CAPÍTULO 20 – Mais uma vítima
Disfarçar para Amy sua empolgação foi difícil, mas não foi mais difícil do que ver Ellen saindo do quarto de sua namorada. Usou uma força sobre-humana para não atacá-la ali mesmo no corredor do hospital, escondeu-se para que a ainda irmã de fraternidade não a visse. Por sorte, Peter a encontrou e disse:
-- Não se preocupe, Amy está fazendo exames, não está no quarto. O que é isso que você tem nas mãos?
-- Ah! Tio Peter, uma surpresa, o padre que me achou após o acidente, encontrou a câmera fotográfica que estava comigo... Revelei o filme e algumas fotos se salvaram, veja.
Ao ver a imagem do irmão e do tio, Peter não conteve o choro, sentou-se emocionado no sofá da recepção, enquanto Esther segurava sua mão.
-- A qualidade da foto não está boa, mas, já achei uma sorte essas fotos ainda prestarem depois de tantos anos...
-- Muitas emoções em um só dia minha querida... Onde vocês estavam aqui nessa foto?
-- Uma lanchonete na estrada, tive que subir no capô do carro para ficar da altura de meu pai, veja tio...
Sorriram vendo as fotos, até Esther ficar pálida ao prestar mais atenção em um detalhe da foto, notando que a sobrinha emudeceu, Peter perguntou:
-- O que foi querida?
-- Tio... O caminhão... O caminhão que meu pai desviou... É esse aqui atrás de nós na foto!
Peter pegou a foto imediatamente esforçando-se para ver o detalhe que a sobrinha atentou e disse:
-- Tem certeza filha? Faz tanto tempo...
-- Tenho sim, tio. Está vendo isso aqui na frente do capô do caminhão? Esse detalhe me chamou atenção quando o vi.
Esther apontou para uma espécie de boneco fixo na frente do caminhão, que segundo ela balançava a cabeça, tratava-se de um mascote símbolo de uma marca de pneus.
-- Querida essa informação é muito importante... Posso ficar com essa foto?
-- Sim pode, tem outra aqui bem parecida.
Nesse momento, Rebeca chegou ao hospital para visitar Amy. Ao vê-la, Esther comentou com ela sobre as fotos e lhe mostrou narrando o que acabara de contar ao seu tio, que já fazia contato pelo celular com a polícia. Rebeca então pediu:
-- Esther, essa foto pode ser melhorada, com recursos avançados, e quem sabe consigamos ver o número da placa desse caminhão. Vamos entregar ao FBI, tem uma agente no campus, vou falar com ela.
Esther concordou, e Peter achou boa a ideia. Cada vez mais o passado da morena revelava as redes de intrigas, os laços familiares se traçavam de uma maneira intrínseca, as alianças firmadas eram fundamentais para desvendar todos os mistérios e segredos que afetava não só a ela, mas todos os que estavam envolvidos na sua vida.
Os dias se passaram e Amy recebeu alta, apesar da insistência dos pais para que ela ficasse no hotel com eles, a loirinha se recusava a ficar longe de Esther. Esta, por sua vez, mudou-se para o quarto de Amy, que apesar de não ser mais a escolhida da presidente, manteve seu quarto privado devido à situação especial de saúde naquele momento. Ellen continuava a fazer a sua campanha para presidente da Gama-Tau em sigilo, a rotina das meninas da fraternidade continuava a mesma, a custo de muitas repreensões de Rebeca e Meredith que se mantinham atentas, colaborando com as investigações do FBI. Conforme prometera a Esther, Peter procurou Michelle em sua casa, com uma soma significativa de dinheiro a fim de saudar a dívida da sobrinha.
-- Michelle, está aqui o montante equivalente ao que você emprestou a minha sobrinha Esther, devidamente calculado em valores atualizados.
-- Ora Peter, eu não cobrei nada de Esther, fiz de coração, afinal ela é filha de antigos amigos, não quero esse dinheiro.
-- Michelle, se você não aceitar esse dinheiro, entregarei ao seu marido pessoalmente, e não me tome como um ingênuo que eu era há anos atrás quando você me convencia de suas boas intenções com meu irmão. Você não me engana, sei exatamente como você cobrava essa dívida de minha sobrinha. Vou lhe advertir que Esther não é mais uma menina sozinha, a qual você pode chantagear usar como se ela não tivesse quem a defendesse. Ela é uma Anderson, se você importuná-la uma vez que seja, se verá com minha família, e você deve saber do que somos capazes de fazer.
