Capitulo 37
— A… Savannah?
— Olá, Erick.
A expressão de Erik chegava a ser quase cômica, a descrença estampada em seu rosto logo foi substituída por um sorriso lunático. Ele parecia viver uma guerra interna entre o ódio e o divertimento lhe rendendo uma alternância entre a loucura e a lucidez. Até, que uma gargalhada escapa.
— Ora, ora. Savannah! Minha cara Owens. Que jogada interessante, confesso que estou realmente surpreso. Você fez mesmo o dever de casa. Bravo, bravo.—ele bate palmas. — Sua espertalhona, enganou direitinho aquele tolo.
— Supus que não fosse o tipo que usa cúmplices.
— Infelizmente não tive muita escolha. — Erick pega uma cadeira se sentando em seguida, ele cruza as pernas elegantemente, enquanto passa a mão por seus ralos cabelos já grisalhos. — Sabe, tive que contratar um desses brutamontes, úteis com os braços, mas os cérebros…Ah! Os cérebros. — Ele balança a cabeça mostrando pesar. — Se eu não tivesse matado aquele inútil, minutos atrás eu certamente lhe daria os parabéns por seu adorável erro. Diga-me Savannah, você não teria um rastreador por aí, teria? Não me diga que confiou sua a vida a uma dessas coisas? — Erick apoia os braços no joelho. — Oh! Você o fez, não foi?
— Não sei do que está falando!
— Estou falando do seu plano amador e patético. Bem, a parte em fingir ser a Senhorita Clark foi genial, verdadeiramente genial. Você sabia que eu não poderia ir até lá. Um ajudante certamente levaria a primeira loira de olhos azuis que avistasse, então você se deixou ser raptada assim poderia me encontrar mais facilmente, em seu corpo um rastreador o qual apontaria sua localização e o FBI apareceria como nos filmes e me levaria preso. Acertei?
— Eh! Parece que sim. — Digo tentando parecer indiferente.
— Hum! Aposto que você está esperando que agentes armados invadam este local a qualquer momento.
— Eu gostaria muito.
— Gosto do seu senso de humor, mas devo adiantar que seu plano perfeito começará a dar errado a partir de agora. Acredita que eu seria burro aponto de ser rastreado? Minha cara Savannah, eu não posso ser achado graças ao meu engenhoso sistema de camuflagem. O FBI jamais chegara até aqui, ninguém irá salva-la. Somos apenas você e eu, em breve tudo que restará de você será cinzas.
— Eles irão me encontrar!
— eles vão encontrar o que eu quiser que encontrem. Antes de queimar você talvez eu poupe algum membro seu, existe alguma parte em especial do seu corpo que gostaria que mandasse para a Senhorita Clark? — Erick se levanta e suas mãos seguram meu queixo firmemente. — Quem sabe eu mande sua cabeça em uma bandeja de prata. O quão desumano seria?
— Fique longe dela! — Digo tentando me livrar de sua mão.
— Acalme-se! Eu não farei nada contra a pobre Emma, nada que ela não possa suportar. Quem sabe eu tenha a sorte de enlouquece-la enviando-lhe sua cabeça? Seria tão divertido, é certamente algo a se pensar.
— Você não conseguirá! Pensa que pode fazer tudo que quer, mas não pode! Você não está acima de ninguém. Você não é um tipo de deus. — Minhas apalavras atingem a vaidade dele, Erick fica rubro.
— Sou superior, estou além de tudo!
— Você é só um homem doente!
— Não! Eu não sou apenas um homem! Sou um artista da morte, um ladrão de almas, escultor de corpos.
— Um humano comum! — Um forte tapa atinge meu rosto.
— Sou supremo, perfeito.
— Jonh morreu porque você falhou. — Sofro mais um golpe.
— Como se atreve a dizer essa blasfêmia? Eu jamais mataria John.
— Foi sua bala que atravessou o crânio dele, não a minha. — As mãos de Erick vão para meu pescoço, ele começa a apertar.
— Você o matou, não eu! — O aperto fica ainda mais forte. — Amanhã queimarei seu corpo em homenagem a ele. Jonh adorava ver corpos em chamas, imagine o quanto ele irá gostar de vê-la arder. — A ausência de oxigênio já se torna insuportável, vagamente minha consciência vai fugindo até que tudo apaga.
********************************************************************************************************************************************
— Quem é você? — Pergunto ao homem que ainda sorrir para mim.
— Ben Goin. Sou amigo da Savannah, ela me pediu para traze-la para cá.
— Amigo da Savannah? Como assim?
— E uma história complicada.
— O fato de você me raptar e se dizer amigo de Savannah certamente é algo difícil de entender. — Digo me levantando.
— Estou apenas cuidando da sua segurança.
— Segurança? Você enlouqueceu? Estava perfeitamente segura em casa, aliás quero voltar agora mesmo.
