Capitulo 27
Erick Dennes, 42 anos, americano, nascido em Boston, acusado de matar os pais afogados com a ajuda do irmão John Dennes.
John Dennes viciado em heroína, sofria de bipolaridade, tinha tendências suicidas e era extremamente violento, foi morto em 2013 durante troca de tiros com agentes do FBI. Erick Dennes é considerado um psicopata, além de ter interesses sádicos doentios, é um torturador nato. Foi condenado à morte em dezembro de 2013, mas fugiu um dia antes do cumprimento da sentença, matando seis dos oito guardas que o acompanhavam, deixando os outros dois cegos.
Leio e releio o relatório sobre Erick e John Dennes. Erick certamente é o mais doentio dos dois, sua ficha acusa o assassinato de quinze mulheres, três crianças e sete homens adultos. Analiso as fotos de suas vítimas, todos apresentam sinais de tortura, alguns gravemente mutilados.
Erick tem como marca registrada o fato de arrancar a pele dos dedos das mãos de suas vítimas, exatamente como fez comigo. Penso no plano do meu sequestro. Erick jogou o carro que dirigia contra o meu, quando acordei já estava nas proximidades de San Francisco, o que quer dizer que ele dirigiu por quase 7 horas. Ela certamente trocou de carro, com certeza um popular que não levantaria suspeitas. Ele tinha dois corpos, Emy era fácil de carregar. Mas, enquanto a mim? Ele agiu muito rápido, rápido demais para alguém que agiu sozinho. Talvez exista um cumprisse. Mas, as características de Erick não apontam para um comparsa qualquer. Quem sabe ele esteja treinando um novo John? Não, não... Erick não iria querer substituir o irmão, eles tinham uma relação doentia de companheirismo. Quem sabe… Quem sabe ele tenha criado alguma ligação afetiva fora a que tinha com John? E algo a se pensar. Seu cumprisse certamente teria interesse em se vingar de mim. Talvez algum dos que prendi, mas fora Erick o resto estava preso ou morto.
Pense… Pense... outro carro, dois corpos sendo levados rapidamente. Dennes não mataria seu comparsa, três corpos dariam muito trabalho. Sete horas, ele conseguiu chegar em San Francisco sem problemas... Sete horas... estou deixando algo passar, eu sei que estou... Sete horas... Sete horas… O que há de errado com essas sete horas?
— Savannah, posso entrar? — Ben pergunta.
— Claro! Alguma novidade?
— Sim, descobri que Ronnald Frin é o responsável pela investigação que busca o paradeiro de Dennes. Mas, não teve sorte até agora. — Pegou o telefone.
— Vick, entre em contato com o agente Ronnald Frin, preciso falar com ele imediatamente.
— Agora mesmo Savannah. — Desligo
— Acredita que Frin lhe dará o caso?
— Ele me deve alguns favores.
— Duvido que consiga, mas… — O telefone interrompe Ben.
— Savannah, o agente Frin aguarda na linha dois.
— Obrigada, Vick. Pode passar a ligação. — Ben me olha com expectativa. — Olá Ronnald... Estou bem, obrigada… Foi um grande susto. Eu liguei porque gostaria de um grande favor, sei que ficou responsável pelo caso Dennes, eu gostaria de ficar com ele… Sim, é por ela… Obrigada Ronnald... sim, marcaremos qualquer dia. Até mais.
— Tem algo que você não consiga Savannah Owens? — Ben pergunta chocado.
— Até agora não descobri.
— Qual seu próximo passo?
— Iremos para San Francisco.
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— Nancy? — Chego em casa, mas aparentemente Nancy não está. Vou diretamente para o banho, o qual leva apenas vinte minutos. Visto algo confortável e vou para meu escritório. Leio mais algumas informações sobre Dennes, meu computador pisca mostrando uma notificação, abro meu e-mail e vejo que Ronnald me mandou alguns arquivos, começo a analisa-los quando minha atenção é desviada para um novo e-mail, dessa vez de Dome, é um convite virtual.
Não acredito! Ela se casará mesmo com Paige e a cerimônia será daqui a um mês. Envio uma mensagem dando os parabéns. Minutos depois retorno à minha leitura, analiso e analiso relatórios, meu celular vibra e é uma mensagem de Vick dizendo que comprou as passagens, estarei em San Francisco amanhã. Deixo os relatórios de lado e vou fazer as malas, mandou uma mensagem para Ben, o qual responde na mesma hora dizendo que já tem tudo pronto. Pego uma pequena mala e organizo minhas coisas dentro, não devo passar mais do que três dias. Nancy chega no exato momento em que fecho a mala.
