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Sociedade Secreta Lesbos por contosdamel

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Palavras: 4837
Acessos: 978   |  Postado em: 23/11/2021

CAPÍTULO 12: REVELAÇÕES

Nicole achou mais sensato avisar a Rachel sobre a solicitação da sra. Anderson, a veterana então, pediu que Sandra aguardasse na biblioteca, enquanto ela chamaria Esther. A morena logicamente estranhou a presença da mãe de Amy ali à sua procura, vestiu-se rapidamente, e desceu ao encontro de Sandra Anderson.

 

-Não esperava revê-la tão cedo sra. Anderson, depois de nossa conversa de ontem...

 

-Nossa conversa de ontem me trouxe muitas recordações Esther, e levantou uma série de dúvidas, as quais preciso esclarecer com você...na verdade não voltei ontem para New York porque não podia ir sem antes conversar com você.

 

-Não sei se sou a pessoa certa a esclarecer suas dúvidas...mas confesso que estou curiosa.

 

-Esther, notei uma grande mágoa nos seus olhos quando você se referiu a mim, fazendo alusão ao meu passado com sua mãe...

 

-Eu era criança sra. Anderson, mas me lembro perfeitamente das conversas que ouvi entre meu avô e minha mãe...eu via o sofrimento nos olhos dela quando falava de Sandra...eu testemunhei minha mãe definhar, e ainda assim, chamava seu nome, pra revolta de meu avô que não entendia como ela ainda poderia chamar alguém que tanto lhe fez sofrer.

 

Nesse momento, toda altivez aparente de Sandra Anderson caiu por terra, seus olhos encheram-se de lágrimas, a expressão do seu rosto era de uma dor profunda, enquanto Esther continuou falando:

 

-Prometi a minha mãe, momentos antes de sua morte, que me vingaria dessa mulher que provocou tamanho sofrimento a ela, eu nem sabia ao certo o que era vingança, mas conheci desde cedo o sentimento de ódio...fui crescendo acompanhando sua vida pelas colunas sociais, o pouco tempo que convivi com meu pai, serviu para que eu colhesse mais informações a seu respeito...

Os olhos de Esther marejados, estavam carregados de uma raiva que feria Sandra, o alvo de sua vingança construída ao longo de sua vida estava ali à sua frente, fragilizada, e isso só motivava mais a morena a descarregar tudo que estava guardado há tanto tempo.Entretanto, Sandra Anderson constatou que tinha mesmo muito o que esclarecer com a filha de Carmem Gonzalez, e precisava fazê-lo para evitar que aquela situação tomasse proporções inimagináveis até então para ela.

-Esther, eu acho que tenho ao menos o direito de me defender. Seu jeito justiceiro não permite ao menos ouvir minha versão dos fatos?

-Nada vai mudar minha opinião e meus planos contra você...mas realmente estou curiosa, fale, estou escutando.

A morena então sentou-se em uma poltrona a uma certa distância de Sandra Anderson, e a encarou sem qualquer timidez. Sandra por sua vez, enxugou suas lágrimas, e num tom calmo e triste iniciou a narrativa dos fatos:

-Eu amava sua mãe Esther...Carmem era a mulher mais linda que já vi em toda minha vida...você lembra muito ela, chego a me emocionar quando olho para você...nos conhecemos nessa mesma universidade, eu já era veterana quando Carmem entrou, e nessas tarefas loucas de recrutamento da Gama-Tau, ela teria que me seduzir e me atrair a um ritual secreto na noite de iniciação...ela era astuta...e muito sensual também...dominava como ninguém essa arte...você imagina praquela época o que era uma mulher seduzir outra...nunca havia tido qualquer experiência com mulheres, eu era noiva de seu pai na época, mesmo assim, não fiquei imune à presença de Carmem quando a vi pela primeira vez, entrando no bar que havia aqui perto de Prescott.

