A Seguranca II por Lena
Capitulo 33
Os dias que se passaram ocorreram tranquilamente.
As crianças estavam saldáveis, os gêmeos começavam a dar os primeiros passos, Gabriel já se vestia sozinho e cuidava do Chester, que já precisava de outra casa por causa do seu tamanho, Maria cuidava do Happy que estava coberto de pelos e com o peso ideia para sua idade.
O que me entristeceu foi a ausência de Beatriz que precisou viajar a trabalho, mas com a promessa do retorno rápido.
A inseminação de Simone deu certo e Diana não se continha em felicidade e preocupação, para o desespero de Simone, que não podia dar um passo sozinha.
Por esses dias Penélope estava no escritório pois me ajudava com as pendências da ONG, e foi na minha sala que as duas mulheres esbaforidas entraram ao mesmo tempo.
- Precisamos da sua ajuda. - Penélope fala ao se aproximar junto a Diana.
- Já vejo que estou encrencada. Podem falar. - me recosto a cadeira esperando as mulheres que respiram fundo e se sentam.
- Precisamos que tome conta da Simone e da Juliana. - elas despejam ainda olhando apreensivas para Mirian.
- Nem a pau! - me levanto rápido da cadeira tentando correr para fora da sala, mas sou pega pelo pé por Diana.
- Mirian ajuda a gente vai ? Será uma viagem rápida. - suplica Diana ajudando sua amiga a se levantar.
- É Mirian, e você sabe que não podemos faltar. - completa Penélope limpando a sujeira na roupa da morena.
- Mas porque eu ? - volto para minha cadeira onde me sento cansada e com uma das mãos na cabeça.
- Porque a gente confia em você. E sabemos que estarão seguras ao seu lado. - diz Penélope se sentando.
- E elas precisam de cuidados. Não deixaria a vida dos nossos filhos nas mãos de quem não confiamos Mirian. - completa Diana.
Olho para as mulheres sentada a minha frente, e fechando meus olhos suspiro fraco acenando em confirmação vendo ambas se aproximarem para me abraçar, mas com aceno pedi que ficassem onde estavam.
- Vocês já contaram isso a elas ? - ambas se olham e confirmam.
- Foi difícil, mas elas aceitaram. - suspira Penélope.
- Nem acredito que acetei cuidar de duas gravidas. De quantos meses elas estão ? - pergunto as olhando.
- A Juliana esta de seis meses. - diz Penélope sorrindo orgulhosa.
- E Simone vai completar quatro meses. - Diana completa.
- Esta bem, que dia eu tenho que bancar a babá ?
- Amanhã...
- Tudo bem. Eu peço para os meninos tomarem conta aqui. - as mulheres apos o suspiro de alivio logo concordam.
- As crianças estarão lá também ? - questiona Diana ao imaginar a luta que seria para a morena cuidar de duas grávidas e quatro crianças.
- Não. Elas estão com Mainha no sítio da tia Denise, incluído os gêmeos. - informo sorrindo.
- E eles ficaram lá sem birra ? - se interessa Penélope.
- Sim. Na verdade, não da nem tempo eles fazerem birra, Mainha deixa eles brincarem soltos e a noite todos apagam. - digo sorrindo ao me lembrar da chamada de vídeo do dia anterior, onde a mais velha me contava o ocorrido em seu dia.
- Bom como já esta tudo certo, amanhã deixamos nossas mulheres em sua porta. - Diana abraça sorrindo a sua amiga que retribui.
- Só tenha paciência com a Juliana... - informa Penélope um pouco sem graça.
- Aquela ali eu conheço pode ficar despreocupada. - a mulher confirma e ambas saem da sala me deixando ainda pensativa e tentando entender por aceitei aquilo.
Tento voltar ao meu trabalho mas a realidade do meu dia seguinte bate em minha consciência e acabo rindo por já imaginar como seria meu dia.
- Eu tô ferrada...
~*~
O dia amanheceu com a casa em silêncio. Por isso, ao fazer minha higiene me sentei a mesa tomando meu café com calma, mas sou tirada dos meus devaneios ao ouvir a porta ser aberta, e eu já imaginava de quem se tratava.
- Vai ser minha babá hoje em Mirian ? - diz Simone ao se sentar a mesa.
- Simone... - adverte Diana.
