Menines,
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Capitulo 22
“MAS COM VOCÊ EU FICO MUITO MAIS FELIZ”[1]
Elas tentaram manter a rotina e, no dia determinado pela médica, foram cedinho ao laboratório do hospital onde Amanda entraria no plantão para fazer o exame de sangue. O resultado sairia no início da tarde e Marília combinou de encontrar com a esposa para almoçarem e abrirem juntas o envelope que conteria a tão esperada informação.
A defensora agradeceu por não ter audiências naquela manhã, pois seu nervosismo não estava permitindo que ele se concentrasse em seu trabalho. Ela olhava para o relógio de minuto em minuto esperando que o tempo a ajudasse e passasse mais rápido naquele dia. Quando já não suportava mais a angústia da espera, resolveu ir para o hospital e aguardar o momento em que encontraria com Amanda. A distância não era grande e rapidamente chegou a seu destino. Sentou-se na recepção enquanto esperava que a mulher aparecesse. Não demorou muito e Amanda surgiu segurando o envelope nas mãos. Elas se olharam e sorriram um riso nervoso, mas cheio de esperança.
- Vida, a gente abre aqui ou no restaurante?
- Vamos abrir dentro do carro! Eu não aguento mais esperar. - Puxou a esposa pela mão e andaram rapidamente até o veículo que estava estacionado do outro lado da rua.
As mãos de Marília tremiam e ela segurava forte na coxa da esposa enquanto ela abria o exame.
- E aí? Amanda balançou a cabeça em negação.
Elas se olharam e não conseguiram conter as lágrimas. Amanda estava arrasada. Marília a puxou para um abraço e a beijou com suavidade.
- Mô, a gente sabia que a chance era de cinquenta por cento, né? E nós podemos tentar novamente no próximo mês se você quiser. Ainda temos embriões prontos para serem transferidos. Amanda assentiu com um menear de cabeça.
- Eu sei, mas eu queria tanto um filho nosso.
- Nós vamos ter, meu amor. Nossa família vai ser linda.
- Eu sei. Vou ligar pra Renata para sabermos quando poderemos marcar a nova transferência de embriões e como será o protocolo dessa vez.
Amanda começou a usar as medicações prescritas e depois de quarenta e cinco dias fizeram nova transferência de dois embriões. Elas tentaram se ocupar para não ficarem obcecadas com a espera para a realização do novo exame, porém a ansiedade era quase incontrolável. Elas demoravam a dormir e Marília tomou todo o sorvete de Palmas naqueles doze dias.
Decidiram fazer o exame em um laboratório perto de casa e que não trabalhariam naquele dia. Pegaram o barco na Praia da Graciosa em direção à Ilha do Canela. Aproveitaram o banho refrescante nas águas cristalinas do Rio Tocantins e almoçaram por lá. Quando voltaram, já era hora de pegar o resultado do teste que abririam quando chegassem em casa.
Sentaram na rede armada na varanda e dessa vez foi Marília quem primeiro viu o resultado. Antes que conseguisse falar qualquer coisa, uma lágrima pulou de seus olhos, banhando sua face.
- Vida, deu errado de novo? - Amanda perguntou já fazendo um biquinho para chorar.
- Parabéns, mamãe! Deu certo, meu amor!
E se beijaram com todo o amor que existia no mundo. Estavam felizes demais e a felicidade não cabia ali. Precisavam contar pra todo mundo que a família ia aumentar. Decidiram que a primeira pessoa a saber seria Otávio, afinal ele contribuiu para que sonho das mulheres fosse realizado. Ligaram também para os futuros avós e tia Aninha e, claro, para André.
A mãe de Marília ficou radiante com a notícia de que seria avó. Perguntou como Amanda estava e disse que toda a família iria para Palmas para comemorar o bebê que estava por vir. Dra. Renata foi avisada e agendou a primeira consulta do pré-natal e a ultrassonografia que iria revelar quantos embriões haviam vingado.
Amanda e Marília estavam esperando um bebê e a gravidez estava supertranquila. A médica continuou com seus plantões, mesmo sob os protestos da esposa que queria guardá-la em uma caixinha para que nada de ruim lhe pudesse acontecer. Marília estava mimando muito a esposa e a vontade de fazer amor com ela só aumentava. Ela passava horas beijando cada centímetro do corpo da mulher e acariciando sua barriga. Estavam com os hormônios nas alturas e elas não passavam vontade uma da outra. A felicidade ficou ainda maior quando descobriram que Amanda gestava uma menina.
Elas reformaram uma suíte para a bebê e já não sabiam onde colocar tanta coisa que as avós e tios mandavam para ela. André tirou férias e passou uma semana em Palmas com as amigas. Aproveitou para lhes apresentar o novo namorado, Pedro. Elas deram um abraço coletivo cheio de saudades no amigo quando o encontraram no aeroporto e logo os dois casais seguiram para casa, pois, segundo Marília, Amanda precisava descansar.
