CAPÍTULO 11: SEGREDOS
À porta da mansão, o casal continuava no clima de romance, trocavam afagos e sorrisos, quando foram surpreendidas por uma voz feminina vinda do jardim da casa:
-Amy Anderson! Você pode me explicar o que está acontecendo aqui?
A reação de Amy foi instantânea ao reconhecer a voz que lhe abordara: empalideceu, suas mãos gelaram, e a voz quase que inexistente murmurou:
-Mam...mãe?
-A própria! Nem sua própria mãe você reconhece mais?
Amy soltou a mão de Esther imediatamente e correu para os braços daquela senhora elegante, seu rosto lembrava muito o de Amy, especialmente os olhos e a boca, trajava um vestido sofisticado, cabelos presos em um coque, sem dúvida, uma bela mulher. Meio sem vontade, ainda visivelmente contrariada por encontrar sua filha naquele cenário, a mãe de Amy retribuiu o abraço.
-Mãe por que a senhora não me avisou que viria aqui?
-Por que teoricamente, seria uma surpresa de aniversário, mas quem se surpreendeu fui eu, ao procurar você na Casa Beta-Lou e saber pela irmã presidente que você sequer se inscreveu para seleção, e que agora era uma gama-tau! Ora Amy o que foi que ficou combinado ao você ser aceita em Prescott mocinha?
-Mãe, desculpa, sei que era a fraternidade da senhora, mas não tem nada haver comigo mãezinha, me identifiquei mais com a gama-tau...
-Identificou-se? Que absurdo Amy! Você não é...
-Não sou o que mãe?
-Você não é...como elas...
-Como elas? Mãe eu sou uma gama-tau, o que eu não sou? Divertida? Amiga? Popular?
-Amy...não dificulte as coisas...nós vamos sair daqui agora, e vamos na Beta-Lo, vou usar de minha influência como antiga presidente, pra elas aceitarem você lá, vamos, depois saímos pra jantar e comemorar seu aniversário...
-Não mãe pára! Eu não vou a lugar nenhum! A gama-tau foi minha escolha, lutei pra entrar aqui e não vou sair só para agradar a senhora, sinto muito...
-Lutou? Então você teve que cumprir as tais tarefas?
-É mãe, só há essa forma de ingressar nessa fraternidade...
-Meu Deus...que castigo é esse comigo!
Esther assistia a tudo calada, igualmente nervosa e pálida, mas manteve-se em silêncio, observando com atenção os gestos daquela mulher, sua expressão, e cada palavra daquela discussão sem qualquer reação. Seu transe se encerrou quando Amy se aproximou dela apresentando-a:
-Mãe, pára de drama vai...vem cá, quero que você conheça uma pessoa: essa é a presidente da Gama-Tau, Esther Gonzalez, Esther, essa é Sandra Anderson minha mãe.
O olhar de Esther e Sandra se cruzaram imediatamente, ao ouvir o sobrenome Gonzalez, a mãe de Amy que já estava abalada em encontrar a filha naquela fraternidade, deixou transparecer pavor, especialmente ao notar aqueles traços latinos tão familiares.
-Gonzalez?
-É senhora, muito prazer, Esther Gonzalez.
A morena foi seca, estendeu a mão com o olhar desafiador, como se quisesse falar através deles, que o nome Sandra Anderson também não lhe era estranho. Sandra, por sua vez, atônita, não conseguia esconder seu desconforto diante de Esther, não retribuiu o gesto da morena, deixou apenas escapar quase que um sussurro:
-Isso não pode estar acontecendo...
-Mãe! Essa é a educação que os Anderson tem? Esther está falando com a senhora!
-Amy, isso tudo é absurdo, vamos pra outro lugar, vamos conversar e não será na frente de estranhos...
Sandra não escondia seu mal estar diante do olhar fixo de Esther para ela, Amy, parecia ignorar o clima pesado entre as duas, mas foi firme:
-Mãe, a Esther não é uma estranha, e aqui é minha casa, somos todas irmãs de fraternidade, minha família aqui no campus, esqueceu? Não vamos a lugar nenhum, a senhora quer conversar, então ótimo, aja como uma dama que a senhora é, venha conhecer minhas irmãs e ser educada com todas, afinal hoje é meu aniversário...
-Amy...é melhor vocês conversarem a sós, toma a chave do Studio, você pode entrar pelas escadas laterais externas, não precisa entrar na mansão...depois de sua mãe desejar, você a traz para conhecer a nós todas, mas, saia pelas escadas laterais e entre pela porta principal, você sabe que não é permitido pessoas de fora da fraternidade conhecerem os outros andares da casa...
Amy concordou, e quase que por impulso, beijou a face de Esther, e chamou a sua mãe para acompanhá-la:
-Vamos mãe?
-Entrar nessa casa... – Sandra manifestou seu contragosto, quase pânico de entrar na mansão Gama-Tau.
- É minha casa mãe...e se a senhora que falar comigo, tem que ser aqui, Esther está sendo muito gentil permitindo isso, é uma exceção que ela está abrindo só porque é pra mim não é Esther? – Amy deu uma piscadela para Esther que sorriu amarelo.
-Isso é completamente absurdo, nunca imaginei sofrer tamanha decepção com você Amy!
-Ok, vamos subir, aí a senhora termina esse melodrama...
Esther acompanhou somente com os olhos mãe e filha subindo as escadas externas da casa, ainda sob a emoção daquele encontro inesperado, ficou de cara a cara com o alvo de sua vingança, um misto de memórias e sentimentos vieram à tona, fazendo com que a morena concluísse que não estava preparada para aquele momento, era necessário um momento pra ela se recompor e não denunciar sua ligação com a mãe de Amy. Entrou na mansão, as demais irmãs as aguardava para dar início a festa surpresa, se surpreenderam ao ver a presidente entrando sozinha, Laurel logo a abordou:
-Onde está Amy ? O que você fez com ela Esther?
O tom preocupado de Laurel, surpreendeu a todas, especialmente pela entonação agressiva da ruiva, incomum quando se tratava de se dirigir à presidente da Gama-Tau. Laurel no entanto, não se intimidou com a expressão de Esther e seguiu perguntando:
-Fala Esther...cadê a Amy?
-Calma Laurel, ao contrário do que você pensa, não fiz nada com ela, a mãe de Amy estava aguardando-a aqui na frente, saíram pra conversar, mas ela vem daqui a pouco...
A ruiva respirou aliviada, mas sem graça por ter sido impertinente com Esther. Rachel ao contrário, não ficou nada aliviada, apreensiva aproximou-se de Esther perguntando:
-A mãe de Amy viu vocês chegando juntas? Você falou com ela?
-Sim Rachel...viu...e sim eu falei com ela, na verdade só eu falei com ela, porque a perua simplesmente me ignorou...mas tremeu quando ouviu meu sobrenome...
No estúdio, Amy e sua mãe iniciavam uma conversa tensa, especialmente para Sandra, que olhava para aquele lugar como se fosse familiar, atentava para cada detalhe, e pensou alto:
-Isso aqui está muito diferente...
-Han? Diferente?Então a senhora já conhece esse estúdio?
-Quis dizer que é diferente do que eu pensava...
-Ih mãe...essa cara da senhora está esquisita...a senhora está me escondendo algo...
-Escondendo nada menina! Quem me escondeu algo foi você! Quando você pretendia me contar que estava nessa fraternidade de...
-De o que mãe? Fala! A senhora não é mulher de reticências, por que todo esse escarcéu por eu não ter entrado na fraternidade que a senhora queria? Eu sempre me orgulhei de ter uma mãe que respeitasse minhas escolhas, por que isso agora?
-Amy porque essa escolha que você fez foi totalmente errada! A Gama-Tau não é para uma Anderson, especialmente para você!
-Por que mãe? O que a senhora sabe da Gama-Tau?
-O que todos no campus sabem Amy...que as meninas quentes de Prescott só sabem dar festas, são cheias de rituais secretos, e o principal são...você sabe...
-Lésbicas? É isso mãe?