Esther escutava atentamente, seu rosto já não tinha a dureza demonstrada minutos atrás, o carinho com o qual Sandra Anderson narrava aquela história era honesto, e isso a morena podia sentir. Sandra por sua vez parecia viajar no tempo enquanto contava com riqueza de detalhes aquela fase de sua vida.

-Carmem estava linda: cabelos soltos, vestido com florais que denunciava logo suas raízes latinas... chamou atenção de todos por ali...todos se perguntavam o que aquela novata fazia ali sozinha, alguns olhavam com desdém, as moças especialmente numa atitude de inveja tamanha era sensação que ela causou no bar. Nossos olhares se cruzaram e senti meu coração palpitar como nunca...passei o resto da noite prestando atenção em cada passo de Carmem, que não se intimidava com os olhares direcionados a ela, pediu uma cerveja no balcão do bar, e se juntou a alguns rapazes que jogavam bilhar,nossa...para as mulheres daquela época, uma mulher sozinha, bebendo cerveja, jogando bilhar com os homens era quase que um escândalo...mas isso me atraiu ainda mais para ela.

-E então, o que houve?

-Naquela noite, aconteceu algo que mudou minha vida. Estava no banheiro do bar quando Carmem entrou, não consegui parar de olhar para ela ajeitando seus cabelos cacheados na frente do espelho, me olhando através dele, eu ficava tímida quando ela notava meu olhar para ela, mas ela parecia me hipnotizar...Carmem virou-se e ficou de frente para mim, encarou meus olhos e boca com um desejo que inexplicavelmente me incendiava por dentro, nunca olhei para nenhuma mulher com malícia ou desejo...ela então segurou minha cintura e me empurrou para uma das cabines do banheiro e beijou minha boca com uma voracidade que me deixou sem forças, em seguida sorriu e me deixou ali sem nada dizer, eu não consegui dizer nada também, quando saí do banheiro e a procurei pelo bar, não a encontrei mais para minha decepção.

-Nossa...acho que tive a quem puxar... – Esther disse descontraída, encantada por ouvir histórias sobre sua mãe.

-Nos dias que se seguiram, encontrei Carmem várias vezes pelo campus, e a presença dela sempre me deixava nervosa, na verdade, excitada – sorriu sem graça.

-Mas e aí? Ela cumpriu a tarefa?

-Carmem conduziu tudo como quis, me deixou de fato nas mãos dela. Eu não pensava em mais nada além daquele beijo, as meninas da minha fraternidade percebiam que eu estava aérea, e que me desconcertava na presença da latina. Na noite da iniciação, Carmem me procurou na casa da Beta-Lo, depois ela me confessou que me seguira várias vezes para descobrir meus hábitos entre outras coisas...atirou pedras na janela do meu quarto, ao vê-la no jardim da casa desci imediatamente, ela abriu um sorriso que me desfez...pediu que a acompanhasse a um lugar especial...eu iria a qualquer lugar com ela, e fui, daquela noite, lembro-me muito pouco...exceto de ter trocado beijos ardentes com Carmem que me encostou em uma árvore numa parte escondida do campus, as mãos dela eram quentes, e meu corpo estava em brasas...depois lembro-me apenas de ter sido levada por pessoas encapuzadas e acordei no jardim do campus com o sol na minha cara...não lembro até hoje de nada.

-É...eu posso imaginar...mas...depois disso...vocês se encontraram de novo quando? Como foi depois?

-Calma Esther...claro que nos encontramos...nos apaixonamos, todo tempo que podíamos estávamos juntas. Carmem descobriu uma cabana aqui mesmo no campus, que ficava perto de uma estufa, ela arrumou-a inteira, era nosso cantinho secreto, ali tivemos momentos incríveis, trocamos juras de amor, traçamos planos...eu enfrentaria o mundo pra ficar com Carmem para sempre...

- E o que mudou? Não posso acreditar em você! Como você a amava tanto e fez o que fez com ela?

-Esther sua mãe me traiu!

