VEGAS por AutoraSoniaG
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Catherine sentiu uma terrível dor de cabeça ao levantar, antes do café da manhã engoliu dos comprimidos para cessar a dor que insistia em martelar em seu cérebro.
Tomou um banho longo, sentindo um alívio lento tomar conta do seu corpo.
As lembranças do dia anterior voltaram a sua mente, o beijo de Max, Megan parada assistindo a cena.
Fechou os olhos com força, não sabia a razão, mas sentia-se terrivelmente culpada.
Olhou para a mão esquerda, fazia tempo que a aliança fora tirada, mas ela ainda sentia o peso dela ali, era como uma amarra invisível, um laço secreto entre ela e Vause, algo que ainda não fora quebrado. Lembrou que o tempo de Megan estava acabando, os três meses estavam quase findando, faltava apenas um, e logo ela estaria livre outra vez, quem sabe para construir algo com Max. Mas o que ela poderia construir com ele?
Porque os sentimentos que ela nutria ainda pareciam tão vagos, tão comuns.
Talvez fosse hora de esperar por algo extraordinário, não controlado como parecia ser com Max e Harry.
Não queira mais um relacionamento perfeito, do tipo que sua mãe aprovaria. Ela queria algo novo e vibrante, algo como... como.... Ela não sabia dizer.
Saiu do banho se sentindo bem melhor, vestiu-se para o trabalho, saiu do quarto já sentindo o cheiro de café, seu estômago reclamou.
Seguia para cozinha quando avistou Helga com uma enorme bandeja repleta de comida.
— Catherine, iria levar seu café, achei que não fosse trabalhar hoje.
— Resolvi ir um pouco mais tarde.
— Onde deseja tomar seu café?
Catherine iria responder, mas algo inebriou seus sentidos. Um cheiro adocicado fez sua cabeça doer novamente.
— Que cheiro é esse? Está usando um novo perfume, Helga? —Indagou.
— Não, e também não estou sentindo cheiro de nada.
A loira andou pela sala procurando a fonte do cheiro, não demorou muito para que ela descobrisse, sobre o sofá estava o casaco de Megan. Catherine segurou o casaco e o aproximou do rosto, o perfume estava impregnado no tecido.
Red, viu a loira segurar o casaco com força, a postura dela mostrava que estava irritada.
— Viu quando Megan chegou ontem?
— Sim, ela chegou bem tarde.
— O quão tarde?
— Já era madrugada.
Catherine não disse mais nada, apenas rumou para o quarto que Megan dividia com Red. Não bateu, apenas abriu a porta. Stevens estava diante do espelho terminando de fechar os botões da blusa. — O que é isso? — Perguntou mostrando a peça de roupa.
— Eu diria que é um casaco.
— Não seja cínica! Me refiro a esse cheiro de perfume claramente barato.
— Perfume barato? — Perguntou com divertimento. — Me pareceu um excelente perfume francês.
— Então você não nega que esteve com uma mulher essa noite?
—Depende. Você vai dizer que entre você e Max não aconteceu nada?
—Foi um fato isolado. — A loira disse desconcertada.
— Então considere o perfume no meu casaco um fato isolado também.
— Isso é completamente diferente!
— O que é diferente? Você estava beijando seu Diretor Financeiro, e eu...bem, fui visitar uma velha amiga. — Catherine se aproximou de Megan, estava rubra de raiva.
— Somos casadas, ainda falta um mês para nossa separação, até lá fique longe dessas velhas amizades.
— E enquanto a você e Max?
— Até que eu esteja oficialmente divorciada não haverá nada entre Max e eu.
— Isso é um acordo de fidelidade? — Megan indagou diminuindo ainda mais o espaço entre elas.
— E só uma questão de respeito.
— Entendo, prometo ser fiel.—Catherine revirou os olhos.
— Estamos conversadas. — Se virou para sair, mas parou. — Onde você foi?
— Acho que não vai querer saber, mas envolvia máscaras, chapéus e muita pouca roupa.
