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NARA SHIVA. A LOBA por Bel Nobre

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Palavras: 5073
Acessos: 1022   |  Postado em: 28/11/2021

CAP?TULO 66

 

 

 

          .             3224 palavras

 

A lua surgiu, vermelha, imensa, entre as duas árvores que, no passado, foram plantadas por Esther próximo à lagoa que agora tornava o local de uma beleza exuberante com um ar de mistério e magia. As árvores fincadas no solo no mesmo alinhamento, para quem as visse de longe, tinham a aparência de um portal mágico que se erguia, imponente, em busca do firmamento. Suas grandes folhas eram multicoloridas e de frutos vermelhos, carnudos e com um coco branco escondido internamente, com sabor semelhante a castanha, dominavam a paisagem do ambiente, servindo de alimento para os milhares de pássaros que se recolhiam ao final da tarde sobre sua copa para dormir em segurança longe dos predadores.

 

A lagoa em si era cercada de mato, deixando-a um pouco escondida de olhos curiosos. Imensamente grande em extensão e profunda, todos a conheciam como a lagoa da Esther, evitando tomar banho no local. Havia quem afirmasse ter visto seres mágicos circulando a lagoa em noite de lua cheia. 

 

Desde quando Ziam comprou a reserva, aquele era o local para onde Esther costumava ir para renovar as energias e agora passou a ser a lagoa das bruxas de Salem. Foi nesse local sagrado que montaram a fogueira, cujas labaredas subiram aos céus e a madeira queimaria a noite toda e suas brasas seriam usadas para assar carnes, peixes, batatas, milho e, agora, depois de ter visto na televisão não se sabe onde, Lilith tinha pedido para comprar pedaços de queijo para assar nas brasas vivas. Sua vontade passou a ser de todos os pequenos, inclusive das gêmeas, irmãs de Nara, portanto teria muito queijo assado dessa vez.

 

Tais reuniões aconteciam mensalmente, junto com a chegada da primeira lua cheia do mês. Usavam esse dia para comemorações, festas e principalmente para reunir familiares e amigos em volta da fogueira para contar histórias e comungar junto à natureza.

 

Nara fazia os últimos ajustes junto com alguns lobos na armação e arrumação das toras de madeira de um jeito que formassem um triângulo. Parou por instantes para admirar a lua nascendo, que, naquele instante, estava uma bola de fogo ameaçando cair na lagoa.

 

r13; A lua está escandalosa hoje, não está? r13; Jana, companheira de Ananya, estava linda com aquele vestido de seda vermelha curtinho, mostrando mais do que guardava de suas curvas, e com aquele sorriso aberto tão parecido com o da companheira de Nara. Mesmo que ela não fosse mãe biológica de Amkaly, as duas tinham muito em comum.

 

r13; Minha nossa, mãe! Ananya viu você vestir esse pedacinho de pano que deixa suas pernas todas de fora? r13; Enquanto falava, Nara fazia gestos de cima até embaixo para enfatizar o que dizia. Jana olhou para o próprio corpo, dando um giro sobre si mesma e analisando onde estava o erro. Não encontrando, falou:

 

r13; Ela adorou. r13; E riu. r13; Principalmente porque, antes de vir para cá, eu fiz um strip-tease. Um não... dois. Duas vezes, eu tirei a roupa com prazer só para ela comer à vontade a loiraça aqui r13; Jana explicou descaradamente. Quando parou o que estava explicando, olhou com cara de surpresa, os olhos verdes muito arregalados. r13; Espera aí, a senhorita está horrorizada por eu estar seminua? Por acaso não somos lobas e andamos nuas na frente de qualquer um? Ou minha alfa e nora está se tornando hipócrita? Além de que eu estou vestida adequadamente para a caçada de hoje à noite. Ananya me falou que usaríamos as cores primárias dos raios solares na dança em frente à fogueira e esse vermelho “sou toda puta de uma única mulher” vestiu minha pele perfeitamente. — Diante de uma resposta dessas, Nara ficou sem saber o que dizer nem onde colocar as mãos, se no bolso da bermuda ou simplesmente cruzadas. Na dúvida, preferiu cruzar os braços para disfarçar o constrangimento.