Sandra Anderson paralisou, arregalou os olhos para a filha, engoliu seco e respondeu desviando o olhar da filha, mexendo na sua bolsa Mark Jacobs:
-É isso aí mesmo que você falou...um absurdo, você não é isso!
-Mãe, não era assim que eu pretendia ter essa conversa com a senhora, mas eu sou...
Sandra mais uma vez arregalou os olhos para a filha interrompendo-a:
-Não conclua essa frase! Você não é isso!
-Mãe, sou uma gama-tau, sou lésbica e estou apaixonada!
A frase da filha parece ter sido encravada no peito de Sandra, tamanho foi seu choque, ela simplesmente atirou sua bolsa de grife no sofá próximo e partiu em direção a filha segurando com forças seus braços chocalhando Amy enquanto ela falava com os dentes trincados evidenciando sua revolta com a revelação da filha:
-Cale essa boca! Você não sabe o que está dizendo! Você foi seduzida, está sendo manipulada, quem foi que fez sua cabeça heim? Foi aquela latina não foi?
-Pára mãe a senhora está me machucando!
Amy se desvencilhou das mãos da mãe, levou as mãos à cabeça, ajeitou algumas mechas de cabelo caídos no seu rosto, e com um tom seguro se dirigiu a Sandra:
-Mãe, Esther não me seduziu, mas sim, é por ela que estou apaixonada...e de certa forma foi por causa dela que entrei na gama-tau, e não me arrependo disso...a senhora pode não gostar de ter uma filha lésbica, mas não posso mudar isso, ainda não tenho certeza de nada, está tudo confuso em relação a minha sexualidade, mas...em relação aos meus sentimentos... não há confusão nenhuma, estou apaixonada pela Esther e estou feliz com isso.
-Amy você não vê o tamanho da bobagem que você está falando? Você sempre gostou de meninos, e agora, depois de 3 meses de faculdade você se assume como lésbica? Está na cara que você está confusa e essa latina se aproveitou disso...você vulnerável, longe de nossa proteção...
-Mãe...
-Calma filha que tudo vai ficar bem, você vai se tratar, vou marcar as sessões com Dr. Fridman, ele é um excelente psicanalista, vai te ajudar muito, vai sair dessa casa, alugo um apartamento e venho passar uns dias com você, cuidando de você...
Amy só balançou a cabeça negativamente, sorriu e disse num tom mais suave de voz, convidando a mãe a sentar-se:
-Escuta mãe... –segurou suas mãos e olhou fixamente para seus olhos – eu estou bem, não preciso de tratamento, pelo menos não agora...estou bem, estou feliz, e não vou sair dessa casa, nem me afastar de Esther, a senhora vai ter que aceitar isso, mesmo não concordando, porque é minha escolha, e é o que eu sou...
-Amy...você está tão enganada filha...
-Deixa eu descobrir isso sozinha então ta? Vamos conhecer as meninas, depois tomo um banho e posso sair pra jantar como a senhora quer...
No térreo da mansão gama-tau, Rachel e Esther conversavam quase que cochichando sobre o inesperado encontro da morena com Sandra Anderson, a conversa era observada de longe por Ellen, que logo percebeu a tensão quando a presidente da fraternidade falou sobre a mãe de Amy.
O quintal da mansão estava pronto para a festa surpresa para a aniversariante do dia, tudo muito caprichado, desde a decoração cheia de detalhes prateados até a música, essa parte a própria Esther se encarregou de montar sua cabine de DJ com as músicas da preferência da sua loirinha, Laurel se encarregou da maioria dos detalhes com outras irmãs, enquanto Ellen fez questão de se responsabilizar pelos drinks da festa.
Finalmente, Amy chega à mansão gama-tau acompanhada de sua mãe, aproveita a presença da maior parte das irmãs reunidas no salão de jogos da casa e apresenta sua mãe:
-Meninas, essa é minha mãe, Sandra Anderson, veio me fazer uma surpresa de aniversário. Mãe, essas são minhas irmãs de fraternidade.
Cada uma das meninas, foi se aproximando de Sandra, se apresentando pelo nome, e cumprimentando a sra. Anderson, a exceção de Esther que continuou sentada em um puf no canto da sala apenas observando a cena.
Sandra Anderson, foi cordial, ao contrário de como se comportou com Esther, apertou a mão de todas e sorriu sem graça para todas que se apresentaram. Laurel logo se apressou em oferecer algo para beber e convidou-a a sentar-se, enquanto Ellen tirava suas próprias impressões diante da reação de Esther em não se apresentar como as demais. Amy, então pediu que Laurel fizesse companhia a mãe enquanto ela tomava um banho e se arrumava para sair.
-Mãe, a senhora fica aqui e já volto, me arrumo rápido.
-Mas você vai me deixar aqui sozinha com elas? Não posso conhecer seu quarto?
-Calma mãe, elas não vão colocar a senhora na mesa de bilhar e traçar a senhora não... – sorriu.
-Amy!
-Desculpa mãe, mas é porque não tem motivos pra senhora ficar assim apavorada. Além do mais, a senhora viu que todas agiram como pessoas normais –sorriu ironicamente – e senhora já deve saber que não é permitido não-membros conhecer os outros andares da casa...
Amy deu um beijo carinhoso na face da mãe e se retirou em direção ao seu quarto, seguida de Esther, para a ira de Sandra Anderson, que fuzilou a morena com o olhar, entretanto, esta somente sorriu com o canto da boca deixando claro que não se intimidava com a fúria de sua “sogra”. No primeiro andar da casa, Esther alcançou sua escolhida, empurrando-a contra a parede, roubando um beijo ardente, surpreendendo Amy que diante do beijo sentiu seu corpo inteiro estremecer :
-Nossa...que beijo é esse?
Esther sorriu maliciosa, e desceu com sua mão pelas coxas de Amy, puxando-a pra mais perto ainda de seu corpo, roçando seus lábios quentes e carnudos pela pele alva de Amy, inspirando seu perfume doce, deixando a língua entre os lábios para beijar o pescoço da loirinha que dava espaço para o acesso da morena, que respirava forte na mesma proporção que apertava a cintura de Amy, abrindo espaço entre suas pernas com a sua própria perna, encaixando-a despertando um gemido da loirinha que deixou um sorriso de prazer surgir no seu rosto.
-Esther...eu...preciso...ah...me arru..mar...
A morena ignorava o apelo da loirinha, continuando a usar suas mãos para incendiar Amy impondo o movimento de seu corpo entre as pernas de Amy, até sentir o corpo da loirinha dar sinais de total entrega, ousou invadir o sex* de Amy com sua mão por dentro do short deslizando seus dedos pelo clit*ris da loirinha, sentindo a umidade se transformar numa abundância de um líquido quente, deixando-a completamente enlouquecida de tesão.
Suspendeu as pernas de Amy, e esta as envolveu na cintura da morena, Esther então a conduziu para seu quarto, que era o mais próximo dali. Ainda contra a parede no quarto de Amy, a morena desceu beijando pelos seios e barriga de Amy depois de arrancar seu top numa habilidade indiscutível. A respiração ofegante de ambas, contribuía para o gozo iminente, quando enfim, Esther alcançou com sua boca o sex* encharcado de Amy, o inevitável aconteceu: Amy explodiu num orgasmo pleno, a ponto de perder a forças das pernas, completamente trêmulas, enquanto segurava a cabeça de Esther entre suas pernas.
Sentindo as respostas do corpo de Amy, Esther olhou para a loirinha sorriu enquanto limpava sua boca, ficou de pé e a abraçou forte, enquanto Amy respirava acelerado, se refazendo daquele orgasmo que só Esther era capaz de lhe dar.
- Está tudo bem Amy?
-Bem? Está tudo ótimo minha linda...você é incrível!
Esther sorriu arqueando as sombracelhas fazendo charme, e perguntou:
-Como foi a conversa com sua mãe?
-Ela não se conforma, mas é compreensível, saber que fui contra as orientações dela sobre a fraternidade, e saber que a filha é lésbica e está apaixonada tudo de uma vez só em plena surpresa de aniversário é demais pra qualquer um, imagina para Sandra Anderson... – sorriu.
