Fico muito feliz com a quantidade de visualizações! Não esperava, afinal aqui há muitos textos... Obrigada pelos comentários também!
Como me alegrei, resolvi deixar um presente de ano novo...
Curtinho, mas espero que apreciem.
Bjs
Capitulo 4
Capítulo 4
No dia seguinte...
Lianna olhou para o alto prédio da sede do hotel. Ela tinha quase certeza de que conhecia cada um dos tijolos que formava a grande estrutura e, no entanto, era a primeira vez que o olhava como o seu local de trabalho. Era uma grande vitória conseguir um emprego ali. A maioria de seus colegas estava desesperada correndo atrás de emprego e ela conseguira na primeira tentativa e no maior hotel da cidade. Ela esperava que eles conseguissem algo bom também, todos eram ótimos profissionais.
Suspirou e pensou em tudo que planejava fazer. Torcia para que a primeira impressão que teve de Manoela fosse equivocada. Não gostava de prejulgar os outros, no entanto, não podia negar que a garota fora deveras desagradável. No entanto, cruzaria esta ponte quando lá chegasse.
Entrou no prédio e se dirigiu à recepção. Carlos lhe sorriu assim que a viu.
-Olha só, a mais nova administradora! Bom dia, Sra. Lianna.
-Ora, Carlos! - disse-lhe sorrindo. - Sem, senhoras, por favor!- revirou os olhos
Ela o acompanhou até o elevador onde viu-o apertar o mesmo andar do escritório de Maria Isabel.
-Pronta para o seu primeiro dia? - perguntou Carlos com um sorriso simpático ao vê-la estalar os dedos compulsivamente.
-Sei que estou preparada, no entanto não consigo deixar de me sentir nervosa. - suspirou -Manoela Alcântara já chegou? - perguntou. Carlos olhou-a de canto de olho e respondeu:
-Eduardo, o recepcionista da noite, me disse que ela chegou quando estava quase amanhecendo. Os boatos de que ela vai trabalhar aqui já se espalharam... - ele virou-se para ela e segurou-a gentilmente pelo braço. - Posso lhe dar um conselho, menina?
Ela assentiu.
-Tome cuidado com ela, Lianna. Ela é uma mulher mimada, sempre teve tudo o que quer. Ninguém consegue controlá-la. Não deixe que ela estrague a sua chance.
Lianna olhou-o e engoliu em seco. Todos a avisavam sobre Manoela. No entanto, a Sra. Maria Isabel a advertira da ligação da continuidade do seu emprego com o sucesso de sua filha.
Não importava o quão difícil fosse, precisava lidar com ela.
Pararam em frente à porta que levava ao escritório que Lianna passaria a ocupar. Ela notou que era ao lado do escritório da dona do hotel. Carlos deu-lhe um olhar simpático e desejou-lhe boa sorte.
Ela apertou os lábios e entrou. Graça a esperava com várias pastas na mesa que deveria ser de sua secretária. Lianna cumprimentou-a sorrindo aliviada. Era bom ter alguém que conhecesse para ajudá-la no primeiro dia e Graça tinha sido muito gentil com ela no dia anterior, em sua entrevista com Maria Isabel.
Graça franziu os lábios ao contar-lhe que a Sra. Maria Isabel já havia ligado para saber se Manoela estava no escritório. Lianna olhou seu relógio, faltava dez minutos para as 8h.
Ela ainda tinha tempo para chegar.
*******
Marlene abriu as janelas deixando a luz do sol entrar no quarto. Era sua sexta tentativa de acordar Manoela na última hora. A mulher mais nova gem*u e tapou o rosto com o travesseiro.
-Levanta, menina, já trouxe seu café e você já está atrasada. - disse puxando-lhe as cobertas.
-Ah, Marlene, me deixa em paz, não dormi nem duas horas. - reclamou.
-E a culpa é de quem? Quem mandou sair pra farra e voltar tão tarde?! Anda levanta, esqueceu que começa a trabalhar hoje?
Manoela sentou na cama suspirando. Passou a mão pelos cabelos em desalinho.
-Preciso tomar um banho... - externou - Você já viu a roupa que minha mãe comprou pra eu trabalhar? - revirou os olhos - Vou parecer um pinguim empalhado!