-- Ora Peter, quanta agressividade! Olha só quem está me fazendo ameaças!
-- Não tenho mais nada a tratar com você, está aí o dinheiro, e meu aviso foi dado. E uma última coisa: não se aproxime mais de minha filha, nunca mais, não ouse ameaçar Amy, tenho meios suficientes para fazer com que você se arrependa pro resto da vida...
-- Peter, não tenho medo de suas ameaças.
-- Está avisada. Passe bem. Aliás, não, passe muito mal! Com licença.
Peter saiu da mansão dos Roberts com passos firmes, numa postura bem diferente do doce rapaz que Michelle conhecera em Prescott. Deixou a Sra. Roberts furiosa e preocupada em tramar algo que mantivesse Esther sob seu jugo. Imediatamente ligou para a ruiva exigindo sua presença na casa de praia:
-- Quero ver você agora!
-- Vai continuar querendo Michelle, não vou porque não posso e não quero -- respondeu grosseiramente Esther.
-- Esther, não me desafie! Você acha que seu tio pode te defender de mim? Você conhece minha influência, quer ver seu avô preso, humilhado? Sendo deportado?
-- Michelle, você não pode fazer mais nada contra meu avô. Acabou, some da minha vida!
Esther desligou o telefone deixando Michelle possessa de raiva, atirou o celular na vidraça da sala e promoveu um verdadeiro quebra-quebra no seu quarto. Encheu-se mais ainda de fúria quando foi informada por um de seus seguranças que a casa que antes era ocupada pelo Sr. Antônio, agora estava vazia. Michelle ficou ali andando de um lado para o outro do seu quarto destruído qual bicho preso em uma jaula repetindo: “Isso não vai ficar assim!”.
No dia seguinte, em um galpão abandonado em Prescott, Rebeca, Peter, Sandra e Esther se reuniam com a agente do FBI disfarçada Cristina Madson, que trazia informações importantes acerca do caminhão identificado na foto por Esther.
-- O laboratório teve trabalho, mas conseguimos ampliar consideravelmente a fotografia, e vimos a placa do veículo. Fizemos a busca nos registros do departamento de trânsito e constatamos que a carreta é de propriedade da Cia. Roberts de Transportes, coincidência interessante não acham?
-- Essa é a empresa do marido de Michelle? -- retrucou assustada Esther.
-- Sim, Esther -- respondeu Rebeca.
Peter parecia transtornado, esmurrando a parede, pondo as mãos à cabeça enquanto dizia:
-- Eu sabia que existia algo muito errado nesse acidente. Michelle Roberts vai pagar, nem que seja das minhas próprias mãos, ela vai receber o que merece!
-- Calma Sr. Anderson, as coisas não podem ser assim. Isso na verdade não nos dá qualquer evidência da participação da Sra. Roberts no acidente, nem sequer podemos afirmar que o acidente foi provocado -- Cristina tentou acalmar Peter.
-- É, Peter, isso que descobrimos é mais um elemento para investigarmos, a agente Cristina pediu um mandato, outros agentes vão à companhia Roberts, investigar quem dirigia o veículo na época, ver o registro na empresa da data do acidente, vamos torcer para encontrar o motorista -- comentou Rebeca.
O clima era de pura apreensão entre todos e piorou ainda mais com o chamado que Cristina recebeu por telefone.
-- Tenho que ir, uma garota deu entrada no hospital da cidade com marcas de violência pelo corpo todo, sofreu traumatismo craniano, está em coma, preciso averiguar se era aluna de Prescott, e ainda se estava na lista dos alvos da Lesbos.
-- Oh meu Deus! -- disse Sandra assustada -- Isso de novo? Lembra Peter que na nossa época, uma garota daqui de Prescott foi atacada? A coitada ficou em estado vegetativo por um ano, depois morreu, que coisa triste...
-- Você falou em alvo? O que é Lesbos? -- perguntou Peter intrigado.