-Mentira! Você foi covarde e a abandonou sozinha! Minha mãe foi humilhada nesse campus, foi obrigada a largar a universidade por não suportar a humilhação, e você a abandonou!

-Não Esther, eu não a abandonei...pelo contrário, eu rompi com minha família, quando eles descobriram meu romance com Carmem ameaçaram me deserdar, Wiliam seu pai, ficou revoltado comigo, e eu enfrentei tudo por ela...aluguei um apartamento para nós fora do campus já que éramos de fraternidades diferentes, enquanto eu a esperava no nosso apartamento, Carmem estava na cama com seu pai, meu noivo...você é fruto da traição de Carmem!

Nesse momento o tom da voz embargada de Sandra se elevou, a mágoa tornou-se evidente, deixando Esther confusa, mas a morena insistia na versão dos fatos da mãe:

-Mentirosa! Minha mãe está morta e não pode se defender dessas acusações, como você pode mentir assim?

-Esther, essa é a verdade...tenho testemunhas disso. Tínhamos amigas que você pode inclusive procurar se quiser confirmar essa história...uma dessas amigas foi quem ajudou Wiliam a te encontrar, passamos muito tempo procurando por Carmem depois que ela foi embora, seu pai descobriu sua existência e junto com o tio Joseph localizou você e seu avô que voltara para o México depois da morte de sua mãe...

-Minha mãe não era uma traidora! Ela só ficou com meu pai quando você a abandonou...você disse as suas irmãs de fraternidade que ela era uma anormal que te assediava...ela ouviu sua melhor amiga dizer isso sua mentirosa covarde!

- O que? Eu nunca disse isso! Nunca diria isso! Eu amava a Carmem, estava disposta a tudo para vivermos nosso amor, não sei se por ambição ou sei lá o que, ela dormiu com Wiliam, no quarto dele na fraternidade, eu vi Esther!

No lado de fora da porta da biblioteca, Rachel cuidava para que ninguém se aproximasse dali, especialmente Amy que até então não descera do quarto desde a manhã. Um silêncio quebrado apenas por alguns soluços se instalou entre Esther e Sandra, ambas estavam profundamente abaladas com aquelas revelações, estava claro para as duas que o passado de Carmem e Sandra tinha lacunas a ser preenchidas, Esther precisava averiguar informações, Sandra tinha que remexer nesse passado doloroso,

-Esther, eu não sei o que você fará com essas informações que revelei nessa conversa, não posso te obrigar a acreditar em mim, mas se você quiser investigar isso...aqui estão meus telefones...me procure quando quiser.

Sandra saiu da mansão de cabeça baixa, sem cumprimentar ninguém, a caminho do carro, viu um rosto conhecido descendo de uma limousine, tão conhecido a ponto de tirá-la daquele estado de transtorno o qual se encontrava:

-Michelle?

Michelle Roberts quase não se manteve de pé, o sangue parece ter fugido por inteiro da sua face, Gaguejando respondeu:

- San..Sandra!

Sandra foi em sua direção abrindo os braços como se estivesse indo ao encontro de uma velha amiga, a expressão de Michelle ao contrário era de pavor. Abraçaram-se por um tempo até Michelle receosa indagar:

-O que você está fazendo aqui?

-Se eu te contar...nossa, a vida nos faz de palhaços nesse teatro shaekespereano... Acabei de conversar com a filha de Carmem Gonzalez, que é presidente da Gama-Tau, e adivinha...minha filha está nessa fraternidade e está apaixonada por ela! Não é mesmo uma grande piada?

-Sua filha aqui? Apaixonada por Esther?

-Então você conhece a filha de Carmem?

-Não...quer dizer...você se referiu a presidente da Gama-Tau, e como estou no conselho de ação social de Prescott conheci as presidentes de fraternidade...e não tive como não saber que se tratava da filha de Carmem, o mesmo sobrenome e a semelhança é assustadora não acha?