A jovem mulher levantou e dirigiu-se para o banheiro. Pensou na reviravolta que sua vida deu nas últimas horas. Pelo menos a noite havia sido ótima. Sair com Nicole sempre era uma loucura e a nova boate que a amiga a apresentou tinha sido tão perfeita quanto ela prometera.
Manoela umedeceu os lábios e sorriu ao lembrar de tudo que tinha feito. Deixou que a água escorresse por seu corpo durante mais alguns minutos. Vestiu o roupão e foi para o quarto tomar o café preparado por Marlene.
Comeu rapidamente, com a mulher mais velha andando de um lado para outro apressando-a.
Pegou sua bolsa, os óculos escuros e saiu.
Caminhou vagarosamente pelo corredor, pensando em começar a colocar seu plano em prática. Se sua mãe pensava que ela ia ficar se matando de trabalhar sob as ordens de uma sobrinha de camareira qualquer, estava muito enganada.
Entrou no elevador e sentiu o habitual frio passar-lhe pelo estômago ao iniciar a subida.
Quando chegou em frente à sala que sua mãe lhe indicara como sua no dia anterior, respirou profundamente e entrou. O relógio marcava 9h e a cara de pavor que Lianna fez quando lhe viu melhorou o seu dia instantaneamente.
*******
Graça acabara de lhe passar a ligação da dona do hotel. O rosto de Lianna perdeu a cor na hora. Nem sombra de Manoela, o que ela diria?
-O...olá, Sra. Maria Isabel. Bo...bom dia! - gaguejou a garota.
-Bom dia, Lianna. Como vão as coisas? - a voz do outro lado da linha era firme.
-Vão..bem!- balbuciou - Graça estava me passando os últimos relatórios deixados pelo antigo administrador...
-ótimo! E minha filha? - indagou
Lianna ficou sem voz. Pigarreou duas vezes antes de conseguir responder.
-Ela... bem... ela... ela não...
-Pare de gaguejar, Lianna. Contratei-a para cuidar de tudo, não para que me enrole!- a dona do hotel, estava impaciente.
A nova administradora engoliu em seco. Olhou no relógio. 9h. Manoela estava 1h atrasada.
Lianna passou as mãos pelos cabelos e pensou em como comunicar à senhora que sua filha não aparecera. Foi quando ouviu o barulho na porta, seguido pela chegada de Manoela.
Ela trajava jeans com os joelhos desfiados e uma camisa branca, com apenas um lado displicentemente colocado pra dentro das calças. Nos pés, uma sandália baixa. Lianna estava abismada. "Além de atrasar uma hora, ainda aparece vestida deste jeito. Pelo menos a Sra.Maria Isabel não a veria daquele jeito...". Como que lendo seus pensamentos, Lianna ouviu a voz do outro lado do telefone pedir:
-Lianna, peça para Graça começar uma chamada de vídeo...
Como se fosse possível, os olhos da garota ficaram ainda maiores, quase a ponto de saltarem das órbitas.
-Ok. - disse com um fio de voz e virou-se para comunicar a Graça o pedido de sua superiora.
Dirigindo-se a Manoela, disse de forma quase inaudível. - Sua mãe quer falar com você.
Manoela engoliu em seco. Não esperava ter que falar com sua mãe, muito menos que ela quisesse vê-la. Vestira uma roupa propositalmente inadequada a um escritório. Fazia parte de seu plano. Lembrava-se de Marlene revirar os olhos e franzir os lábios ao ver que ela descartara as roupas compradas por sua mãe. Entretanto, agora, achava que não tinha sido uma boa ideia.
Não queria ouvir os sermões de Dona Maria Isabel, menos ainda na frente dos empregados.
-Diga a ela que estou ocupada. - ordenou, retirando os óculos escuros.
-Impossível. - disse Graça, muito séria, virando o grande monitor de sua mesa para que Manoela e Lianna pudessem ver a Sra. Maria Isabel -Ela já está conectada.
Os olhos da dona do hotel eram escuros e frios. Apesar do atraso costumeiro da transmissão em vídeo, era perceptível a expressão de desagrado da mulher mais velha.
-Por favor, não me diga que acabou de chegar Manoela. - falou firmemente.
Manoela engoliu em seco. Não havia sido uma pergunta e, sim, uma constatação.
-Bom dia, mãe.
