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  • AINDA SEI, Ã? AMOR
  • CAPÍTULO 17: DIGA SIM PRA MIM

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AINDA SEI, Ã? AMOR por contosdamel

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Palavras: 3638
Acessos: 1286   |  Postado em: 29/11/2021

CAPÍTULO 17: DIGA SIM PRA MIM

Foi uma das visões mais lindas que já tive: Suzana diante de mim envolta no meu lençol, com nossas alianças na mão e os olhos cheios d’água ansiosos por uma resposta que eu lutava para dar motivada pelo momento, pelo clima e pelo meu amor por Suzana, mas minha razão ainda não estava convicta que esse passo era o mais sensato naquele instante.

 

-- Su... Sua voz voltou!

 

-- Voltou há dois dias, mas, queria te fazer uma surpresa... Mas estou prestes a perder a voz de novo! Isabela estou te fazendo a pergunta mais importante da minha vida pela segunda vez, e se você não me der a mesma resposta que me deu anos atrás eu vou me sentir a mulher mais patética de todas...

 

-- Su fica calma.

 

                  Levantei-me e diante dela encarando-a mais de perto vi que era impossível dar outra resposta que não fosse sim. Peguei a aliança de sua mão, e a coloquei no seu dedo, sob seu olhar, peguei a outra aliança e a coloquei na minha mão, sorri e disse:

 

-- Pela primeira vez em nossa história, eu estou nua na sua frente e você está interessada no que eu vou falar.

 

                  Suzana sorriu desfazendo um pouco seu rosto tenso.

 

-- E sobre sua pergunta... – Olhei para minha mão – Eu não vejo por qual motivo estaria com essa aliança no dedo se a resposta não fosse sim! Claro que aceito me casar com você, por que sua mulher eu já sou meu amor!

 

                  Suzana me abraçou forte, visivelmente emocionada como eu nunca vi antes. Intercalou choro e sorrisos beijando meu rosto, meus lábios e quando finalmente se acalmou, desceu seus olhos para meu corpo nu e disse:

 

-- Agora perdi o interesse no que você vai falar...

 

                  Deixou o lençol cair e colou seu corpo no meu, sussurrando:

 

-- Agora vou te amar como minha noiva...

 

                  E nos amamos a noite toda, apesar da faísca de sensatez que me restava gritar dentro de mim que eu poderia estar me precipitando aceitando o pedido de Suzana eu estava feliz de estar mais uma vez traçando planos de futuro com a mulher que eu amava. Entretanto, algo me incomodava, não conseguia identificar especialmente o que me impedia de estar completamente entregue aquele momento e pressenti problemas.

 

 

                  Acordei cedo para dar instruções à dona Francisca sobre o café-da-manhã, passei pelo quarto de Olivia e preocupada com sua ressaca, bati à porta para acordá-la e como não obtive resposta entrei no quarto e me deparei com minhas duas melhores amigas: Olivia e Virginia, abraçadas nua na cama.

 

                  Não sei definir ao certo o que senti. Normalmente eu sorriria da situação, ficaria feliz afinal eram duas pessoas fantásticas as quais eu dedicava respeito, admiração, amava de fato. No entanto, eu me senti estranha ao ver aquela cena. De alguma maneira insana desenvolvi a responsabilidade por inserir Virginia no mundo lésbico, e algo ainda mais insano me dava poderes sobre ela e suas escolhas. Afinal de contas qual é o problema Isabela? Não poderia ser mais perfeito Virginia e Olivia juntas!

 

                  Enquanto eu me perdia naquela tempestade de sentimentos confusos, como esperado, com o sono leve que tinha, Virginia despertou com a fresta de luz que adentrou o quarto. Percebeu minha presença e contribuindo para minha teoria insana de que Virginia me devia satisfações, ela puxou o lençol se cobrindo, com uma expressão de culpa estranha, provavelmente reflexo da minha aparência de mulher traída.

 

                  Saí do quarto tropeçando nas minhas próprias pernas, atordoada, caminhei pelo corredor de volta ao meu quarto quando ouvi a voz de Virginia:

 

-- Isa espera!

 

-- Não Virginia não quero conversar.

 

-- Isa, por favor, eu quero te explicar...

 

-- Virginia você não tem nada pra me explicar.

 

-- Isa eu tenho que te dizer que...

 

-- Chega Virginia! Você não me deve satisfações.

 

-- Isabela pára e me escuta!

 

-- Virginia volta pro quarto da Olivia e me deixa voltar para meu quarto!