-Nem me fale...depois do choque de saber que Amy estava nessa fraternidade, fiquei transtornada ao olhar para Esther, julgava que ela tivesse morrido no acidente com Wiliam... Mas o que você faz aqui?

-Estou visitando as fraternidades...faz parte do meu trabalho como conselheira...

-Em pleno domingo? Nossa...que dedicação...

-É...você conversou com Esther?

-Sim...e pelo que percebi ela tem uma idéia bem deturpada do que fui para a mãe dela, falou até em se vingar de mim...espero esclarecer as coisas, apesar de tudo, só posso desejar p bem para essa menina que deve ter sofrido muito com a doença da mãe, a perda dos pais...

-Esclarecer o que? Carmem traiu você com Wiliam, engravidou e foi embora depois que ele confessou tê-la usado para se vingar de você...ela que pensava dar o golpe da barriga quebrou a cara...

-Acho que as coisas não foram bem assim Michelle, vou averiguar as histórias, eu devo isso a essa menina...especialmente se minha filha a ama. Foi um prazer rever você, espero colocar nosso papo em dia em breve, volto agora para Nova Iorque, mas devo voltar em alguns dias.

As duas se despediram, Michelle voltou para o carro onde um segurança e o motorista a acompanhava orientou para que o segurança pegasse as chaves do seu Mercedez com Esther e voltou para sua casa atordoada pelo encontro e por tudo que ouviu de Sandra. Primeiro por saber que agora ela sabia da existência de Esther, e por desconfiar de supostos mal entendidos do passado, segundo, a filha de Sandra era uma gama-tau e estava apaixonada por Esther, deduziu imediatamente, que ela poderia ser o motivo da mudança de Esther nos últimos meses.

Esther voltou para seu quarto em silêncio, ignorou o chamado de algumas irmãs para comer algo na cozinha. Vestiu a mesma roupa leve que estava anteriormente e deitou-se em sua cama com um olhar vazio contemplando as luzes do campus pela janela de seu quarto. Rachel apareceu então com um lanche leve para a amiga, e se colocou a disposição para escutá-la, e aproveitou para comunicar que o segurança de Michelle veio pegar o seu carro. Esther beliscou alguma coisa da bandeja, mas se negou a falar algo naquele momento, só revelara que precisava pensar que Sandra Anderson contou sua versão dos fatos, mas que não a convenceu que era inocente no sofrimento de sua mãe.

Laurel fez o mesmo com Amy, a loirinha permaneceu no quarto, comeu algo apenas para não desagradar a amiga, viu o Mercedez sendo levado pelo segurança de Michelle, mas não viu o encontro da sua mãe com a sra. Roberts, julgava que sua mãe já estava em Nova Iorque. Não falou muito, seu olhar ainda estava triste, Laurel então desejou boa noite e deixou Amy mais uma vez sozinha no seu quarto. Já era madrugada, e Amy não conseguia dormir, sentia falta do corpo de Esther, se angustiava pelas coisas que tinha ouvido da morena, não resistiu e subiu até seu quarto. Da porta, Amy teve uma visão que lhe tirou o fôlego,o corpo de Esther quase nu sob a luz da lua que entrava pela janela. Respirou fundo e com passos silenciosos foi se aproximando da morena que dormia.

Diante da cama de Esther, Amy pode observar mais atentamente as marcas do corpo da sua amada, e como aquilo lhe doeu...chegou a encher os olhos d’água, imaginando o que poderia ter acontecido a Esther, essa por sua vez pareceu perceber a presença de alguém perto dela e despertou do seu sono leve, se deparando com Amy sentada ao seu lado na cama.

Olharam-se por minutos, Esther baixou os olhos, como se sentisse uma profunda vergonha por Amy lhe ver daquele jeito, a loirinha ergueu suavemente seu queixo deixando seus olhares mais uma vez fixos uma na outra, com o dorso de sua mão, acariciou o rosto machucado de Esther notando uma lágrima percorrer sua face, tomada de compaixão e invadida pelo amor que sentia por Esther, Amy a abraçou com ternura, colocando a cabeça de Esther no seu peito, esta por sua vez chorou em silêncio, mas sentiu-se confortada, segura, amada de uma maneira incondicional por Amy naquele gesto.