- A Mirian não tá cuidando dela e você me fala que ela vai cuidar de mim hoje ? - a voz de Juliana se faz presente dando passagem a grávida de barriga avantajada que parecia sem paciência com uma Penélope cansada ao seu lado.
Minha vontade ao olhar para aquelas mulheres, era de rir, mas eu não poderia pois os hormônios das gravidas são terríveis, ou elas ririam comigo, chorariam, ou me afogariam na piscina, por isso resolvi focar no meu café.
Continuei na mesma posição ainda observando as mulheres apreensivas encherem suas gravidas de recomendações. E após a despedida, que pareceu mas uma expulsão de Diana e Penélope, me vejo sentada sendo observada friamente por duas gravidas.
- Podem pedir o que quiser, sei que se negar vocês vão querer me matar mesmo. - balançando os ombros vejo as duas mostrarem o largo sorriso.
- Vejo que esse dia vai ser longo...
Achei que seria torturada, amarrada ou espancada, mas eu estava deitada no sofá assistindo desenho com duas mulheres sensíveis chorando por Valente ser presa, e ao tentar tirar o desenho um controle acertou minha testa.
- Você deveria ser menos violenta Juliana. - massageando minha testa vejo a mulher chorar ainda mais.
- Você foi insensível com ela Mirian - diz Simone também chorando.
- Mas eu... - não completei ambas me olhavam com o rosto banhado em lagrimas.
- Ok! Vamos voltar ao desenho. - elas concordam e logo voltamos a tortura.
Depois de assistir vários desenhos e filmes de terror que arrepiaram até o cabelo do meu c*, as mulheres resolveram sair para comer, e a babá aqui, teria que leva-las.
- Vontade de comer um pato... - diz Simone ao olha para o Chester.
- Se controla mulher, eu não vou deixar você assar o pato do meu filho. - pego rápido o Chester, que parecia assustado mesmo sem entender.
- Tá bom, mas deixa ele longe de mim. - diz se aproximando de Juliana que ria da situação.
Me distanciando de ambas, sigo para o quarto de Gabriel prendo o Chester para evitar maiores problemas. Voltando a sala, as duas já me aguardavam impacientes.
E olha que eu nem demorei muito.
- Esse carro é um ovo Mirian. Porque a gente não foi no seu Simone ? - questiona Juliana ao olhar a mulher.
- A Diana saio com ele, então vamos ficar nesse aperto mesmo. - rebate Simone junto a Juliana sentada no banco de trás.
- Porque vocês duas não ficam quietas em ? - falo alterando um pouco a voz e ao dar um pequeno tapa no volante, mas me arrependo em seguida ao ver os olhos de ambas marejarem.
- Não, não, não... Chorar não. - encostando a cabeça no volante depois de parar, e suspiro ao ouvir os soluços.
Já escuro e com duas gravidas chorosas no carro, resolvi sair do acostamento e seguir o resto do caminho, que eu nem sabia para onde era, mas fui calada.
E após as mulheres se acalmarem e eu rodar por vários lugares até uma das duas falar o que queria, Juliana grita me fazendo parar e seus olhos brilham ao olhar através da janela.
- Eu quero Mirian... - diz a mulher ainda admirada olhando para fora.
Como eu não sabia do que se tratava, olhei para o mesmo local, e logo nego ao ver o que ela queria.
- Carambola não Juliana! Nessa casa tem um cachorro enorme. - olhando pelo retrovisor vejo seu semblante de choro.
- Mas é o que nós queremos... - completa Simone acolhendo Juliana.
- Ô dia sem fim... Arrependimento da peste! - saio do carro batendo a porta me juntando as mulheres.
Eu já tinha passado por essa casa ao pegar as mesmas frutas para Beatriz, porem desta vez resolvi bater na porta antes.
Ainda com as gravidas ao meu lado chegando a porta da residência, chamei por alguns minutos mas sem sucesso.
- É, não tem ninguém em casa, vamos tomar sorvete. - falo já saindo em direção ao carro.
- Mirian...
Elas me chamaram juntas, eu ainda caminhava e ao ouvir meu nome fecho meus olhos e suspiro cansada, por já saber que teria que pegar as benditas frutas.
Me viro olhando as mulheres com olhar pidão.
- Esta bem...
Ouço gritinhos de alegria porem não dou importância pois meu medo maior estava do outro lado do muro.