 

                  Bati a porta do meu quarto bufando de raiva, sem entender direito o porquê. Perturbada andei de um lado para o outro no quarto, refazendo em minha mente a cena que vi e o rosto de Virginia quando me encontrou no corredor, apavorei-me ao analisar a minha reação diante do que assisti.  Em meio à minha auto-análise Suzana revirou-se na cama como se procurasse meu corpo ao seu lado e eu fui arrancada do meu transe com a visão de minha noiva sorrindo para mim:

 

-- Bom dia amor da minha vida.

 

                  Corri para a cama me jogando nos braços de Suzana beijando-a apaixonadamente.

 

-- Nossa! Vai me acordar assim pelo resto de nossas vidas?

 

-- Só quando você me amar como me amou ontem à noite...

 

-- Então vou ter que te pedir em casamento todas as noites?

 

-- Ahan... E depois me levar ao céu pelas suas mãos, por sua boca...

 

                  Suzana me calou com outro beijo ardente:

 

-- Então assim será, minha mulher!

 

                  Na mesa do café que optei por servir junto à piscina, o clima não poderia ser mais estranho entre mim e Virginia. Já entre ela e Olivia para meu desconforto, o grau de intimidade era óbvio, fato que Suzana percebeu e comentou:

 

-- Impressão minha ou o vinho aproximou vocês mais do que sabemos?

 

-- Suzana sua voz voltou! – Olívia exclamou.

 

-- Voltou sim, junto com minha felicidade completa.

 

                  Suzana completou segurando minha mão. Os olhos de lince da Lili não deixaram passar despercebido o acessório em volta de nossos dedos:

 

-- Ai meu Deus! – Olivia largou o garfo que segurava.

 

                  A reação de minha amiga fitando nossas mãos com os olhos arregalados chamaram a atenção de Virginia que desconcertada parou o olhar em nossas mãos.

 

-- Vocês ficaram noivas de novo?

 

                  Olivia perguntou abrindo um enorme sorriso. Confirmamos com um gesto positivo da cabeça.

 

-- Parabéns!

 

                  Olivia levantou saltitante nos abraçando, quanto a Virginia, esta baixou os olhos para em seguida nos parabenizar em um tom mais formal.

 

-- Parabéns as duas, se me dão licença eu preciso ir ao hospital.

 

-- Ei linda pensei que ficaríamos o dia juntas. – Olivia se aproximou de Virginia acariciando seu braço.

 

-- Eu prometo que volto logo.

 

                  Virginia saiu após se despedir de Olivia com um selinho. Sorri sem graça ao ver o gesto de carinho entre minhas duas amigas, para disfarçar que não era surpresa para mim retribui a expressão de perplexidade de Suzana. Um sentimento inusitado de culpa me tomou ao me lembrar da expressão de Virginia ao saber do nosso noivado, dei uma desculpa qualquer e a alcancei na garagem:

 

-- Virginia eu ia te contar...

 

 

-- Isabela agora sou eu a dizer: você não me deve satisfações, estou feliz por você, feliz também por ter ajudado na sua felicidade.

 

                  Senti honestidade em suas palavras, mas seus olhos marejados me despertaram uma sensação de mal estar insuportável, entrei em casa com um nó na garganta.

 

                  Olivia e Suzana conversavam animadas enquanto eu me esforçava para não parece alheia à animação das duas, até minha noiva pedir detalhes da noite de Lili com Virginia.

 

-- Fala aí Olivia, desvirginou a menina?

 

                  Suzana perguntou em tom de brincadeira e eu empalideci e não consegui corresponder à descontração do papo.

 

-- Olha Suzana, está com um tempinho que não fico com mulheres, mas, eu arriscaria dizer que Virginia não me pareceu ser inexperiente não.

 

-- Jura? – Suzana perguntou surpresa.

 

-- Não é que ela seja uma lésbica com um currículo vasto, mas ela se comportou como se soubesse o que estava fazendo sabe?

 

-- Sei sim, dá pra gente perceber sim. Amor você que é tão amiga da Virginia, ela já esteve com outras mulheres?

 

-- Han?

 

                  Meu desconcerto foi disfarçado pela distração com meu celular que me serviu de álibi naquele momento de tensão para mim.

 

-- Perguntei se você sabe sobre Virginia e outras mulheres.

 

-- Não sei meu amor, a gente não conversa sobre isso.

 

                  Menti descaradamente, evitando olhar para Olivia que conhecia a verdade de minhas palavras só pelo tom de voz que eu usava.

 

-- Entendi, mas, vocês são tão amigas, conversam sobre o que afinal? – Suzana insistiu desconfiada.

