CAPÍTULO 25: O PLANO
A semana não teve fim, o entrave para conseguirmos a tal liminar foi o laudo do psiquiatra de Pietra, que hesitou em atestar a incapacidade da paciente, mas cedeu, quando pessoalmente eu relatei o que acontecera, a influência do Nobel de Camila foi determinante na persuasão. Como namoradas adolescentes, que se encontram escondidas, Suzana me visitou por duas vezes na casa de Olivia, despistando Pietra com alguma tarefa na comunidade.
A liminar que autorizava a interdição de Pietra saiu no fim da semana, e coube a Ana e o senhor Lourenço cumprir a pior parte do nosso plano. Suzana se assegurou de manter Pietra hospedada em sua casa, e ofereceu-se para pagar a internação em uma renomada clínica na zona metropolitana do Rio, mais próxima da cidade natal de Pietra, facilitando assim, a assistência da família a ela e de certa forma, também garantia que ela monitorasse o tratamento.
Antes da equipe de saúde: um psiquiatra e dois técnicos de enfermagem chegar acompanhados de Ana e do senhor Lourenço, Suzana tratou de esconder o celular de Pietra, a fim de garantir que ela não fizesse a denúncia que ameaçara, uma vez que certamente ela atribuiria o complô a mim, na mente doentia dela, eu era sua perseguidora.
Da casa de Olivia, eu estava tensa, aguardando notícias de Suzana. Clara já se preparava para voltar à Campinas, entendendo que sua missão acabara. Apesar do que ela havia feito contra meu relacionamento com Suzana, eu tinha por ela agora, além do carinho, o respeito e a gratidão, pelo que ela se dispôs a fazer para me proteger, e em nenhum momento repetiu o comportamento leviano que demonstrou em nossos encontros anteriores.
Virgínia não agüentou esperar, e estimulada por mim, seguiu para casa de Suzana quando a hora avançou e permanecíamos sem notícias. Não demorou para ela me ligar informando:
-- Isa foi horrível. Quando cheguei aqui, Pietra estava sendo dominada pelos técnicos de enfermagem, levaram-na dopada, a Ana estava inconsolável, Suzana está chocada, estamos a caminho daí.
Por mais que eu odiasse a Pietra, não fiquei insensível à situação. Especialmente pela abdicação e fortaleza de Ana, tão jovem, com uma história de vida tão conturbada, conhecer sua verdadeira mãe naquelas circunstâncias, custariam alguns anos de análise dado o trauma provocado.
Suzana chegou à casa de Olivia com uma aparência angustiada, por uma fração de segundos abalei-me por vê-la expressando aquele sofrimento por causa da pessoa de nos separou mais de uma vez, mas, a razão falou mais alto, calculei o quão desgastante e doloroso foi aquele momento para ela, caminhei em sua direção e a acolhi nos meus braços, em um abraço carregado de conforto, carinho e, sobretudo com a certeza de que fizemos o certo por Pietra.
-- Acabou, meu amor. Vai ficar tudo bem.
Repeti enquanto enxugava suas lágrimas.
-- Isa, a Pietra me ajudou tanto, ela foi meu apoio, meu porto seguro por tanto tempo... Por mais que eu me revolte pelo que ela nos fez, não posso me esquecer do que ela foi pra mim... E ver a Ana, a filha que ela sempre quis ter por perto ali diante dela, anunciando que estava ali para levá-la para uma clínica, o pai que a renegou, mas que ela sentiu tanta falta toda a vida, dizendo que agora ele era o responsável legal por ela... Isa ela me olhou tão vulnerável como se pedisse socorro, foi horrível Isa.
-- Ela precisa se tratar e não tinha outra forma meu amor.
-- Ela gritando que não era louca, que tudo que fez foi por amor a mim, porque queria uma família comigo, e isso não era loucura... E depois aqueles brutamontes aplicando sedativo nela... Isa foi uma cena que nunca esquecerei...
-- Ela vai se recuperar, e agora ela tem um novo rumo na vida dela, recuperar o tempo perdido com a filha dela, com os pais dela, pelo que percebi a Ana é uma menina incrível, inteligente, sensível, vai ajudar a Pietra a se refazer.