 

r13; Está certa, as cores são essas mesmas. A cor ficou perfeita na sua pele branca e realça suas pernas. Me desculpe, foi só uma brincadeira de mau gosto que fiz. — Nara estava profundamente desconfortável com a situação e Jana, percebendo, preferiu não deixar má impressão. Querendo ou não, sua alfa era só uma garota que assumiu responsabilidades cedo demais e estava tentando fazer a coisa certa. Talvez pelo fato de Jana ser mãe de sua companheira, a garota tivesse se arrependido da brincadeira que dissera. Por isso mesmo, Jana riu, passando as mãos nos cabelos negros de Nara e desmanchando seu rabo de cavalo em uma carícia.

 

r13; Eu sei que estava brincando, afinal, você é parceira da minha filha e ela não aceitaria ficar com um ser preconceituoso ou machista r13; enquanto falava, colocava os cabelos da loba atrás da sua orelha e viu um pequeno sorriso despontar no canto de sua boca.

 

r13; Nem eu nascendo outras mil vezes ela faz algo que eu peço. Às vezes, acho que é só para me afrontar, outras vezes, penso que ela realmente tenha cabelo nas ventas, como diz Ermelinda quando se refere a minha mãe quando não aceita o que meu pai diz: “essa dona Nádia tem cabelo nas ventas”. Acho que a Amkaly é do mesmo tipo. r13; Rindo alto da comparação, Amkaly tirou a liga das mãos de Jana e arrumou os cabelos no alto da cabeça, fazendo um coque grande com alguns fios caindo e seu pescoço alvo como algodão à mostra.

 

r13; Vou ficar com a segunda opção. No final das contas, ela é minha filha e, desde a barriga, ela só faz o que vem na cabeça. Cortei um dobrado para tentar esconder sua loba e mantê-la longe das garras do homem que eu pensei que fosse meu pai. — Nara prestou atenção à sonoridade da voz da Jana para ver se tinha algum sentimento que pudesse atrapalhar a caçada logo mais ou se ela estava arrependida.

 

r13; Jana, seja sincera, tem alguma possibilidade de você se arrepender da caça do fim da noite? Se você não estiver confortável com nossa forma de eliminar um problema que põe nossa vida em perigo, diga e eu tirarei seu nome da lista. Não precisa participar. A Shirley, a Maya e o Kessa, mesmo eles tendo sofrido horrores, não querem participar.

 

r13; Eu estou de boa com tudo. Ainda que ele não tivesse feito mal algum a mim, só o fato dele ter quase destruído minha filha e tê-la oferecido a quatro homens para montar nela quando ainda era só uma criança... No primeiro cio, ela ainda nem tinha doze anos e quatro animais esperavam para trans*r. Primeiro seria um cientista filho de políticos e pesquisador de genética, mas também era pedófilo. Eles diziam que o tal amigo trans*va com as filhas menores dos empregados e nunca deu em nada, mas, principalmente, porque este tinha a fama de ser um excelente reprodutor, sempre engravidava as meninas e a família pagava pelo aborto. Dava um bom dinheiro à pobre mãe e a demitia. Antes, porém, arranjava um novo emprego para a coitada. Por isso nunca foram processados. Os outros três também eram homens adultos e também da sociedade, todos do círculo íntimo de amizade dele r13; ela gaguejou com as palavras. Continuar com as lembranças era muito doloroso. As lágrimas caíram sem controle e Nara a abraçou, massageando suas costas com os nós dos dedos e beijando sua cabeça. Depois de um tempinho, já mais calma, Jana se afastou, passando a mão no rosto e secando as lágrimas.

 

r13; Você lembra os nomes deles? Posso pedir ao meu tio para fazer uma pesquisa e descobrir os podres deles e jogar na mídia para serem pegos e pagar por seus crimes. — Nara continuava com a massagem nas costas da mãe de sua naorada, com um fio de esperança na voz de punir todos os envolvidos no esquema de fertilização e melhoramento da raça, pois era a isso que tudo se resumia, um louco se achando o próprio Deus, querendo melhorar a raça humana a custos de outras vidas.

 

r13; Claro que sei de todos eles. Alex, filho da Sandy, andou fazendo umas investigações e descobriu muita sujeira. Quando expôs para seu chefe, que prometeu tomar as providências, em pouco tempo o Alex foi transferido para outro estado e, seis meses depois, o delegado foi exonerado do cargo e expulso, acusado de formação de quadrilha. O homem não resistiu, sofreu um ataque fulminante e bateu as botas, e ficou por isso mesmo. r13; Já mais calma, Jana saiu do abraço e arrumou a roupa que estava ligeiramente amassada.

