Amor e Fúria por C Rocha
Capítulo III
Terceiro Capítulo
Entendimento
A cor dos olhos eram violetas. Na noite anterior, a ruiva pensou que talvez fosse lentes de contato. Mas agora ali, olhando direto naqueles olhos, ela tinha certeza que era a cor natural deles. Eles eram lindos e fascinantes, e Jéssica podia jurar que em toda a sua vida, nunca viu nada parecido. Os olhos dessa cor, são raríssimos!
— Alguma coisa, de errado comigo? — A morena perguntou sincera, ao ser encarada daquela maneira pela ruiva.
— Não, nada de errado! — Jéssica queria pedir desculpas por tê-la olhado daquela forma, mas ela imaginava que outras pessoas já teriam feito a mesma coisa. — E onde você ficava aqui no litoral, antes de locar o meu apartamento?
— No mesmo hotel, que eu fui hoje...
— Hotel do Alemão...
— Sim. Mas, ele cobrava caro para me deixar reservado um quarto todos os finais de semana. Foi por isso, que aceitei a oferta do Joe.
— E veja só, no que ele te meteu! — A ruiva comentou com ironia.
— Não entendi! — De fato, a morena estava perdida.
— O seu novo amigo, deixou você morar num lugar que não pertencia a ele. Ele não tinha a minha permissão para alugar o meu apartamento. Aliás, se quer um conselho, afaste-se desse cara! Ele não presta! Além de ser muito perigoso!
— Como você pode falar assim, do seu próprio irmão?! — Havia indignação no olhar violeta da morena, que brilhavam intensos.
— Você sabia que eu poderia ter chamado a polícia, na noite passada? — Jéssica ignorou a morena. Que perguntou alarmada:
— Por que você faria isso?!
— Você é ingênua assim mesmo, ou está se fazendo? — A ruiva perguntou irônica. — Não ouviu quando eu falei, que não autorizei que ele alugasse o meu apartamento?
— Sim! Essa parte, eu entendi muito bem!
— Mas, não parece que tenha entendido! Outra pessoa no meu lugar, teria chamado a polícia, porque o seu apartamento estava sendo invadido. Enfim... — Falou cansada. — Sou uma mulher que prefere morar sozinha! Não gosto de pessoas estranhas, circulando à vontade no meu apartamento.
— Você quer, que eu vá embora. — Arrogante, Jéssica apenas levantou a sobrancelha. Parte dela queria, mas... estava pensando no dinheiro que ganharia. Precisava pagar algumas contas atrasadas. Ela havia hesitado por um breve momento, antes de finalmente ceder...
— Se você quiser, pode continuar a passar os seus dias de folga, aqui no meu apartamento. Você só precisa continuar pagando o que já pagava para o Joe. Mas... não quero mais ninguém aqui com você. O que você acha dessa proposta?
...
Semanas depois...
— Bom dia, Jéssica. — A morena falou sorrindo.
— Bom dia, Evelyn. — A ruiva sorriu de volta.
— O dia amanheceu lindo! Acho que vou tomar um sol na beira da piscina.
— Eu já te falei a respeito do cara que mora no prédio, e fica filmando e fotografando as mulheres na piscina? — Comentou sem olhar pra ela. A ruiva estava examinando algumas contas atrasadas.
— Acho que não. E, porque ele faz isso? — Evelyn perguntou inocente.
— Porque, ele é um... pervertido!? — Jéssica ironizou e depois olhou para a morena.
— Entendi. — Falou sem graça. Às vezes, ela achava que a morena era um pouco dissimulada. Ela não podia ser tão ingênua assim...
— Você já conheceu a Praia de Fora? — A ruiva perguntou.
— Ainda não fui lá. Mas, já ouvi falar dela. — Evelyn respondeu interessada.
— Ela fica ao sul da cidade. E se você quiser, podemos ir mais tarde para curtir a praia.
— Eu topo! — A morena respondeu animada.
