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  • CAPÍTULO 8: MAIS UMA CHUVA

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AINDA SEI, Ã? AMOR por contosdamel

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Palavras: 3418
Acessos: 1458   |  Postado em: 19/11/2021

CAPÍTULO 8: MAIS UMA CHUVA

A conversa com Olivia, apesar de não ter muito sentido para mim naquele momento, ecoou na minha mente intensificando aquele turbilhão de sentimentos e dúvidas que tomaram de conta de mim naquele dia. Há dias eu desejava reencontrar Suzana, por motivos que eu mesma não queria explicitar, ou que me negava a enxergar, uma inquietude desenvolvida a partir eventos e personagens do meu passado que ressurgiam, anunciando que Suzana estava se aproximando de mim mais uma vez.

 

                  Saí do hospital naquele dia mais tranqüila pela recuperação de minha amiga, mas com o coração inquieto e o pensamento em Suzana todo tempo. Agora podia dar atenção ao caminho visto pela janela do táxi, a vista da orla da Praia Vermelha, o bondinho do Pão de Açúcar, tudo me trazia as lembranças de meus momentos com Suzana no nosso início de namoro naquela cidade.

 

                  Não estava disposta a enfrentar o interrogatório de Bernardo, detive-me em cumprimentar Renato, e recusei os convites insistentes do casal para cair na noite carioca. A minha noite mesmo sozinha naquele quarto de hotel, de tranqüila não teve nada. Nada prendia minha atenção, nem TV, nem internet, e nem muito menos conseguia dormir. Decidi caminhar um pouco pelo calçadão, a noite quente era convidativa.

 

                  O Rio de Janeiro, seu clima e as pessoas sempre me fizeram bem. Havia me esquecido do quanto gostava do clima das noites lá, assim como me esqueci das torrenciais e inesperadas chuvas de verão daquela cidade. Antes que eu me desse conta, caminhei uma distância considerável do hotel e a chuva me surpreendeu.

 

                  Conheci o conteúdo real da expressão “mais difícil do que táxi em dia de chuva”, nenhum parou para mim. Já estava ensopada, e não sentia a mínima disposição de caminhar os muitos quarteirões que faltavam até o hotel quando ouvi a buzina de um carro perto de mim:

 

-- Doutora, aceita uma carona ou o banho de chuva é opcional?

 

                  Suzana abriu a porta do carro com seu sorriso largo, arqueando a sombracelha como se jogasse charme.

 

-- Não obrigada... O hotel é aqui perto... Não vou molhar seu carro.

 

-- Isabela deixa de ser boba, que Mané molhar carro! Entra aí antes que você tenha uma crise de asma!

 

-- Não precisa Suzana, e nunca mais tive crise de asma...

 

                  Continuei seguindo pela calçada, com as roupas grudadas no corpo, dando uma transparência indesejada. Suzana saiu do carro e me acompanhou, quando se deparou com a situação de minhas roupas no corpo olhou fixamente para meus seios e com um sorriso no canto da boca falou:

 

-- Se você não se preocupa com sua asma, deveria se preocupar em não ser atacada por um tarado no caminho...

 

                  Cruzei os braços imediatamente tentando esconder a transparência, franzi a testa indignada e continuei andando com passos mais rápidos.

 

-- Isabela posso saber por que essa raiva toda? O que custa aceitar minha carona? Mais cedo minha companhia não parecia tão desagradável assim!

 

-- Quem disse que estou com raiva?

 

-- Ah ninguém só seu bico!

 

-- Suzana volta pra sua namorada, sua mulher cheirosinha me deixa em paz!

 

                  Suzana colocou as mãos na cintura, abriu a boca como se tentasse dizer algo, mas não falou, apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente.

 

-- Você continua sendo a mesma teimosa de sempre Bela...

 

                  Ouvi-la me chamar de Bela me transportou aos momentos em que ela me chamava assim quando nos amávamos, cheguei a sentir meu corpo estremecer, Suzana insistiu:

 

-- Isa... Entra no carro vai... Se não nós duas adoeceremos... Tudo que meu lúpus não precisa é de uma infecção respiratória...

