CAPÍTULO 21- O PASSADO AINDA PRESENTE
Enquanto as investigações se intensificavam em torno de Michelle e da Lesbos, Amy e Esther pareciam estar em plena lua de mel. O segredo que ainda existia entre elas incomodava a ruiva, mas ela sabia que não era o melhor momento para revelar seu parentesco, apesar da loirinha estranhar muito a intimidade e o carinho dos seus pais com sua namorada.
Peter retornou a Nova Iorque para agilizar o reconhecimento de Esther como filha de Wiliam para que assim ela recebesse sua herança. Sandra se mantinha ocupada, tentando localizar sua antiga amiga Carol a fim de esclarecer dúvidas sobre seu desentendimento com Carmem no passado. Após muitas tentativas, Sandra conseguiu enfim localizá-la, Carol estava morando bem perto de Prescott, era dona de um hotel luxuoso na costa, mas não usava mais seu nome de solteira, apesar de ser viúva, por isso foi mais difícil encontrá-la.
Sandra foi até o hotel de propriedade da antiga amiga, antes que anunciasse seu nome para secretária, porém, ouviu uma voz familiar atrás dela ditando ordens para sua funcionária, logo identificou a voz de Carol, e lhe falou:
-- Caroline?
Carol apertou os olhos, e disse sem muita convicção:
-- Sandra?
-- Sim Carol, sou eu.
-- Sandra! Quanto tempo amiga! O que você faz por aqui? Está me esperando há muito tempo?
-- Na verdade acabei de chegar, vim para conversar um pouco com você.
-- Claro, vamos entrar para o escritório.
Entraram no escritório luxuoso da administração do hotel. Caroline Wanderbelt era uma mulher de traços fortes, olhos grandes, rosto largo, apesar de notadamente ter passado por algumas cirurgias plásticas que diminuíram seu nariz, seu rosto não era bonito, mas seu corpo continuava invejável.
-- Diga-me Sandra, como está Peter?
-- Está bem, em Nova Iorque.
-- Vocês tem uma filha não é? Aliás, vi no noticiário sobre um acidente com ela, como ela está?
-- Sim, graças a Deus está bem sim.
-- Mas me fale o que te traz aqui? Tantos anos sem contato, como você me achou?
-- Estou em Prescott há alguns dias e, enfim... Deparei-me com alguns fatos do meu passado, e pensei em conversarmos um pouco, de repente você se lembra de mais coisas do que eu... Apesar de nossas desavenças no passado pensei que você pudesse me ajudar.
-- Desavenças? Ah amiga, isso é coisa do passado, éramos tão jovens, imaturas, nem ao menos lembro o motivo de termos brigado. Minha memória é péssima, mas se eu puder ajudar, conte comigo. O que você quer saber?
-- Sobre minha separação com Carmem. Você acompanhou tudo e... Gostaria de saber por que você disse aquelas mentiras sobre meu relacionamento com Carmem... Eu nunca a chamei de anormal, você sabia o quanto eu a amava, não existia nenhum plano para magoá-la, por que você disse aquelas maldades?
Carol ficou desconcertada com a pergunta de Sandra, por mais que tivesse passado tanto tempo, aquela ferida ainda estava lá, o tom e a expressão de Sandra não negava isso.
-- Sandra, eu me envergonho de ter mentido daquela forma, mas fiz pensando no seu bem, uma relação lésbica naquela época seria um escândalo, você se arrependeria, não podia ter, por exemplo, o que você tem hoje: um lar, uma família... Hoje não faria isso, mas eu era uma jovem sem muita coisa na cabeça... Ainda tinha aquela rivalidade com a Gama-Tau, coisas da juventude.
-- Você tem noção das consequências disso? No começo eu achei que eram mentiras de Carmem, que ela havia inventado isso para justificar sua traição, mas não foi. Você disse aqueles absurdos, você sabia de coisas íntimas e divulgou isso, você nos espionou?