Suzana acenou em acordo, se recostando mais uma vez no meu peito.
-- Agora, a gente tem uma coisa mais importante a fazer.
-- Eu sei... Tenho que dar um jeito de resolver a situação do Vitor e da minha sobrinha não é?
-- Tem... Mas, o mais importante que temos a fazer agora, é...
Suzana ficou séria me encarando, enquanto eu mantinha o suspense.
-- Nos casarmos meu amor!
Suzana sorriu sinceramente, apesar da expressão ainda triste.
-- E sabe o que nós vamos fazer agora?
-- O que meu amor?
-- Vamos pra casa, vou tirar essa tristeza dos seus olhos com todo meu amor.
Os olhos marejados de Suzana cintilaram uma esperança honesta.
-- Eu vou cuidar dessas feridas que machucam sua alma, vou te dar novas memórias pro dia de hoje, fazer com que você se lembre só dos meus beijos, e do carinho que vou te dar... Vou me dar a você com toda saudade guardada desses dias que pareceram uma eternidade longe do seu corpo. Vou reiniciar nossa história, deixando a lembrança desses dias como um pesadelo o qual não vou deixar que entre em nossas vidas de novo... Te fazer minha mulher pra sempre.
Nem peguei minhas malas, peguei Suzana pela mão e a levei para casa. Naquela noite, amei minha mulher com tanta ternura, que o sex* entre nós mais pareceu uma coreografia, sincronizada pelas respostas da pele dela, ritmada com as batidas do seu coração, regida pela melodia dos seus gemidos. Mãos, bocas, se revezaram em carinhos ternos que se transformavam em carícias sensuais, ditados hora pela suavidade, hora pela excitação, dando aquele momento um clima único.
Nossa noite pacificadora renovou o ânimo de Suzana, que se aninhou nos meus braços tranqüila, se entregando ao sono com um sorriso na face depois de me ouvir dizer:
-- Eu vou te amar pra sempre, vou recompensar esse sofrimento, te fazer muito feliz, minha mulher.
Enfrentar mais aquela provação me deu uma certeza tão nítida sobre o que eu queria para meu futuro com Suzana, que mal esperei o dia nascer para dar início aos planos que construí enquanto observava Suzana dormir.
Sentei diante do notebook e comecei a pesquisar o cenário que escolhi para meu plano, e acionei a melhor assessoria para loucuras românticas: Olivia e Virginia, nossas madrinhas de casamento. Antes que Suzana acordasse, fiz dezenas de telefonemas, agendei visitas, e como uma agente da CIA, disfarcei minhas ações secretas quando Suzana acordou, fingi ter despertado também naquele momento.
-- Bom dia meu amor.
Suzana continuou se espreguiçando, esboçando um sorriso:
-- Bom dia! O que você faz longe de nossa cama?
-- Estava olhando você dormir...
-- Vem cá, deita aqui vem.
Atendi ao pedido de minha mulher, encaixei-me, envolvida pelos seus braços, e me deixei ser acariciada por Suzana, que me olhava com expressão de encantamento.
-- Tive tanto medo de te perder. – Confessei.
-- Foi à segunda vez que desejei morrer por você não me querer mais, isso me apavora Isa.
-- Não vamos falar em morte, meu amor. A gente vai ter uma vida linda juntas, vamos aumentar nossa família, vida nova Suh...
-- Promete que não vai mais me tirar a vontade de viver se separando de mim Isa?
-- Suh pára com isso!
-- Você é minha vida Isa...
-- Você está proibida de falar em morte, está me ouvindo? Só quero falar de vida, uma vida maravilhosa que quero ter com você, envelhecer com você.
-- Envelhecer comigo? Você não vai me abandonar quando meus hormônios me deixarem?
-- Suzana! – Sorri.
-- É amor, você sabe... Estrógenos diminuindo, minha pele vai ficar ressecada, e outras partes que você gosta mais úmida...
-- Eu não acredito que você está me perguntando isso...
-- Isa! Eu vou entrar na menopausa antes que você! Temos que discutir essas questões!
-- Amor olha pra mim. – Pedi – Eu vou amar você de cabelos brancos, com a pele seca, enrugada, vou te amar quando você estiver até brocha!