 

r13; Quando tudo isso acabar, vou falar com meu tio para conversar com Alex. Garanto que dessa vez, de uma forma ou de outra, eles pagarão o que devem com juros e correção monetária r13; Nara afirmou de maneira feral, com um sorriso enigmático que fez Jana sentir um certo arrepio na pele e se apressou em afirmar.

 

r13; Eu vou para essa caçada com prazer e cada pedaço que arrancar, ele vai saber por que eu arranquei aquela parte. Farei questão de ficar humana e dizer antes o que eu vou tirar dele. r13; Agora, ela sorria selvagemente com dentes perfeitos e pontiagudos, prontos para cortar pedaços de carne fresca.

 

r13; Não duvido que vá fazer isso, mas não será possível ficar humana na hora da caçada. Nessa hora, somos feras predadoras. Temos uma pequena noção de certo e errado, mas não matamos ou ferimos a quem amamos e confiamos.

 

r13; Nara, já pensou se ele não quiser correr ou lutar por sua vida? Como vamos fazer para caçar?

 

r13; Antes da caçada começar, Esther coloca imagens na mente dele de que as entradas estão liberadas e que ele pode sair se correr rápido.

 

  HORAS DEPOIS.

 

A. D. e Elinaldo depositaram no chão de terra batida dois sacos, um contendo 30 quilos de folhas secas de eucalipto misturado a alecrim, arruda, alfavaca, manjericão, e um outro de 10 quilos contendo alfazema e patchuli. Todas as folhas foram jogadas na fogueira e a língua do fogo dançou, sinuosa como uma dama apaixonada que se levanta e esconde parte do corpo na fresta da porta para ver o amante chegando de uma longa viagem. Dançou no alto com a brisa, que passou e salpicou fagulhas. Dava para ouvir os estalos de folhas secas queimando de longe. O aroma subia com a brisa em uma dança exótica. Um círculo foi riscado com pentagramas, um para cada bruxa e na cor do vestido usado por ela.

 

Jana chegou com seu vestido de seda vermelho rubi, uma grinalda de rosas também vermelhas e, nas mãos, uma vela acesa dentro de um cálice feito de organza vermelho transparente.

 

Ananya usava um vestido branco todo transparente na parte da frente e, na parte das costas, um detalhe em V absurdamente grande, chegando bem próximo à cavidade que separa as duas bandas da bunda. O vestido terminava na altura do joelho e, na parte do fim do quadril e início da coxa, começava uma fenda que se abria a cada passo dado por ela, permitindo que as pessoas usassem a imaginação, pois a abertura mostrava quase tudo. A vela que ela carregava nas mãos envolta no cálice branco, também acesa, completava o look.

 

Esther foi de lilás, com um vestido simples, mas muito elegante, combinando com o preto de Sandy, este último salpicado de estrelas douradas na barra e com mangas bufantes nos braços. As velas combinavam com suas cores.

 

Ananya estava de vestido amarelo ouro curtinho e justinho no corpo, já o de Nara era verde, também simples e justo no corpo.

 

Quando cada uma ocupou seu lugar no pentagrama, começaram a oração simples de agradecimento à natureza enquanto se banhavam no perfume das ervas que explodiram em cheiros diversos que se espalharam no ar. Quando as chamas baixarem, elas jogarão suas velas para realmente acender a fogueira por completo.

 

A mata silenciou, o vento passou ligeiro e parou em cima da lagoa, observando tudo. Até a lua se escondeu atrás de uma nuvem espessa, deixando só uma pontinha que nada clareava, mas que via tudo enquanto a matilha de lobas dava os primeiros passos, silenciosa e selvagem, e as lobas saíam de vários locais entre as árvores para se reunir no centro, ao redor de um homem nu, somente com uma venda nos olhos e as mãos amarradas para trás. Muito nervoso, ele tentava a todo custo desatar o nó que prendia seus pulsos. Nara ficou onde estava, sentindo o fedor dos hormônios que dele eram  liberados. Seu nariz franziu, querendo tapar as narinas para afastar o mau cheiro.