-- Que vergonha meu Deus! Mas sim espionei vocês sim... Naquela cabana...
-- Meu Deus Carol... Isso sim é doente!
-- Sandra já faz tanto tempo, por que isso agora?
-- Por que estou descobrindo que eu e Carmem fomos vítimas de uma grande armação, você contribuiu para acabar com a vida dela e isso teve e tem suas repercussões Carol. Não posso acreditar que você fez isso tudo sozinha...
-- Sandra, vamos esquecer isso, é melhor para todos.
-- Não posso esquecer, e nem a filha de Carmem esquecerá.
-- Filha de Carmem?
-- É Carol. A filha de Carmem e Wiliam.
-- Mas ela não morreu no acidente com ele?
-- Vejo que você não é tão alheia assim às informações... Como você soube que Esther estava no acidente com Wiliam?
-- Esther? O nome da filha de Carmem e Wiliam é Esther?
-- Sim, por quê?
Carol de repente ficou pálida para a estranheza de Sandra. Que mesmo insistindo em fazer perguntas parecia não ser ouvida, até serem interrompidas pela secretária de Carol.
-- Sra. Wanderbelt, os executivos da reunião das 16h já aguardam a senhora na sala de conferências.
-- Obrigada Lilian, estou indo.
Carol se refez, mexeu em alguns papéis e disse sem graça:
-- Sandra, eu tenho mesmo que estar nessa reunião, podemos terminar essa conversa outra hora?
-- Estou nesse hotel Caroline, se quiser conversar me procure, mas sinceramente, não sei se estarei disposta a recebê-la. Boa tarde.
Sandra se despediu colocando o cartão do hotel que estava hospedada na mesa de Carol, com um olhar magoado. Deixou Caroline intrigada e apreensiva, imediatamente ela sacou seu celular deixando um recado tenso para alguém:
-- Preciso falar com você, ligue-me com urgência.
Na mansão Gama-Tau, Amy e Esther faziam planos para passar o feriado de Ação de Graças juntas em Nova Iorque, as duas estavam mais unidas do que nunca. Amy voltaria a frequentar as aulas no dia seguinte, não se conformava pelo fato de Esther haver perdido a presidência da fraternidade por uma armação de Ellen. A ruiva reiterava que não se importava com o cargo.
-- Linda, não ser mais presidente da fraternidade me dá mais tempo para ficar com você, sem grandes responsabilidades...
-- Mas meu amor... E sua música? Seu estúdio está lá no andar da presidência, já pensou se Ellen ganha essa eleição? Como será nossa vida aqui com ela sendo presidente?
-- Amy, quanto a isso não se preocupe, Rebeca e Meredith não deixarão que ela assuma o mandato se esse absurdo acontecer, nos mudamos daqui, vamos morar no meu barco o que você acha?
-- Só nós duas morando juntas? Sou moça de família, viu? Só casando!
-- Nossa, quanta pressão! Só mora comigo se casarmos é?
-- Isso mesmo...
Esther sorria do jeito de Amy falar, como se significasse algum sacrifício casar-se com ela, abraçou-a pela cintura, roçando seus lábios no pescoço da loirinha, e disse junto ao seu ouvido:
-- Eu quero que você seja minha mulher, Amy.
Amy abriu um sorriso sincero, os olhos cintilavam felicidade, invadiu a boca de Esther num beijo urgente e pleno, em segundos as mãos já exploravam o corpo uma da outra enquanto caminhavam para a cama, perdendo as peças de roupas.
Esther posicionou-a sentada sobre ela, passando sua língua pelos seios e barrigas alvas da loirinha, suas mãos que apertavam o bumbum de Amy, agora se dirigiam para o sex* encharcado dela. Esther penetrou seus dedos após massagear o clit*ris da sua namorada, fazendo-a gem*r alto enquanto cravava suas unhas nas costas de Esther. Amaram-se por horas até caírem no sono. Pelo menos ali, naquele quarto, o clima não era de tensão ou angústia, a paixão dominava como tinha que ser entre um casal apaixonado.
