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  • CAPÍTULO 23: VESTIDO BRANCO, BUQUÊ, LUA-DE-MEL...

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AINDA SEI, Ã? AMOR por contosdamel

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Palavras: 4087
Acessos: 1141   |  Postado em: 09/12/2021

CAPÍTULO 23: VESTIDO BRANCO, BUQUÊ, LUA-DE-MEL...

Os dias que antecederam o casamento foram do amor digno de um casal que se preparava para tal passo. Repeti interiormente todas as vezes que eu era tentada a dizer não para os exageros de Suzana para a cerimônia: “aceite, é para a felicidade da mulher que você ama”.

 

                  Na quinta-feira, os convidados mais íntimos já estavam no Rio, inclusive Lívia, Luis, Tia Silvia e Tio César, Bernardo, Renato e Virginia. Bernardo intitulou a si mesmo de madrinha de honra do casamento, e julgou que como tal, era sua obrigação preparar a despedida das solteiras.

 

-- Bê para com isso, eu e Suzana combinamos de não fazer isso...

 

-- Não, vocês combinaram de não fazer isso separadas, mas será uma festa para vocês duas, e será escândalo!

 

-- Bicha o que você está aprontando?

 

-- Nada demais, reunir amigos, beber num clima menos formal oras. Aluguei um espaço de festas alternativo, um Buffet simples, meu presente para vocês.

 

                  Não sei por que não confiei na idéia de simplicidade que Bernardo fazia propaganda. Mas, outra vez repeti pra mim mesma “aceite, é para a felicidade da mulher que você ama”, quando olhei para Suzana me dizendo:

 

-- Ah amor, entra no clima, faz parte da tradição de um casamento...

 

-- Tudo bem...

 

                  À noite, confesso apreensiva, segui com Suzana para o endereço deixado por Bernardo. O tal espaço alternativo eu já deveria imaginar que no vocabulário de meu amigo era o mesmo que: gay. A decoração mais parecia cenário de Alice no País das Maravilhas, de tanto arco-íris que vi. Como toda festa gay que se preze, a trilha sonora incluía Lady Gaga, a nova Madona dos viados. Fomos recebidas por duas garçonetes vestidas (ou despidas) de coelhinha da “Playboy” que com uma postura nada formal pendurou no nosso pescoço um par de peitos de borracha. De longe avistei um pequeno palco, em cima, uma mulher com vestido coberto de purpurina e lantejoulas, cabelos longos e cacheados anunciou ao microfone:

 

-- Meninas as noivas acabaram de chegar!

 

                  A voz era conhecida, mas nunca vi antes aquela figura. Avistei Renato caminhando em nossa direção em meio a aplausos e assovios do pequeno grupo de amigos que nos esperavam. Renato trajava os mesmos adereços que nós: peitos de borracha, além disso, fixou um bumbum de látex quebrando a imagem de homem sério que ele sempre me transmitia.

 

-- Benvindas!

 

                  Renato sempre discreto parecia ter incorporado a afetação do seu namorado. Serviu-nos uma bebida esfumaçante e colorida, eu, só conseguia pensar: “Meu Deus o que tia Silvia vai pensar?”. Mal concluí meu pensamento, quando vi na pista de dança, minha tia, a séria advogada, dançando com Lúcia, a enfermeira amiga de Suzana, e uma das coelhinhas, com uma taça na mão. Boquiaberta, suspirei:

 

-- É o fim do mundo...

 

                  Suzana, ao contrário de mim, estava completamente relaxada. Bebeu todo conteúdo desconhecido de uma vez só, fez uma careta e pediu:

 

-- Amor, relaxa e goz*!

 

                  Fiz o mesmo com a bebida de gosto estranho, mas bom. Olhei em volta à procura de meu amigo, a madrinha de honra e promotor daquele espetáculo.

 

-- Renato, onde está seu digníssimo?

 

-- Jura que não o viu?

 

                  Renato gargalhou afetado fazendo sinal para a mulher espalhafatosa que nos recepcionou do palco.

 

-- Amor, a Isa está te procurando...

 

-- Fala mona! Gostou? Escândalo né?

 

                  Se eu fosse um desenho animado meu queixo teria caído ao chão naquele momento. Suzana gargalhou:

 

-- Pelos músculos da Madona... Bernardo! Que perua gata que você é!