— Tem razão, eu não quero saber.
Catherine saiu do quarto apressada, sua respiração ficara acelerada de repente e certa curiosidade tomou conta dos seus pensamentos e ao mesmo tempo sentiu indignação diante do comportamento de Megan, não entendia como ela conseguia ser tão cínica e provocante, ela sempre mantinha aquela pose irritante e desafiadora, levantando aquela sobrancelha e sorrindo de lado, aquilo deixava Catherine tão desconcertada e brava.
A loira ficou com um péssimo humor, dispensou o café da manhã preparado por Helga e seguiu para o escritório, hoje seria um dia daqueles.
— Você dispensou uma noite com Sophie? — Holly indagou perplexa. Megan havia chamado a amiga para almoçar.
— Eu não consegui, estava muito cansada.
— Essa foi a pior desculpa que você já deu. Vause, Vause... O que está acontecendo?
— Nada, eu já disse, estava apenas muito cansada.
— Isso nunca impediu que você.... Bem, agisse. Caramba! Estou trabalhando em duas hipóteses nesse momento.
— Não comece...
— A primeira é que você pode ter se tornado hetero. — Holly disse batendo o dedo indicador no queixo. — E a segunda, é que você gosta da Catherine. Como a primeira opção é praticamente impossível, chego à conclusão de que você gosta da Chapman, gosta mesmo.
— Tenho apenas uma hipótese. Você é louca! — Stevens disse bebendo um generoso gole do seu suco.
— Qual é Vause, ela é linda. Não precisa ficar assim.
— Eu não gosto dela!
— É bom que você não goste mesmo, porque tem muito dinheiro envolvido.
— É disso que eu gosto, de dinheiro. — Disse com certeza irritação.
— Ok,ok...Me diga, Sophie perguntou por mim? — Holly mudou de assunto ao perceber o mau humor de Megan.
— Por que ela faria isso?
— Bem, nós tivemos um romance.
— Holly, nunca aconteceu nada entre vocês. Você bebeu demais e dormiu.
— Isso é uma calúnia, caluniosa.
— Eu estava lá.
— Você estava tão bêbada quanto eu. — Disse cruzando os braços.
— Nem tanto, pergunte a Sophie. — Disse maldosa.
— Sua traidora!
— No amor, na guerra, e por uma francesa daquelas vale tudo.
Megan deixou Holly no restaurante e voltou para o trabalho, mas antes de se despedirem Nicols a acusou de ter roubado Sophie dela.
Sophie, o nome trouxe lembranças de momentos felizes, de uma vida menos complicada, de uma Megan menos madura.
A noite anterior provou isso, que a garota de tempos atrás estava tão distante da mulher de agora. Aquela Megan teria fodido com Sophie a noite inteira de todas as formas que quisesse, mas a Megan de agora não conseguiu, assim que os lábios se tocaram ela sentira culpa, uma culpa maluca... A aliança que ela carregava no dedo pareceu cintilar e por mais que ela tentasse não conseguia esquecer que estava casada e que devia estar em casa e não ali, beijando os lábios sedutores de Sophie, nem soube como se explicar, apenas tirou a mulher do seu colo, disse palavras desconexas e saiu batendo a porta.
Quando chegou ao apartamento foi diretamente para o quarto de Catherine, se esgueirando pelas paredes na tentativa de não acordar Red, ao abrir a porta se deparou com a loira dormindo, seu semblante estava tranquilo, ela ficou bons minutos parada olhando para a esposa, em seu coração um calor estranho.
Não sabia porque tinha ficado ali, olhando para ela, mas não conseguiu sair até ter certeza de que ela estava bem.
Pela manhã teve a grande surpresa do dia, Catherine exigido fidelidade. Será que aquele era um casamento verdadeiro?
Será que pela primeira vez na vida Holly estava certa? Ela gostava mesmo de Catherine?
Voltou para a empresa com a cabeça borbulhando juntando o que aconteceu na noite anterior e durante a manhã, se esforça para pensar em qualquer outra cosia, mas Holly havia conseguido plantar uma dúvida cruel em sua mente.