Passaram-se alguns dias e as investigações avançaram. O resultado do teste de DNA colhido entre as últimas pessoas vistas com Virginia Bergman foi concluído, antes disso Ellen já providenciara uma viagem inadiável para visitar os pais, alegando que sua avó estava doente.
Desconfiada das intenções da moça, Rebeca tratou de avisar tal fato a agente Madson, que imediatamente enviou o policial Robinson até a fraternidade, ele então abordou a gama-tau na saída de casa.
-- Com pressa Srta. Oliver?
-- Policial Robinson! É, estou com um pouco de pressa sim.
-- Vai viajar?
-- Sim, minha avó está muito doente, vou visitá-la.
-- Receio que a senhorita terá que cancelar sua viagem.
-- Mas por quê? -- disse Ellen assustada.
-- Estou aqui com uma ordem do juiz, a senhorita está proibida de se ausentar da cidade, seu DNA foi encontrado nas roupas da vítima, da Srta; Bergman.
-- Mas eu tenho que ir, não tenho nada com esse assassinato.
-- Eu não disse que foi um assassinato Srta. Oliver, todas as hipóteses estão sendo investigadas, inclusive de acidente, de atropelamento...
-- De qualquer forma... Não fiz nada, preciso viajar.
-- Se a senhorita insistir em viajar, teremos que solicitar ao juiz prisão preventiva, o que a senhorita prefere?
Ellen empalideceu, e apenas entrou de volta na mansão Gama-Tau, ignorou todas as interrogações das demais que estranharam a irmã voltando com as malas após ter se despedido tão rapidamente. No seu quarto, tensa, a jovem enviou uma mensagem de texto do seu celular, em seguida recebe um telefonema misterioso:
-- Ok, às 22h no lugar de sempre.
Os movimentos de Ellen eram observados por Rebeca e Meredith, as fortes suspeitas sobre a participação da jovem na Lesbos ficaram ainda mais consistentes diante do que a agente Madson revelou. Um passo importante nessa investigação era conseguir uma amostra do DNA de Michelle para comparar às amostras encontradas na vítima. Para tanto, Rebeca precisava de Esther, chamou a moça para uma conversa na biblioteca.
-- Esther, tenho um plano para conseguir a amostra do DNA de Michelle, a fim de encontrarmos algo que a incrimine, você está disposta a ajudar?
-- Claro, Rebeca! Qual o plano?
-- Você terá que se encontrar com ela... E aí ficará muito fácil conseguir essa amostra... Um fio de cabelo, um copo que ela tenha bebido algo, uma ponta de cigarro...
-- Depois das coisas que eu disse a ela, ela vai estranhar se eu a ligar marcando encontro...
-- Tenho certeza que você tem suas armas de sedução Esther, afinal você é uma Gama-Tau legítima...
-- Tudo bem Rebeca, farei isso amanhã. Vale o sacrifício.
À noite, todas as meninas Gama estavam reunidas no térreo. Como de costume, os casais abraçados, algumas jogando bilhar, outras vendo TV, uma cena normal na fraternidade, exceto pela tensão exposta na face de Ellen, que a todo o momento olhava para o relógio, atraindo a atenção de Rebeca. Por volta das 22h, hora do encontro marcado de Ellen com alguém misterioso, a moça esquivou-se até a cozinha a fim de sair sem ser notada. Atenta como sempre, Rebeca tratou de segui-la.
Ellen caminhava com passos rápidos pelo campus, sempre parando e olhando para trás, Rebeca escondia-se entre as árvores, até enfim vê-la entrar num carro preto, estacionado em uma parte pouco iluminada do campus. Como não podia seguir o carro, uma vez que estava a pé, Rebeca fotografou Ellen entrando no carro e a placa do mesmo, enviou a fotografia para a agente Madson, com o intuito de verificar a procedência do veículo.