 

                  A partir dali, comecei a duvidar que aquela festa fosse a nossa homenagem, acreditei que foi só um pretexto para meu amigo ousar se travestir. Mas, se até minha tia estava entregue ao clima, porque não também não entrar? Resolvi curtir a festa gay, de lésbica aquela despedida de solteiras só tinha mesmo algumas convidadas, porque tanto brilho não combinava com as sapatilhas, ao contrário, tinha tudo haver com nosso casal de “madrinhos”.

 

                  Tudo corria bem, clima completamente informal como Bernardo prometera. Até o momento que meu amigo naquela noite, travesti, pegou o microfone mais uma vez e anunciou:

 

-- Agora uma pausa para um showzinho que eu particularmente não vejo graça, mas para o brejo aqui presente será escândalo! Meninas, o palco é de vocês!

 

                  No som uma música sensual anunciou o show de stripers que se seguiu. Quatro beldades mascaradas entraram pelo palco, mas logo desceram para a pista se posicionando nos poles espalhados pelo salão. A elasticidade daqueles corpos perfeitos despertava a curiosidade libidinosas das sapas acerca do que seriam mulheres como aquelas na cama...

 

                  Inevitável não estapear Suzana que praticamente babava com o show das meninas mascaradas, o mistério dava um charme a mais à medida que as peças de roupa se perdiam nos rostos das convidadas exibindo suas lingeries minúsculas. Devidamente expostas para a ocasião, mas ainda com máscaras, as stripers se aproximaram das convidadas com movimentos sensuais dançavam à nossa frente.

 

                  Obviamente eu e Suzana recebemos atenção especial. Assim, duas dançarinas dançaram sobre nós, sentaram em nosso colo, roçaram seu rosto no nosso, arrancando gritinhos da platéia.  E quando dei por mim, estava sorrindo descontraída para a dançarina que tirou a máscara mostrando um rosto tão lindo quanto seu corpo, como um reflexo, olhei para Suzana para ver o rosto da dançarina que se exibia para ela e vi a striper sentada no colo de minha noiva num beijo voraz.

 

                  Meu instinto foi de fazer o mesmo com a dançarina linda que se exibia para mim, e se oferecia para imitar sua colega. O beijo de minha noiva na dançarina durou mais do que o tempo de um ousado gesto de um striper comum, o que lógico, passou a me incomodar, sem mais rodeios, a dançarina que se esforçava por minha atenção, prendeu minha boca na sua, me invadindo com sua língua não me deixando alternativa que não fosse retribuir o beijo.

 

                  Foi muito rápido, mas quando me afastei da dançarina tive a impressão de acordar para um pesadelo, ou uma grande piada. Vizinho a mim, o beijo entre Suzana e a dançarina acabou, minha noiva arrancou a máscara da mulher que lhe beijou e lá estava ela com o riso de satisfação nos lábios: Pietra.

 

 

                  Suzana empurrou-a como um reflexo. Meu instinto era de esbofeteá-la, meu sonho naquele momento era protagonizar a cena de Malu Mader na novela Celebridade surrando a personagem da Claudia Abreu, mas, mantive a falsa calma por respeito aos convidados, especialmente tia Silvia e Livia.

 

-- Pietra o que você está fazendo aqui? – Suzana exclamou limpando a boca.

 

-- Não é sua despedida de solteira? Vim me despedir... Gostou do disfarce meu bem?

 

                  Suzana balançou a cabeça negativamente diante do sorriso sarcástico de Pietra. Bernardo se aproximou irado com a organizadora da festa:

 

-- É isso que você chama de qualidade minha querida?

 

-- Mas, eu não contratei essa dançarina!

 

                  A mulher se apresentou indignada olhando para Pietra.

 

-- Olha aqui sapa, você não vai estragar minha produção, quer sair com suas próprias perninhas, ou quer ser arrastada por dois seguranças?

 

                  Bernardo perguntou tomando a frente da situação.

 

-- Eu já consegui o que queria, estou indo embora. Suzana seu beijo continua sendo o melhor!

 

                  Pietra disse em tom provocativo enquanto Suzana segurava minha mão. A megera se afastou com uma insuportável expressão de satisfação. Descontei minha raiva contida apertando a mão de Suzana que quase num tom de súplica disse:

 

-- Amor... Você está me machucando...