 

Nara Shiva limpou a mente e afastou a imagem do homem à sua frente para se concentrar na matilha que estava impaciente. Ao seu lado direito, uma loba de olhos bicolores e dentes arreganhados, ainda em um silêncio mortal, de cabeça abaixada e pernas fincadas na terra na posição de corrida; do seu lado esquerdo, uma loba vermelha de olhos amarelo-laranjas, mortalmente silenciosa, na mesma posição da anterior e pronta para sair em disparada. Essa seria a primeira caçada de Amkaly e Nara sentia o quanto ela estava nervosa. Nara pulou, assustada, quando Amkaly respondeu direto pela ligação.

 

“Eu não estou nervosa. Estou ansiosa, isso sim. É como se eu fosse debutar. Os humanos fazem isso quando a garota completa 15 anos, então essa é minha estréia na sociedade adulta dos lobos.” Nara só balançou a cabeça afirmativamente. Claro que concordava com ela. Realmente, para eles, lobos, a primeira caçada era como entrar na vida adulta. Quer dizer, caçar verdadeiramente, pegar a presa. Pois correr junto com a matilha qualquer lobo podia, mas não podia atacar a vítima, só podia não permitir que ela saísse da trilha ou se escondesse, o que não era possível.

 

À frente de Nara estava a doutora Ananya transformada em uma loba toda negra, inclusive os olhos, que eram negro noite. Esta rosnava baixinho e seu pelo estava arrepiado, o que para ela era uma única certeza: sua paciência estava se esgotando e, se Nara não a controlasse um pouco, ela já teria avançado. Ao seu lado, estava Jana, uma loba amarela mel, cor de melado, olhos verdes, um porte de rainha e que a todo momento passava o focinho no focinho da loba preta, acalmando-a; e Sandy, toda majestosa, uma loba preta como a noite com um desenho formado por pelos coloridos formando uma pena no meio da testa. Ela preferiu ficar ao lado da amiga de uma vida toda, sendo testemunha das atrocidades que ela tinha passado. Sandy não podia atacar, mas com certeza, pela sua companheira e pela amiga, ela iria apavorar o Mascarenhas.

 

Espalhados mais distantes por toda a área de areia branca próxima às margens da lagoa,  estavam a mãe de Nara com as gêmeas, que a cada dia se pareciam mais com seu pai; sua tia Bárbara sem os filhos, que estavam estudando fora da reserva e não poderiam ir; seu pai com seu gêmeo; Elinaldo e seu parceiro A. D.; Kessa e os filhos de Ester. A doutora Juliana pediu para não participar, para ficar na clínica da reserva, dando plantão. A mãe do Kessa, que não lembrava de nada, mas com certeza lá no fundo da sua mente algo estava adormecido, pois, quando soube o que ia acontecer, pediu para  assistir. E, por fim, Maya, que não quis fazer parte da caçada.

 

Bem, o pai de Nara circulava ali por perto, monitorando tudo, e via com um certo receio de que ela não fosse capaz de liderar a caçada por se achar muito inexperiente, mas aquela era a matilha dela e, ao seu lado, ela tinha uma beta com quase mil anos e sua alcateia, mesmo com ela sendo a alfa, todas tinham poder de decisão por quererem o melhor para a comunidade que estava nascendo ali.

 

— Papai, pode tirar a venda dele. Abram caminho e fiquem lado a lado, na direita e na esquerda — disse Nara.

 

Não foi preciso um segundo pedido. Um corredor humano se formou próximo a família de Ananya de um lado e a de Nara do outro. Quando a venda do Mascarenhas foi tirada e seus olhos se acostumaram com a claridade noturna, Nara precisava confessar que admirou a falta de surpresa e medo do homem diante de tantos lobos. Ela achava que nos olhos dele tinha de tudo, desde ambição até mesmo admiração. Mas o que fez seus olhos brilharem foi ver, mais distantes, as filhas de Jana e Ananya brincando com os filhos de Esther.

 

Todas as mulheres sabiam, sem sombra de dúvida, o que ele estava pensando pela forma como olhava as crianças. A certeza de que ele tinha de saber que elas poderiam ser as crianças que ele havia modificado com seus conhecimentos de genética, porém ele não foi capaz de disfarçar a surpresa quando viu Cledia, mais distante, conversando com Elinaldo e a doutora que trabalhou com ele por muito tempo.