-- Acho que isso nem no meu leito de morte estarei. – Suzana brincou.
-- E se você ficar meio ceguinha vou guiar sua mão pelo meu corpo, se você esquecer onde é meu clit*ris, eu tatuo uma seta indicando, o que acha?
-- Mesmo que nosso brinquedinho no futuro seja só andador ou bengala?
-- Hurrum. – Disse segurando o riso.
-- Mesmo que eu demore horas pra conseguir desabotoar o seu sutiã?
-- Hurrum...
-- Mesmo que meus peitos estejam tão caídos que você praticamente vai fazer sex* oral ao mesmo tempo em que os beija?
-- Credo Suzana! Você vai ser uma velha mal acabada assim? – gargalhamos. – A medicina estética está avançada meu amor, deixa de ser unha de fome e se prepare para pagar suas plásticas, quero uma mulher caindo aos pedaços não! Trate de se cuidar viu?
Suzana fez careta.
-- Vai demorar um pouco mais que eu Isa, mas você também vai sentir o peso da lei da gravidade, tudo que está em cima, desce!
-- Minha genética é ótima, não vê minha tia Silvia? Enxutona trate de se cuidar!
Suzana sorriu e me beijou:
-- Vai ser uma delícia envelhecer com você meu amor.
Namoramos a manhã inteira, em um clima descontraído, afastando o terror que atravessamos nos últimos dias. Virginia e Olivia se encarregavam das tarefas que lhes atribuí.
-- Amor preciso resolver umas coisas no banco, coisas da pesquisa, mas volto logo.
-- Vou com você. – Suzana disse caminhando em direção à porta.
-- Não precisa meu amor.
-- Isa, eu não vou me separar de você nem um segundinho mais.
Tentei dissuadi-la, mas foi inútil. Mais uma vez, apelei para minhas madrinhas. Eu estava preparando nossa nova cerimônia de casamento, e dessa vez, seria do meu jeito, mas nada menos do que Suzana merecia, mas, eu fazia questão de que fosse tudo surpresa.
Nossas madrinhas apareceram “casualmente” no mesmo shopping que estávamos Virginia seqüestrou minha mulher, enquanto eu e Olívia fugíamos para escolher na imobiliária o local de nosso casamento.
Aluguei uma casa em Angra dos Reis, com direito a um trecho particular na praia. Deixei a cargo de Olivia contratar o Buffet que decoraria tudo, fiz uma lista de exigências a fim de garantir o cenário perfeito. Virginia alugou um serviço de taxi marítimo para transportar os poucos convidados que escolhi para compartilhar aquele momento. Ainda no shopping eu e Olivia continuamos a fugir de Suzana para escolher nossos vestidos para cerimônia, vestidos leves, cheios de transparência, adequados para nosso casamento na praia.
O super plano estava articulado, e Suzana nem desconfiava que nos casaríamos no final de semana. Durante a semana, me desdobrei em carinhos com ela, e também no esforço para esconder meus inúmeros telefonemas que eu recebia e fazia, para acertar detalhes da festa.
Mais uma vez, minha pequena grande família veio de Valença, e seguiu direto para Angra. Bernardo foi avisado de que não escaparia de pagar a aposta, especialmente porque adeqüei a cerimônia ao seu figurino.
Quanto à Pietra, Virginia mantinha contato com Ana e nos mantinha informadas, seu tratamento evoluía agora, depois dela permanecer os primeiros dias praticamente todo o tempo sedada, e para alívio de Suzana, estava muito bem assistida tanto pelos profissionais, como pela família dela, uma vez que Ana serviu de mediadora para reconciliação entre os avós e a mãe.
O sábado amanheceu lindo, parecia um capricho a mais dos céus para nosso dia especial. Nossas madrinhas foram muito fofas, desde o dia anterior seguiram para Angra para recepcionar minha família, Bernardo e Renato que ficariam hospedados na casa, além de acertarem os detalhes de última hora. A mim, coube claro, levar a noiva.
-- Amor vamos dar um passeio hoje. - Informei.
-- Passeio? Que novidade é essa agora, amor?