- André, me socorra! Minha mulher acha que eu sou de cristal! Acredita que ela agora dirige para todo lado para evitar que eu faça esforço desnecessário?
- O caso é grave, então. Porque a preguiça preferia andar de ônibus do que ter que dirigir.
- Bi, quero o melhor para minhas meninas, eu não suportaria se alguma coisa de ruim acontecesse com elas.
André dirigiu um olhar cheio de compreensão para Marília. Ele entendia os sentimentos da amiga e tinha muita esperança de que nunca mais seria testemunha de tanto sofrimento. Ele rapidamente mudou de assunto e perguntou se elas já tinham escolhido o nome da filha.
- Manuela. - Amanda respondeu com um sorriso aberto que deixava seus dentes branquinhos à mostra.
- Então vamos abrir os presentes que nós trouxemos para a Manu!
Eles sentaram na varanda e abriram incontáveis pacotes de presentes. André deve ter comprado tudo que encontrou em tons de rosa.
- Mô, eu acho que a Manu não vai repetir roupa nenhuma vez na vida. O closet dela tem que ser maior do que o nosso para comportar tanta coisa. - Marília falava enquanto cheirava as roupinhas da filha.
Eles riam e conversaram amenidades, colocando os assuntos em dia. André e Amanda continuaram na varanda, enquanto Marília foi preparar, com ajuda de Pedro, um jantar leve porque não queria que a esposa se alimentasse de forma errada.
- Amanda, obrigada por tudo o que você faz pela Má. Vê-la feliz, com uma filha a caminho era uma das coisas que eu achei que não presenciaria nessa vida. Vocês merecem muito ser felizes!
- Nós somos e vamos ser ainda mais. Obrigada, meu cupido. Você sabe que essa família não existiria sem você, né?
- Pára, Amanda. Eu não quero chorar e eu estou uma bicha muito emotiva depois da Manu.
Elas fizeram um curso para gestantes e, no início, os olhares dos outros casais não saíam delas, mas com o tempo, as pessoas se acostumaram com aquela família "diferente" e elas até fizeram novas amizades. Os nove meses se passaram sem intercorrências. Amanda trabalhou praticamente até a véspera do nascimento de Manuela para desespero de Marília que estava muito feliz, mas sentia um pouquinho de medo, principalmente quando se completaram as 36 semanas. Manu mexia muito e isso sempre acalmava o coração de suas mães.
Amanda estava se sentindo preparada e optou pelo parto natural. A esposa deu todo o apoio e disse que estaria sempre do seu lado durante o trabalho de parto. Elas só estavam aguardando a vontade de Manuela. Tudo estava pronto para receber a menina mais amada de todo o Tocantins e adjacências. As avós, avôs, tio, tia e a bisa já estavam na cidade. A casa das mulheres estava cheia e ainda faltava André que estava em uma operação do trabalho e seria o último a pousar em Palmas. Amanda estava sendo tão mimada que tinha hora que queria fugir. Não deixavam que ela levantasse nem para tomar água.
- Gente, pelo amor de deus. Eu não estou doente. Me sinto super bem, sabia?
- Aproveita que quando a Manuela nascer você não vai ter tempo nem de tomar banho direito. - Sua sogra falou.
- Nada disso, mamãe. Eu vou dividir todas as tarefas. Inclusive, estou fazendo uma terapia hormonal para poder amamentar nossa filha. Mas eu quero que a Amanda descanse bem porque o trabalho de parto não é fácil e cansa muito. Quero que ela esteja bem relaxada e descansada quando nossa Manu resolver conhecer o mundo. - Falou enquanto acariciava os cabelos da esposa que estava deitada com a cabeça em seu colo.
- Sogrinha, você e minha mãe vão ficar um tempo com a gente, né?
Dona Marisa disse que passaria um mês em Palmas depois que a neta nascesse e a mãe de Amanda confirmou que também passaria uma temporada com as mulheres.
Já era tarde da noite quando todos se recolheram aos respectivos quartos. Amanda e Marília estavam tomando banho juntas no banheiro da suíte quando perceberam que a bolsa tinha estourado. A baixinha se enrolou em uma toalha e pegou o roupão para a esposa. Marília colocou Amanda na cama e rapidamente se vestiu e escolheu uma roupa confortável e ajudou a esposa a se arrumar para irem para a maternidade. Ainda tinham tempo porque as contrações estavam bem espaçadas. Quando elas estavam prontas e com as malas separadas, Marília foi chamar o cunhado para levá-las ao hospital, pois tinha certeza que não conseguiria dirigir naquelas circunstâncias. Acordou a irmã e pediu que ela avisasse aos demais.
[1] Não vá embora. Marisa Monte
Fim do capítulo
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