 

 Cledia estava bem diferente de quando chegou: linda, cheia de vida, feliz e sem saber quem era o homem que iria servir de caça, graças a Esther, que tinha tirado dela todas as lembranças ruins.

 

Ao ver a forma como ele olhava para seus filhos, as duas lobas rosnaram, fazendo com que ele as olhasse, agora com medo ao ver suas presas expostas. Foi o pai de Nara que falou:

 

— Ali está sua roupa. — Ziam apontou para um amontoado de panos jogados de qualquer jeito bem próximo ao local onde todos estavam. — Vista-se e saia daqui. Se conseguir chegar na divisa da reserva, será um homem livre. Tem 30 minutos para correr. Se, dentro desse prazo, não achar a saída, então será caçado por essas lobas. Vocês querem se apresentar a ele? — O pai de Nara as olhava em um convite aberto.

 

Nara sabia que elas não obedeceriam ao seu pai, não ali nas terras delas e com ela presente a fidelidade ao seu alfa, que, no caso de Nara, mesmo inexperiente, comandava. Por isso mesmo, ela perguntou através da sua ligação de sangue:

 

“Vocês querem se apresentar?” Não deu nem tempo de outra pergunta.

 

Em segundos, todas, inclusive Nara, estavam nuas na frente do doutor Mascarenhas, que não sabia para que rosto olhar primeiro. A surpresa estampada no rosto dele era inegável. Bastava olhar seus olhos esbugalhados, ora para Jana, de quem tanto abusou; ora para Amkaly, cujo sorriso era um dos mais ferozes que Nara já tinha visto; mas o que o amedrontou para valer foi o sorriso de puro deboche estampado no rosto de Ananya, que agora entrelaçava seus dedos com os de Amkaly, que também segurava os de Jana, no meio, entre as duas mães; e, na outra ponta, Maya e Kessa, ambos de mãos dadas, segurando a de Ananya em uma mensagem explícita do que ele fez com todas elas e agora a conta ia chegar com juros.

 

Mascarenhas sentia seu coração batendo acelerado e o sangue circulando em suas veias como um rio depois de uma tempestade, sem freios. Se demorasse mais um pouco, ele teria um AVC, o que poderia atrapalhar a corrida caso acontecesse. Por isso mesmo, Nara pediu pela ligação:

 

“Maya, ele está em princípio de um AVC. Segura a vida dele mais um pouco.”

 

A garota caminhou lentamente, serena, exibindo um ar de superioridade que fez Mascarenhas tremer igual vara verde próximo às margens da lagoa.

 

O tempo estava escaldante e o corpo de Nara Shiva pedia para dar um mergulho. A praia estava bem pertinho, era só atravessar as duas avenidas e pronto, o mar aberto seria todo meu, mas estava monitorando a casa da Amkaly havia duas horas e meu corpo já estava todo tenso por causa da posição sentada. No final da rua, os três seguranças olhavam atentos para os lados, conversavam e riam. Pena que estavam distantes e contra o vento que não me deixava ouvir o que diziam. Estava ali olhando despreocupada, para a antiga residência de Amkaly, e nada de ver o Mascarenhas. A casa estava fortemente vigiada, os seguranças trocavam de turno a cada 2 horas. Na frente da residência, tinha sempre três homens muito bem armados e nada acontecia de diferente. Foi então que uma lembrança veio com força à ninha memória uma coisa que ouvi. 

 

Entrei feito um furacão na casa. Todos na sala levantaram a cabeça, assustados com a minha intromissão no ambiente antes silencioso. Esther, que tomava chá olhando a foto dos filhos no celular, deixou que algumas gotas fossem salpicadas sobre sua blusa ao me ver entrar como uma bala.

 

r13; PORRAAA, Nara, derramei o chá em cima de mim. r13; Soltou o celular na mesa junto com a xícara de chá, passando a mão no local molhado.

 

r13; O Mascarenhas não está naquela casa. r13; Apontei para a casa como se todos pudessem vê-la bem próxima.

 

r13;Como é? O Meneses está há um mês com sua equipe de olho no filho da puta, então explica isso direito. r13; Esther pensou em largar a xícara na pia, desistindo logo em seguida e passando água e esponja com detergente. Em seguida pendurou nos porta-pratos.