-- É, aconteceu o seguinte, eu aluguei um iate pra nossa lua-de-mel, e se não usarmos até hoje, eu perco a chance de usá-lo. Vamos aproveitar então esse sol lindo que está fazendo e dar uma de dondocas em um barco metido a fresco, o que acha?
-- Você alugou um iate pra nossa lua-de-mel? Nossa, ia me fazer surpresa, meu amor?
-- Ia né, você planejou toda a festa, pelo menos a lua-de-mel eu tinha que pensar... Então vamos?
-- Claro! Vou pegar biquíni, colocar uma roupinha leve...
-- Não demore!
Suzana estava empolgada com minha surpresa, mal sabia ela, que a surpresa maior ainda estava por vir. O iate não era luxuoso, mas mesmo assim, minha mulher estava encantada, nele eu guardei nossos vestidos, e no trajeto até Angra, depois de namorarmos alguns minutos no convés, o marinheiro me avisou que em pouco mais de meia hora estaríamos desembarcando na praia.
-- Amor... Vamos lá em baixo... Tem uma cama deliciosa lá em baixo... – convidei.
-- Amor, não fico à vontade com esse marinheiro “go go boy” aí... Ai sei lá, se ele for nos espionar?
-- Está me dispensando Suzana? – Perguntei indignada.
-- Claro que não! Mas, a proposta não é curtimos o sol, o mar, o dia lindo?
-- E desde quando você prefere torrar no sol do que me amar dona Suzana?
-- Isa!
Fingi inconformismo para sensibilizar Suzana.
-- Tudo bem vamos descer então, o que eu não faço pra te agradar?
Na cabine, Suzana não parecia estar pouco à vontade como alegou me agarrou sôfrega.
-- Ei! Pra quê essa pressa?
Tentei freia-la.
-- Você fez tanta questão de descer... Pensei que era isso que você queria.
-- Queria que você descesse porque quero te dar um presente, e queria que você provasse.
-- Presente? Isa o que foi que deu em você hoje? Cheia de surpresas...
-- Estou querendo agradar minha mulher, não posso?
-- Claro que pode, só estou estranhando. Cadê meu presente?
Entreguei-lhe o embrulho, que foi desfeito rapidamente.
-- Amor que vestido lindo! Delicado...
-- Prova, quero ver como fica em você.
Suzana atendeu meu pedido. Ficou mais lindo do que eu esperava, sorri emocionada.
-- Você está linda meu amor!
-- O vestido é lindo, obrigada amor!
Beijou-me delicadamente e fez menção de tirar o vestido.
-- Não tira!
-- Por que amor?
Senti a desaceleração do iate, deduzi que estávamos nos aproximando do cais.
-- Tenho mais uma surpresa para você.
Suzana franziu a testa desconfiada. Entrei no banheiro e vesti-me para o casamento. O iate já estava parado, recebi uma mensagem de texto de Virginia avisando:
-- “Estamos todos a postos”.
Era chegada a hora.
Saí do banheiro e me deparei com Suzana atônita me olhando.
-- Amor! Você... Está maravilhosa?
-- Que bom então que ambas estamos maravilhosas...
-- Tem mais alguma surpresa que a minha digníssima noiva quer me fazer hoje?
Caminhei em sua direção, pedi sua mão e a conduzi até o convés. Vitor a aguardava na praia, Olivia segurava seu buquê e Vitória, parecia um anjinho, com uma tiara de pequenas flores, ao longe avistava-se um arco de flores à frente do altar, com poucas cadeiras de palhinha para os convidados que já nos aguardavam.
-- Isa?!
-- Será que você pode se separar de mim por dez minutos, e me esperar no altar?
As lágrimas de Suzana rolaram fáceis pelo seu rosto iluminado com um sorriso perplexo, mas soberano em felicidade.
-- Eu não posso acreditar que você preparou tudo isso meu amor...
-- Tive ajuda de nossas madrinhas...
Suzana estava trêmula, segurei forte sua mão, beijei seu rosto e disse:
-- Nossos convidados estão esperando meu amor, e a Vitória parece impaciente...
O marinheiro ajudou Suzana descer, enquanto tio César se aproximava com Virginia. Olivia entregou o buquê a Suzana, que se preocupou em pedir maquiagem, espelho.
