Amor e Fúria por C Rocha
Capítulo V
Ela é Gay
Na terça, Jéssica se encontrou com Mike na lanchonete. A ruiva chegou primeiro e pediu uma xícara de café. Alguns minutos depois, foi a vez dele chegar e sentar na mesa onde a ruiva estava sentada.
A garçonete se aproximou com seu café e ele aproveitou e pediu um pra ele. O tempo começava a esfriar e aquele cafezinho, desceria melhor por sua garganta, se ela estivesse em boa companhia.
— O que você quer comigo? — Perguntou, antes de tomar um gole de café. Ele olhou enigmático para a ruiva. — Se você vai ficar fazendo suspense sem falar nada, eu vou embora agora mesmo.
— Calma... como eu já te disse lá na pizzaria, eu tenho informações sobre o seu pai.
— Eu não tenho dinheiro...
— Mas pode conseguir muito dinheiro, com a informação que eu vou te dar. Basta você me garantir que vai me dar a minha parte.
— E você confiaria em mim?
— Confio mais em você, do que no seu irmão Joe. Ele me enganou, você sabia?
— Não.
— Pois é, eu contei pra ele o que eu sabia sobre o caso Sampaio, e ele não falou mais comigo. — Filho da puta. — E isso, já tem mais de um mês. — Jéssica não pretendia perder seu tempo, falando a respeito de Joe.
— Eu prometo que dou sua parte, se eu ganhar algo com essa história. — Ela falou olhando nos olhos de Mike, que sorriu vitorioso. — Pode começar a contar...
— Aqui, não...
— Então, aonde? — Perguntou ansiosa, mas tentou disfarçar tomando mais um gole de café.
— No velho armazém, na esquina da Bocaiuva. Sei que você sabe onde fica.
— Quando?
— Amanhã à noite. — Deu uma pausa. — Depois das dez.
— Combinado. — Jéssica falou tranquila, enquanto Mike se encostava na cadeira, com um grande sorriso no seu rosto.
...
— Eu preciso, de um favor...
— Pode falar.
— Preciso que você arranje alguém, para vigiar a entrada do velho armazém na esquina da Bocaiuva.
...
No dia seguinte, quando Jéssica chegou em frente ao armazém, ao sair do carro ela estremeceu de frio. Após olhar aquele lugar de cima a baixo e não encontrar ninguém, a ruiva ficou na expectativa da chegada de Mike.
Dez e quinze da noite, e nada! Esperou mais cinco minutos e frustrada, ela decidiu ir embora. Estava ficando tarde demais para ela ficar ali, esperando sozinha.
Quando estava saindo do armazém, ela viu um carro estacionar ao lado do seu. Ficou atenta para ver quem era... Se fosse um desconhecido, ela se trancaria no armazém e chamaria a polícia.
O cara saiu do carro e começou a caminhar em sua direção. Jéssica ficou apreensiva até ele chegar perto o suficiente para ela ver, ser o tal Mike. Ela respirou aliviada, mas ficou atenta, pois não sabia quais eram as verdadeiras intenções do cara.
— Oi, Jéssica!
— Oi, Mike — Foi cordial. — Vamos entrar?
— Sim, claro!
— Você primeiro, por favor...
Os dois entraram no armazém, e Jéssica tentou ficar o mais longe possível, dele.
— Espero que você vá direto ao ponto, Mike.
— Sem problema. Eu vou te contar, o que realmente aconteceu com seu pai...
Alguns minutos depois...
— Eu posso te colocar lá dentro, o resto é com você! — Não fazia parte dos planos de Mike, ter que acompanhá-la pelos corredores do laboratório. Ele não podia ser pego ao lado dela.
...
“Eu posso te colocar lá dentro, o resto é com você!” Aquela frase estava martelando na cabeça da ruiva. Ela não tinha certeza se podia confiar nele, para acessar o complexo. E a história que ele lhe contou, mas pareceu um conto científico. A ruiva não conseguia acreditar nas palavras dele. Era muito surreal!
Mas definitivamente, ela precisava tirar aquela história a limpo. Ela estava seriamente decidida a ir até o complexo, e exigir a verdade por trás da morte do seu pai... não podia se arriscar invadindo. Não podia arriscar a liberdade recém-adquirida. Maldito Joe... Maldito Mike...
— ... vamos? — Evelyn olhou para a ruiva e percebeu que ela estava com o pensamento distante. — Jéssica!