 

r13; A senhora lembra quando Amkaly chegou na reserva? Ela dizia que na casa dela tinha uma passagem secreta por onde ela e a mãe passavam para ir à casa vizinha. Segundo ela, era a casa de Sandy.

 

r13; Eu lembro, mas a Sandy nunca morou vizinho ou aqui, ela morou um tempo na casa delas não vizinho.

 

r13; Eu sei. O que eu quero dizer é que a passagem pode realmente existir e ele ter saído por ela, enganando a todos nós. r13; Nara Shiva tinha certeza do que dizia, assim como sabia que seu lugar não era ali naquele momento, mas sim perto da família. Seu peito estava apertado com aquela sensação de que algo grande estava para acontecer.

 

r13; Você pode estar certa... r13; minha madrinha olhava para mim como se quisesse ler sua mente. Em seguida, virou-se. r13; Menezes, vamos dar uma olhada em todos os carros que entraram e saíram dessa casa do outro lado da rua. As casas desse lado têm outra saída pelos fundos? r13; Nara e Esther sentaram de frente para os monitores apontados por um policial que já estava lá observando em silêncio.

 

r13; Todas as casas do outro lado não têm saída pela parte de trás devido ao muro altíssimo terminar na mata fechada e uma serra íngreme impede o acesso das pessoas. Diferente das que estão deste lado, que dá para fugir indo pela praia. - Meneses veio segurando alguns papéis e olhando detalhadamente, começando a explicar as plantas dos imóveis. 

 

r13; O que vamos observar aqui? r13; Perguntei já em frente ao monitor e arrastando a cadeira com rodinhas nos pés, fazendo um barulhinho bom.

 

r13; Vamos nos focar nas casas do número 31 e 35 do lado direito e lado esquerdo. Como podem ver, as residências daquele lado são todas ímpares e cada uma tem na garagem dois carros.

 

r13; Aqui na mesa tem uma relação de todos os carros e os horários que entram e saem. r13; A única policial mulher do grupo de seis mostrou o relatório.

 

r13; E como você disse que a passagem vai para a casa vizinha, Nara, você fica olhando os carros que entram e saem nas duas casas laterais. Eu e Esther vamos ver as plantas do terreno.

 

Os dois se afastaram com uma pilha de papéis, abrindo-os na mesa, e Nara ficou nos computadores, junto ao casal de policiais, vendo os monitores. Ela não sabia dizer ao certo o que era, mas algo não estava certo. Um aperto no peito a atiçava a correr de volta para a reserva e, da forma como Esther estava concentrada, ela também estava sentindo a mesma coisa. Nara já estava com dor na vista de olhar por muito tempo e nada. Eram sempre os mesmos carros que entravam ou saíam e, na casa do Mascarenhas, a troca dos seguranças acontecia a cada quatro horas. Três policiais ficavam na frente da casa e um na guarita; dentro da casa, nenhum.

 

Mais vinte minutos passados meu pescoço já estava doendo e, com minha santa paciência nessas horas de tédio não ajudava em nada, começou a ter coceiras no corpo. Primeiro nos braços, indo para as pernas e agora estava coçando a cabeça também, pois foi justamente nesse momento, na hora em que ia ao banheiro, que ela viu o Onix turbo vermelho, muito parecido com a corola vermelha que tinha na casa. Esqueci até da vontade de ir ao banheiro, puxei o zoom da imagem da tela do monitor para ver melhor a placa. Era da mesma cor; os números iguais; as letras, porém, eram parecidas. No ônix, eram VVLI, que, visto de longe, daria para passar por WII, que era justamente a placa da corola.

 

r13; O que foi? Achou algo? r13; Esther gritou do outro lado da mesa, comprovando o quanto estavam conectadas.

 

r13; Venha ver. r13; puxei novamente o zoom no ônix e, na outra tela, que mostrava a corola, fiz a mesma coisa.

 

r13; Essas placas são muito parecidas e esse ônix só entrou na casa 35 uma única vez. Foi no dia que chegamos. Chegamos às 14 horas, ele saiu da casa às 14:30 e, antes disso, ele nunca esteve nesta área. Se tiver uma passagem secreta ligando as duas casas, ele saiu neste carro. - Quando Nara virou para a madrinha, esta estava branca como cera.