Na mansão Gama, no quarto de Amy, Esther tentava inventar uma desculpa para recusar o convite da namorada para sair no dia seguinte com sua mãe:
-- Linda, amanhã não posso, tenho um compromisso.
-- Que compromisso?
-- Amy, por favor, não posso dizer, mas é algo importante.
-- Esther, você me prometeu que não me esconderia mais nada...
-- Amy, é melhor você não saber, minha linda.
-- Faço questão de saber, vamos Esther, estou esperando.
A loirinha cruzou os braços, balançou a perna, fez bico, e assim Esther se rendeu, e revelou mesmo temendo a reação da namorada.
-- Vou me encontrar com Michelle.
A expressão do rosto de Amy mudou, como se não acreditasse no que acabara de ouvir, a loirinha perguntou:
-- Acho que não entendi com quem você vai se encontrar?
-- Isso mesmo que você ouviu, com Michelle. Mas, não é nada do que você está pensando.
-- Ah Esther! Você nem pode imaginar o que estou pensando! -- exclamou Amy.
-- Você não pode confiar em mim apenas uma vez? O que é preciso fazer para ser digna de sua confiança?
O tom magoado da morena pareceu tocar Amy que baixou sua voz, e disse:
-- Esther, me explica então, por que você vai se encontrar com ela? Seu avô não corre mais riscos, qual o motivo então?
-- Precisamos de provas que incriminem Michelle de alguma forma, não existe nada contra ela. Rebeca pediu que eu coletasse algo que contivesse o DNA dela para entregar ao FBI e fazer testes comparativos.
-- Mas precisa ser você? É tão fácil, se você quiser, eu mesma arranco um monte de cabelo daquela vaca!
Esther sorriu da ingenuidade da namorada e explicou:
-- Não podemos levantar suspeitas, Amy. Nossa única arma por enquanto é o segredo, se Michelle desconfiar que está sendo investigada, ela vai dar um jeito de se safar... Tudo que não precisamos é colocar você na mira dela, já pensou? Do nada você avança nos cabelos dela e sai correndo com um monte de fios na mão? Como você acha que ela reagiria?
-- Ah! Não sei, mas que estou louca pra fazer isso, ah eu estou!
-- Nossa que brava essa minha namorada...
Esther tentou se aproximar de Amy roubando-lhe um beijo, mas a loirinha a empurrava.
-- Escute aqui, Esther Gonçalez... Você invente qualquer coisa! Mas não vai tocar naquela mulher, não vai deixar que ela te toque, está me ouvindo? Por que se não, quem vai perder cabelos é você!
-- Uau! A senhorita poderia, por favor, chamar minha doce namorada calma e tranquila? Por que essa pessoa que está me ameaçando se parece com Amy Anderson, mas não é...
Sorriu divertida jogando a loirinha na cama, roubando-lhe um beijo demorado, mordiscando seus lábios enquanto suas mãos incursionavam por baixo da blusa de Amy.
Naquela noite, a loirinha não queria ser dominada, jogou o corpo da namorada contra a cama, prendeu suas mãos sobre sua cabeça, e movimentou-se sobre o corpo quente de Esther despertando seus primeiros gemidos. Mordiscou sua orelha explorando-a com a língua, ao notar a morena entregue, dominada, Amy invadiu o sex* molhado de Esther por baixo de seu short, estocando com movimentos apoiados pelo seu próprio corpo enquanto sussurrava ao ouvido:
-- Quero ouvir você me pedir...
-- Amy... me faz goz*r...
A loirinha sorriu e impôs mais força aos seus movimentos. Não só penetrava Esther com seus dedos, como se mexia de forma que o clit*ris da morena era massageado, levando-a ao orgasmo em segundos.
No dia seguinte, Rebeca se encontrou com Cristina logo cedo. A agente disfarçada do FBI trazia mais uma vez informações importantes acerca do carro o qual Ellen entrara na noite anterior:
-- Sua intuição estava certa, Rebeca. O carro que a Srta. Oliver entrou ontem à noite é de propriedade de Michelle Roberts.
