuela rapidamente obedeceu e se jogou no colo de Marília, se aninhando em seus braços.
- Meu amor, o que você acha de viajar com a vovó, o vovô, a tia Aninha e suas irmãzinhas?
- E vocês mamãe Mamá? Não vão?
- Vamos sim, meu amor. Mas as mamães vão ter que trabalhar um pouquinho mais, ai vocês poderiam ir na frente para deixar tudo pronto para nossas férias. O que acha?
- A gente vai na paia?
- Quando as mamães chegarem nós vamos para a praia e você vai mostrar pra Sossô e pra Tatá como lá é legal. Mas você tem que prometer que vai se comportar e ser obediente. Combinado?
- Combinado, mamãe. Eu ajudo a cuidar das nenéns.
Marília encheu sua pequena de beijos, achando lindo o comprometimento de sua mocinha no cuidado com as gêmeas.
Depois de alguns ajustes para a viagem das crianças, Amanda foi colocar as meninas na cama sob os protestos de Marília, pois as três foram dormir sujas, suadas, sem escovar os dentes e nem colocar o pijama.
- Relaxa, minha vida. Só uma vezinha não faz mal não.
- Amanhã quando chegar na hora de deitar, você me confirma se não faz mal. Certo?
Amanda abraçou a esposa e, lhe levou até a varanda, onde sentou, com Marília entre as pernas em uma chaise longue que lhes permitia observar toda a tranquilidade do Rio Tocantins.
- Vida, eu vou comprar as passagens das meninas e as nossas. Depois me fala qual o dia que você pode ir e qual o melhor voo porque vou comprar a minha passagem para irmos juntas de Brasília.
- Quer dizer que vamos ter uma viagem de casal depois de mais de quatro anos?
Amanda se aconchegou no pescoço da mulher e sussurrou em seu ouvido, lhe causando arrepios:
- Acho que a gente deveria passar pelo menos um dia no hotel em Brasília.
Marília concordou e virou o rosto, tomando a boca da outra em um beijo apaixonado.
No dia seguinte, Amanda providenciou as passagens e organizaram tudo para que as meninas viajassem no início da semana. Elas dariam férias às babás, Marília ficaria em Palmas para fazer as audiências que foram agendadas em decorrência da semana da conciliação e a médica iria até a capital federal com as filhas e a família da esposa onde participaria de um congresso internacional de anestesiologia.
Pela primeira vez, desde que engatara o romance com Amanda, Marília ficaria sozinha em casa.
***
A viagem da família foi tranquila. Sua mãe ligou ainda no aeroporto para acalmar o coração de Marília.
- As meninas se comportaram? As gêmeas choraram, perguntaram por nós?
- Minha filha, elas estão amando a farra. Seu pai não deixa as meninas pensarem, elas estão radiantes e você precisa ver a Manu explicando como serão os passeios para a Sossô e a Tatá. Parece gente grande.
Enquanto Dona Mariza falava com a filha ao telefone, o avô coruja brincava com as netas sentadas sobre as malas nos carrinhos de bagagem, acompanhados por Aninha. Ninguém percebeu que, de longe, Isis observava a cena e percorria todo o ambiente do salão de desembarque em busca de Marília.
[1] Mal acostumado. Araketu
Fim do capítulo
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