Ola, menines!
Desculpem a demora. Estive doente e por isso acabei atrasando a postagem.
Espero que todes estejam bem. Se cuidem!
Bjs
Z
Capitulo 30
Isis percebeu que nem a baixinha nem a esposa acompanhavam as filhas e resolveu se aproximar das crianças. O pai de Marília não colocou obstáculos para que isso acontecesse. A morena se abaixou e falou com Manu:
- Oi, princesa. Sabia que eu sou amiga de sua mãe?
- De qual? Mamãe Mandinha ou mamãe Mamá?
- Da mamãe Mamá. A gente se conhece desde antes de você nascer. Ela não veio?
- Minhas mães tão tabalhando. Mamãe Mandinha viajou e elas vem depois e a gente vai pa paia.
- Que legal! Eu adoro praia!
Quando Mariza percebeu o que acontecia, se apressou e chamou o marido para ir embora com as netas.
- O que ela queria?
- Perguntou a Manu pela mãe dela. Ela é amiga da Marília, não é?
- Meu querido, você é muito desatento. Eu não quero essa mulher perto das minhas netas. A gente conversa quando chegar em casa. Vamos.
Isis, bolou um plano em sua cabeça e saiu correndo em direção ao balcão da companhia aérea. Ela emendaria um voo no outro, mas estava disposta a aproveitar a viagem de Amanda para se aproximar novamente de Marília.
O próximo voo para Palmas estava previsto para decolar ainda de madrugada, nas primeiras horas do dia seguinte. Ela foi em casa fazer a mala e procurar o endereço de Marília. Elas precisavam conversar. A baixinha precisava entender que ela era o amor da sua vida. Esse era o plano.
A morena chegou ao aeroporto com duas horas de antecedência. Estava ansiosa para ficar frente a frente com Marília. As horas se arrastavam e quando, finalmente, o avião decolou Isis abriu um sorriso pois, em sua cabeça, seu plano era infalível.
Depois das longas horas de voo e conexão, Isis chegou em Palmas. Ela preferiu alugar um carro porque tinha planejado várias coisas para os próximos dias. Ela foi do aeroporto diretamente para o endereço de Marília e ficou extremamente aborrecida quando percebeu que ela havia se mudado. Conversou com algumas pessoas da vizinhança e conseguiu a informação de que a família agora morava no edifício mais alto da Praia da Graciosa. Um prédio chique, segundo informaram.
Ela agradeceu a ajuda e rumou em direção ao possível endereço de Marília. Chegando na praia, ela abriu um sorriso enorme pois havia um único prédio alto na região. Ela estacionou na porta e foi falar com o porteiro. Depois de muita insistência e de uma gorda gorjeta, ela conseguiu entrar no prédio para fazer uma surpresa à baixinha e se dirigiu para o andar onde Doutora Marília e Doutora Amanda moravam.
- Argghhh. Doutora Amanda...
O relógio marcava 15h e Marília saía da Defensoria Pública da União correndo para chegar no carro e ligar o ar condicionado no máximo. Um fio de suor escorria em seu rosto deixando alguns fios de cabelo colados em sua testa. Nunca pensou que o calor escaldante de Palmas fosse lhe fazer sentir saudades do clima quente de Fortaleza. Estava contando as horas para encontrar a esposa e suas filhas. Estava morrendo de saudades, pois nunca tinha passado tanto tempo longe de suas meninas. Nessa hora o coração ficou pequeninho e ela se sentiu sozinha como há muito não acontecia.
Em menos de dez minutos chegou em casa. O prédio moderno permitia uma vista incrível para o Rio Tocantins. Após estacionar em sua vaga, pegou sua bolsa, juntou seus papéis e se dirigiu ao elevador. Ao chegar no décimo segundo andar, as portas se abriram e ela lembrou que as babás estavam de folga. Praguejou silenciosamente, enquanto buscava suas chaves, já que não haveria ninguém em casa que facilitasse sua entrada.
Quando, finalmente, encontrou as chaves não pode acreditar no que estava vendo.
- O que você está fazendo aqui? Como conseguiu meu endereço e como conseguiu entrar sem autorização?
Isis riu com aquele sorriso canalha que Marília conhecia muito bem.
- Acho que precisamos conversar.
- Não temos nada, absolutamente nada para conversar e acho melhor você ir embora antes que eu chame a segurança do prédio.
- Nós sabemos que não precisa disso. Abre a porta e vamos conversar lá dentro.
- Nunca. Não quero você dentro da casa da minha família. Faz favor de ir embora.
As palavras de Marília bateram fundo em Isis e ela viu que tudo que ela tinha imaginado não se concretizaria. Não naquele momento.
- Preciso conversar com você. Por favor.
- Não temos nada para conversar. O que houve entre a gente acabou tem muito tempo e eu estou muito feliz com a vida que eu tenho. Você está perdendo seu tempo e o meu.
- Por favor.
Marília acabou cedendo, mas mandou que Isis a esperasse em um quiosque da orla. Lhe passou as coordenadas e quando as portas do elevador se fecharam, ela entrou em casa. Precisava de um banho antes de sair e aproveitou para ligar para o síndico e fazer uma reclamação formal sobre a entrada de pessoa não autorizada no condomínio.
Meia hora depois ela se dirigiu ao quiosque onde Isis a esperava inquieta.
- Pensei que você não vinha.
- Eu vim porque não quero escândalo na minha porta e para te dizer mais uma vez: acabou, não existe nada entre a gente, nem vai existir. Eu amo minha mulher, minhas filhas e a vida que nós temos.
Isis engoliu seco e com os olhos cheios de lágrimas perguntou se o que elas viveram não significou nada.
- Significou muita coisa boa e ruim. Eu conheci o abandono, o descaso e a traição com você. Eu sou feliz e pretendo continuar com minha mulher para ver nossos netos nascerem e crescerem. Há muito tempo não há espaço na minha vida para você.
- Você me ama e sempre me amou.
- Eu te amei, você tem razão. Não amo mais. A história que tivemos acabou, cacete. Pra que isso depois de tanto tempo? Você não pôde me ver feliz? É isso? Queria que eu estivesse até hoje me submetendo a você?
A morena riu, passou a mão nos cabelos e levantou.
- Eu quis dar uma nova chance para nós.
- Não existe nós desde que a Maria morreu. Segue com tua vida, vai ser feliz porque eu vou seguir com a minha.
Marília levantou e foi embora sem olhar para trás.
Isis se desesperou, quis seguir Marília, mas, em um momento de lucidez, desistiu. Sentou novamente e pediu uma cerveja. Precisava dar um raio, beber até cair, mas não conhecia nada naquele fim de mundo. Pagou a cerveja e voltou para o aeroporto.
Fim do capítulo
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