-- Eu sabia! Aquela menina está perdida... A ambição dela a deixou mais vulnerável às investidas de Michelle e da Lesbos... As meninas da fraternidade estão correndo risco Cristina, não posso permitir que ela continue na casa.
-- Calma, Rebeca... Tendo a certeza que essa menina está envolvida com Michelle, podemos usar isso, precisamos planejar uma armadilha para dar o flagrante na Lesbos, e Ellen pode ser a porta pra isso.
-- Isso é muito arriscado Cristina, e se ela recrutar alguma de nossas meninas para o círculo?
-- Seria uma forma de armarmos o flagrante...
-- Não, Cristina! Não posso permitir que nossas meninas sejam iscas... Sugeri e pedi que Dulce fosse ao encontro de Michelle, porque sei que Michelle é obcecada por ela, e não a quer morta, ou inválida... Além do mais, Dulce sabe se defender dela. Mas as outras meninas... Não, não posso permitir isso.
-- Rebeca, me dê um tempo, ok? Não expulse ainda Ellen da casa da fraternidade, vamos espioná-la mais um pouco. Ela está acuada, é jovem e não vai suportar a pressão...
-- Uma semana, Cristina. Depois disso, Ellen será banida da Gama-Tau.
Na mansão Roberts, Michelle teve uma surpresa com a visita de Caroline Wanderbelt:
-- Carol, o que você está fazendo aqui?
-- Vim pessoalmente falar com você, Michelle. Há dias telefonei dizendo que precisava falar urgentemente e você sequer me retornou a ligação.
-- Sinto muito Carol, mas precisei viajar com Aaron...
-- Pois muito bem, precisamos conversar, agora!
-- Mas aqui em casa? Por que você não marcou no...
-- Não Michelle, aqui, e agora! Há dias que não consigo dormir pensando nas coisas que Sandra me falou, não vou adiar mais um minuto essa conversa.
-- Sandra? Mas, que Sandra?
-- Sandra Anderson me procurou, pra falar do passado, qual não foi minha surpresa quando ela falou que a filha de Carmem está viva e se chama Esther! Quando ela falou isso me lembrei imediatamente quem era a garota que você chamava de sua diversão tanto parecia... Ela me lembrava alguém, mas nunca consegui me lembrar, mas lógico! A cara da Carmem! Por isso você é tão obcecada por ela!
-- Carol acalme-se, isso não tem nada demais... Esther é uma mulher linda, você também se divertiu com ela...
-- Eu não fazia ideia de quem ela era! Realmente uma mulher linda, o que me incomoda é que você usou e está usando nossa sociedade secreta pra alimentar essa sua obsessão do passado... Que tipo de coisa você fez para atrair essa menina?
-- Carol, isso não vem ao caso...
-- Claro que vem... Essa menina está fuçando o passado da mãe dela, conheceu Sandra, logo chegará a nós. Sandra está juntando pedaços da história, ela não é boba, sabe que tudo foi uma armação que destruiu a vida de Carmem, se a filha dela souber disso, você já pensou?
-- Esther nunca chegará a nós, nem fará nada contra nós, deixa de fazer drama. As únicas pessoas que sabem do que aconteceu somos nós agora, já que Wiliam está morto.
-- Você acha que pode controlar Esther?
-- Farei qualquer coisa para ter Esther no meu domínio... Qualquer coisa!
-- Quando você fala isso fico ainda mais nervosa, sei que você é mesmo capaz de qualquer coisa... A pobre coitada da Beta-Lo, tinha mesmo necessidade daquilo Michelle?
-- A Virgínia? Ora, foi um acidente... Ela tentou fugir, você viu... Ellen tentou segurá-la, mas foi inútil... Cair daquela altura foi uma fatalidade.