-É verdade...mas como ela está agora?
-Apavorada acho...mas ainda com esperanças de me resgatar desse “mau caminho”. – apertou os olhos fazendo uma careta.
-Hum...uma hora ela acaba aceitando...mas espera...você falou que está apaixonada?
-Sim... – Amy sorriu tímida.
-Posso saber por quem Srta.Anderson?
-Ah Esther...que pergunta! Por você lógico!
Esther sorriu satisfeita, e beijou delicadamente os lábios de Amy, a satisfação era dupla, primeiro por ouvir aquela declaração, e segundo por imaginar a raiva de Sandra Anderson ao saber disso. Disfarçou tal satisfação e avisou:
-Vou subir pra tomar um banho, depois vamos terminar a comemoração de seu aniversário.
-Esther, minha mãe quer sair pra jantar, então...
-Amy, tem uma festa “surpresa” preparada para você...as meninas se empenharam a semana toda nos preparativos, então...acho que você vai ter que marcar pra amanhã com sua mãe...
-Festa? Jura? Nossa...
-E antes que você pergunte se sua mãe pode ficar, adianto que não. As festas de aniversário das gama-tau são exclusivas para os membros, e sua mãe é uma beta-lo...
-Mas Esther, minha mãe veio de New York pra passar meu aniversário comigo...
-Amy por favor, já abri uma exceção de nossas regras por você hoje...não abusa ta?
-Mas o que vou dizer a ela?
-A verdade oras...marque com ela de se encontrar amanhã...se você acordar - revirou os olhos sorrindo– você almoça com ela,sei lá, pense em algo, mas hoje, você tem compromisso com suas irmãs...
Beijou-a mais uma vez e saiu do quarto de Amy deixando-a preocupada sobre qual justificativa daria a sua mãe para frustrar seus planos de novo. Após o banho e devidamente pronta para sua festa, vestida num microvestido frente única de alças com um decote generoso, Amy prendeu seus cabelos deixando apenas algumas mechas caírem sob sobre seu rosto, calçou uma sandália de salto agulha, caprichou na maquiagem, estava de saída do seu quarto quando ouviu batidas na porta, ao abrir deu de cara com Ellen igualmente bem vestida, paralisou na diante da beleza da aniversariante.
-Uau! –exclamou Ellen com a pouca voz que seu estado permitiu que ela tivesse.
-Oi Ellen... – disse Amy sem graça.
-Desculpa é que sua mãe está um pouco impaciente lá em baixo, eu disse que viria te apressar.
-Imagino mesmo a impaciência dela...obrigada Ellen, já estou descendo.
Ellen deu mais uma olhada dos pés a cabeça da loirinha com os olhos cheios de desejo, e saiu dali deixando Amy com a sensação de ser despida somente com o olhar da moça. Em poucos minutos desceu, e os olhares de cobiça para a aniversariante não eram só os de Ellen, as demais irmãs da fraternidade, que estavam no térreo da casa também manifestavam desejo. É certo que, os olhares de algumas estavam mais para inveja e despeita, mas sem dúvida, Amy era o centro das atenções, não só pela roupa deslumbrante que ela exibia, mas pelo brilho dos seus olhos, pela energia de felicidade que ela deixava evidente.
Sandra foi a primeira a se aproximar da aniversariante, como se quisesse proteger a filha dos olhares de tara das irmãs de fraternidade:
-Você está linda filha, vamos?
-Desculpa mãe...mas...não posso sair hoje com a senhora...
-Como é que é?
-Escuta mãe...a senhora vai pro hotel, amanhã cedo vou pra lá e passamos o dia juntas, mas hoje tenho um compromisso inadiável com minha fraternidade.
-Você só pode estar brincando Amy! Eu vim de New York passar seu aniversário com você, e chegando aqui, você me envergonha, me decepciona, fez eu me sujeitar entrar nessa casa, esperar você se arrumar, cercada por essas meninas, e agora me manda ir embora?
Quem você pensa que é mocinha?
A discussão entre mãe e filha exaltou os ânimos, tanto que nem perceberam Esther descendo as escadas, em um vestido igualmente curto e colado evidenciando suas curvas perfeitas, botas cano longo, indiscutivelmente linda. Ao ouvir a discussão, Esther viu a oportunidade de dar início ao seu plano de vingança, demonstrando para Sandra, que ela tinha poder sob Amy, e assim provocar ainda mais a fúria da sra Anderson.
Amy tentava acalmar a mãe em vão. Sandra Anderson estava possessa, as veias do pescoço sobressaltavam, avançou em direção a
filha segurando pelo braço, ordenando:
-Não me desafie Amy Anderson! Você vai comigo agora sem discutir!
Essa foi a deixa da presidente da gama-tau, que descendo as escadas calmamente, colocou-se ao lado de Amy, segurando a mão da loirinha, a essa altura, gelada e trêmula, e se dirigiu a sra. Anderson com altivez:
-Não sra Anderson, a Amy tem um compromisso com a nossa fraternidade, é o primeiro aniversário que ela passa conosco, e isso exige um ritual, a senhora vai fazer exatamente o que sua filha sugeriu, tenha uma boa noite, foi um prazer conhecê-la, esse é o sentimento de todas as gama-tau...Sophie, por favor acompanhe a sra Anderson até a porta.
Se Sandra Anderson fosse um personagem de desenho animado, nesse momento sairia fumaça pelos seus ouvidos e nariz e raios pelos olhos destinados a Esther, seu rosto e colo alvo assumiram uma cor vermelha, soltou o braço da filha, e disse a Amy:
-Amanhã temos muito o que conversar...
Sandra Anderson saiu da mansão gama-tau batendo forte a porta, Rachel tratou de dispersar as meninas que estavam com as atenções fixadas na discussão de mãe e filha, no meio da confusão, Ellen saiu da casa para alcançar a sra. Anderson
-Sra. Anderson! Espere um pouco por favor.
A contragosto, Sandra parou seus passos rápidos em direção a um carro de luxo no qual um motorista a aguardava e falou mau humorada:
-Mocinha, estou com pressa, e sem a menor disposição de demonstrar polidez...
-Calma sra. Anderson...eu só quero ajudar.
-Ajudar? Como você pode me ajudar?
-Notei que a senhora não ficou satisfeita com a intromissão de Esther na vida de Amy...
-Claro que não! Mas isso não vai ficar assim!
-Então...eu também acho que esse poder da Esther na vida das meninas da gama-tau tem que ter um limite...como temos esse pensamento em comum, poderíamos unir forças, e comigo aqui perto de Amy, poderia facilitar as coisas para a senhora, em troca, ensinamos uma lição a Esther, há muito tempo desejo isso...
-Interessante seu pensamento...mas como posso confiar em você? Você trairia sua fraternidade?
-Só tenho mais 1 ano aqui na universidade, seria perfeito se meu último ano fosse como presidente da Gama-Tau, mas para que isso aconteça...preciso tirar Esther do cargo...e acredito que unindo nossos objetivos, isso ficará mais fácil...
-Gosto de gente ambiciosa...me procure no Hotel Village, amanhã as 17h, conversaremos melhor.
Dentro da mansão,Laurel vendou os olhos de Amy, e Esther a conduziu pela mão até o quintal, caía a noite, deixando o cenário perfeito para a realização do ritual de aniversário da escolhida, apenas algumas luzes permaneceram ligadas, as gama-tau formaram um círculo em volta de Amy e Esther. A presidente da gama-tau, sentou a loirinha em um banco alto, retirou suas sandálias altas, enquanto uma veterana trazia uma jarra transparente com um óleo perfumado. Esther derramou o óleo nos pés de Amy, massageando lentamente, entre os dedos, subiu com as mãos pelas pernas da loirinha, deslizando com requintes de sensualidade por entre as pernas de Amy, levantando-a do banco, continuando a passear com suas mãos embebidas no mesmo óleo, pelos braços e ombros da escolhida. Para as gama-tau, aquele óleo representava uma unção, um símbolo dos bons desejos que todas as irmãs da fraternidade desejavam à aniversariante.