-- Não posso responder muito senhor, segredos de investigação, mas como estamos falando de um mesmo suspeito, por hora, saiba que Michelle Roberts está sendo investigada por causa dessa Lesbos, trata-se de uma sociedade secreta -- respondeu Cristina -- Agora se me dão licença, preciso ir.
Cristina saiu do galpão em direção ao hospital, enquanto Rebeca já se apressou em buscar entre as fraternidades o possível sumiço de algum de seus membros. A família Anderson que estava ali permaneceu formulando hipóteses sobre os motivos que Michelle teria para provocar o acidente que vitimou Wiliam, mas não chegaram a nenhuma conclusão.
No hospital, a agente Madson confirmou a identidade da garota atacada: Virginia Bergman, membro da fraternidade Beta-Lo, que infelizmente não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois de ser encontrada. Na autópsia, pode ser colhidos vestígios de sangue debaixo das unhas, que podiam ser de Virgínia, entretanto, havia a possibilidade de ser do seu possível agressor.
O clima em Prescott era de luto e medo, especialmente para as meninas da Gama-Tau que logo suspeitaram ser uma obra da Lesbos. O policiamento do campus foi reforçado, muitas meninas da Beta-Lo abaladas, logo após os depoimentos à polícia viajaram para perto dos pais. A tensão dominava os estudantes e professores, e o cerco apertava contra Michelle com a visita dos agentes do FBI às empresas Roberts.
Aaron Roberts se surpreendeu com a presença dos agentes em sua sala, tinha a mesma arrogância de sua mulher, com cara de poucos amigos perguntou aos policiais o motivo da presença deles ali.
-- Recebemos uma denúncia, Sr. Roberts, acerca de um dos caminhões de sua frota de transportes, ter provocado um acidente com vítimas fatais há cerca de dez anos. Gostaríamos de ver nos registros de sua empresa quem dirigia o veículo na ocasião.
-- Mas um acidente de tantos anos atrás, por que só agora vocês estão investigando?
-- Surgiram novos fatos que reabriram o caso senhor.
-- Vou chamar um de meus assessores para acompanhar os senhores e fornecer as informações necessárias. Imagino que vocês tenham um mandato... Mas não vou exigir, se um dos meus transportes está envolvido nesse acidente que vocês se referiram, quero saber também.
Assim, os agentes do FBI seguiram o funcionário da empresa até o arquivo morto da empresa, onde um computador continha os registros de todas as viagens realizadas por cada veículo da frota, inclusive os já em desuso.
A placa do veículo mostrou que na data em questão, a carreta encontrava-se em uma viagem no estado do Tenessee, com carga não informada. A estrada na qual ocorreu o acidente coincidia, entretanto, o motorista do caminhão não estava mais no quadro da empresa Roberts de transportes e cargas.
-- Você pode me informar o nome e o último endereço desse funcionário? -- perguntou o agente do FBI.
-- Sim, o nome do motorista da ocasião é Charlie Sanders. Mas ele continua na folha de pagamento da empresa, estranho isso...
-- Ele foi afastado? Demitido?
-- Não consta nada aqui, deixe-me procurar o nome dele no departamento pessoal, só um momento.
Em poucos minutos o funcionário voltou com uma informação interessante:
-- De fato, Charlie Sanders ainda é nosso funcionário, mas trabalha acerca de nove anos como segurança pessoal da Sra. Roberts.
Na mansão Gama-Tau, Anahi não sossegou até Esther voltar para seus braços.
-- Meu amor, que demora! Onde você estava? Com toda essa confusão no campus, isso é coisa da Michelle não é?
-- Calma, Amy... Eu estava com Rebeca, ainda não temos certeza, mas, o FBI está encarando como uma obra da Lesbos sim.
-- Você tem que andar com seguranças, meu amor... Agora que aquela louca não tem mais domínio sobre você, imagina o que ela é capaz de fazer a força... Ai não gosto nem de pensar!
-- Amy, eu sei me defender, fique calma, você ainda está se recuperando do acidente.
Esther levou sua loirinha pela mão até a cama e a deitou no seu colo, acariciou seus cabelos com ternura como se quisesse transmitir segurança. Nos braços de Esther, Amy se sentia a pessoa mais segura e feliz do mundo.