— Maldita, Holly. — Resmungou para si mesma ao sair do elevador.
Seguiu para a sala de Catherine, antes mesmo de chegar perto da porta já conseguia ouvir a voz exaltada da loira.
— E uma negociação muito importante, Tom!
—Não posso fazer nada, Catherine, a proposta do concorrente foi melhor, não podemos cobrir no momento.
— Isso é uma grande.... — Não conseguiu dizer o palavrão.
— Merda? — Stevens perguntou entrando na sala. — Catherine não consegue dizer esse tipo de palavra.
— Sóbria, você quer dizer.
— Eu não bebo mais, da última vez que fiz isso acabei cometendo o maior erro da minha vida.
— Não encare nosso casamento assim. — A loira ignorou o comentário.
— Faremos uma proposta, pensarei em algo. Por hora faça mais pesquisas sobre o concorrente, precisamos saber os pontos fracos. —Como desejar mana. —Tom saiu deixando as duas sozinhas.
Megan não teve tempo para puxar conversa, Catherine parecia uma máquina programada para o trabalho, ficou grande parte do dia em frente ao computador, parecia obcecada por contratos, planilhas e números. Existia uma rigidez nos movimentos, na forma de falar e até na maneira de olhar que Catherine só adquiria quando sentava naquela cadeira, era como se ela precisasse salvar o mundo.
A noite chegou rápido, o dia fora tão cheio que Megan não teve tempo para relaxar um pouco. Catherine não parava de pedir documentos, relatórios, pastas. Stevens sentia-se cansada, estava faminta e seus pés doíam. — Preciso de mais informações sobre o investimento em Boston. — A loira disse pegando folhas soltas sobre a mesa.
— Catherine, isso é mesmo necessário? — Indagou.
— É claro que é necessário.
— Por que?
— Preciso montar uma apresentação urgente.
— Urgente? Ainda faltam três dias.
— Não posso perder tempo e...
— Chega! Levante, agora! — Megan disse.
— O que? Megan, não tenho tempo para bobagens.
— Não é bobagem, nós vamos jogar.
— Jogar? — A loira indagou confusa. — Será um jogo simples.
—Não, não... Já disse que preciso montar uma apresentação.
— Vai ser rápido, por favor. — Catherine suspirou.
— Me deixará em paz depois disso?
— Sim, é só para você relaxar um pouco. Venha.
A loira ficou de pé em frente à mesa, cruzou os braços e encarou Megan que por sua vez ficou de frente para ela.
— Irei fazer cinco perguntas. Você poderá dizer "não" duas vezes, e "sim" três. Entendeu?
— Sim.
— Você usou o seu primeiro" sim".
— O que? Isso é ridículo!
— Não gostou?
— Não!
— Agora você só tem um "não".
— Esse jogo não faz o menor sentido!
— Acha que estou trapaceando? — Megan disse divertida.
—Sim, eu acho que você está trapaceando. — Catherine cobriu a boca depressa. — Droga!
—Agora você tem um "sim" e um "não". E minha pergunta é.
Megan disse se aproximando da loira, Catherine sentiu o cheiro suave lhe atingir e começou a ficar nervosa. Stevens diminuiu a distância entre elas consideravelmente, sentiu a respiração de Catherine ficar pesada.
— Você quer me beijar?
— Não! — Catherine respondeu de forma apressada. Megan riu.
—Você está mentindo? — A loira fechou os olhos ao notar a armadilha infantil em que caiu. Ao abri-los encarou a boca de Megan, um arrepio percorreu o seu corpo inteiro, não lhe restou outra escolha a não ser responder.
— Sim.
Fim do capítulo
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Anny Grazielly
Em: 06/01/2022
Ja quero mais capítulos.... amando essas duas... mas eu acho que esse cara vai roubar a empresa e vai colocar a culpa no meu amorzinho.... e Cat vai acreditar... aiaiaiaiaiaiaia
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