 

r13; A casa 35 tem uma passagem secreta. Pertence à mesma família desde sempre. Eram os donos de toda essa área e foram eles que construíram o condomínio. r13; Meneses lia o que estava escrito no papel que saía do fax ali no canto da sala. Quem estava enviando a notícia, eu não tinha ideia.

 

r13; Segundo esses papéis, os terrenos foram separados e foi construído o condomínio, que vendeu os apartamentos na planta, porém, há mais de 50 anos, o dono da casa 31 comprou a 35 justamente por ela ter uma ligação com outra, por serem da mesma família e ficar fácil um parente passar para a casa do outro.

 

r13; Isso quer dizer que o desgraçado sempre planejou usar essa rota de fuga. - Minha madrinha olhava para min enquanto falava.

 

r13; Meneses, providencie uma autorização judicial para prender todo mundo urgentemente. Vamos invadir as casas 33 e 35. Esse documento é para ontem e também ordem para prender todos fora e dentro. r13; Assim que dei a ordem, arrastei a madrinha para o canto. r13;Estou com um pressentimento horrível, uma dor que me rasga aqui no peito, uma vontade de correr para minha casa. Não é medo, é algo mais forte - disse Nara.

 

r13; Tudo isso que está sentindo, todas nós estamos. De uma forma ou de outra, estamos todas ligadas. O que uma sente, todas sentem. O que eu estou sentindo vem do Kessa. Ele é meu filho de vidas passadas e ele está sentindo a presença da morte muito perto, por isso nós duas estamos assim. Te asseguro de que, na reserva, as crianças todas já sentiram no vento o perigo. r13; Esther confirmou minhas suspeitas.

 

r13; Garotas, aqui está a papelada que pediram e, em menos de 20 minutos, o carro da polícia vai encostar para transportar os suspeitos.

 

r13; Então vamos ao trabalho. Você, Meneses, e sua equipe vão conforme a lei manda, que eu e minha madrinha vamos pelo que a lei não aconselha - Nara respondeu.

 

Quatro dos policiais à paisana saíram pela parte dos fundos, que ia dar na praia. De lá, eles subiriam para o calçadão como qualquer turista. Quando o grupo que ficou com Nara chegasse mais próximo, antes de os seguranças desconfiarem, a polícia os prenderia. Pelo menos era isso que eu pensava, mas não foi o que aconteceu. Ao sentir nossa presença, o segurança que estava na guarita gritou, já com um rifle apontado para nossas cabeça:

 

r13; Parado aí, nem mais um passo.

 

r13; Eu sou policial. Calma, vou colocar a mão no bolso da calça para tirar meu distintivo. Baixem as armas r13; Meneses pediu friamente enquanto se curvava para realmente tirar o distintivo.

 

Os policiais observavam os colegas que já estavam bem próximos e olhavam para os lados em busca de um bom lugar para se refugiar, sendo inútil a busca, já que estavam em uma rua quase deserta, larga e totalmente aberta. Nesse momento, uma bala rasgou o vento, que assoviou no meu ouvido, avisando do perigo. O projétil se estilhaçou ao chocar-se com o calçamento bem próximo aos pés da policial, que pulou rapidamente para o lado.

 

r13; Esse louco vai acabar nos matando e esses ali em pé no muro não vão fazer nada para impedir o colega. Não fosse o cuidado que temos em não matar quando tem testemunhas, esse imbecil a essas horas estaria atirando no inferno. r13; Também saltei para o lado, dificultando a mira do atirador.

 

r13; Não é bem assim. Olha direito, Nara. r13; Acompanhei com os olhos o local que Esther mostrava. Os policiais disfarçados de turistas tinham cercado o segurança da esquina, imobilizando-o e colocando o par de algemas. Os outros dois estavam colocando as armas no chão, só o da guarita tentava resistir. A policial que estava do meu lado disparou um tiro preciso, atingindo o ombro do homem, que colocou a mão no local atingido. Esse movimento foi o suficiente para ele ser rendido.

 

Entraram todos na casa luxuosa que, mesmo com toda beleza, tinha um ar tenebroso, como se mostrasse as barbaridades ali cometidas. Na sala, Meneses nos dividiu em duplas para vasculhar a casa. Eu fiquei com Esther depois de olhar cada aposento na parti de cima não conseguimos encontrar nada em nenhum dos cômodos.

 

r13; Nara, desça aqui e venha ver isso.

 

 

 

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