—Tá combinado. — Jéssica confirmou com um sorriso. Em pouco tempo, elas haviam se tornado amigas inseparáveis nos finais de semanas. Evelyn havia percebido que a irmã de Joe, era uma pessoa completamente diferente dele. Ainda existia animosidade entre os dois, mas ela preferia não se meter naquela história.
Mas se a morena um dia tivesse que escolher do lado de quem ela precisaria ficar, o Joe iria perder. A ruiva se mostrou uma pessoa maravilhosa de se conviver. Ela era uma pessoa tranquila, e muito companheira.
...
Na Praia de Fora...
— Nossa, que vista maravilhosa!
— Essa é a praia mais linda, e limpa da cidade. — A morena olhou para a ruiva e pela primeira vez, ela admirou a sua boca com vontade de sentir o sabor dos seus lábios.
Ruborizada, Evelyn tirou a camiseta e o short e ficou só de biquíni, precisava se distrair e resolveu tomar um banho de mar. Como o dia estava quente, Jéssica tirou a camiseta e caminhou com a morena para mergulhar na água.
Durante um bom tempo as duas ficaram nadando, até que Jéssica que estava sentindo o calor do sol castigar um pouco a sua pele, resolveu sair do mar e ir sentar em cima da toalha que estendeu na areia, para passar protetor solar.
Triste, a ruiva ficou olhando para a ilha onde o seu pai havia morrido. Ela ficava a cerca de sete quilômetros da Praia de Fora e dava para vê-la no final do horizonte. Após o trágico acidente com seu pai, ela nunca mais havia pisado naquela ilha.
A sua atenção foi desviada para a morena que saia da água do mar e estava caminhando para perto dela. Jéssica observou o corpo molhado e sentiu vontade de saber mais sobre ela.
— Me fala um pouco sobre você. Só o que quiser contar. — Pediu curiosa, enquanto Evelyn se sentava ao seu lado.
— Não tenho muito para falar sobre mim. A minha infância e adolescência foram normais, cursei o nível superior na universidade que ficava na cidade onde eu morava... e por causa da minha dedicação aos meus estudos, eu não tive muito tempo para me divertir e namorar. E agora estou aqui, trabalhando como cientista pesquisadora na BIO-LAB na Ilha Rochosa. — Falou tranquila.
— Pesquisas sobre o genoma humano...
— Sim. — A morena havia respondido encantada por ela lembrar. — Basicamente, eu estudo o conjunto de todos os diferentes genes que se encontram em cada núcleo de uma determinada espécie. — Ela estudava o código genético, que possuía toda a informação hereditária de um ser, codificada no DNA e fazia o mapeamento dos genes existentes no DNA das células do corpo humano.
O genoma trazia codificado no DNA dos seus quarenta e seis cromossomos as instruções que irão afetar não apenas sua estrutura, seu tamanho, sua cor e outros atributos físicos, como também a sua inteligência, a sua suscetibilidade a doenças, o seu tempo de vida e até alguns aspectos de seu comportamento. Um projeto com tamanha dimensão e importância, precisou de grandes investimentos econômicos.
— Basicamente!? — A ruiva sorriu debochada.
Como a morena não podia expor mais detalhes sobre o que realmente pesquisava no laboratório, (porque todas as pesquisas desenvolvidas na BIO-LAB, eram secretas) ela conseguiu mudar de assunto, pedindo:
— Você pode passar protetor nas minhas costas? Eu não alcanço. — A ruiva se pôs de joelho atrás da morena e começou a passar o protetor nas costas dela. Havia alguma coisa nela, que a deixava desconcertada. Já Evelyn, sentia o calor aumentar com o toque da ruiva em sua pele. Aquele simples contato, a estava deixando nervosa. (excitada)
— Eu odeio essa Ilha. — Jéssica comentou, tentando se distrair.
— Por quê? — Evelyn perguntou curiosa.
— Porque o meu pai, morreu lá. — A ruiva falou triste.
— Seu pai? De que forma... — A morena ficou um pouco tensa e apreensiva com aquela informação. — Como aconteceu?