— O que foi? — A ruiva perguntou distraída.
— Você não estava me ouvindo?
— Desculpa, Evelyn. — Jéssica admitiu envergonhada. — Sobre o que você estava falando?
— Eu estava te convidando para ir na Boate comigo.
— Hoje? — A morena ficou com os olhos brilhando de expectativa. — Okay, vamos terminar a pizza, e depois nos arrumamos. — Respondeu Jéssica, mordendo o pedaço de pizza. Ela tinha planos para aquela noite na Boate, e Evelyn sorriu feliz.
...
Na boate...
Logo após entrar na Boate acompanhada por Jéssica, as duas se separaram e cada uma foi para um canto cumprimentar os amigos. Evelyn parou por um momento e ficou observando enquanto Jéssica seguia na frente, por entre as pessoas que dançavam na pista. Ela andava sem pressa, enquanto caminhava para sentar na mesa do seu amigo Fábio. Depois, Evelyn foi conversar com alguns conhecidos da BIO.
Jéssica contou ao amigo que precisava entrar na BIO-LAB de qualquer jeito. Então, ela falou sobre Igor e de como iria tentar convencê-lo para ajudá-la.
— Você tem certeza sobre isso... de invadir o laboratório? Pelo que sei, é um lugar super vigiado. E, além disso, você estaria arriscando a sua...
— É, eu sei! — Concordou um pouco irritada. — Mas preciso ter mais de um meio de entrar lá, caso eu decida invadir... Então, quando Evelyn me convidou para vir para a boate, eu lembrei do Igor. Ele trabalha no complexo a mais de dez anos. — A ruiva falou pensativa.
— Acredito que você vai perder seu tempo, dando em cima da pessoa errada. — Fábio comentou sorrindo.
— Não entendi! Do que você tá falando?
— Simples, querida. Não é o Igor que mora sob o mesmo teto que você. — Comentou insinuante.
— Você não está insinuando algo a respeito sobre mim e a Evelyn... não, né?
— Acho que você deveria se concentrar nela. Caso você ainda não saiba, ela é gay. Gosta de garotas, entendeu?
— Não sou nenhuma idiota. E eu não acredito que Evelyn seja gay, porque eu nunca vi nenhuma insinuação por parte dela, em cima de outra mulher. Como você sabe?
— Tá na cara! Nesse tempo todo que ela está aqui, nunca foi vista acompanhada ou interessado em homem algum. E o meu gaydar... não erra nunca.
— Só por isso, você já decidiu que a moça é lésbica. Cara, você é doente!
— Sou mesmo? Olha lá! — Jéssica olhou para onde seu amigo estava apontando com a cabeça e viu a morena conversando distraída com outra mulher.
— Isso, não quer dizer nada! Ela apenas está conversando com uma garota, nada demais.
— Não me entenda mal, mas eu acho que é mais fácil você ter acesso à ilha, através dela.
— Em primeiro lugar, não sei se posso confiar nela, porque ela também é amiga do Joe. E mesmo que eu pensasse na possibilidade de usá-la, não seria dando encima dela, só porque você está me dizendo que ela é lésbica. Em segundo lugar, nem penso na possibilidade de usar Evelyn para alcançar meu objetivo. Eu nunca faria isso.
— Querida, do jeito que vocês se olham, mais cedo ou mais tarde, uma das duas vai ceder. — Comentou enfático. Ele já havia notado o interesse da garota para cima de sua amiga.
— Okay, Fábio guru. Mais alguma previsão sobre meu futuro?
— Só acho que nessa história, você pode sair muito machucada. E o pior, é que você pode magoar pessoas que você ama.
— Pera aí! Não amo ninguém, e todos sabem que o Igor, dá em cima de qualquer uma. Além disso, ele sempre teve uma quedinha por mim. — Piscou o olho convencida.
— Toma cuidado com ele.
— Sei muito bem onde estou me metendo, não se preocupe. Agora, vamos ver se meu charme ainda funciona... com os homens. A gente, se vê mais tarde.
— Maluca! Pessoa errada, já te disse... pessoa errada. — falou sorrindo.
...
Fim do capítulo
Por favor, não deixem de comentar!
Abraços!
C.ROCHA
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Marta Andrade dos Santos
Em: 14/12/2021
Jéssica você deveria seguir o conselho de Fábio guru.
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