Amor e Fúria por C Rocha
Capítulo IV
Um Segredo Exposto
— Vai demorar muito? — Jéssica perguntou impaciente.
— Não senhora! A pizza está quase pronta. — Respondeu o atendente.
Sem alternativa e agoniada com a demora, a ruiva teve que esperar. A àquela altura, Evelyn já devia ter chegado em casa. Para Jéssica, não era estranho pensar daquela maneira, porque já havia se acostumado com a presença da morena nos finais de semana.
Estava distraída brincando com um canudinho de plástico, quando ouviu uma voz sussurrar perto dela.
— Preciso falar com você. É sobre o seu irmão.
— Se é sobre Joe, não me interessa! — Falou decidida, sem olhar para o cara.
— É importante pra você também... — Insistiu.
— Quem é você? — A ruiva perguntou curiosa.
— Sou Mike. Um amigo do Joe. — Ele respondeu tão baixinho, que quase não havia dado para Jéssica escutar.
— E, o que você quer comigo? — Perguntou ríspida.
— Por favor, seja discreta. Não posso ser visto com você. — Comentou alarmado. A ruiva olhou para ele:
— Você é maluco, ou quê? — Falou preocupada. — Se não sair de perto de mim agora mesmo, vou chamar a polícia! — Mike a olhou espantado.
— Não precisa fazer isso! Só preciso de dinheiro, e tenho uma informação muito importante sobre o seu pai!
— O meu pai está morto! Morreu a mais de quinze anos. — Respondeu exasperada.
— Isso, é o que fizeram você e sua família acreditar. — Falou com convicção. — Se você quiser pagar pela informação que tenho, liga pra esse número mais tarde. Mas, liga ainda hoje, ou você não terá mais chance de saber a verdade. — Dito isso, ele deixou um pedaço de papel com um número de celular em cima do balcão e depois saiu apressado da pizzaria. Jéssica estava chocada com a maneira como havia sido abordada por aquele homem. E, ficou preocupada, imaginando o que Joe estaria aprontando.
...
Mais tarde...
— Onde você vai? — Perguntou a ruiva.
— Eu vou levar as roupas para lavar na lavanderia do prédio. — Evelyn olhou para Jéssica e perguntou. — Quer que eu leve a sua?
— Não obrigada. Vai demorar? — Jéssica perguntou ansiosa.
— Não sei. Mas acho que depois, vou passar na lanchonete para comprar algo pra gente comer.
— Eu trouxe uma pizza. Pensei que talvez você fosse querer. — Comentou.
— Eu topo! Volto em seguida. — A morena respondeu com um sorriso.
— Okay. — Assim que Evelyn saiu do apartamento, Jéssica tirou o pedaço de papel dobrado do bolso de trás de sua calça jeans. Olhou enigmática pra ele, e pegou o celular decidida a ligar para o tal Mike.
— Alô? — Ele atendeu após o segundo toque.
...
Quando Evelyn voltou, a pizza ainda estava quentinha e as duas sentaram no sofá da sala para assistir tv, e comer pizza.
— Quando você vai voltar para Ilha?
— Na segunda de manhã, tenho que pegar a balsa de volta. — respondeu, após morder um pedaço de pizza.
— E quanto tempo, você vai ficar dessa vez?
— Duas semanas. — Respondeu distraída com a cena do filme.
— Você não fica entediada... — Olhou para a morena — ... não é solitário, lá?
— Entediada, não. Mas é um pouco solitário. Tenho uma equipe de pesquisadores que trabalham comigo, mas a gente procura se manter a distância para não ter nenhum envolvimento mais sério.
— Por que...?
— Pra não causar nenhum atrito interno e nenhum mal-estar no laboratório. Fora que lá, a coisa é levada muito a sério. Algumas pesquisas que fazemos são mais perigosas e necessitam do máximo de atenção.
— Pesquisas perigosas? — Aquele comentário a fez pensar, no que Mike havia comentado na pizzaria, sobre seu pai.
— Não posso falar sobre isso... — Falou sincera. — ... não tenho autorização. Sinto muito!
— Tudo bem. — A ruiva respondeu com o olhar distante... ela mesma encontraria as respostas que queria. De um jeito, ou de outro.
...
Na segunda à noite, Jéssica estava sozinha no Bar quando Heitor, um grande amigo do seu pai foi cumprimentá-la.
— Oi, Jéssica!
— Heitor, que bom te ver. Senta aí.