As irmãs continuavam em círculo, representava que assim as boas energias estavam sendo protegidas por todas, enquanto Amy permanecia de olhos vendados, outra veterana passeava com ela pelo círculo, parando em frente a cada membro, e a cada uma das gama-tau, soprava na boca da aniversariante um trago de uma fumaça, resultante de uma infusão de ervas, e depois proferiam palavras que segundo o ritual, atrairia bons fluidos, como os elementos da natureza e os dons do ser humano como: bondade, amor, esperança, alegria, paz, prosperidade.
Após o percurso pelo círculo Amy foi entregue mais uma vez nas mãos da presidente da Gama-Tau, que tragou profundamente a fumaça, soprou delicadamente na boca da loirinha e disse: LUZ, as luzes se acenderam, Esther tirou a venda dos olhos de Amy, e sorriu para ela, e falou:
-Que nunca falte luz ao seus olhos para que você sempre enxergue os dons que estão na sua vida, e saiba onde eles precisam ser usados, que a luz dos seus olhos reflitam o que você tem de mais puro no seu coração e que este tenha sempre lugar para a fraternidade que está formando uma grande mulher.
Ditas essas palavras, Esther sorriu de forma apaixonada para sua escolhida, que a essa altura já apresentava seus olhos verdes iluminados e marejados, retribuiu o sorriso, Esther apenas com uma piscadela autorizou Nicole, a DJ da noite, a liberar o som, a veterana não tardou em seguir a ordem da presidente, e a festa começou ao som de Lady Gaga – Just Dance.
Uma pequena pista de dança foi improvisada, mas o atrativo dela ainda estava por surgir... A piscina estava coberta de balões de cor metálica, e mais ao fundo, um ofurô de madeira foi colocado, tudo muito caprichado, para o encantamento de Amy que aceitou sem pestanejar a bebida que Ellen veio lhe servir, virando o copo de uma única vez para a surpresa de Esther que cochichava algo com Lauren, e logo se aproximou de sua escolhida:
-Eeeei...calma aí loirinha, o mundo não vai se acabar hoje e tem muita festa pela frente...se você beber assim não vai aproveitar sua própria festa! Especialmente porque você nem sabe o que a Ellen colocou aqui nessa bebida não é Ellen?
Ellen fez cara de poucos amigos ao ouvir a observação implícita da morena e replicou:
-São drinks típicos de nossas festas Esther, porque você mesma não prova?
-Claro que vou provar, e saberei se existe algum ingrediente secreto na bebida de minha escolhida...
Esther encarou Ellen sem se intimidar com as faíscas que saiam dos olhos da moça até Amy interferir:
-Minha linda, sem estresse...faço o que você quiser nessa noite...bebo o que você quiser também, obrigada Ellen, me dá mais?
Fez bico de criança mimada entregando o copo nas mãos de Ellen, em seguida, beijou Esther vorazmente, sem reservas, pela primeira vez diante de todas as irmãs, de tal maneira que a morena não teve outra opção que não fosse retribuir aquele beijo.
Obviamente os olhares de todas se voltaram para o casal, que parecia não enxergar mais ninguém, seguiram trocando beijos na pista de dança e ali dançaram juntas, roçando seus corpos, Esther movimentava suas curvas sensualmente, enquanto abraçava Amy por trás, cheirava sua nuca e pescoço, as vezes mordia, as vezes lambia, mas cobriu a aniversariante de carícias calientes, tal atitude dava a loirinha uma expressão de felicidade e prazer óbvia.
A entrega do novo casal pareceu inspirar as demais, à medida que a festa avançava, e as bebidas regavam a animação, a desinibição como esperada em todas as festas íntimas da gama-tau tomou de conta da pista de dança, do ofurô...os flertes deram lugar a amassos escandalosos, beijos triplos, peças de roupas sendo perdidas pelo jardim...e aí era chegada a hora de encher a pista de dança de espuma e sabão.
O festival de escorregões pela pista, com as meninas agarradas uma na outra, sugeriam luta livre de mulheres, com uma pitada generosa de sensualidade, uma vez que as roupas molhadas, além de evidenciarem as curvas das meninas quentes de Prescott, precipitavam uma transparência semelhante a nudez...algumas mal conseguiam ficar de pé por 10 segundos não só porque sempre tinha alguma outra menina para derrubar, mas por que a maioria já estava suficientemente alcoolizada.
Amy ao ver a farra que estava instalada, tirou os saltos e saiu puxando Esther pela mão, escorregaram pela pista, e rolaram juntas pela espuma, toda a produção da aniversariante foi por “espuma a baixo”, a morena soltou os cabelos da moça, e ali na pista trocaram beijos e mordiscadas nos lábios, em meio a sorrisos e gargalhadas, envolveram as demais meninas que estavam rolando como elas na pista, criando um clima de descontração absoluta. As outras meninas que participavam apenas com platéia, tiveram que se juntar as demais que estavam na pista, Amy, Esther, Laurel e Rachel, saíram da pista e foram puxando uma a uma para o festival de cai cai no sabão, até a própria DJ Nicole, largou a mesa de som e se entregou na farra, arrastando todas para um pulo coletivo na piscina, que a essa altura tinha poucas bolas decorando-a.
Algumas das meninas que já foram alvo da pegação de Esther, olhavam demonstrando inveja de Amy, a presidente da Gama-Tau, expressava um sentimento inédito, isso alegrava particularmente Rachel que torcia para a amiga abandonar de vez os planos de vingança contra Sandra Anderson, usando Amy para isso. Na piscina a pegação continuou, até troca de casais aconteceu, as novatas especialmente eram as mais empolgadas, as veteranas se aproveitaram do estado alcoólico das meninas e em grupo promoviam um círculo de beijos no qual as novatas beijavam várias veteranas, entretanto, a novata que agradasse mais uma veterana, esta acenava um sinal para que as demais a tirasse do círculo, simbolizando que aquela novata fora eleita por ela para ser sua naquela noite.
Amy já trocava as palavras, e totalmente desinibida, foi tirando seu vestido, ficando na piscina apenas de lingerie, deixando Esther enlouquecida de desejo, aos poucos, as outras meninas foram seguindo o exemplo da aniversariante, em poucos minutos, a festa se transformou num desfile de peças íntimas, a própria presidente teve seu vestido retirado pela sua escolhida, e ali mesmo na piscina, deixaram o desejo falar mais alto, se entregaram em beijos quentes que despertavam gemidos...
Ellen sorria maliciosa, se deliciando por ver Amy naqueles trajes, imaginando como seria tocar aquele corpo perfeito, cheia de tesão por essa visão, puxou uma das veteranas, a encostou contra a parede da bica e a possuiu ali mesmo, sem reservas, no seu pensamento era Amy que ela estava penetrando, sem dúvida, a bebida que ela mesma preparou, contribuía para acessos de alucinações que estavam guardadas no íntimo de cada menina, inclusive no dela mesma... esse tipo de bebida era comum nas festas íntimas da gama-tau, eram receitas secretas próprias dos rituais dessa fraternidade, tal fato dava às festas da gama-tau um diferencial na animação.
Esther saiu com Amy da piscina, e levando para o ofurô, nesse momento as outras três meninas que o ocupavam saíram para dar espaço ao casal, ali, Amy encaixou-se entre as pernas de Esther, ficando por cima dela, lambendo o pescoço da morena que descia com sua mão por dentro da lingerie da loirinha, primeiro massageando seus seios firmes eriçados, até sentir o arrepio do corpo da aniversariante, que sentou-se com as pernas abertas no colo da morena deixando seu corpo até a altura do pescoço submerso na água, dando passagem para Esther penetrá-la lentamente em movimentos lentos, mais fortes.
