A Seguranca II por Lena
Capitulo 39
Dia normal. Pelo menos era o que eu achava que seria...
Estava ocorrendo tudo bem com a solicitação de adoção do bebê. Após a conversa com o advogado, João ficou um pouco mais calmo e contente com o retorno do processo.
Estava em minha sala com Amizade, que me ajudava no trabalho. E depois de muito quebrar a cabeça, essa que já doía, jogo a caneta na mesa pondo as mãos na testa suspirando forte.
- Cansada ? - questiona o menino já imaginando a resposta.
- Só o caco... - respondo massageando as têmporas.
- Da uma volta que eu termino aqui. - diz o menino.
- Eu vou aceitar Amizade. Preciso descansar um pouco. - saiu deixando o menino concentrado em minha mesa.
- Márcia, se poder, ajuda o Amizade ? Minha cabeça tá estourando e ele se dispôs a me ajudar. - a mulher confirma e logo entra em minha sala.
Sigo para a área de descanso da empresa sentindo o ar fresco bater contra meu rosto. O local era aberto arejado com árvores frutíferas ao redor.
Fiquei um tempo perdida na paisagem até sentir uma presença ao meu lado, porém não dei muita importância.
- Vontade de ch*par uma manga... - diz a mulher ao se sentar ao lado da morena.
- Nem vem. - não me atentei a quem tinha se sentado ao meu lado, mas descobrir ao ouvir a voz de Juliana.
- Você sabe que não pode fica negando coisa as grávidas não é ? - a mulher se vira em direção à Mirian que a encara.
- E você se aproveita disso não é ? - olho para a mais baixa que sorri.
- Vai lá Mirian... - diz a mulher com voz de choro.
- Ô meu Deus! Quando essa criança vai nascer em ? - falo ao me levantar e já ir arrancando meus sapatos.
Juliana segue a morena que foi subindo devagar na árvore para pegar mangas para uma gravida alegre e saltitante logo a baixo.
- É só uma né ? - pergunto agarrada ao tronco da árvore alta.
- Claro que não Mirian. Joga que eu pego. - diz Juliana olhando para a mulher.
- Tá doida Juliana! Tu não tá alcançando teus pés, e eu vou jogar a manga?! Vai que pega na tua barriga ? - digo ainda agarrada a árvore.
- Verdade. - diz a mulher um pouco pensativa.
- Bota no bolso então. - completa olhando para cima.
Continuo subindo me arrastando no tronco sentindo minha roupa rasgar.
Já próximo as frutas, pego algumas colocando umas amarradas a blusa e outras joguei no chão.
- Pega umas verdes também Mirian! - grita Juliana.
- Ah, sai pra descansar Mirian... Você vai voltar mais calma. - resmungo pegando a manga verde.
- Tá falando comigo ?
- Não Juliana! Não!
Termino minha tarefa. E a pior parte veio ao descer, pois minha blusa estava suspensa amarrada como uma cesta para segurar as mangas.
Devagar fui continuando meu caminho ralando minha barriga no tronco que tinha alguns galhos mais finos que me espetaram.
- Deus! Eu pequei tanto assim ? Deixa pra lá não precisa responder...
Já próximo a chegada e ansiosa para descer logo, eu não prestei atenção e acabei passando por um prego, um PREGO! Quem bota uma porr* de um prego na arvore ? Ainda mais ali gente! Isso resultou em uma calça rasgada, barriga aranhada, e uma bela queda claro.
- Merd*. Você está bem ? - Juliana ao ver Mirian cair, saiu rápido de debaixo da árvore ouvindo a mulher gem*r ao se chocar ao chão.
- Odeio quando você faz essa pergunta! - ela me ajuda a se levantar limpando minha roupa, não ates de pegar suas mangas.
- Tenha paciência comigo Mirian... - Juliana se senta no banco com um bico grande na face demostrando um possível choro.
- Esta bem, desculpa. Cadê sua mulher em ? - me sento ao seu lado deixando as mangas em nosso meio enquanto analisava minha calça rasgada e minha barriga um pouco ferida.
- Esta trabalhando. Ela me chamou para ficar aqui hoje, mas estava chato lá dentro ai resolvi sair. - diz com seus olhos brilhando ao lavar e começar a ch*par sua manga.
- Eu sai para ter paz né. Mas esses dias tá difícil... - mordendo a manga eu suspiro ao sentir o sabor tão conhecido.