 

 

 

                  Bernardo tentou dissipar o clima tenso instalado, solicitando a DJ que liberasse o som. Olivia e Virginia lideraram a pista de dança, mas essas ações não tiveram efeito sobre mim e Suzana, que permanecemos em estado de choque.

 

-- Meu amor eu não tive como fugir do beijo...

 

-- Você beijou essa mulher por anos, não reconheceu que era ela?

 

                  Perguntei irritada.

 

-- Isa, eu não me dei conta, juro que não...

 

                  Sentei-me cruzando os braços emburrada.

 

-- Essa mulher é louca Suzana! Como você passou tanto tempo com ela? Pior, como você a trata assim, de maneira tão condescendente?

 

-- Ela não era assim Isa, não sei quando o sentimento dela por mim se transformou em doença... Mas, ao menos, ela vai nos deixar em paz agora...

 

-- De onde você tirou essa idéia?

 

-- Ah, nem foi tão grave o que ela fez né?

 

-- Ah Suzana! Você não pode estar falando sério!

 

                  Suzana sorriu depois de fazer uma careta. Abraçou-me enfrentando minha resistência. No fundo, eu concordava com minha noiva, perto do que eu julgava Pietra capaz, o show dela naquela noite era fichinha. Apesar da animação ser reestabelecida, nossa noite foi abalada pela presença de Pietra. Para cumprir o ritual que Suzana fazia questão de seguir, não dormi na sua casa após sairmos da festa, fui para o hotel onde Tia Silvia e Lívia estavam hospedadas, de lá, só sairia para a Casa de Santa Tereza, local do casamento.

 

                  Meu dia de noiva foi tradicional, o próprio hotel oferecia serviços de SPA, acompanhada de minha tia e de minha irmã, passei por sessões de massagem, banhos de imersão com óleos exóticos aromatizados. Confesso que minha ansiedade era inédita, todo aquele preparo produzido e sonhado por minha noiva, incentivava o clima romântico, mais frenético do que o meu primeiro casamento, claramente as emoções eram diferentes.

 

                  No final da tarde, eu estava pronta. O vestido de noiva emocionou minha tia, que se entregou ao clima de vez. Cerca de meia hora antes da cerimônia, tia Silvia e Lívia seguiram para a Casa Santa Tereza, ficando apenas tio César que me conduziria até o altar.

 

-- Ansiosa minha querida?

 

-- Muito tio...  Enfrentamos tanta coisa, tantos obstáculos para ficarmos juntas, que nem acredito que enfim ficaremos juntas.

 

-- Apesar de manter meu pé atrás com sua noiva, eu desejo do fundo do meu coração que você seja muito feliz.

 

-- Obrigada tio.

 

                  Meu tio me abraçou, quando o telefone do quarto tocou, ele atendeu:

 

-- Pois não. Como assim? Mas estamos em cima da hora! Providenciem outro já!

 

-- O que houve tio?

 

-- Você fez questão de limousine, mas a que reservei não chegou ainda, a empresa acabou de avisar que o carro que estava a caminho quebrou.

 

-- Mas faltam poucos minutos, nos atrasaremos tio!

 

-- Não se preocupe, vou descer e pedir ao hotel que providencie outro carro, chegaremos lá de táxi, de moto, a pé, mas te levo para seu casamento.

 

                  Meu tio me tranqüilizou e desceu até a recepção do hotel a fim de resolver tal imprevisto. Fiz questão da limousine pra agradar Suzana, mas não me importava com isso. Minutos depois ouvi batidas na porta, acreditando que fosse meu tio, atendi prontamente:

 

-- Pietra!

 

                  Fechei a porta apavorada, temendo que meus pesadelos mais absurdos se tornassem realidade, e que aquela louca atentasse contra minha vida no dia do meu casamento. Pietra foi mais rápida, segurou forte a porta e forçou a entrada.

 

-- Eu chamo a polícia sua louca! – Ameacei

 

-- Deixa de ser ridícula Isabela, você vai dizer o que? Não fiz nada com você.

 

-- O que faz aqui? O que você quer? Meu padrinho está subindo, vai me levar para meu casamento, você não vai conseguir impedir!

 

-- Você acha que eu usaria de violência pra te impedir?

 

                  Sorriu sarcástica.

 

-- E seu padrinho vai demorar um pouco até encontrar um carro para levar você... Se é que você vai se casar depois do que eu lhe disser.

 

-- Como assim se é que vou me casar? Nada vai me impedir de me casar com Suzana!