-Onde estão as roupas que comprei para você trabalhar? - perguntou incisiva -Vai me dizer que as perdeu na noite passada?
Lianna viu a outra mulher ficar vermelha, provavelmente de raiva.
-Acho que é um pouco de mais você querer controlar até minhas roupas. - disse Manoela, com os braços esticados ao longo do corpo e as mãos cerradas em punhos.
O brilho de ira nos olhos da mulher mais velha era perceptível mesmo através do vídeo.
-Manoela Alcântara, considere este como o seu primeiro aviso. Se chegar ao terceiro estará demitida e, acho que você se lembra bem do que combinamos. - arqueou a sobrancelha esquerda.
-Vista-se decentemente para trabalhar no meu hotel. Não tolero gente desleixada trabalhando para mim, isto inclui minha querida filha. - a ironia era nítida.
-E você Lianna. - Manoela viu a garota encolher-se em sua cadeira. - Considerarei como sua falha também. Se você não consegue controlar uma única pessoa sob o seu comando, como espera comandar minha rede de hotéis? Fica o aviso para ambas, não tolero falhas. -Dizendo isso, a chamada foi encerrada não dando chance de resposta para nenhuma das garotas que permaneceram observando o monitor com os olhos arregalados.
Lianna suspirou e passou a mão pelo rosto depois que o estupor causado pelo súbito fim da conversa com sua superiora passou.
Levantou o olhar e viu Manoela enquadrar os ombros e respirar profundamente.
Levantou-se e se dirigiu à sala que ocuparia, estava tensa e sua cabeça latej*v*, sentia o peso das palavras da mulher mais velha. Lutara demais para conseguir aquele emprego, não admitiria fracassar agora. Tinha sido pega em um momento de fraqueza, mas isso não voltaria a acontecer. Ouviu um pigarrear e voltou o olhar às duas mulheres da sala. Foi Manoela quem falou:
-Aonde pensa que vai?
-Vou para minha sala, Manoela. Preciso começar a trabalhar e acho que você deveria me acompanhar, tem muito a aprender. - disse Lianna de maneira calma, apesar do turbilhão que lhe ia por dentro.
Um riso sarcástico brincou no rosto da morena.
-Não pense que por causa do que minha excelentíssima mãe disse agora pouco, eu vou fazer tudo que você mandar. Ponha-se no seu lugar, eu sou a futura dona de tudo isso, então é bom você ficar pianinho, minha querida.
A expressão da administradora mudou de doce e angelical para dura e fria. Ela se aproximou olhando firmemente os olhos da morena. O perfume com tons orientais que ela usava invadiu os sentidos de Manoela.
-Olha só, Manoela Alcântara. Estou cansada desta atitude. Não sei porque é tão hostil comigo, pois nunca lhe fiz nada de mal. Se é por causa do incidente no corredor, já lhe pedi desculpas, então faça o favor de superar. Na verdade, nem estou interessada em porquês. Só quero dizer-lhe uma coisa: estudei muito, lutei por esta chance e não vou deixar que a estrague. Se não quer estar aqui, tudo bem, não posso obrigá-la. Mas não pense que vai me amedrontar para que eu faça bons relatórios sobre o seu rendimento. Se não vier, fizer corpo mole ou dificultar o andamento do serviço, será exatamente isso que colocarei no relatório que entregarei a sua mãe. Sou justa, Manoela, mas não sou fraca.
Dizendo isso, Lianna dirigiu-se para sua sala, fechando a porta atrás de si. Graça sorriu de lado ao perceber Manoela finalmente soltar a respiração depois de ver a porta da administradora fechada.
Afinal alguém a desafiara e, o que aconteceria a seguir, era imprevisível.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
olivia
Em: 02/01/2022
Bom dia autora, Feliz 2022! A Lianna começou meio cabreira mas, vestiu a capa de frieza e coragem mostrou que, está disposta lutar e mostrar serviço. Estou amando. Vamos ver o próximo como vai ser o embate entre elas!! Parabéns por esse capítulo ótimo!!??‘???‘???‘???‘?
Resposta do autor:
Feliz ano novo! Que seja de muitas alegrias e realizações! Acho que nem Manoela esperava pela reação da Lianna, tão quietinha e boazinha kkkkk Que bom que está gostando...????
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]