 

                  Meio hipnotizada pela beleza de Suzana com os cabelos molhados, diante de mim com as mãos na cintura, apertando os olhos e sua blusa de seda igualmente à minha, grudada ao corpo mostrava sua lingerie sensual assim como ela inteira, não consegui responder, como se não quisesse dar o braço a torcer para entrar no carro.

 

                  Impaciente, Suzana empurrou-me pelos ombros até o carro e como se eu fosse uma deliquente detida pela policia, protegeu minha cabeça para me forçar a entrar no veículo. Entrou em seguida sacudiu os cabelos, ligou o aquecedor do carro e disse autoritária:

 

-- Agora faça o favor de se secar, tome!

 

                  Jogou no meu colo uma toalha.

 

-- Você costuma andar com um kit de secagem dentro do carro?

 

-- Só quando você está pelo Rio de Janeiro...

 

                  Suzana prendeu o riso olhando para mim de rabo de olho.

 

-- A toalha tirei da mochila da natação que Vitória esqueceu no carro.

 

                  Larguei a toalha como soltasse um material sujo e contaminado. Suzana franziu a testa, mas deixou escapar um sorriso em seguida.

 

-- O hotel no qual estou hospedada é no outro quarteirão...

 

                  Suzana só balançou a cabeça como se já soubesse a informação, entrou no estacionamento do prédio e sob meu olhar cheio de dúvida desceu do carro.

 

-- Você... Por que você desceu do carro?

 

-- Por que vou subir oras!

 

-- Não acho uma boa idéia Suzana...

 

                  Suzana franziu a testa surpresa.

 

-- Por que não?

 

-- Por que... Você é comprometida e não quero que você interprete mal nosso reencontro...

 

-- Ei Isabela, espera aí! Eu tenho um jantar aqui nesse hotel com um investidor do hospital... Eu estava a caminho daqui quando te encontrei na chuva...

 

-- Ah... Então você não veio me procurar...?

 

                  Perguntei desconcertada, ainda mais pelo ar de riso na cara de Suzana.

 

-- Não... Nem sabia que você estava hospedada aqui. O problema agora é meu estado para jantar com um empresário americano num restaurante sofisticado como esse parecendo um pinto molhado!

 

-- E por minha culpa... Que vergonha!

 

                  Suzana abriu os braços batendo a palma das mãos nas coxas em seguida como se confirmasse minha observação.

 

-- Vamos subir para minha suíte, vamos ver se tem algo meu que você possa vestir... Até suas roupas secarem...

 

-- Isabela... Olha meu tamanho, e olha o seu... Faltarão alguns centímetros de roupa não acha?

 

-- A gente dá um jeito, vamos!

 

                  Dispus algumas peças na cama para que Suzana escolhesse, na esperança que alguma coubesse nela.

 

-- Isabela são vestidos lindos, mas ficarão apertados e curtos em mim... Eu vou ligar para o investidor e explicar a situação e adiar o jantar.

 

-- Não! Não faz isso! Ele pode se ofender, esses americanos adoram essas gafes pra detonar o Brasil, nos taxando de mal educados...

 

                  Suzana sorriu e disse:

 

-- Essa noite terão motivos de uma forma ou de outra... Você imagina o que eles falariam se eu aparecesse assim ensopada ou com um vestido indecente...

 

                  Sorri. Suzana batia entre os dedos os cabelos molhados, e só então percebi que não tinha oferecido nada para que ela se secasse.

 

-- Não acha melhor tirar essas roupas molhadas? Dentro do banheiro tem roupão, você pode usar enquanto peço para pegarem suas roupas aqui para secar...

 

-- Tem certeza? Não quero que você se sinta incomodada com minha presença aqui na sua suíte...

 

-- É o mínimo que eu posso fazer depois do contratempo que te causei sem querer.

 

-- Se é assim...

 

                  Suzana entrou no banheiro, saiu vestida com o roupão e uma toalha envolvendo os cabelos, visão que me fez tremer, ela conseguia esbanjar sensualidade nas situações mais inusitadas.

 

-- Agora é sua vez...

 

-- Han? Minha o quê?

 

-- Sua vez de tirar as roupas molhadas.

 

-- Ah... Sim...