 

-- Ah minha cara, temo que há algo que pode te impedir disso sim.

 

                  Pietra refestelou-se na poltrona, e disparou:

 

-- Eu sei de algo que vai te dissuadir a desistir desse casamento, se você realmente ama Suzana, você vai simplesmente desaparecer, e não vai a esse casamento.

 

-- Você está louca! Até morta eu vou a esse casamento! Vai me ameaçar com uma arma? Vai tentar me matar? Não tenho medo de você!

 

-- Nossa! Você me julga mesmo uma psicopata! Não vou sujar minhas mãos Isabela, sua vida está segura, se acalme. Minha ameaça é muito mais forte do que uma pistola.

 

                  Gelei. Pietra estava muito segura de si, estava prestes a fazer uma revelação bombástica.

 

-- Você está descontrolada, vou chamar a segurança do hotel pra te expulsar daqui!

 

-- Ei Isa, calma, se você fizer isso, vai adiantar meus planos e você não vai ter chance de evitar uma tragédia na vida de sua amada. Aliás, de nossa amada Suzana.

 

-- Do que você está falando sua louca?!

 

-- Você sabe que a Vitória é a paixão de Suzana não é? Sabe o quanto Suzana a ama, e principalmente o quanto ela preza a família dela, que se restringe a seu irmão e a filha dele não é?

 

-- O que eles tem haver com suas ameaças?

 

-- Bem, Vitória não é filha de Vitor.   

 

-- O quê?

 

-- Vitor conheceu a mãe de Vitória quando fazia seu mestrado em Boston, eles estavam juntos, mas, ela traiu o Vitor com um ex-namorado, o pai da Vitória. O Vitor perdoou a Mirela, depois ela descobriu que estava grávida, e Vitor se prontificou a assumir a criança como sua filha.

 

-- Mas a menina é a cara da Suzana, ela pode perfeitamente ser filha do Vitor de fato...

 

-- Vitor é estéril Isabela, você acha a menina parecida com Suzana porque você quis vê-la assim, e Vitória sendo criada por Suzana acabou por absorver o jeito da tia, mas fisicamente elas não tem nada em comum.

 

-- Você está mentindo... Suzana teria me dito isso.

 

-- Suzana não disse por que ela esconde o que fez para assegurar que ela e Vitor criassem Vitória.

 

-- Mas por que essa troca de nomes, o que Suzana fez?

 

-- O ex-namorado de Mirela, ele descobriu que ela estava grávida e suspeitou que o filho pudesse ser dele, exigiu fazer o DNA assim que a criança nascesse, tanto ela como o Vitor eram brasileiros, temeram perder a guarda da criança, com razão, ela não poderia voltar ao Brasil sem a autorização dele. Ela não conseguiu sequer sair do país antes de dar à luz. Foi quando tiveram a idéia de omitir o nascimento da criança, saíram de Boston, antes do parto, Suzana patrocinou o plano, e veio para o Brasil com Vitoria dias depois do nascimento da menina. Subornou todos que estavam envolvidos, os enfermeiros do hospital, o médico que fez o parto, hoje é um dos diretores do seu hospital, para o pai da criança, foi contada a história que a criança nasceu morta.

 

-- Mas... E a mãe da Vitória? Ela topou tudo isso e depois abandonou Vitor e sua filha?

 

-- Mirela é uma viciada, esse foi mais um dos motivos pelos quais levaram-na a aceitar esse plano do Vitor, ela perderia a guarda da filha, não seria lhe dado nem o direito de vê-la. Suzana mantém Mirela financeiramente, pagou o tratamento dela e hoje ela está morando na Espanha, terminando seu doutorado, Vitor leva Vitoria para visitá-la uma vez por ano, e em breve ela pretende estar mais perto da filha, agora que está sóbria. De certa forma, Suzana compra seu silêncio.

 

-- Você inventou isso tudo... E mesmo que seja verdade tudo isso, o que isso tem haver com meu casamento com Suzana?

 

-- Ah chegamos a melhor parte! Eu sou uma das poucas pessoas que sabem dessa história, passei os últimos meses investigando para descobrir o paradeiro do verdadeiro pai de Vitória, e adivinha só, descobri!

 

-- E?