 

-- Ah amor, sobre trabalho, planos, fofocas, ela nunca me falou de outras mulheres, mas também nunca me disse o contrário.

 

                  Cada vez eu me enrolava mais omitindo o que aconteceu entre mim e Virginia, agora não era mais uma omissão, evoluiu para uma mentira, algo que eu não tolerava e ironicamente me vi presa nela por medo de estragar minha felicidade com Suzana e receosa pelos sentimentos confusos que se desenhavam em relação à Virginia.

 

-- Mas como foi Olivia? E essa história de passar o dia juntas? – Suzana perguntou.

 

-- Ai Suzana foi maravilhoso. A Virginia é linda, carinhosa, foi tão delicado, ela é tão suave, divertida, a companhia dela é leve, descontraída, ela saiu daqui há menos de meia hora e já sinto a falta dela.

 

-- Nossa! Essa menina é tudo isso e eu não percebi?

 

                  Suzana provocou, mas eu nada falei, concordava com Olivia, Virginia era tudo aquilo que minha amiga descrevera.

 

-- Amor? Você está bem?

 

-- Sim meu amor estou ótima.

 

                  Afaguei o rosto de minha noiva e a beijei delicadamente convidando a razão para se apossar de mim, enterrando aquele sentimento incoerente de perda que eu experimentava diante das declarações de Olivia.

 

                  Meu dia que deveria ser perfeito depois da noite que tive com a mulher que eu amava, foi estranho. Travei uma luta para disfarçar meu desconforto diante do carinho evidente entre Virginia e Olivia. Passamos o dia na piscina de casa como dois casais, mas eu e Virginia não nos encarávamos, por várias vezes a flagrei olhando para mim e Suzana, de certa forma isso me intimidava.

 

                  Para minha surpresa, Olivia protelou sua volta ao Rio, ela não negou Virginia ser o motivo disso. Voltei à minha rotina do hospital com a melhora do estado de Suzana, ela continuava com a fonoterapia e manteve-se entretida com os preparativos para nosso casamento. A substituição dos neurochips estava concluída, os residentes se ocupavam na análise dos resultados e na preparação de ensaios clínicos orientados por mim e como esperava, a produção de Virginia era a mais relevante, e isso nos aproximou já que nos últimos dias mal nos olhávamos.

 

-- Acho que seus ensaios serão publicados facilmente em revistas de classificação A internacional Virginia, parabéns.

 

-- Obrigada Isabela, o mérito é seu também.

 

-- Como está com a Olivia?

 

-- A Olivia é uma mulher maravilhosa, me faz muito bem.

 

-- Vocês estão namorando?

 

-- Não sei Isabela, não sei como funciona isso com mulheres, quantos encontros são necessários para determinar isso? Eu tenho que pedir para namorá-la?

 

-- Você quer pedi-la em namoro?

 

-- Isabela por que tantas perguntas?

 

                  Virginia franziu a testa estranhando minha curiosidade.

 

-- Somos amigas, sou amiga da Olivia também, natural que me interesse pelo namoro de vocês duas não acha?

 

-- Ah, por um instante pensei que você estivesse com ciúme.

 

-- Ciúme? Andou puxando um baseado em horário de trabalho doutora?

 

-- Você com ciúmes de mim só poderia ser mesmo uma fantasia, ou alucinação não é?

 

-- Não se trata disso Virginia...

 

-- Olha Isa, não precisa se justificar, tudo bem, a gente só tem ciúme de quem a gente ama e você ama Suzana, sua noiva. E por falar nisso, quando se casam?

 

-- Ainda não decidimos a data, temos muitas questões a resolver.

 

-- Desejo toda felicidade do mundo a vocês. Agora preciso ir, Olivia está me esperando, vamos jantar com o Bernardo e o Renato. Ainda precisa de mim?

 

-- Não... Vocês vão jantar? Onde?

 

                   A minha pontinha de ciúmes agora tinha um alvo coletivo: meus amigos Bernardo e Olívia, agora se encontravam sem mim com seus respectivos namorados, doeu não fazer parte disso.

 

-- Numa casa de massas que o Bernardo indicou.

 

-- Ah sei, adoro o spaguetti aos quatro queijos de lá...

 

-- Obrigada pela sugestão, agora vou indo, estou atrasada.

 

                  Em casa Suzana notou meu desânimo, enquanto ela me contava em detalhes como ela planejava nosso casamento.

 

-- Meu amor o que você tem? Estou empolgadíssima com os preparativos para nosso casamento e você aí distante, apática.