A noite ainda prometia para as meninas quentes de Prescott, aconteceu de tudo naquela noite, especialmente porque as veteranas sabiam que muito pouco ia ser lembrado por elas após o efeito da bebida passar...os quartos da mansão foram cenário de ménage a trois, de trocas de casais, de sex* bizarro, ou de simplesmente encontros mais românticos, como no caso de Amy e Esther que depois de experimentarem o gozo no ofurô, subiram para o quarto de Esther, a morena ainda precisava entregar o presente da aniversariante.
Seguiram abraçadas pelas escadas da mansão, no seu quarto, Esther cobriu a cama de pétalas de rosas, ao ver isso Amy encheu os olhos d’água, sorriu e beijou a morena apaixonadamente, Esther nitidamente bêbada, disse a loirinha:
-Você merece muito mais que isso...seu presente está aqui...vou te dar...mas antes...quero que você me dê algo também...
Amy também bêbada, mal conseguia pronunciar palavras audíveis, replicou imediatamente:
-Eeeu te dou o que você quiser...
Esther sorriu maliciosamente, beijou Amy enquanto a empurrava para a cama, posicionou-a de costas na cama, deitou-se sobre ela, e despiu-a enquanto deslizava suavemente com o dorso de sua mão pelas costas e bumbum de Amy, despertando arrepios na pele da loirinha que suspirava fundo, sentindo um calor subindo pelo seu sex*, e a umidade o invadindo...ao encontrar aquela umidade entre as pernas da loirinha, Esther pediu:
-Dá pra mim?
-O que você quiser... –sussurrou num tom sensual.
Esther brincou com seus dedos entre as nádegas de Amy sugerindo o que ela queria...e repetiu:
-Dá pra mim Amy...
Amy empinou seu bumbum e assim Esther consumou seu desejo fazendo a loirinha se contorcer de prazer, movimentava seus quadris enquanto gemidos altos escapavam, Esther não só a penetrava como continuava a deslizar sua língua quente pelas costas da loirinha. Amy totalmente excitada virou-se e avançou na boca da morena, sugando seus lábios carnudos, e com pressa a despiu, jogou o corpo da morena na cama, ficando sobre ela roçando seu sex* encharcado, até ordenar:
-Agora é você que vai dar pra mim...
Massageou seu clit*ris provocando o quanto pode, até Esther pedir:
-Vai minha linda...me toma...sou sua!
Amy penetrou dois dedos no sex* molhado de Esther movimentando-os com a ajuda do peso do seu próprio corpo, mexendo seus quadris para a loucura da morena que arqueava seu corpo numa expressão plena de prazer. A loirinha sentou-se na cama, e puxou Esther pra cima dela, que sentou com as pernas envoltas na cintura de Amy, permitindo que ambas se tocasse simultaneamente, até goz*rem juntas.
Ficaram ali abraçadas, sentindo os corações batendo junto...acelerados, Esther abriu o criado mudo ao lado da cama, com um embrulho pequeno, e entregou a aniversariante:
-Como prometido...aqui seu presente linda...
-Esther! Você já me deu tanta coisa hoje...só aqui nessa cama...nossa...quanto você me deu... –sorriu mordendo os lábios.
-Amy Anderson! Você está muito acesa...Abre logo...
Amy abriu o embrulho ansiosa, seus olhos brilharam, ao ver a jóia que estava dentro da caixa, uma pulseira com um pingente, uma flor de lótus, como a sua tatuagem, e explicou:
-Essa flor de lótus, é um símbolo de evolução, do progresso da alma...essa flor, cresce até mesmo em meio a lama...
Amy ficou profundamente emocionada, a essa altura, o efeito do álcool já se dissipava, pediu que Esther colocasse a pulseira nela depois pulou em cima de Esther cobrindo-a de beijos, repetindo: -Obrigada linda, obrigada!
Dormiram abraçadas, antes de se entregar de vez ao cansaço, Amy chamou Esther baixinho:
-Esther? Está dormindo?
A morena não respondeu, Amy então deixou quase que um sussurro escapar:
-Eu te amo...
Esther abriu os olhos e tentou controlar a aceleração de seu coração ao ouvir isso da loirinha, sentiu um misto de felicidade, mas também experimentou uma profunda angústia, porque sabia que era recíproco, mas o objetivo que regeu sua vida até conhecer Amy era a vingança contra Sandra Anderson, e ela julgava não poder fugir disso.
A manhã chegou sem que as meninas quentes de Prescott dessem conta, os efeitos da noite de festa foram unânimes. Amy foi acordada por Liv, uma das novatas de sono leve que atendeu ao telefone da mansão, era a Sra. Anderson, nem um pouco satisfeita pelo suposto atraso da filha.
-Amy, desculpa, mas sua mãe está uma fera no telefone, dizendo que está esperando você desde as 9 da manhã...
-Nossa! Que horas são?
-Acho que quase meio-dia...
-Oh Deus! Obrigada Liv.
Amy desceu as escadas ás pressas envolta apenas no lençol de Esther, tomou um banho rápido, vestiu uma roupa qualquer, mesmo sabendo que ia ser avaliada pela mãe dos pés a cabeça...antes de sair, subiu até o terceiro andar, afim de se despedir de sua amada, encontrou-a completamente nua ainda dormindo na cama que ainda evidenciava a noite incrível que elas tiveram com algumas pétalas de rosas perdidas...pegou uma das pétalas e desceu suavemente pelas costas da morena, beijando com a língua entre os lábios, despertando Esther daquele sono misturado com a ressaca já esperada...
-Ei...impressão minha ou te deixei nua nessa cama ontem e você já está assim toda vestida? Sonhei, ou minha ressaca está me fazendo ver coisas?
-Não... – Amy sorriu e beijou demoradamente os lábios de Esther.- Estou de saída linda...vou encontrar minha mãe no hotel e estou atrasadíssima...
-Ah...certeza que você tem que ir? A gente pode curar a ressaca de um jeito bem gostoso, o que acha?
-Esther...não me tenta vai... – Amy respirava fundo enquanto Esther beijava seu pescoço.
Amy levantou-se rapidamente, saindo ás pressas do quarto de Esther, mandando beijos pra morena, mostrando a pulseira que lhe fora presenteada, com um sorriso iluminador, arrancando o riso fácil da morena que lhe olhava numa expressão de fascínio.
Sandra Anderson aguardava Amy na piscina do hotel com um óculos de sol que cobria metade de seu rosto mal humorado, protegido por um chapéu de abas largas, não se deu ao trabalho de sequer responder o bom dia da filha, mandou apenas que Amy se sentasse para almoçar pelo avançado da hora.
-Mãe desculpe-me, a festa terminou tarde, não consegui acordar cedo...
-Definitivamente, essa fraternidade acabou com você Amy...não reconheço mais minha própria filha!
-Ai mãezinha...pára com isso por favor...vim aqui pra passar o dia com a senhora, nos entendermos...acabar com esse clima pesado, poxa mãe, estou tão feliz...
-Amy, você está fora de si! Não é possível que você sempre tão equilibrada, centrada, um dos melhores partidos de New York, tantos planos que tínhamos pra você...ser uma sócia do escritório de seu pai...
-Mas mãe nada disso mudou, poxa, estou em uma das melhores universidades do país, estou me saindo bem em todas as disciplinas, minhas atividades na fraternidade só enriquecem meu currículo, o fato de eu estar apaixonada por uma mulher não muda esses planos que você e papai tem pra mim.
-Claro que muda Amy! Seu pai não aceitará isso nunca!
-Será mãe?
-Amy...você não pode continuar nessa fraternidade e tem que acabar com essa palhaçada com essa latina! Você não é lésbica! Vou conversar com seu pai, para conseguirmos sua transferência para Harward, Princeton ou Yalle, mas aqui você não ficará!
-Mãe foi pra isso que eu vim aqui hoje? Pra ouvir essas coisas da senhora?
-Na verdade, queria entregar seu presente...essa sua situação foi uma surpresa pra mim, mas logo resolvo isso quando retornar a New York.
Empurrou um caixa pequena, e pediu que Amy abrisse, a loirinha obedeceu, e se surpreendeu ao ver apenas uma chave, e logo deduziu que se tratava da chave de um carro:
-É o que estou pensando mãe?