Após alguns minutos conversando, Jéssica contou o que estava acontecendo com o tal Mike e perguntou ao amigo se ele sabia algo sobre a morte do seu pai.
— Olha, só vou te contar o que sei, porque já contei a mesma coisa para seu irmão Joe.
— Ele te procurou?
— Sim. Ele também queria saber sobre a morte do seu pai.
— E, o que você sabe?
— Não sei, se o que eu vou te contar é verdade, mas mexeu muito comigo naquela época. — Jéssica o olhou ansiosa. — Parece que um animal fugiu do isolamento, e o seu pai infelizmente estava no caminho dele.
— Foi esse animal, que matou o meu pai? — A ruiva perguntou incrédula.
— Sim, de certa maneira. — Ele falou com pesar. — O seu pai foi contaminado pelo animal e não resistiu. Todos lamentaram muito essa tragédia.
— Contaminado... com o quê? — Ela havia ficado surpresa com as informações, que o amigo do seu pai tinha. — Heitor, por favor...
— Por um vírus... altamente letal. — Ele estava cansado de esconder o que sabia sobre o caso. Era um segredo pesado demais, para suportar.
— Vírus? Foi por isso, que o caixão permaneceu lacrado. Para que o vírus, não se espalhasse, ou... para que ninguém visse o que tinha dentro. — A ruiva parou pensativa. — Ou, o que não tinha dentro.
— Além do que eu contei para o Joe, ele me disse que descobriu mais informações importantes sobre o caso do pai, e ele tá decidido a pedir uma indenização.
— Ele te falou que ia fazer isso? Porque na época da morte do meu pai, a minha mãe recebeu uma indenização.
— Até parece que você não conhece o Joe. Ele quer uma indenização milionária, porque descobriu que eles mentiram. E que essa pesquisa com esse animal era secreta, e não podia vir a público. Mas, seu irmão primeiro precisa provar, o que realmente aconteceu com o pai na ilha.
— Será que é, sobre essa história, que esse tal Mike quer me contar, em troca de dinheiro?
— Muito provavelmente.
— Só que ele está enganado, se pensa que eu tenho dinheiro. — Ela estava com as suas contas bancárias congeladas, sem poder mexer. Mordeu o lábio inferior confusa. — Como você ficou sabendo sobre essa história do meu pai, ter sido contaminado por um vírus?
— Na época, eu estava namorando uma das pesquisadoras auxiliares da BIO-LAB. Ela estava muito chateada, quando me contou o que tinha realmente acontecido com o Art. O complexo ainda não estava completamente pronto, e as pessoas que trabalhavam lá, ficaram com muito medo do que aconteceu.
— Ela ainda trabalha no laboratório?
— Não. Ela foi transferida algumas semanas depois.
— E você sabe onde eu posso encontrá-la?
— Infelizmente, não. Eu perdi contato com ela, quando foi transferida.
— Então, vou ter que ir ao encontro desse tal Mike. — Falou pensativa.
— Eu posso ir com você, se você quiser.
— Não. Ele quer me encontrar sozinha. Vou tomar cuidado.
— Por que você, não tenta conversar com Joe?
— Porque, ele faria o de sempre! Iria mentir pra mim. — Depois comentou pensativa. — Eu estou pensando, em entrar em contato com alguém do laboratório...
— Não daria certo!
— Como você pode saber? — Exigiu Jéssica tomando um gole de cerveja. — Eu quero fazer isso, da forma correta.
— Entrar lá, e dizer que você exige saber o que realmente aconteceu com seu pai? O que vai acontecer, é que eles vão continuar afirmando a mesma coisa, que disseram há quinze anos! Quais são as suas chances de descobrir a verdade desse jeito? Eu te digo, nenhuma!
— Maldito Mike! Eu devia matar, aquele merdinha... por mexer, com a minha cabeça.
— Você não é assim. — Heitor comentou rindo. — E onde você aprendeu a falar desse jeito?
— Você não sabe o que se aprende, confinada por tanto tempo naquele lugar. — Ela falou amarga. O amigo parou de rir, e a olhou com pena.
...
Fim do capítulo
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Michelle Silva
Em: 21/12/2021
Oi minha querida, acompanhando o Enredo que fica cada dia melhor,
não vejo a hora do meu Casal Fofucho se apaixonar
Um abraço e mais uma vez desculpa pela demora em comentar
Minha vida tá uma Correria mas, estou sempre por aqui me fazendo presente
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