 

-- Desculpe-me meu amor, não tem nada com nosso casamento, é que hoje me senti excluída da vida dos meus amigos, e me doeu. Sinto falta do Bernardo.

 

-- Bela, tenho certeza que ele também sente a sua, por que você não o procura?

 

-- Não sei Su, não sei se ainda posso confiar no Bernardo. Além do mais ele nunca vai aceitar nosso casamento, não quero me desgastar com ele.

 

-- Amor, ele não só vai aceitar, como vai dançar ula ula no nosso casamento. Ele perdeu a aposta.

 

-- Você sabe que merece um tapa só em falar dessa aposta não é?

 

                  Suzana sorriu.

 

-- Então, você acha que hoje é um bom dia para procurá-lo?

 

-- Por que não?

 

-- Então nós vamos jantar fora hoje, seus verminhos vão adorar o spaguetti da cantina que vou te levar.

 

 

                  Estava mais do que na hora de me entender com Bernardo, apesar de estar reticente quanto a reciprocidade dele. Suzana caprichou na produção, perdi o fôlego vendo-a com suas tradicionais calças justas e uma blusa elegante e transparente.

 

-- Uau... Estou pensando seriamente em desistir do jantar e partir direto para a sobremesa, vamos ficar em casa meu amor?

 

                  Suzana meneou a cabeça, pegou minha mão e saiu me arrastando:

 

-- Teremos todo tempo para ficar em casa e nos amarmos até faltarem nossas forças. Mas, hoje temos uma missão mais importante, reconciliar a família!

 

                  Confesso minha ansiedade, obviamente o encontro nada acidental seria constrangedor a princípio, mas Suzana me deu a segurança que eu precisava sussurrando quando notou minha palidez ao me deparar com a mesa do canto na qual Olivia, Virginia, Renato e Bernardo estavam sentados.

 

-- O pior que pode acontecer é comermos uma massa fria, relaxe meu amor.

                  Piscou o olho para mim, e nos seus olhos eu encontrava a força que dissipava qualquer angústia. Olivia foi a primeira a nos ver, e imediatamente se levantou e caminhou até nós:

- Meninas que coincidência agradável vocês aqui! Diria até providencial.

                  Olivia piscou o olho para Suzana.

- Sentem conosco!

 

                  Renato se antecipou pedindo mais lugares na mesa ao garçom. E o clima tenso se instalou, Bernardo me olhava de rabo de olho, Virginia evitando me encarar, enquanto Renato, Suzana e Olivia tentavam a todo custo engrenar um assunto na mesa para minimizar o constrangimento evidente.

 

-- Bê, você soube? As meninas estão noivas! – Olivia comentou.

 

-- Ouvi comentários, parabéns. – Respondeu sem ânimo.

 

-- Então meu querido isso quer dizer que verei você vestido com sutiã de coco?

                 

                  Renato brincou e vi raios de fúria serem lançados do olhar de Bernardo.

 

-- Não se preocupe Bernardo, estou pensando em um tema de festa que combine com seus trajes.

 

                  Suzana insistiu na brincadeira, por um minuto temi que aquela faquinha de mesa se transformasse em uma arma poderosa nas mãos de um Bernardo furioso.

 

-- Não é necessário minha querida, sou meio camaleão, me adapto a qualquer ambiente.

 

                  O tom de desdém de Bernardo não intimidou Suzana, minha noiva era ótima nesse jogo de

troca de farpas.

 

-- Ótimo, assim não haverá problemas em você dançar Ula Ula ao som da orquestra, você não vai se incomodar com o fato de estarmos usando Black tié não é? Acho que você vai gostar de saber que convidei o doutor Alexander Kramer para a festa.

 

-- O doutor Kramer? O maior nome da medicina de urgência da América? O autor da nova bíblia do atendimento ao trauma?

 

-- Esse mesmo! Tornou-se um grande amigo meu depois que seu filho sofreu um acidente em Angra dos Reis quando passava férias aqui no Brasil, e foi atendido por mim no meu hospital.

 

                  Bernardo bebeu a taça de vinho num gole só visivelmente perturbado. Eu sabia que a declaração de Suzana tinha esse único intuito: perturbar meu amigo, uma vez que sequer fizemos a lista de convidados para nosso casamento. O tal Doutor Kramer era um deus da medicina para Bernardo, desde a residência já o seguia como fã, lembro de ter comentado algo com Suzana sobre isso.

 

-- Suzana você não poderia reconsiderar a aposta? – Olivia perguntou – Sabe, o Bernardo é digamos um presidente do fã clube desse seu amigo, presumo que se o doutor Kramer testemunhar a performance do Bê, as chances de participar de uma pesquisa dele no futuro seriam nulas...