 

-- E, está nas suas mãos a permanência de Vitoria na vida de sua noiva, e claro na vida do irmão dela... Ou você some da vida de Suzana, ou com um telefonema, aciono a polícia, e faço contato com Jason, o pai de Vitória, e além de perder a guarda da menina, há o grande risco do Vitor ser processado, preso, e Suzana de cúmplice.

 

-- Mas como você diz que ama Suzana e está disposta a destruir assim a vida da família dela?

 

-- Isabela, eu nunca vou aceitar que você e Suzana fiquem juntas. Aguentei anos de humilhação, dedicando-me cegamente a essa mulher que estava todo tempo me comparando a você, chamando seu nome. Prometi a mim mesma que com você Suzana não ficaria.

 

-- Mas com você ela também não ficará! Acha que ela ao menos te suporta? Ou você também pretende chantageá-la para que ela fique com você?

 

-- Vou pagar pra ver... Arriscar, não tenho nada a perder.

 

                  Meu chão se abriu. O que eu faria? Acreditar e ceder á chantagem de Pietra e abandonar Suzana no altar? Ou arriscar que aquilo tudo não passava de mais uma armação daquela ensandecida para me afastar de Suzana, e continuar meus planos de casamento. E se isso fosse verdade? Quando Suzana descobrisse que esteve em minhas mãos esse poder de evitar isso e eu fui irresponsável em arriscar? Nossa relação suportaria isso? Como ficaria a vida dela sem Vitoria, e o Vitor?

 

-- Você está blefando... Não ousaria tanto...

 

-- Você pode estar certa... Mas, se continuar com seus planos de casamento, a felicidade de vocês vai durar menos de uma semana... Não daria tempo Suzana formular uma saída para essa confusão que se transformaria a vida de vocês, porque eu não gasto menos de dois minutos para alertar o pai de Vitória sobre a existência dela, a partir daí, seria fácil instalar um incidente diplomático...

 

                  O golpe de Pietra foi muito bem arquitetado, eu não tinha tempo de raciocinar, ela tinha conseguido afinal o que queria, me abalar.

 

-- Seu tempo para decidir está acabando Isabela... O que você vai decidir?

 

-- Como você pode ser tão maquiavélica? Tão inescrupulosa? É a felicidade de uma criança que gosta tanto de você que está em jogo! Você só pode estar blefando...

 

-- Também gosto da menina, mas... É uma questão de honra para mim, e minha felicidade em jogo, Suzana é minha felicidade... Você teve sua oportunidade com ela, e preferiu a Camila, então, não hesitarei em usar todas as armas que eu tiver para lutar por Suzana. Você acha que é um blefe? Raciocine comigo: porque você acha que Suzana é tão paciente e generosa comigo? Eu minei a relação de vocês, e ela não me repudiou, conseguiu emprego para mim na seleção brasileira de vôlei! Não acha isso estranho? Ela faz isso por que sabe das informações que tenho, nunca faria nenhum mal contra mim, nem me desagradaria...

 

-- Por que você não usa então essa informação para chantageá-la? Chantageia a mim por me julgar mais fácil de se manipular?

 

-- Porque não quero que Suzana seja forçada por mim a ficar comigo... Quero que ela se convença que eu sempre a amei e que não vou deixá-la nunca, ela vai entender isso quando você abandoná-la e eu, estiver do lado dela como grande amiga que sempre fui.

 

                  Não tinha alternativa, mas tinha a esperança de ganhar algum tempo para ao menos explicar a Suzana o que se passava.

 

-- Eu preciso conversar com meu tio para explicar tudo, trocar de roupa... Você me dá licença?

 

-- Você acha que sou idiota? Ficarei aqui, e te acompanharei até o aeroporto, você vai dar uma desculpa ao seu tio, convencê-lo de que você desistiu do casamento e vai viajar e vai pedir segredo ao seu padrinho e pedir que ninguém te procure, que precisa de um tempo sozinha.

 

-- Você está completamente fora de si, e emburreceu! Ninguém vai acreditar nisso!

 

-- Isabela, será assim, não estou discutindo, estou lhe dando as minhas orientações, são minhas exigências!

 

-- Suzana vai me procurar até o fim do mundo!

 

 

-- Você a manterá afastada se não quiser que eu entregue Vitoria ao seu pai verdadeiro. Preocupe-se com isso apenas, o resto é por minha conta.

 

                  Tio César bateu à porta afobado, ignorando a presença de Pietra.

 

-- Vamos minha querida! Finalmente consegui outro carro.