-Está na garagem do hotel, você logo vai notar qual o seu, lá não existem muitos carros com um grande laço em cima...
Amy saltou no colo da mãe enchendo-a de beijos e abraços agradecendo, em seguida, saiu puxando-a para a garagem, e lá vibrou sem parar ao ver seu presente um Jaguar conversível prateado, sempre foi esse o preferido da loirinha entre os muitos que seu pai colecionava. A primeira coisa que Amy pensou ao sentar no banco de motorista foi passear com Esther naquele carro até a praia, até o cais onde o barco de Esther ficava atracado...mas convidou a sua mãe para estrear o presente, Sandra deu uma trégua no clima pesado entre elas e aceitou empolgada com a felicidade da filha com o presente.
Depois de almoçar e despedir-se de sua mãe, Amy voltou para a mansão gama-tau por volta das 17H, ansiosa para mostrar seu presente a Esther. Antes de permitir que Amy voltasse, Sandra Anderson deixou bem claro que faria tudo para tirar a filha daquele que pra ela era um “mau caminho”. Ellen já aguardava na recepção o encontro marcado com a Sra. Anderson, subiram para a suíte de luxo do hotel, para dar início ao plano para separar Esther e Amy.
-O que você pretende fazer mocinha? – Indagou Sandra.
-As regras da fraternidade não permitem agressões físicas entre os membros, quero provocar Esther o suficiente para que ela me agrida...
-Mas como isso pode separá-la de minha filha? E mais, como fará com que Amy abandone a gama-tau?
-Amy precisa se decepcionar com Esther, e saia do seu domínio...isso não será difícil, porque Esther tem uma fama justa de mulherenga...
-Insisto, o que você fará?
-Vou fazer Amy ver quem é a verdadeira Esther, e depois deixarei Esther saber que fui a responsável, explosiva como ela é não vai se conter e vai partir pra cima de mim...então...
-Vou esperar alguns dias para que você execute esse plano, caso contrário, farei as coisas do meu jeito...mas, o que você quer em troca?
-Para que meus planos funcionem preciso de recursos, os quais não tenho...
-Estamos falando de quanto?
- A princípio, 2mil dólares...
Sandra Anderson apenas preencheu o cheque sem titubear, quando o entregou a Ellen, ouviu batidas na porta, emudeceu, empalideceu ao abri-la esperando algum funcionário do hotel, se deparou com Esther à sua porta.
-Boa tarde sra. Anderson.
-Você? O que você está fazendo aqui?
-Acho que temos assuntos a tratar...posso entrar?
Ao ouvir a voz de Esther, Ellen escondeu-se no banheiro da suíte deixando a porta entreaberta uma vez que ouvir aquela conversa era do interesse dela. Esther entrou no quarto, enquanto Sandra a acompanhava com os olhos, avaliando-a em cada minúcia:
-Não posso imaginar o que você quer conversar comigo menina!
-Notei que a senhora não aprovou a vida de Amy aqui, e como conheço pessoas como a senhora. achei justo comunicar que não vou permitir que você mesmo sendo sua mãe, estrague a felicidade dela.
-Mas que petulância! Você não pode se meter assim da vida de minha filha sua...
-O que?
-Ora menina...você não tem nada o que fazer aqui...por favor retire-se!
-Sra. Anderson, não pense que a senhora pode pisar em mim como fez com minha mãe...
-Sua mãe? Do que você está falando?
-Minha mãe, que a senhora conheceu tão bem: Carmem Gonzalez.
Sandra Anderson pareceu ouvir um nome amaldiçoado. A cor sumiu de seu rosto, os olhos verdes arregalaram-se numa expressão de espanto.
Com a voz trêmula, Sandra indagou:
-Mas...eu não sabia que você ainda estava viva...depois do acidente...as informações que eu tive é que não houveram sobreviventes...
-Meu pai me tirou do carro, antes que ele explodisse, quando voltou para tentar salvar o tio Joseph, o carro explodiu e...
-Wiliam morreu...
-É...eu assisti tudo...não pude fazer nada...caminhei pela estrada, fui resgatada por um padre de uma capela próxima, como não tinha mais ninguém para cuidar de mim, fiquei no orfanato que o mesmo padre administrava, por muito tempo ninguém me procurou, só 5 anos depois meu avô Antonio me encontrou e me tirou do orfanato.
Sandra Anderson, sentou-se com os olhos marejados, chocada com o que estava ouvindo, olhou para Esther dessa vez com mais atenção e menos raiva e comentou:
-Olhando bem pra você...não há como negar...você lembra muito sua mãe, mas seus olhos são iguais aos de Wiliam...mas, porque você não procurou nossa família...você tem direitos...
-Não quero nada da sua família...você e os Anderson já fizeram mal o suficiente para minha mãe e para mim também.
-Esther...eu...não sei o que dizer, mas...sua mãe também me fez muito mal...eu apenas me defendi...
-Sra. Anderson, a senhora não vai falar da minha mãe...ela está morta! Agora sim não temos mais nada a falar, já avisei, respeite as decisões de sua filha...
Esther saiu segurando o choro, não permitiria que Sandra Anderson a visse desabar, esta por sua vez sentia suas carnes tremerem, tamanho o abalo por ter encontrado um pedaço do seu passado na filha de Carmem Gonzalez, filha a qual Sandra julgava ter morrido no acidente de carro no qual Wiliam e Joseph Anderson morreram há mais de dez anos atrás. Ellen ainda digeria o que acabara de ouvir, maquinando como aquela informação seria útil para seus planos. Saiu do banheiro encontrando Sandra atônita, trouxe-lhe um copo de água e perguntou:
-A senhora está bem?
-Sim...só um pouco surpresa...Ellen, peço que espere um pouco para colocar em ação esse seu plano...eu entrarei em contato, agora por favor me deixe sozinha.
Na mansão gama-tau, Amy subiu as escadas às pressas a procura de Esther, frustrou-se ao não encontrar sua amada em seu quarto, as outras irmãs de fraternidade foram as primeiras a ver seu presente, vibraram junto com Amy, que se impacientava por Esther não chegar logo. Passada quase uma hora, o coração de Amy acelerou ao ouvir o ronco da motocicleta de Esther se aproximar, e correu em direção a morena tão logo ela estacionou:
-Minha linda, olha o que eu ganhei!
Esther sorriu amarelo, sem conseguir disfarçar seu abalo, mas não podia contar o motivo para Amy, respondeu desanimada:
-Que bom linda, você merece...
-Ah vamos lá, estava te esperando pra dar uma volta comigo...estrear meu carro novo, vamos?
-Amy desculpe-me não estou me sentindo muito bem, vamos deixar pra outro dia?
-Mas Esther, eu estava só esperando você...
-Desculpa Amy...
A morena entrou na mansão sem olhar pra trás, subiu direto para o seu estúdio, sentou em frente ao piano e uma canção triste, conhecida das veteranas soou pela mansão. Rachel reconhecia de longe aquela música, era uma composição de Esther para seus pais, logo deduziu que algo despertara as lembranças do seu passado trágico.
Amy perdeu toda empolgação com a frieza de Esther, já estava nas escadas, quando Laurel a chamou:
-Amy...quero estrear o seu presente, vamos lá...
-Ah irmã...fica pra outro dia, vou ver o que Esther tem, ela estava estranha.
-Uma dica: está ouvindo essa música?
-Sim...vem do estúdio, deve ser Esther tocando...vou subir.
-Amy, a Esther sempre toca quando quer ficar sozinha, essa música, ela a fez para seus pais.
-E o que tem de triste nisso?
-Amy...você não sabe? Esther perdeu os pais ainda criança, primeiro a mãe, de um câncer, depois seu pai em um acidente.
-Bom...eu sabia que ela havia perdido o pai, já que o barco dela é herança dele...mas não sabia que havia sido tragicamente assim...nossa, eu não sei quase nada dela...e estou assim, tão apaixonada...