-Amy...me perdoa...não queria dizer aquelas coisas...

-Shi...calma meu amor...eu sei que você não queria...

-Eu quero lhe contar o que houve, mas hoje não Amy, por favor só me abraça...

-Claro meu amor...estou aqui com você...

Amy permaneceu ali abraçada a Esther durante o resto da noite, dormiram juntas, e experimentando a paz que inexplicavelmente surgia quando estavam juntas. Mesmo com todos as dúvidas e mágoas que Esther tinha, a morena sentia-se refeita nos braços de Amy, e esta, ignorava todas as interrogações acerca da misteriosa vida de Esther, contentava-se naquele momento em apenas estar ao seu lado. No dia seguinte, Esther acordou primeiro, ficou ali perdida no seu encantamento observando Amy dormir tranqüila, uma avalanche de pensamentos a invadiu: sua vingança, a conversa com Sandra Anderson, seu jugo diante de Michelle, e principalmente, o sentimento que nutria por Amy.

Tão logo Amy despertou, Esther beijou-lhe demoradamente, surpreendendo a loirinha que sorriu numa expressão de felicidade pura:

-Nossa...acordar assim é a melhor forma de todas...bom dia meu amor.

-Bom dia linda...dormi tão bem nos seus braços...

-Eu também...pena que temos aula daqui a pouco, se não ficaria o dia inteiro aqui abraçada com você.

-Mas temos que dar exemplo...toma banho comigo?

Amy saltou da cama e saiu puxando Esther para o banheiro entre pequenos beijos nos lábios e bochechas, não tiveram pressa naquele banho, Esther parecia sentir vergonha do seu corpo marcado, entretanto, Amy fingiu ignorar aqueles machucados cobrindo a morena de carinho... na medida que as carícias se tornavam mais quentes, Amy tentou tocar Esther, que instintivamente fez expressão de dor, ainda ferida pelo sadismo de Michelle há dois dias. Percebendo isso, Amy tratou de abraçá-la tenramente e beijá-la com toda delicadeza, comovendo Esther.

Enquanto arrumavam-se para tomar café juntas, Esther disse:

-Amy eu sei que...você merece algumas explicações, e eu..quero te contar o que houve naquela noite...almoça comigo? Assim podemos conversar com calma...

-Ai linda...tenho reunião do grupo de estudo no almoço...podemos jantar juntas, o que acha?

-Claro, tudo bem...

Durante todo o dia, mesmo separadas em classes diferentes na universidade, Amy e Esther permaneciam unidas, trocavam mensagens de texto apaixonadas pelo celular, a loirinha sentia apreensão e alívio por Esther querer revelar o que a deixara naquele estado na noite de sábado. Esther por outro lado, se perguntava o que fazer com as informações obtidas de Sandra, procurou então seu avô no horário de almoço. Trocaram um abraço demorado avô e neta, o amor do Sr. Antônio pela neta era tocante.

Tratava-se de um mexicano típico, alguns o chamavam de bruxo, mas na verdade Antônio Gonzalez era um curandeiro na sua vila natal na cidade de Puerto Valverde no México. Homem generoso, simples e honesto, que só se aventurou a viver como imigrante ilegal no EUA para cuidar de sua única neta, quando esta perdeu seu pai em um acidente. Compartilhava com ela uma grande mágoa por Sandra Anderson, uma vez que também testemunhou de perto o sofrimento da filha, que desde criança morava com a mãe americana no Texas. Carmem perdeu a mãe antes de entrar na universidade, apesar de não morar com o pai, tinha uma relação muito afetuosa e de confiança com ele. Antonio Gonzalez e Elizabeth Newman se conheceram no México, onde a americana estava a trabalho, se apaixonaram, e dessa paixão nasceu Carmem, Antonio não queria deixar sua vila, assim passou grande parte de sua vida distante fisicamente da filha, mas nunca espiritualmente.