-- Michelle, acho sensato passarmos um tempo sem armar um novo círculo de rituais, até essa história da Beta-Lo se acalmar. E outra coisa... Se eu descobrir que você está mais uma vez nos envolvendo nos seus crimes para satisfazer suas vontades e sua obsessão...
-- Não ouse me ameaçar, Carol! Graças aos métodos, hoje você é herdeira sozinha de um império...
-- Ora, Michelle! Meu marido era doente, fiz o que ele queria, era a vontade dele, ele estava sofrendo há muito tempo com dores horríveis, não o matei!
-- Não esqueça que eu tenho o laudo da perícia, constatando a dose generosa de morfina que você liberou no dosador... Dose fatal...
-- Você não teria coragem, Michelle...
-- Oh, claro que não! Não faria isso a uma irmã de sociedade... A não ser que ela estivesse ameaçando o bem-estar da Lesbos e de seus componentes...
A conversa tensa entre as irmãs de sociedade, e mais que isso, cúmplices foi finalizada com a chegada de um dos seguranças particulares de Michelle: Charles.
-- O que você quer Charles?
-- Sra. Roberts, a senhora disse que quando retornasse de viagem resolveria minha situação...
-- Mas você é mesmo um estúpido, Charles! A Dra. Clark me disse que você se contradisse várias vezes no depoimento... Que incompetente! Vai ser difícil livrar você!
-- Sra. Roberts, fiquei nervoso...
-- Seu idiota! Você pode ter colocado tudo a perder!
-- Senhora, não preciso lembrar que... Não vou pagar por tudo sozinho...
-- Você está me ameaçando? Ora o que deu nas pessoas hoje? É o conselho do dia do horóscopo: ameacem Michelle?
-- Sra. Roberts, não sou o idiota que a senhora pensa... Tenho provas que me ligam à senhora na época, acaso a senhora esqueceu que me deu um cheque para minha viagem após o acidente?
-- Ora, seu filho da mãe! Você não sabe do que sou capaz...
-- Pelo contrário senhora, eu sei do que a senhora é capaz, por isso me precavi todo esse tempo que trabalho para a senhora... Por isso acho melhor a senhora achar uma solução pra isso, como sempre fez, acabando com investigações da polícia... E quero sair do país também!
-- Quem você pensa que é para me dar ordens?
-- Não são ordens, Sra. Roberts, são pedidos que a senhora atenderá gentilmente para o nosso bem, concorda?
O ódio no olhar de Michelle chegava a amedrontar, mas Charles não era mesmo o idiota que Michelle julgava, o seu comparsa deu um ultimato a sua chefe:
-- Outra coisa: se algo acontecer comigo, tenho um pacote endereçado ao FBI em um cofre com todas as provas contra a senhora no caso do acidente que vitimou o Sr. Anderson e outras provas sobre sequestros, estupros dessa sociedade que a senhora me fez participar, que será enviado por uma pessoa de minha confiança.
-- Charles, você não esqueça com quem você está lidando... Você tem uma família linda, não é? Acho que você não quer o mal deles, não é mesmo?
O segurança apertou seus dedos nas palmas da mão e se despediu:
-- Estamos conversados senhora, não quero ser obrigado a prejudicar a senhora.
-- Ok Charles, providenciarei o que você me pediu, depois conversamos.
Michelle caminhava de um lado para outro na sala, perdida acerca dos seus próximos passos, no bar preparou uma dose generosa de whisky e a sorveu num gole só, visivelmente tensa, se assustou ao ouvir seu celular tocar: era Dulce. Não esperou o segundo toque, imediatamente atendeu:
-- Esther! Preciso tanto ver você! Espero você então na casa de praia, à noite, no horário de sempre.
Aliviada, Esther respirou por não ter que pedir para encontrar-se com Michelle. De tão ansiosa que ela estava, antecipou-se logo pedindo isso. Por um momento, a ruiva lembrou-se da mulher que conhecera há anos atrás, educada e atenciosa com ela, além de sedutora.
Fim do capítulo
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