O rosto de Lauren pareceu encher-se de tristeza ao ouvir isso da loirinha, e retrucou:
-Apaixonada? Mas...eu pensei que fosse tudo apenas uma provocação...
-No começo sim Laurel...mas agora...até enfrentei minha mãe, e revelei que estou apaixonada por Esther.
A ruiva tentou disfarçar, mas a decepção no seu rosto era evidente, pediu licença a Amy reiterando o conselho de deixar Esther sozinha, e saiu da mansão caminhando sem destino pelas ruas das fraternidades, uma cena chamou-lhe a atenção: Ellen conversando intimamente com uma das meninas da fraternidade, uma das muitas que Esther já teve caso...a cena era incomum uma vez que para ambas estarem conversando fora da mansão, deveria ser mesmo algo muito secreto que nem as irmãs de fraternidade poderiam desconfiar.
Amy na mansão andava de um lado pro outro, esperando o som da música vinda do estúdio cessar para enfim subir ao encontro de Esther, sentiu-se mal por saber tão pouco da vida da mulher que ela amava, teve vontade de dividir com ela aquela dor, ou ao menos ficar ao seu lado dando todo carinho que ela precisava. O silêncio se instalou e ela não esperou até subir, ouvindo Esther falar ao telefone:
-Vô como isso aconteceu? Não se preocupe eu sei o que fazer...logo o senhor estará livre disso, eu prometo.
Timidamente, vendo a expressão de angústia da morena, Amy indagou:
-Aconteceu alguma coisa?
-Sim...meu avô foi preso pela imigração...tenho que tirá-lo de lá antes que ele seja deportado.
-Nossa! Esther, eu posso ajudar, meu pai é advogado pode indicar algum amigo daqui, espere um pouco e vou com você, só preciso dar um telefonema...
-Não! Não quero nada de sua família!
-Calma Esther...minha mãe foi rude com você mas minha família tem influência pode ajudar...
-Não Amy, eu disse não! Eu tenho meus meios de resolver isso, por favor não se envolva nisso.
Esther desceu as escadas às pressas, saindo sem dar satisfações, no fundo sabia que a prisão do avô se tratava de uma retaliação de Michelle, sabia muito bem o que fazer para livrar o avô da deportação, Michelle tinha esse trunfo para ter domínio sobre a morena, assim, a primeira coisa que Esther fez foi ligar para a ardilosa sra. Roberts. Michelle a aguardava na sua casa de praia, com o mesmo ar de superioridade de sempre atendeu Esther e num tom sarcástico se dirigiu a moça:
-Ora ora ora...veja quem retorna com o rabo entre as pernas... Você achou mesmo que podia me desafiar?
-Michelle eu faço qualquer coisa, mas tire meu avô daquela prisão, ele não pode ser extraditado...
-Vai ser muito difícil...terei que usar de toda minha influência, você sabe que terei que ser muito bem recompensada...
-É,eu sei, farei o que você quiser, mas por favor...
-Calma...só preciso dar um telefonema...não precisa chorar...
Michelle já previa os passos de Esther, e já havia se adiantado para livrar o avô da morena da extradição, uma vez que fora a própria que armou para o senhor mexicano ser preso. Retornou à sala onde Esther a aguardava angustiada, a comunicou-lhe:
-Tudo resolvido...seu avô já está a caminho de casa.
-Muito obrigada Michelle, vou aguardá-lo em casa então.
-Não, você terá tempo de vê-lo outro dia, hoje você fica comigo. Pode ligar para ele e se certificar que ele está bem e solto, mas, hoje vamos compensar o tempo perdido...
Como sabia que não tinha opção, Esther falou rapidamente com seu avô, comprovando a veracidade da informação de Michelle, e assim foi tirando seu casaco de couro, se aproximando da sra. Roberts, esta tomou-lhe a boca com fome, sugando os lábios de Esther qual fruta saborosa, e avisou sussurrando ao seu ouvido:
-Hoje vamos dar uma festinha de comemoração pela volta da minha cadelinha... as convidadas nos aguardam lá em cima, vamos.
Saiu puxando Esther pelas escadas, na sala de vídeo da mansão, outras três mulheres do mesmo porte de Michelle estavam sentadas nas poltronas luxuosas, na mesa de centro, carreiras de pó dispostas sobre uma fina placa de vidro, na tela de plasma um filme pornô era exibido, as garrafas e copos de whisky estavam espalhados pelo chão encarpetado. Diante das supostas convidadas, Michelle anunciou:
-Meninas, nosso brinquedinho acabou de chegar, é hora da diversão!
Michelle serviu um copo de whisky a Esther, que num gole só sorveu todo conteúdo. Agachou-se na mesa de centro e cheirou o pó ali disposto, certa que só assim conseguiria pagar sua dívida com Michelle naquela noite. Aqueles eventos na casa de praia dos Roberts eram freqüentes, as vezes com mais pessoas, a própria Esther já participara, fazendo sex* com Michelle para suas amigas assistirem, imaginava que aconteceria o mesmo naquela noite.
Os planos de Michelle eram outros, aproximou-se de Esther sensualmente deixando seu hobbie de seda cair, mostrando assim mostrando sua lingerie de renda vermelha, despiu Esther diante das convidadas que olhavam a morena com o desejo óbvio, as mulheres mordiam os lábios e passavam a língua por eles evidenciando a excitação urgente ao ver as curvas latinas perfeitas de Esther.
Abraçando a morena por trás lambendo seu pescoço, Michelle fez sinal para as demais convidadas, que imediatamente se aproximaram, uma tocava o sex* de Esther, outra tomou o lugar de Michelle e apalpou com força os seios fartos da morena. As três iam se revezando explorando o corpo de Esther, que não podia evitar sentir prazer com as múltiplas investidas, enquanto Michelle inalava mais uma carreira de pó, levantou-se e se apropriou da morena ordenando:
-Agora me ch*pa minha vadiazinha...
Empurrou a cabeça da morena que foi se ajoelhando entre as pernas de Michelle, invadindo o sex* encharcado da sra. Roberts, excitando ainda mais quem assistia aquilo. Michelle gemia alto, na medida que Esther colocava uma das pernas dela em cima de seu ombro promovendo uma abertura entre as pernas de Michelle que dava espaço total para penetrar dedos e língua ao mesmo tempo provocando o gozo inevitável daquela ardilosa mulher.
As demais mulheres, sentaram-se no sofá, assistindo a cena, pareciam goz*r juntas, se tocavam ao testemunhar o orgasmo de Michelle, esta por sua vez empurrou Esther para o chão, abrindo as pernas da morena, introduziu dois dedos comprovando a umidade abundante em seu sex*, assim chamou as convidadas para beberem do gozo do “brinquedinho” dela. Uma a uma sugou o sex* de Esther, que se contorcia de prazer, ali travava uma luta contra seu próprio corpo, não queria sentir prazer, mas isso era impossível, o toque e as línguas pelo seu corpo lhe dava uma explosão de sensações, gozou, e até ali sentiu prazer, o que ia se seguir parecia mais com o estilo sádico de Michelle Roberts.
Michelle voltou a sala com seus conhecidos brinquedos, sentou Esther em uma cadeira algemando ambas as mãos da morena para trás, abriu suas pernas, e introduziu o gargalo da garrafa de whisky no sex* de Esther, a expressão de dor da morena parecia excitar ainda mais o sadismo de Michele, Esther tentava fechar as pernas, mas com um chicote na mão Michele lançava mão dele, chicoteando as pernas da morena, enquanto isso, outra puxava para trás pelos cabelos a cabeça de Esther, mordendo seus lábios agressivamente. O cenário de orgia se transformara numa sessão de tortura, ao final, Esther estava machucada, com sangue nos lábios, marcas pelas pernas e pescoço, não segurou o choro de revolta que nem mesmo a droga e o álcool ingeridos diminuíram.
Permaneceu ali ainda presa à cadeira, sentindo o sal de suas lágrimas pelo seu rosto e corpo feridos, lembrou-se da doçura de Amy e dos momentos juntos com ela, desejou tanto estar abraçada a ela, fechou seus olhos e pensou no seu rosto angelical na tentativa de minimizar a dor que dilacerava também sua alma.