 

-- Tio... Eu... Não vou me casar.

 

-- O que?!

 

-- Não posso me casar tio. Só existiu uma mulher com a qual eu podia me casar, com a qual eu queria uma família, e essa mulher era Camila. Não amo Suzana o suficiente para esquecer o que ela me fez e ter uma vida em comum com ela.

 

-- Mas você só percebeu isso agora? Há minutos do seu casamento?

 

-- Só agora me dei conta disso tio. Eu estava envolvida com a idéia de ser feliz de novo com alguém, mas agora vejo claramente que isso não acontecerá com outra mulher como fui feliz com Camila, farei Suzana infeliz, não quero filhos como ela quer, quero me dedicar só a minha carreira, à pesquisa de Camila, coisa que Suzana não entende.

 

-- Isabela mas... E você? Quem é?

 

                  Tio César olhou para Pietra de braços cruzados observando a conversa.

 

-- Ela é uma amiga, que chamei para me ajudar, ela vai me levar ao aeroporto.

 

                  Antecipei-me em responder.

 

-- Aeroporto? Isabela você está fugindo do que?

 

-- Tio César, nunca te pedi nada, por favor, vá até lá, explique tudo a Suzana, desculpe-se por mim aos convidados. Preciso ficar sozinha, vou passar uns dias longe, quando tudo estiver mais calmo, volto. Não se preocupe comigo. Mando notícias. Minha amiga aqui vai me levar ao aeroporto.

 

-- Isso está muito estranho, não consigo acreditar nisso... Minha querida, me fale a verdade, o que está acontecendo?

 

-- Tio, por favor!

 

                  Visivelmente transtornada, deixando a maquiagem ser borrada pelas lágrimas que caíam pelo meu rosto abundantemente gritei. Tio César apesar de não convicto consentiu.  Com dificuldade e apressada me desfiz do meu vestido de noiva sob olhar atento de Pietra que insistia em me ajudar, alertando para a hora do vôo que eu nem sabia o destino, isso para mim era o menos importante. A dor que sentia por abrir mão de Suzana, abandonando-a era incalculável, indizível.

 

                  Seguimos para o aeroporto em um silêncio fúnebre. Mantive meu celular desligado, sob a vigilância de Pietra. Minha esperança era escapar dela depois de embarcar, e enviar algum tipo de mensagem para Suzana revelando o que se passara.

 

                  Entretanto, meus planos eram tão frágeis quanto meu estado emocional. Ao chegar no aeroporto, dei de cara com Clara acenando para nós.

 

-- O que ela faz aqui?

 

-- Pra você não me achar tão má, providenciei companhia para você na viagem, Clarinha viajará com você, te consolará, manterá você ocupada, e claro, vai assegurar que você não ceda à tentação de voltar atrás na decisão, nem claro, atrapalhar minha reconciliação com Suzana.

 

-- Você é louca! Eu não vou viajar com a Clara! Não vou com ninguém! E vou para onde eu quiser!

 

-- Isabelazinha... Tenho que te lembrar que você não está na posição de querer nada? Você vai para uma linda capital nordestina com minha amiga e sua admiradora: Clara, meu presentinho para o casal, aproveitei a promoção da companhia aérea, vocês só voltarão quando eu autorizar.

-- Você acha que vou me submeter assim aos seus desmandos?

 

-- Você não tem escolha.

 

                  Clara se aproximou pegando minha bagagem.

 

-- Oi Isa.

 

                  Não respondi. Embarquei no vôo para Fortaleza junto com Clara, que parecia completamente sem graça na minha presença.

Fim do capítulo


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Comentários para 23 - CAPÍTULO 23: VESTIDO BRANCO, BUQUÊ, LUA-DE-MEL...:
Lea
Lea

Em: 18/12/2021

Não posso acreditar nisso... AUTORA linda,matar a Camila não foi sofrimento suficiente?????

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patty-321
patty-321

Em: 10/12/2021

Isabela vc foi pura burrice. Afffz.

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Bruna Oliveira
Bruna Oliveira

Em: 10/12/2021

Mas que merda Isabela tem na cabeça!!! Ainda nao conhece essa louca da Pietra???

Responder

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cris05
cris05

Em: 10/12/2021

Como assim???

Autora do céu, você realmente quer matar as suas leitoras!

Mulher, eu sou cardíaca! Brincadeira...mas eu quase enfartei.

Responder

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