Mesmo ficando irritada com o ocorrido, eu voltei para sala com a roupa suja de manga, calça rasgada e algumas folhas no cabelo, que foram tiradas por Márcia ao me ver, porem me diverti ao conversar com a jovem gravida que não se cabia em ansiedade para ter seu bebê.
- Não era para você esta descansando ? - pergunta Amizade ao ver o estado da morena ao entrar na sala.
- Pois é ! Eu nem sei como se faz mais isso. Mas obrigado por me ajudar, sua vez de descansar agora. - o menino sai sorrindo, e mesmo com a dor agora presente em meu corpo, me sento respirando fundo e voltando ao trabalho.
Sabe quando as coisas não estão boas e você acha que mais nada pode piorar ? Eu pensava que meu dia já tinha atingido o seu limite, até a porta ser aberta por uma Penélope eufórica e preocupada.
- Tá saindo! Me ajuda!
- O que tá saindo mulher ? - pergunto sem entender e olhando para a porta .
- A criança Mirian! Vem logo! - ela puxa a morena pelo braço que levanta no susto.
- Oxe! E porque eu ? - recolho meu braço sem entender.
- Preciso da sua ajuda. Você teve dois Miran! - ela grita nervosa.
- Ok! Na verdade eu não tive nenhum, e sim a Beatriz. Mas não precisa fica nervosa. - a loira me puxa e sigo sem relutar pois sabia como era a situação.
Entrando em sua sala uma Juliana chorosa estava deitada no sofá. Pegando a gravida no colo nós seguimos para o carro de Penélope que vinha ao meu lado acariciando os cabelos da sua esposa.
- Vai ficar tudo bem meu amor... - diz a loira.
Já no carro Penélope seguia com Juliana em seu colo, que mesmo com dor se manteve quieta, mas eu via o medo em seu olhar. Ao chegar fomos logo atendidas e na recepção, uma Penélope nervosa não parava de falar.
- Ela vai ficar bem não é ? O bebê... Ele também vai ficar bem ?
- Senta ai Penélope, daqui a pouco alguém apar... - não completei pois o médico surgiu na sala.
- Responsável por Juliana Gusmão?!
- Aqui!
- Penélope Gusmão, esposa e mãe da criança. - diz afoita.
- Bom, sua esposa entrou em trabalho de parto.
- Mas... T-ta cedo.
- Realmente, porem houve complicações em seu estado e precisamos retirar o bebê.
- E-esta certo.
- Não à risco para ambos, porém seu bebê quer sair antes do tempo. Esperamos você na sala de parto.
- E-eu ! - aponta para seu peito.
- Tu é a mãe né lesada. - me pronuncio no automático rindo do estado da mulher.
- Você vai comigo ?
- Eu vou desmaiar se eu entrar lá dentro Penélope. - digo a me recordar do parto dos gêmeos.
- Eu também... - diz com um riso fraco.
- Mas eu quero vê-lo nascendo Mirian... - seus olhos marejarão.
- Entra comigo vai ? Qualquer coisa a gente cai junto. - diz sorrindo.
- Esta bem...
Isso não iria dar certo... Eu tinha certeza que desmaiaria. Mas não poderia deixá-la sozinha, por isso, após me arrumar entramos na sala. Penélope se pôs junto a cabeça de Juliana que mesmo tonta ainda se mantinha acordada.
Eu acompanhei quieta e tentando não olhar para as mãos do médico que trabalhavam, porém me aproximo de Penélope ao ver o médico pegar o bisturi.
Penélope voltava sua atenção somente a Juliana que agora dormia. Eu não sei quanto tempo se passou, mas, a minha mão soada é pega por Penélope que olha fixo para o pequeno bebê nas mãos do médio que o entregou rápido as enfermeiras.
Eu não deveria ter olhado... Tinha muito sangue.
- Muito sangue não é ? - olho para Penélope que se põe ao meu lado me segurando trêmula pelo braço.
Ela não responde somente me puxa para a pequena incubadora onde jazia um minúsculo bebê que atraiu completamente minha atenção
- Ela é tão pequena... - digo ao ver a pequena mão segurar o dedo de Penélope.
- É sim. Minha pequena Clara. - a loira sorria fraco com os olhos marejados.
- Ela vai ficar bem ? -pergunto ao ver o bebê ser levado.
- Espero que sim...
Abraço Penélope que chora, porem fomos retiradas da sala voltando a recepção aguardando o médico com seu parecer final.
Fim do capítulo
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