— Onde você vai? — Ela pergunta.
— San Francisco.
— Você vai atrás dela? — Ela vem em minha direção.
— Não! Irei viajar a trabalho.
— Você pensa que sou burra? Pensa que não sei que você irá atrás dela na primeira oportunidade? — Ela começa a me dar pequenos socos, os quais evito facilmente.
— Nancy pare com isso! — Seguro em suas mãos.
— Você está louca para vê-la, não é?
— Eu já disse que estou indo a trabalho. Além disso, Emma não está mais em San Francisco, ela nem mesmo está neste país, então controle - se!
— Eu não acredito em você!
— Isso não é problema meu, estou dizendo a verdade.
— Savannah, não vá! — A raiva dá lugar ao choro, mais uma mudança de comportamento. — Eu imploro, fique aqui. — Nancy se ajoelha e abraça minhas pernas.
— Nancy não faça isso.
— Eu amo você, você é minha Savannah... Minha, só minha e de mais ninguém.
— Onde estão seus calmantes? — Ela aponta para a mesa de cabeceira. Vou até lá e encontro uma infinidade de compridos. Ela está tomando todas essas coisas? Pego um dos compridos e entrego a Nancy, ela dorme minutos depois.
Vou até à cozinha, preparo algo rápido e resolvo ver TV, ligo em um canal qualquer, deixo um prato de sopa sobre a mesa de centro enquanto pego algumas almofadas.
— Uma botânica americana ganhou hoje um importante prêmio, Emma Clark apresentou sua criação, uma nova espécie de rosa, considerada por muitos a mais bela já criada em cruzamentos de espécies... — ao ouvir o nome de Emma olho de imediato para TV. Eles mostravam uma rosa, suas pétalas são brancas, um branco incomum, suas folhas têm um verde suave que se intensificava um pouco nas pontas e o talo era preto. Certamente era a rosa mais bela que já vi. A imagem da flor se vai em seu lugar surge Emma. Ela está levemente corada e totalmente sem jeito em frente às câmeras. — Emma, o que esse prêmio significa para você? — A repórter indaga.
— Significa que fiz um bom trabalho, que todo meu empenho foi válido.
— Essa rosa representa algo ou alguém para você? — Emma fica ainda mais vermelha.
— Penso que representa a intensidade das coisas delicadas.
— Definição interessante. Você teve alguma inspiração? — Emma pensa um pouco antes de responder.
— Uma noite de chuvosa — Ela diz.
— Qual o nome da sua criação?
— Ainda não tem um nome.
— Quem sabe seu sobrenome? — Emma rir.
— Acredito que não, ainda é um caso a si pensar.
— Obrigada Emma. — A repórter diz e mais algumas imagens de Emma são mostradas, ela está linda trajando um vestido preto longo, o modelo define bem suas curvas, as quais conheço com perfeição. Algo acaba chamando minha atenção, na maioria das imagens ela aparece do lado de uma mulher ruiva, a qual tem suas mãos sempre em Emma. Começo a andar de um lado para o outro, uma raiva crescente toma conta de mim. Aquela mulher ruiva está tocando no que é meu, Emma está rindo para ela, está dando seu melhor sorriso, o que costumava ser só meu.
Será que ela me esqueceu? Seu amor era tão vago aponto de morrer tão rápido? Levo as mãos ao rosto, lágrimas molham minha fase. "Penso que representa a intensidade das coisas delicadas "..." Uma noite de chuvosa ”... A rosa é branca, de um branco incomum" Você é tão branca Anastásia"... Folhas Verdes que se intensificam "Seus olhos parecem esmeraldas…" seu talo negro", "seu cabelo é lindo, são tão negros"... A rosa é para mim, ela criou para mim! Ela ainda me ama. Sinto a alegria me invadir por dentro, porém a realidade logo me atinge. Por quanto tempo ela ainda irá me amar? Por favor, Emma, não me esqueça!
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— E sempre tão quente aqui? — Ben pergunta assim que saímos do aeroporto.
— E uma temperatura agradável. — Digo enquanto aceno para um táxi.
— Onde vamos ficar?
— Vick fez reservas em um hotel próximo daqui.
— A Vick é mesmo a assistente perfeita.
Chegamos ao hotel, Ben foi para seu quarto descansar, deixei as malas sobre a cama e mandei uma mensagem para Dome avisando estar na cidade, ela me convidou para almoçar e aceitei. Tomei um banho rápido e troquei de roupa, quarenta minutos depois já me encontrava no restaurante a sua espera.