Com a ajuda das gravidas consegui escalar, e me sentando, vejo o quintal limpo e sem cachorros.
- Bom. Aparentemente esta tudo bem, mas fiquem longe do muro. Eu já volto. - elas concordam e seguem para próximo ao carro.
Descendo do muro, sigo em silêncio olhando para todos os lado e não via nem sinal de corrente. E aproveitando o silêncio, comecei a catar as frutas desta vez sem subir na arvore. E já com a pequena sacola cheia, ao ficar de costas acabo tropeçando em brinquedo que fez um pequeno barulho mas não cheguei a cair totalmente no chão.
Olhando rápido ao redor ouço latidos finos que ficavam cada vez mais altos. E me levantando rápido pegando a sacola, vejo o motivo do barulho. Era uma turma de pinscher. Eu não sabia nem se tinha filhotes no meio porque eram todos do mesmo tamanho.
- Olha, até que vocês são fofinhos... - tentei brincar com um dos pequenos mas o rosnado de um, foi o suficiente irritar a para todos.
Olhar para aqueles cachorros pequenos que mostravam seus dentes grandes e finos me fizerem se erguer rápido dando passos devagar tentando planejar minha fuga. A cada passo dado por mim eles também se aproximavam, e sem querer mais esperar eu me viro e saio correndo mas sem me lembrar do maldito brinquedo no meio do caminho.
Eu cai de cara...
E em questão de segundos uma turma de mine demônios tentaram me massacrar, mas eu estava sentindo cócegas por ter patas tão pequenas passeando sobre meu corpo, porem a felicidade se foi ao realizar um movimento brusco e sentir uma fisgada na perna.
No susto me levantei rápido vendo alguns cachorros caírem por ainda estarem presos pelos dentes em minha roupa.
- Cachorrinhos maus! - sai correndo e gritando.
Ao conseguir escalar o muro, sem esperar me jogo para o outro lado sentindo meu corpo se chocar ao chão.
- Você esta bem ? - questiona Simone ao pegar a sacola de carambolas.
Eu estava com dor, suja, com raiva e doida para xingar.... Mas sabia que não poderia falar isso. Então me levanto mancando retirando a terra do meu corpo e seguindo para o carro.
- A gente precisa ir ao médico. - diz Juliana mordendo a fruta.
- Ela tá nervosa. Amanhã a gente leva. Tem que tomar a vacina. - completa Simone ao ver a morena entrar no carro.
- Verdade. Vamos logo. - ambas entram no carro sem dizer uma palavra, pois sabia que Mirian estava por um fio para explodir, ainda mais depois dessa.
O caminho para casa foi em silêncio para o meu alivio. Minha perna latej*v* e as mulheres não se continham em suspiros ao comerem suas tão sonhadas carambolas.
Chegando, segui direto para o banho onde lavei meu machucado, e ao sair somente de calcinha box e top, dou de cara com duas gravidas com um kit primeiros socorros em mãos.
- Você sabe que não pode ficar assim na frente de mulheres gravidas não é ? - questiona Juliana olhando com falsa malícia para a morena.
- Vocês que invadiram meu quarto. Mas sei que ambas amam suas mulheres. Como eu amo a minha. - respondo cruzando os braços.
- Não tenha duvidas disso. - as grávidas rebatem ao mesmo tempo.
- Agora vem pra gente cuidar do machucado.
Sem relutar me sento sentindo a dor das mordidas em minhas pernas que achei ser somente uma, mas, ao ver Juliana e Simone chorando e se culpando pelo ocorrido, percebi que não era somente um arranhão.
Depois de tratada e após me vestir, seguimos para sala onde fiquei sozinha pois as meninas foram tomar banho, e enquanto procurava algo para ver na TV a porta é aberta dando passagem a Penélope e Diana, e eu nunca fiquei tão feliz em vê-las.
Elas me cumprimentam e questionam sobre o meu dia. E contando o ocorrido recebi varias gargalhadas em retorno das mulheres que me agradeceram e logo levaram suas esposas sem esperar mais tempo.
Só então consegui respirar mais leve e curtir o resto da minha noite que não durou muito, pois fui invadida por um furação chamado João que me infernizou pelo resto da noite.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 19/11/2021
Nossa Senhora mas eu deixa elas na vontade.
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