— Eu não sei. — Jéssica respondeu pensativa. — Só me lembro, do olhar vazio da minha mãe, quando havia recebido a notícia. Até hoje, eu não sei direito o que aconteceu com ele naquele maldito lugar. Só sei que ele foi fazer um trabalho lá, e voltou para casa dentro de um caixão fechado. Essa foi a parte mais triste, não poder ver o meu pai pela última vez, antes de ser enterrado. Pra mim, é como se ele ainda estivesse vivo e que essa parte da minha vida... ainda não foi totalmente encerrada.
...
A ruiva tinha cerca de um metro e setenta, as suas pernas eram longas e bem delineadas, e as curvas do seu corpo eram bem femininas e sensuais. Os seios eram redondos e firmes, e a sua pele era branquinha. Já a morena era um pouco mais baixinha do que a ruiva, e o seu corpo também era muito atraente. As duas juntas, vestidas de biquini na praia, estavam chamando muita atenção.
Nessa época do ano o tempo já havia começado a esfriar, e as praias não ficavam tão lotadas, ideal para quem gostava de relaxar curtindo a praia com mais tranquilidade. Mas, com praia lotada ou não, sempre tinha um engraçadinho pronto pra dar em cima das mulheres. Enquanto a morena e a ruiva estavam deitadas de costas aproveitando o sol, um cara com uma latinha de cerveja na mão, se aproximou e sentou na areia ao lado delas.
— Oi, tudo bem? Vocês querem uma cervejinha pra refrescar...
— Não está tão quente, assim... — Respondeu Evelyn que se sentou, incomodada com o olhar do cara para cima delas. Jéssica também havia sentado, ao ouvir a voz masculina.
— Você é muito linda, morena! Como eu faço para sair com alguém, como você... — Ele comentou abusado, a olhando com desejo estampado nos olhos negros.
— Você teria que nascer de novo! — Respondeu indignada com a ousadia dele.
— Acho melhor, a gente ir embora! O que você acha...? — Jéssica perguntou para a morena, que respondeu prontamente:
— Concordo com você!
— Pra quê a pressa? Eu não mordo, não...
— Céus! Como você é vulgar! — Explodiu Evelyn. Era muito chato ser abordada por alguém tão idiota, quanto aquele cara.
— E você, ruiva? Não quer ficar mais um pouquinho, tomando uma cervejinha comigo?
— Claro! — Evelyn a olhou chateada, enquanto o cara sorria convencido. — Se for para acabar com essa tua arrogância, te afogando na praia... — A ruiva terminou de falar, e pegou as suas coisas saindo de perto dele, acompanhada por Evelyn.
Elas caminharam em silêncio até chegar perto do carro estacionado a poucos metros de onde estavam deitadas. As duas começaram a se vestir, e sacodiram a areia dos pés, antes de entrar nele. Evelyn sentou no banco de passageiro e colocou o cinto de segurança, enquanto Jéssica sentava no banco do motorista.
— Será que se eu ficar aqui, durante uns dois minutinhos... ele não acaba saindo andando pela rua? — Divagou pensativa, com as mãos segurando firme no volante.
— Jéssica!
— Eu estou brincando! — Começou a rir. — Eu só queria te distrair...
— E conseguiu! — A morena falou séria. — Mas... até que não seria uma má ideia... — Finalizou, começando a rir descontraída, acompanhada pela ruiva.
...
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Michelle Silva
Em: 09/12/2021
Fala sério sempre tem um idiota que se acha e vem dar logo em cima do meu casal fofucho, ainda bem que elas se afastaram bem a tempo
Parabéns minha querida adorando a história,
quero spoller do meu casal fofucho, quando que vai rolar um beijinho
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Marta Andrade dos Santos
Em: 27/11/2021
Tem gente chata viu.
Resposta do autor:
Espero que vc esteja fando do cara incoveniente na praia kkkk
Mas, de qualquer jeito, obrigada por comentar, Marta. Obrigada, por continuar me acompanhando!
Bjs!
C.ROCHA
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