— Hey, Owens! — Dome me abraça
— Olá Dominique. Como vão às coisas?
— Corridas, casar é muito trabalhoso. Às vezes dão vontade de sair correndo.
— Espero que não tenha dito isso a Paige.
— Ainda estou viva. Certo? — Um garçom chega e anota nossos pedidos. — E você, como vai à nova… velha vida?
— Complicada, mas é o temos no momento.
— Você foi uma grande idiota por deixar minha irmã, porém estou tentando entender seus motivos.
— Você não deveria chamar alguém com o dobro do seu tamanho de idiota. Sobre Emma, é complicado.
— Ela diz a mesma coisa sobre você.
— Ela ainda fala de mim? — pergunto cheia de esperança.
— Às vezes, mas acredito que agora ela finalmente está começando a esquecer.
— Como assim?
— Emma está noiva.
— NOIVA?- Digo me exaltando.
— Sim, será que você pode tentar não gritar? — Dome diz enquanto bebe um pouco de vinho.
— E aquela ruiva?
— Como sabe que ela é ruiva?
— Vi uma entrevista da Emma na TV, tinha uma mulher ruiva ao lado dela.
— Ela se chama Frena.
— Que nome horrível! — digo visivelmente irritada.
— Ela é holandesa.
— Percebi.
— Alta, olhos azuis, ruiva... Gostosa!
— Seja menos cruel! — Dome acaba rindo.
— Acalma-se! Ora, Owens a fila anda, minha irmã tem alguém agora e você tem sua esposa. Você escolheu assim.
— Você não entende Dome.
— Não, eu não consigo entender as pessoas que deixam o amor passar.
Conversei com Dome durante algum tempo, porém logo me despedi. Minha cabeça dava pontadas e eu me sentia cheia de tristeza ao saber do noivado de Emma. Como ela pode simplesmente ser tão egoísta ao ponto de encontrar alguém e noivar em tão pouco tempo? Seu amor foi mentiroso!
— Savannah onde você estava? — Ben pergunta.
— Fui almoçar com uma amiga. Pegue suas coisas iremos ao local do qual lhe falei agora mesmo.
— O que você tem?
— Nada! Agora vá pegar suas coisas ou irei sem você Ben.
— Ok. Ok... já estou indo.
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— Veja fui encontrada aqui. — Digo para Ben.
Estamos próximo ao acostamento, observo as árvores ao lado da estrada, a floresta que se estende além delas tem a resposta que procuro.
— Vamos entrar!
— Temia que dissesse isso.
— Anda, não temos muitas horas até o anoitecer.
Sigo floresta adentro, Ben vem ao meu lado, o som dos carros se perde no silêncio da floresta e só nossos passos podem ser ouvidos. Andamos em linha reta, o que me faz perceber que não chegaremos ao que realmente procuramos, procuro qualquer sinal que me leve a uma pista, mas até agora nada.
Andamos por mais ou menos uma hora. Meus pés começam a doer, porém, permaneço caminhando, passo por uma árvore grande, algo nela me chama a atenção, a coloração do seu troco difere, algo muito sutil, um detalhe que só pode ser notado por alguém realmente atento. Penso em que talvez seja apenas um erro de pigmentação, mas algo faz com que eu me aproxime. Dou a volta em torno da árvore, ela tem a aparência estranha, parece oca, porém parte do troco tem uma cor saudável, quase como se alguém tivesse pintando.
— Algum problema Savannah?
— Essa árvore é tão esquisita.
— Me parece uma árvore comum.
— Parece mesmo, mas... — Digo apoiando minha mão no troco, no mesmo instante sinto a casca da árvore ceder.
— Está oca. — Ben diz — E melhor voltar logo, irá escurecer em breve.
— Tem razão. — Retiro minha mão e vejo algo vermelho e pegajoso em meus dedos.
— Savannah, você se cortou!
— Não, eu não me cortei… Eu…
— Socorro…
— Você ouviu isso?
— O quê?
Olho novamente para a árvore, me aproximo do pequeno buraco aberto por minha mão e não consigo acreditar no que vejo.
— Tem um corpo aqui.
Fim do capítulo
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Acarolinnerj
Em: 22/11/2021
Aí meu Deus como fico agora curiosa pra saber de quem é o corpo..
Autora volta logo hemmm.
Tô odiando elas separadas.. :/
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