Uma das mulheres retirou as algemas de Esther, imediatamente, ainda sentindo dores por todo corpo, a morena levantou-se procurando suas roupas, seu desejo era correr para os braços de Amy, esforço inútil, Michelle não permitiu, escondeu as chaves da moto da moça, e quase no raiar do dia, Esther achou as chaves do carro de Michelle, não pensou duas vezes, e saiu daquela mansão qual escravo fugia de uma senzala.
Antes do sol nascer chegou a mansão gama-tau, ao abrir a porta se deparou com Amy dormindo no sofá da sala, com telefone celular na mão, comoveu-se profundamente ao ver aquilo, e se aproximou da loirinha com todo carinho e beijou-lhe a face, despertando-a do sono:
-Esther! Onde você estava? Liguei pra você a noite toda, não me atendeu, não me deu uma notícia eu estava preocupada! Não ouvi sua moto...
-Calma Amy está tudo bem...
Amy levantou-se e viu pela janela o Mercedez estacionado, e mais acordada com o sol já surgindo viu os hematomas no pescoço de Esther os seus lábios com marcas de mordidas, retrucou tomada de ciúme:
-De quem é esse carro Esther Gonzalez? E essas marcas? Quem era a vadia que você passou a noite?
Os olhos doces de Amy, transformaram-se em poços de raiva, faiscavam olhando para Esther, que já estava exausta pela noite de humilhação e tortura física e psicológica que tivera, não teve energia para discutir com Amy, o que ela desejava era o colo da loirinha, mas naquela situação isso era totalmente impossível, e o pior de tudo: não podia dizer nada para se defender, afinal, não tinha defesa para aquilo. Respirou fundo e disse:
-Amy...estou cansada, melhor conversarmos depois, vou subir.
-Como assim Esther? Você chega nesse estado a essa hora, depois de me tratar com grosseria quando ofereci ajuda, não me dá nenhuma explicação depois de passar a noite sem atender meus telefonemas e diz simplesmente isso?
Nessa altura o tom de voz da loirinha já era exaltado, desgastando ainda mais Esther e acordando as meninas do primeiro andar da casa. Lindsay, uma das novatas, teve a sensatez de chamar Rachel ao perceber o rumo da discussão do casal.
-Esther você me deve explicações!
-Amy...por favor...não quero ser grossa com você, me deixa subir, descansar, depois conversamos...
-Não! Quero ouvir agora!
-Você quer saber? Então ótimo, você pediu...eu dei...dei meu corpo em troca da liberdade de meu avô, estou sim toda machucada, porque enquanto você tem dinheiro, influência e ganha carro de presente, eu só tenho esse corpo pra conseguir o que quero...então menininha mimada, me poupe desse ataquezinho de ciúme...
Nesse momento, Amy ficou estática, não sabia sequer o que perguntar primeiro, ou se ao menos queria perguntar algo, temia as respostas. Providencialmente Rachel chegou levou Esther para seu quarto, Ellen já estava descendo as escadas ouviu a declaração da presidente da fraternidade, foi em direção a Amy e disse baixinho:
- Venha Amy, você precisa descansar, vou te acompanhar até seu quarto.
Amy foi levada por Ellen sem questionar, parecia anestesiada, não esboçou nenhuma reação, mas as lágrimas correram fáceis, no seu quarto, Ellen aproveitou-se da vulnerabilidade da loirinha, e o fato de estar a sós com ela e deitou-a no seu colo, permaneceu ali acariciando seus cabelos, sem nada dizer por algum tempo até enfim comentar:
-Não ligue para esses xiliques da Esther, ela é assim mesmo
Amy...sempre teve umas saídas misteriosas, não se apega a ninguém, não crie expectativas com ela, Esther usa e depois descarta, sempre foi assim, aqui mesmo na fraternidade, você acha que foi a única que se encantou com ela? Que foi a única que foi pra cama com ela?
Amy levantou a cabeça e olhou indignada para Ellen:
-Você não conhece a Esther... obrigada pela atenção mas, me deixa sozinha por favor Ellen.
-Mas Amy...
-Ellen por favor...
A veterana então saiu do quarto de Amy insatisfeita por a loirinha não ter se rendido ao veneno dela contra Esther. Ao abrir a porta deu de cara com Laurel ainda de pijama à procura de Amy, a discussão do casal virou fofoca pela mansão, a ruiva logo se preocupou com a amiga.
-Amy? Posso entrar?
-Sim Laurel.
-Posso ajudar?Ouvi alguns boatos pela casa, quer conversar?
-Laurel eu nem sei o que dizer...estou tão perdida...magoada...
A loirinha caiu no pranto, Laurel impulsivamente correu para abraçá-la, e tentar acalmá-la. Ouviu a versão inteira dos fatos por Amy, e foi bem mais compassiva com Esther, apesar de não conhecer o teor de sua relação com a suposta mulher misteriosa, sabia que tinha algo de muito estranho nisso.
-Amy, me escute...eu entendo sua mágoa, e o porque você exigir explicações de Esther...mas acredite, Esther nunca se permitiu um relacionamento como está tendo com você, sempre foi conhecida por ficar com muitas meninas, mas desde que você entrou aqui, isso mudou...ela de fato é muito misteriosa, para toda a fraternidade, mas, acredito no sentimento dela por você.
-Laurel, como posso acreditar nesse sentimento dela se eu não sei de nada da vida dela? Você não viu o estado que ela estava, cheia de ch*pões, mordidas...eu amo aquele corpo...me dói imaginar alguém usando-o em troca de favores...ainda mais quando eu ofereci ajuda sem nada em troca, ela não precisava se submeter a isso!
Laurel segurou a mão de Amy e disse mansamente:
-Amy...se você a ama de fato, terá que descobrir uma forma da Esther confiar em você, não será tarefa fácil...e um conselho que te dou mais uma vez, cuidado com a Ellen...ela sim, não merece nenhuma confiança.
No quarto de Esther, Rachel preparou a banheira e ajudou a amiga no banho. Separou algumas ervas e ungüentos que o avô da morena preparava para machucados, doeu ver a amiga naquele estado. As pernas sempre tão vistosas, estavam marcadas pelas chicoteadas, a marca das algemas nos pulsos de Esther estavam arroxeadas, mas o que mais doía, era ver nos olhos claros da morena, a escuridão. Esther chorava em silêncio, enquanto Rachel ia derramando os preparados pelo seu corpo submerso na banheira. Já na sua cama, envolta apenas numa camiseta leve, Rachel indagou:
-Esther, você quer me dizer algo?
-Rachel...meu avô foi preso pela imigração, tive que...apelar pra Michelle...certamente foi ela a responsável pela prisão dele...ela...me usou de todas as formas, ela e três amigas...Rachel...ela é tão cruel...saí fugida de lá, ela escondeu as chaves da moto...e quando chego aqui encontro Amy tão linda me esperando...foi um bálsamo sabe...aí ela me cobra explicações, tem uma crise de ciúmes...não agüentei.
-Esther...Amy nem podia sonhar o que aconteceu com você, ela passou a noite toda esperando você, te ligando, preocupada com você, com seu avô...desci várias vezes a noite e ela estava lá andando de um lado pro outro, eu mesma te liguei deduzindo que você estava com Michelle, enfim...ela está apaixonada Esther, você conseguiu o que queria...então crise de ciúmes e preocupação com quem a gente ama é perfeitamente normal...você deve entendê-la.
Esther calou-se e ficou pensativa acerca das coisas que acabara de ouvir da amiga. Deitou-se e deixou o esgotamento dar lugar ao sono, e a ele se entregou. O mesmo aconteceu a Amy. O dia inteiro se passou e nenhuma das duas saiu do quarto sequer para comer. O início da noite de domingo, fora marcado pela visita à mansão gama-tau da sra. Anderson, que dessa vez não veio à procura da filha, mas sim em busca de Esther.
Fim do capítulo
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