Alguns dias se passaram e o clima no campus ainda era tenso. Dentro da Gama-Tau, todos tentavam evitar o encontro de Esther e Ellen, que chegavam a soltar faíscas pelos olhos quando se viam. Meredith e Rachel seguiam de perto os passos da ambiciosa Ellen, que apresentava um comportamento mais estranho que nunca. As investigações de Rebeca ajudavam a agente Madson que já tinha em mãos o resultado do DNA do sangue encontrado nas unhas de Virginia Bergman. Cristina então comentou com Rebeca:
-- Temos a confirmação que o sangre encontrado sob as unhas da vítima, não era dela, mas, infelizmente a amostra não é compatível com o banco de dados do FBI.
-- Isso quer dizer que a pessoa que agrediu e provavelmente assassinou Virginia não tem passagem pela polícia?
-- Isso. Mas a perícia também evidenciou que não estamos falando de um só agressor ou agressora. Nas roupas da Srta. Bergman também encontramos fios de cabelos femininos diferentes, que sequer coincidiram com o DNA do sangue.
-- Como conseguir essas amostras de DNA?
-- Primeiro temos que seguir a linha de investigação convencional, colher amostra das pessoas que conviveram com Virginia, as últimas pessoas que a viram, essas coisas.
-- Mas e quanto à Michelle?
-- Não temos nada que nos leve a ela, Srta. Travis. Nenhum juiz vai conceder um mandato contra ela com o que temos.
-- Mas... Se conseguirmos a amostra por outros meios...
-- Rebeca, nem sei se isso terá validade judicial, mas se você conseguir e tivermos a sorte dessas amostras serem compatíveis, nossa investigação terá outro rumo e aí, quem sabe, cheguemos à Michelle legalmente.
Enquanto isso, Charlie Sanders, recebia a visita dos agentes do FBI, intimando-o a prestar esclarecimentos sobre o acidente na rodovia do Tenessee há dez anos. O segurança de Michelle empalideceu e muito nervoso argumentou que chamaria um advogado, só então compareceria para o depoimento, apesar das explicações do agente.
-- Sr. Sanders, trata-se apenas de um esclarecimento, não há nenhuma ordem de prisão pra o senhor, surgiram novas informações que reabriram o caso, através delas chegamos ao senhor. Por favor, nos acompanhe, pode ligar para seu advogado do caminho para que ele o encontre na delegacia.
-- Preciso localizá-lo antes -- disse Charlie nervoso.
-- O senhor não está entendendo. Não estamos convidando o senhor, estamos intimando. Por favor, não dificulte as coisas, nos acompanhe -- disse outro agente irritado.
Charlie então entrou no carro dos policiais, no trajeto ligou para alguém visivelmente tenso, cochichou ao telefone:
-- Preciso de um advogado com urgência, estou indo para a delegacia prestar esclarecimentos sobre o acidente no Tenessee há dez anos. Não me interessa! Quero o melhor advogado, agora! Esse foi o acordo!
Na delegacia, Charlie protelou qualquer fala até a chegada de seu advogado. Na verdade uma advogada, famosa na cidade: Susan Clark, que ao se apresentar já perguntou aos agentes:
-- Qual o motivo de meu cliente ter sido intimado?
Tendo em vista a fama da Dra. Clark, os agentes foram atenciosos ao descrever o surgimento de novos fatos que reabriram a investigação do acidente e de como chegaram até Charles. Susan então se sentou ao lado de seu cliente e autorizou que ele respondesse às perguntas feitas pelos agentes. À maioria das perguntas, Charles respondia apenas com um “não lembro”, em outras respondia vagamente.
-- Que carga o senhor transportava na ocasião?
-- Não lembro.
-- Era comum não informar na empresa o tipo de carga que era transportada pelos caminhões da frota?
-- Não, senhor.
-- E por que não há registro sobre essa carga, nessa viagem ao Tenessee?
-- Não lembro senhor, algum dado pode ter sido perdido nos registros da empresa, faz tanto tempo...
-- O senhor fazia muitas viagens ao estado do Tenessee?
-- Sim.
-- Então o senhor conhecia bem aquela rodovia?
-- Sim.
-- Conhecendo bem a rodovia, o senhor sabia, portanto, que trafegar na contramão naquela estrada era um alto risco?
-- Sim, senhor.
-- Por que então o senhor dirigiu perigosamente naquela ocasião?