— Isso não será possível no momento. — O tal Ben se levanta e fica em minha frente.
— Acho bom você sair da minha frente ou…
— Ou? — Movida por uma coragem desconhecida até mesmo por mim avanço sobre o homem. — Senhorita pare com isso. — Ele se protege dos meus tapas e socos. Segura em meus braços e me faz sentar novamente na cama. Fico de pé no mesmo instante e chuto sua perna esquerda, ele se afasta praguejando, aproveito sua distração e abro a porta. Paro em um corredor, avisto as escadas, noto que estou em um apartamento, chego a sala e quando estou prestes a alcançar a porta sinto uma mão segurar o meu braço.
— Que inferno, solte-me! — Pego um vaso na mesa de centro o jogo contra o homem, ele se protege com o outro braço e vejo que adquiriu um corte profundo. Ele me solta e corro até a porta que no mesmo instante é aberta por alguém que jamais imaginei.
— Tilly… Dome… Paige?
— O que aconteceu aqui? — Tilly pergunta enquanto se aproxima do meu sequestrador.
— Emma, você fez isso? — Dome pergunta incrédula.
— Vou examina-lo. — Paige passa por mim, ajudando Tilly a levar o homem até o sofá.
— Será que alguém pode me explicar o que está havendo aqui? Por que todos estão preocupados com esse sequestrador e não comigo que sou a vítima?
— Ele não é um sequestrador, mana.
— Isso é mais uma de suas brincadeiras, Dominique?
— Não é brincadeira, Emma. Você estava correndo perigo, precisava ser protegida. — Tilly diz ajudando Ben a levantar, Paige surge com álcool e começa a limpar seu ferimento.
— Protegida de quê?
— Erick Dennes. — Ben diz. — Ele iria raptar você e matá-la para se vingar de Savannah. Então ela planejou raptar você antes. Na noite de ontem ela se passou por você, e acabou levada por um capanga de Dennes.
— Está dizendo que Savannah se passou por mim e agora está nas mãos de um lunático?
— Sim.
— E você fala isso nessa calma? Ela pode estar morta. — Lágrimas caem e rolam por meu rosto.
— Não se preocupe, ela tem um rastreador, toda uma equipe está atrás dela e.. — Ben é interrompido pelo celular. — Goin. … Quando? Como assim perderam o sinal… Isso não pode estar acontecendo! … Não! Qual a última localização? … Quanto tempo? … Peça reforço, revire a floresta de cima a baixo, quero um helicóptero e todos os agentes possíveis, revistem tudo! — ele desliga.
Paige termina de enfaixar seu braço e ele se prepara para sair.
— O que aconteceu?
— Não tenho tempo para explicar agora. — Ele tenta passar por mim, mas seguro em seu ombro e Dome para diante da porta com os braços cruzados. — Ben respira derrotado. — Perderam o sinal do rastreador da Savannah, sua última localização aponta a entrada da Floresta, começaremos as buscas imediatamente, não temos tempo a perder.
— Vou com você!
— Não, não!
— Vou com ou sem você!
— Dra. Tilly, por favor me ajude.
— Agente Goin, não só Emma irá com você, como nós também.
— O quê?
— E isso aí grandão, traremos a quatro olhos de volta.
— Savannah vai me matar!
Seguimos Ben, Dome foi no próprio carro com Paige. Tilly e eu fomos ao carro de Ben, ela parecia irritado e preocupado, durante todo o caminho falava ao celular dando instruções, ele lideraria a operação. Segundo ele um grande número de agentes já se encontrava na floresta todos dispostos a encontrar Savannah.
Quarenta minutos depois estávamos caminhando entre as árvores, fiquei feliz por estar trajando roupa confortável, calças de moletom e uma blusa de mangas compridas. Infelizmente Dominique não teve a mesma sorte, estávamos no início da floresta quando ele começou a reclamar dos insetos. Minutos depois chegamos a uma colina onde um grande número de agentes se encontrava.
— Temos novidades? — Ben pergunta a um dos agentes.
— Não Senhor, sobrevoamos a área, mas não vimos nada, espalhamos agentes por toda área, mas até agora nada.
— Você descobriu de onde vem o bloqueio do sinal?
— Temos três pontos onde o sinal se perde, ele deseja nos confundir.
— Que droga!
— O que significa tudo isso? — Pergunto confusa.
— Dennes está nos cegando, ele quer nos confundir para ganhar tempo.
— Quanto tempo?
— Não temos muito.
— Quanto Ben? — Ele olha para Tilly.
— Após analisar o perfil de seus crimes cheguei à conclusão que seu estilo é agressivo, ele tortura a vítima intensamente e mata com até 24 horas. — Tilly diz massageando as têmporas.
— Está dizendo que temos 24 horas para salvar Savannah? — Dome pergunta.
— Talvez menos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 28/11/2021
Vixe pouco tempo de vida!
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]