O Sr.Antonio conhecia a neta como ninguém, notou a confusão que se instalara na alma de Esther e antes que a morena falasse qualquer coisa, se adiantou:

-Quero saber de tudo minha ñina...o que aflige seu coração e nubla esses olhos?

-Mi abuelo... –Esther falou com a voz embargada.

-Mi chica...fala-me tudo, enquanto lhe preparo um chá...ele vai te ajudar a ver o melhor caminho, tenho certeza...

Esther sentou-se na cozinha e começou a desabafar com seu avô tudo que Sandra lhe revelara no dia anterior, o Sr. Antonio escutava atentamente, até intervir:

-Querida, me diga o que você viu nos olhos dessa mulher.

-Vi pesar, vi mágoa...não tenho certeza abuelo, mas, em alguns momentos vi amor quando ela falava de mamacita...

-Se você já consegue enxergar amor mi chica, é sinal que ele já tem espaço no teu coração, e isso me alegra muito...

-Não vim aqui para falar disso abuelo...

-Não precisa falar, está na sua alma,que para mim é tão transparente...você acha que ela pode estar falando a verdade?

-Como? Acha que mamacita é uma traidora? Que aplicou um golpe no meu pai? Não!

-Minha querida, tudo que sabemos foi o que sua mãe nos contou, não acompanhei essa fase da vida dela, ela apareceu na vila grávida de você, profundamente magoada, humilhada, acredito que a tristeza de sua alma a fez adoecer e a levou tão cedo de nós. Mas sempre existem dois lados numa história, nunca incentivei para você continuar nesse plano de vingança por que sei o quanto isso envenenou seu coração, mas minha esperança era que nessa busca você encontrasse a verdade do seu passado e enfim se libertasse... por isso nunca a impedi de nada, a vida está te dando essa oportunidade.

Esther tomou o chá preparado, ficou pensativa, e lembrou-se de perguntar ao avô:

-Abuelo...como era mesmo o nome da amiga de Sandra que mamacita a ouviu no banheiro falando aqueles absurdos?

-Não tenho certeza, mas tenho algo que pode lhe ajudar.

O Sr. Antonio voltou de seu quarto com um caderno de folhas amareladas, envolto numa fita azul de cetim, e entregou-lhe a Esther:

-O que é isso abuelo?

-O diário de su madre...

-Han? Ela tinha um diário? Por que o senhor nunca me disse isso? O senhor o leu? –Esther retrucou irritada.

-Por que não era o momento certo, e não, não o li, os mortos sabem enviar sinais acerca de sua vontade, sei que a vontade de Carmencita era que seus segredos e pensamentos fossem revelados a você no momento certo...

Mistério parecia um traço genético para os Gonzalez, o Sr. Antonio demonstrava uma sabedoria peculiar, por isso Esther respeitava tanto seu avô. A morena segurou aquele caderno velho como se fosse um grande tesouro, acomodou-o dentro de sua jaqueta, abraçou o avô e voltou para a mansão gama-tau, ansiosa para ler o conteúdo do diário de sua mãe.

Na mansão, colocou o diário sobre a cama experimentando o temor em abri-lo misturado a curiosidade em conhecer um pouco mais sobre sua mãe, no fundo sua apreensão se dava ao fato de saber muito pouco sobre sua própria mãe, e talvez Sandra Anderson tivesse alguma razão sobre o que lhe revelara. No meio desse dilema, Amy entrou no quarto, envolvendo sua cintura por trás acintosamente:

-Morrendo de saudades de você meu amor...onde vamos jantar?

-Que susto Amy!

- Nossa...eu bati antes de entrar Esther! Porque você está assim tão tensa?