-- Suzana, você está linda, não precisa de mais enfeites... O amor está te iluminando, não deixa a Isa esperar mais tempo no sol... Se não você vai passar a lua-de-mel cuidando de sua mulher com insolação.
Olivia brincou, enxugando as lágrimas de emoção do rosto de Suzana, enquanto Vitor lhe oferecia o braço conduzindo-a até o altar montado na praia.
-- Está pronta minha querida? – Tio César me perguntou.
-- Mais do que nunca tio.
Suzana entrou ao som de “Yellow” de Coldplay, escolhi-a depois de me lembrar de uma noite que ela confessou que essa música renovou as suas esperanças sobre nosso amor, quando ela a escutou acabara de saber da minha presença no hospital dela no nosso reencontro. Ela entendeu a música como sinal, pois ao me ver, eu usava uma blusa amarela.
Yellow Coldplay - Amarelo Coldplay
Look at the stars,
Look how they shine for you,
And everything you do
Yeah, they were all yellow.
Olhe as estrelas
Veja como elas brilham para você
E para tudo que você faz
Sim, e elas eram todas amarelas
I came along,
I wrote a song for you,
And all the things you do
And it was called "Yellow."
Eu progredi
Escrevi uma canção para você
E para tudo que você faz
E ela se chamava "amarelo"
So then I took my turn,
Oh what a thing to've done,
And it was all yellow.
Então eu esperei a minha vez
Que coisa para ter feito
E era tudo amarelo
Your skin
Oh yeah, your skin and bones,
Turn into something beautiful,
Do you know?
You know I love you so,
You know I love you so.
Sua pele
Sim, sua pele e seus ossos
Transformaram-se em algo bonito
Você sabe?
Você sabe que eu te amo tanto
Você sabe que eu te amo tanto e muito
I swam across,
I jumped across for you,
Oh what a thing to do.
'Cause you were all yellow,
Eu nadei
E superei as barreiras por você
Que coisa a se fazer
Porque você era toda amarela
I drew a line,
I drew a line for you,
Oh what a thing to do,
And it was all yellow.
E estabeleci um limite
E estabeleci um limite para você
Que coisa a se fazer
E era tudo amarelo
Your skin,
Oh yeah your skin and bones,
Turn into something beautiful,
You know,
For you I'd bleed myself dry,
For you I'd bleed myself dry.
Sua pele
Sim, sua pele e seus ossos
Transformaram-se em algo bonito
E você sabe
Por você eu daria todo o meu sangue
Por você eu daria todo o meu sangue
It's true, look how they shine for you,
Look how they shine for you,
Look how they shine for...
Look how they shine for you,
Look how they shine for you,
Look how they shine...
É verdade, veja como elas brilham para você
Veja como elas brilham para você
Veja como elas brilham para
Veja como elas brilham para você
Veja como elas brilham para você
Veja como elas brilham
Look at the stars,
Look how they shine for you,
And all the things that you do.
Olhe as estrelas
Veja como elas brilham para você
E para tudo que você faz
Ansiosa, esperei minha hora de ir ao encontro de Suzana, e ao som de From this moment on, caminhei até o altar, com os olhos fixos nos olhos de minha mulher, que não continha as lágrimas.
From This Moment on Shania Twain A partir desse momento
From this moment life has begun
From this moment you are the one
Right beside you is where I belong
From this moment on
A partir deste momento você será o único
Ao seu lado é onde devo estar
A partir deste momento
From this moment I have been blessed
I live only for your happiness
And for your love I´d give my last breath
From this moment on
A partir deste momento eu fui abençoada
Eu vivo somente para sua felicidade
E pelo seu amor eu daria meu último suspiro
A partir deste momento
I give my hand to you with all my heart
Can´t wait to live my life with you, can´t wait to start
You and I will never be apart
My dreams came true because of you
Eu dou-lhe minha mão com todo meu coração
Mal posso esperar para viver minha vida com você, Mal posso esperar para começá-la, você e eu nunca nos separaremos,
meus sonhos tornaram-se verdadeiros por causa de você
From this moment as long as I live
I will love you, I promise you this
There is nothing I wouldn´t give
From this moment on
A partir deste momento e enquanto eu viver
Eu vou te amar, isto eu prometo
Não existe nada que eu não daria
A partir deste momento
You´re the reason I believe in love
And you´re the answer to my prayers from up above
All we need is just the two of us
My dreams came true because of you
Você é a razão por eu acreditar no amor,
Você é a resposta do Céu às minhas preces
Tudo que precisamos é um do outro
Meus sonhos se tornaram realidade por sua causa
From this moment as long as I live
I will love you, I promise you this
There is nothing I wouldn´t give
From this moment
I will love you as long as I live
From this moment on
A partir deste momento e enquanto eu viver
Eu vou te amar, isto eu prometo
Não existe nada que eu não daria
A partir deste momento
Eu vou te amar enquanto eu viver
A partir deste momento...