-- Não lembro ter dirigido na contramão.
-- Então o senhor não viu o acidente na estrada naquele dia?
-- Não senhor.
-- Os registros da polícia rodoviária da época, constatam que os policiais foram avisados por um motorista da Roberts Transportadora, acerca do acidente no km 345, e segundo os registros empresa, não havia outro caminhão da frota na época nessa parte do país. Foi o senhor que avisou sobre o acidente?
-- Sim, senhor.
-- Mas se o senhor não viu o acidente, como então foi o primeiro a relatá-lo aos policiais rodoviários?
Nesse momento, Charles ficou ainda mais nervoso, gaguejava e dizia coisas desconexas, até a Dra. Clark intervir:
-- Os senhores estão deixando meu cliente confuso e mais nervoso. Creio que ele já deu os esclarecimentos necessários.
-- Ora, Dra. Clark, quem deve saber se tudo já foi esclarecido somos nós, e ainda temos perguntas a fazer.
-- Sejam rápidos -- falou secamente Susan.
Os agentes prosseguiram.
-- Consta no departamento pessoal da Roberts que após o acidente o senhor solicitou uma licença, e quando retornou às atividades, passou de motorista à segurança pessoal da Sra. Roberts, por quê?
-- Sofri um deslocamento de retina, fui proibido pelo médico de trabalhar como motorista, como havia essa vaga, pedi que me transferissem.
-- Não foi a Sra. Roberts que solicitou isso?
-- Não, senhor.
-- O senhor já conhecia a Sra. Roberts antes de trabalhar como segurança particular dela?
-- Não, senhor.
-- Normalmente qual o serviço do senhor como segurança particular dela?
-- Acompanho-a em suas saídas, carrego compras, e a pedido dela faço alguns serviços como entrega de correspondências privativas...
-- O senhor também dirige para ela?
-- Sim, quase sempre.
-- Então não há mais problemas com sua retina atualmente? O médico já liberou o senhor para dirigir?
Mais uma vez Charles ficou nervoso, o que fez Susan se exaltar:
-- Senhores, se vão fazer alguma queixa formal contra meu cliente o façam, mas se não há nada contra meu cliente aqui, peço licença, meu cliente está visivelmente abalado com essa pressão, as declarações estão encerradas. Não havendo nada mais para deter Charles ali, os agentes o dispensaram, advertindo que ele não poderia deixar a cidade nos próximos dias.
Na mansão Gama-Tau, Ellen recebeu uma inesperada visita.
-- Srta. Parker, eu sou o policial Robinson, somos do policiamento do campus e estou auxiliando nas investigações do assassinato de Virginia Bergman, e fomos informados por pessoas próximas a ela, que no dia anterior à sua morte, a Srta. Bergman foi vista conversando com a senhorita nos arredores da fraternidade que ela residia. A senhorita poderia nos informar o que conversaram?
-- Sim, Virginia era minha colega de sala em História da Arte, falávamos sobre matérias da disciplina.
-- A Srta. Bergman apresentou algum comportamento estranho?
-- Não, senhor.
-- Comentou algo sobre ter conhecido alguém, ou estar indo encontrar-se com alguém?
-- Não senhor. Não éramos íntimas, só falávamos sobre assuntos acadêmicos. Ela não comentaria comigo esse tipo de coisa.
-- Entendo. A senhora poderia nos fornecer um pouco de sua saliva para alguns testes?
-- Minha saliva? Mas pra quê? Já disse o que sabia!
-- Calma, senhorita, é rotina em todos os depoimentos que estamos colhendo das pessoas que tiveram contato com Virginia Bergman horas antes de sua morte, colher também essa amostra.
-- Mas eu não quero fornecer minha saliva pra nada!
-- Senhorita, podemos entender que com isso você não está colaborando com as investigações, isso é obstrução da justiça.
Nesse momento Rebeca se apresentou como responsável pela fraternidade, pediu explicações ao policial e foi taxativa com a garota.
-- Ellen, é nossa obrigação colaborar com a polícia nessa investigação, vamos, faça o que o policial Robinson está pedindo.
Demonstrando contrariedade, Ellen permitiu que o policial passasse o swab na parte interna de sua bochecha, fornecendo assim a amostra de DNA necessária.
Fim do capítulo
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