-Desculpa, nada demais...vamos então, estrear seu carro novo?

-Vamos!

Amy saltou empolgada qual criança ia para um parque de diversões. Seguiram para um bar perto da universidade, de acordo com a descrição de Sandra, o mesmo que anos atrás fora cenário do primeiro encontro entre ela e Carmem. Sentaram-se na mesa ao fundo, ficando bem próximas uma a outra, permaneceram de mãos dadas sem se preocupar com os olhares das pessoas, alguns homens olhavam com tara, outros com despeito, enquanto as mulheres se dividiam entre desejo, desprezo e curiosidade. Enquanto esperavam ser servidas, Esther adiantou o assunto o qual motivara o mal estar entre elas no dia anterior.

-Amy, você precisa saber algumas coisas sobre mim...aliás muitas coisas, mas por enquanto, vou te contar o porque você me ver naquele estado no sábado...

A loirinha apenas balançou a cabeça positivamente apreensiva sobre o que ouviria a seguir.

-Naquela noite, quando soube da prisão de meu avô, procurei uma pessoa a qual me presta muitos favores, em troca de...favores sexuais.

Esther baixou os olhos tomada de vergonha por revelar aquilo a Amy, esta, apertou as mãos da morena que suavam frio, dando-lhe segurança para prosseguir seu desabafo.

-Essa pessoa, me conhece há muitos anos, ajudou financeiramente a mim e a meu avô quando precisamos por várias vezes, especialmente para encobrir a permanência ilegal de meu abuelo nesse país.No entanto, é uma pessoa doente, sádica, que...me usa, me mantém refém como quer, sob pena de me punir se eu não ceder ao desejos mais sórdidos dela, como aconteceu agora...meu avô foi preso por denúncia dela, em retaliação porque me recusei a fazer algumas vontades dela...a verdade é que desde que te conheci, o meu desejo de me libertar dela se intensificou...no começo...até era excitante, mas vem se tornando um martírio...

-Quando você fala de pessoa...você fala de uma mulher?

-Sim, é uma mulher.

O pedido do casal chegou interrompendo a conversa, mesmo tensa com a conversa, e com milhões de perguntas ainda a fazer, Amy tentou descontrair Esther, brincando com a comida, arrancando alguns risos tímidos de Esther. Após o jantar, a morena prosseguiu:

-Na noite de sábado Amy, a procurei, ela libertou meu avô da prisão, em retribuição, ordenou que eu ficasse com ela e mais três amigas, foi horrível Amy, fui espancada, elas estavam drogadas, bêbadas...

Esther pausou segurando o choro, demonstrando para Amy uma fragilidade desconhecida até então. A loirinha apertou forte as mãos da sua amada, e acariciou seus cabelos sem conseguir dizer nada, chocada com o que ouvia, até Esther seguir com seu relato:

-Eu fugi de lá no carro dela porque ela escondeu as chaves da minha moto, te encontrei ali linda no sofá, me deu uma sensação tão boa...mas aí...

-Eu tive aquele surto de ciúmes não foi?

-Mas você não podia imaginar...eu só não tive energias para ter aquele tipo de conversa, entende?

- Claro meu amor, eu entendo, agora entendo...perdoe-me.

-Você é que precisa me perdoar Amy, eu sou estranha, tenho meus segredos...mas aconteça o que acontecer, quero que você saiba, que gosto de verdade de você, nunca esqueça disso, mesmo que você duvide disso por algumas coisas que eu faça e venha a fazer...nunca gostei tanto de alguém como gosto de você.

Amy não resistiu a essa declaração de Esther, a beijou ali mesmo em público apaixonadamente, escandalizando alguns enquanto alguns mais afoitos aplaudiam com palavras de incentivo. Saíram do bar de mãos dadas, e foram em direção a praia, onde permaneceram por algum tempo num clima de romance perfeito, até Amy perguntar:

-Essa mulher que te chantageia...é a tal sra. Roberts?