 

                  Notei o ar de riso se fazendo nos lábios de Olivia, ela e Suzana claramente eram cúmplices na tentativa de quebrar a crista de Bernardo que por puro orgulho não me procurou depois de saber que perdoei Suzana e a ele não.

 

-- Reconsiderar? Mas apostas são uma questão de honra, você faria o que no meu lugar Bernardo? Perdoaria, reconsideraria?

 

-- Não mesmo, eu iria filmar tudo e colocar no youtube! – Bernardo falou com seu jeito afetado.

 

-- Então... Não haverá reconsideração. – Suzana retrucou.

 

-- Aaaaaaaaaaaaah! Tá bom! Suzana pelo amor ao arco-íris, se você não pode me liberar dessa aposta, ao menos reconsidere esse convite ao Dr. Kramer!

 

-- Poderia reconsiderar, com uma condição.

 

-- Fala racha!

 

-- Desfaça esse bico de Angelina Jolie e faça as pazes com minha noiva, ela precisa do irmão torto dela ao seu lado.

 

-- Posso fazer esse sacrifício. – Bernardo respondeu com ar superior.

 

-- Então ótimo, cancelo o convite ao Dr. Kramer adiando a data do casamento para um dia em que ele não possa vir ao Brasil.

 

                  Bernardo comemorou, em seguida levantou-se e parado diante de mim disse:

 

-- Vem cá sua enjoada e me dá um abraço que estou sofrendo longe de você!

 

                  Abracei Bernardo com a saudade recíproca do meu amigo, mas, não pude evitar seu sorrisinho sarcástico quando voltava a se sentar:

 

-- O que foi Bê? – Perguntei.

 

-- Sua noivinha... Não pensei que ela fosse tão fácil de enganar.

 

-- Como assim? – Perguntei mais uma vez.

 

-- Porque eu faria as pazes com você a qualquer custo essa noite, desde que te vi entrar pelo restaurante eu decidi que nem fosse preciso eu me jogar nos seus pés e declamar Clarice Lispector com uma rosa na mão você voltaria a falar comigo hoje! Mas de quebra, ainda me livrei do mico de ter meu ídolo na platéia do Ula Ula no seu casamento.

 

                  Não me contive e sorri com o mesmo sarcasmo.

 

-- O que foi agora pergunto eu!

 

-- Você já foi mais astuta bicha! Suzana conseguiu que você pagasse uma de se humilhar com medinho do mico, e de quebra foi você a dar o braço a torcer na nossa briga.

 

-- Como assim?

 

-- Nós nem fizemos ainda a lista de convidados Bernardo!

 

                  Todos na mesa gargalharam.

 

-- Além do mais, eu nunca convidaria aquele homofóbico de uma figa para meu casamento! Aquele pedante deixou o filho sozinho com as duas pernas quebradas quando soube que ele estava no Brasil com o namorado.

 

                  A partir daí, o clima na mesa foi pura harmonia o resto da noite. Suzana estava mais linda do que nunca, e eu radiante por ser a mulher que estava ao seu lado, e agora completa com meus amigos junto comigo. Não houve espaço para eu sequer desviar minha atenção para o canto da mesa onde Virginia estava sentada, a postura de Suzana, exuberante, dominando as conversas, quebrando a resistência de Bernardo à sua presença pareceu me trazer à realidade novamente sobre o quanto eu a amava e do quanto ela me fazia feliz.

 

                  A atitude de Suzana me encantou mais que isso, me hipnotizou ao saber que ela e Olivia firmaram um pacto de promover a paz entre mim e Bernardo só me fez enxergar mais claramente a nobreza que regia a alma de minha noiva, que passou por cima do desprezo de Bernardo para com ela em prol do meu bem-estar.

 

                  Naquela noite, a luta para que Bernardo aceitasse minha relação com Suzana chegou ao fim, e o mérito foi todo de minha noiva. Ao nos despedirmos, Bernardo e Suzana já pareciam amigos de infância, e meus olhos deixavam evidentes o quanto isso me fazia bem. Estava tão feliz que nem me importei com as carícias trocadas entre Virginia e Olivia, pelo contrário, fiz o que até então não tinha feito: apoiei a escolha de minha amiga ressaltando as qualidades de Virginia.

Fim do capítulo


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Comentários para 17 - CAPÍTULO 17: DIGA SIM PRA MIM:
Lea
Lea

Em: 18/12/2021

Que novela mexicana! Esse casamento ainda é incerto,a Isa está deixando dúvidas!!!

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