Suzana me recebeu das mãos do meu padrinho, enxuguei seu rosto, ela beijou minhas mãos, e numa cerimônia simbólica, a advogada do cartório que contratamos para firmar um contrato de sociedade foi amável em cada palavra, ressaltando o compromisso do amor como laço mais forte do que qualquer lei humana tão vulnerável a interpretações e distorções.
-- “Apesar de precisarmos de leis para moldar a sociedade, instituir a ordem, nenhuma lei é sólida e justa o suficiente para explicar e consolidar o amor. O amor por si só, une almas, nações, vidas, e hoje é isso que celebramos, a concretização de um amor puro, completo, de duas pessoas que lutaram para estar juntas, se a lei não pode uni-las aqui nesse território, o amor transpôs mais essa barreira e torna-as um só pensamento, um só sonho, um só desejo de construir uma vida juntas, iniciar uma família. Suzana, Isabela, que esse amor dê a vocês a força, a serenidade, a paciência, a sabedoria, a ternura, a paz necessária para construir uma vida de felicidade para vocês, e para quem vocês desejarem dividir.”
Trocamos as alianças e selamos nosso casamento com um beijo apaixonado e emocionado depois das palavras da advogada.
-- Eu te amo minha mulher.
Li os lábios de Suzana em meio aos aplausos dos convidados. Antes de nos dispersarmos, Renato fez sinal para Virginia que bateu palmas, pedindo atenção de todos:
-- Preparamos uma pequena homenagem ás noivas, nosso amigo Bernardo, executará sua performance, pagando a dívida com Suzana, com vocês a Ula-ula!
Foram inevitáveis as sucessivas gargalhadas entre nós. Bernardo estava hilário, trajando uma saia de palha com sutiã de coco, encenando os passos de ula-ula, ao som da percussão contratada por ele mesmo.
Nossos convidados eram poucos, e nossa festa foi simples, mas, perfeita. Suzana esbanjava sorrisos, a sós na varanda desculpei-me:
-- Suh eu sei que você sonhou diferente nosso casamento, você merece toda pompa e circunstância de uma cerimônia “tradicional”, mas, quando pensei em procurar vestidos, toda aquela tensão de novo, além do mais, nenhum lugar legal estava disponível nos próximos seis meses, não poderia esperar tanto para me casar com você...
-- Isa, nosso casamento não foi nem de perto com o que sonhei.
Baixei meus olhos frustrada e Suzana prosseguiu falando:
-- Ele foi muito mais lindo e perfeito do que foi nos meus sonhos. Senti-me uma princesa, a mulher mais amada do mundo! Você acertou em tudo, preparou tudo com nossa cara, e realmente, aquelas pessoas que convidei, não eram capazes de compreender a importância desse momento, só precisávamos dividir nossa festa com essas pessoas que estão aqui, você tinha razão todo tempo.
-- Eu faria qualquer coisa pra te fazer feliz, eu não convidei as pessoas que você chamou porque achei que eles não saberiam guardar segredo era gente demais e estragaria a surpresa.
-- Você foi perfeita, você é perfeita!
Suzana me beijou e puxou para dançar, nem notamos que todos nos olhavam, o mundo não me importava, o passado não importava, aquele momento era só meu e dela, e nossa vida de felicidade começara em grande estilo.
Fim do capítulo
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LeticiaFed
Em: 17/12/2021
Adoro esse capítulo! A menopausa, o casamento, a ula-ula hahaha
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