-Sim, é ela.

- Meu amor, me deixa ajudar a se libertar dela, meu pai é um advogado influente, tem amigos no senado, posso falar com ele e facilmente conseguir um greencard para seu avô, você não precisará se submeter aos desmandos dessa louca...

-Não Amy! Já disse que não quero nada de sua família...e não quero que você se envolva nisso, Michelle é uma mulher muito perigosa, não vai gostar de saber que você está se intrometendo nisso, e não vou agüentar se ela fizer algo contra você.

-Ela não pode fazer nada contra mim, minha família também tem poder, e porque você se recusa a aceitar a ajuda de minha família? Sei que minha mãe não foi muito educada com você, mas tenta compreender a situação dela...

-Amy por favor, já disse não. Não quero nada da sua família, encontrarei uma forma de me livrar de Michelle, agora vamos embora, que esse assunto estragou o clima.

Durante o percurso de volta, o casal não trocou uma só palavra, na mansão o conselho da Gama-Tau aguardava sua presidente para uma reunião extraordinária. Amy subiu para seu quarto enquanto Esther seguiu para a biblioteca com os demais membros do conselho da fraternidade.

-Então, do que se trata essa reunião? –Indagou Esther.

-Hoje a tarde recebemos o comunicado que a representante nacional da nossa fraternidade, nos visitará na próxima semana, para uma visita de inspeção e avaliação, e virá acompanhada de um membro honorário importante, pelo que deduzi, talvez um dos membros mais importantes da história da Gama-Tau: Rebeca Travis.- disse Nicole.

O frisson se instalou entre as meninas na reunião, Rebeca Travis foi uma das irmãs gama-tau de mais influência na história da fraternidade, e atualmente era uma importante secretária de governo em Washington. Esther ficou curiosa para saber o motivo pelo qual a unidade de Prescott fora escolhida para tal inspeção:

-Nicole, algo foi adiantado do porque nossa casa será visitada?

- Não Esther, só informaram que o conselho seria convocado para uma reunião secreta, não acho que se trate de medidas disciplinares, nosso balanço semestral está ótimo, no recrutamento, nas atividade curriculares e extra curriculares...

-Então meninas, vamos organizar a casa para nossas visitas, primeiro na arrumação, tudo tem que estar impecável, Sharon, você faz as escalas com todas as meninas, deixem nossos quarto de hóspedes prontos, acredito que ambas ficarão aqui conosco. Betsy, organize a recepção, escolha algumas meninas para ajudar, Rachel e Laurel, vamos deixar os relatórios prontos, arquivos e tudo mais. Qualquer intercorrência me comuniquem.

No seu quarto Esther se pegou mais uma vez às voltas com o diário de sua mãe, sendo interrompida mais uma vez por Amy batendo levemente à porta:

-Posso falar com você?

-Claro...entre Amy.

-Esther, não quero que fique chateada comigo...só quero ajudar...

-Ok Amy, se não me quer chateada, então não fale mais nisso de pedir ajuda a sua família em meu favor, já disse que não quero...receberemos a visita de uma antiga gama-tau que trabalha no governo, vou pedir a ela pelo abuelo...

-Jura? Vou ficar torcendo então!

-Agora vem cá vai...me dá um beijo que estou com saudades de sua boca...

Amy fez o que sua amada pediu, e lhe tomou a boca num beijo intenso, mas cheio de cuidados com os machucados nos lábios de Esther. Amy adormeceu nos braços da morena, que não conseguiu prega o olho pensando no diário de sua mãe, agora na gaveta do criado mudo. Desvencilhou-se delicadamente do corpo de Amy, foi para a sacada do quarto, e finalmente teve coragem de abrir o caderno de folhas amareladas, e imediatamente já se emocionou ao ver a letra de sua mãe.

Fim do capítulo


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Comentários para 12 - CAPÍTULO 12: REVELAÇÕES:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 23/11/2021

Eita que comecei as treta kkkk

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