 

                  Eu estava completamente nervosa na presença de Suzana, me peguei imaginando como ela estaria por baixo daquele roupão com aquela lingerie que ficou evidente na transparência da roupa molhada pela chuva. Balancei a cabeça como se quisesse espantar aquele “mau” pensamento enquanto me trocava, podia sentir o perfume dela no banheiro e aquilo praticamente me enfeitiçava.

 

-- Tomei a liberdade de pedir uma bebida quente para nós... Fiz mal?

 

                  Suzana perguntou enquanto se sentava na poltrona.

 

-- Tudo bem estou mesmo precisando. Atchim!

 

-- Eu sabia que você ia ficar resfriada...

 

                  Enquanto eu procurava lenços, o serviço de quarto chegou. Suzana me serviu o conhaque com a elegância de sempre, me fitando com aqueles olhos que naquela noite, por si sós atiçavam meus pensamentos mais libidinosos.

 

                  Ela andou pelo quarto segurando aquela taça de conhaque tendo a certeza que estava sendo observada, eu disfarçava olhando a chuva pela varanda até que a voz de Suzana quebrou o silêncio:

 

-- Já sabe quanto tempo vai ficar aqui no Rio?

 

-- Com a melhora da Olívia, não devo demorar mais tempo.

 

-- Isso em dias são quantos exatamente?

 

-- Dois dias talvez.

 

-- Só isso doutora? Nossa... Mas sua amiga ainda precisará muito de você...

 

                  Suzana disse fingindo ar inocente.

 

-- Tenho muito trabalho em Campinas, novos residentes compondo o grupo de pesquisas, dezenas de consultas de reavaliação para troca do neurochip, inclusive a sua.

 

-- Você fará minha consulta?

 

-- Ainda não sei... Seu caso é específico dos neurocirurgiões...

 

-- Não sei se confio meu cérebro a outras mãos que não sejam as da doutora Camila... E se a mulher dela não fizer a avaliação então... Nem me dirijo a Campinas para consulta...

 

-- Você está fazendo chantagem?

 

                  Suzana sorveu um gole longo, apertou os olhos fazendo uma careta e respondeu:

 

-- Não... Estou apenas usando minhas armas.

 

-- Armas para quê?

 

-- Pra te ter perto de mim.

 

                  Foi minha vez de sorver um longo gole, me engasgando com a bebida. Suzana disfarçou o sorriso enquanto eu tentava me refazer e mudar de assunto.

 

-- Vou ligar para a lavanderia e saber se suas roupas já estão secas...

 

-- Quanta pressa pra se ver livre de mim Isabela...

 

-- Não é isso... É que de repente ainda dá tempo você jantar com o tal investidor...

 

-- Desencana Isabela... Remarco o jantar.

 

                  A chuva só aumentava, e o efeito das doses de conhaque também, e eu ainda tive a capacidade de enxergar ainda mais beleza em Suzana com o decorrer do aumento do teor alcoólico no meu sangue. Meu notebook sobre a mesa chamou atenção de Suzana, que educadamente perguntou:

 

-- Posso ligar?

 

-- Claro...

 

                  No papel de parede uma foto minha com Camila. Suzana não se abalou, abriu o player escolhendo uma playlist de Ana Carolina, e mais uma brincadeira do destino comigo: justamente a cantora que foi nossa trilha sonora no nosso início de namoro. Talvez não fosse uma brincadeira do destino e se tratasse da astúcia de Suzana para me seduzir, ou essas hipóteses não fossem nada mais do que o fruto de minha vontade de ser desejada por ela mais uma vez. Se era brincadeira, sedução ou minha imaginação influenciada pelo remake de meus primeiros encontros com Suzana não sei, mas a música aleatória da playlist balançou o clima chuvoso daquela suíte.

Nas ruas de outono
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar


Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto


Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar

 

                  Suzana me fitou como se desabafasse pela voz da Ana, e eu olhei pra ela desejando pela primeira vez naquele dia envolver meus braços no seu pescoço e sentir seu gosto mais uma vez. A música acabou, e a aleatoriedade da playlist trouxe “Ela é bamba” e quebrou o clima instalado pelas “Ruas de outono”.

 

                  As batidas na porta anunciaram o que seria o desfecho da noite: uma camareira trouxe as roupas secas de Suzana.

 

-- Vou me trocar...

 

                  Suzana seguiu para o banheiro, deixando a porta entreaberta, despertando um “diabinho” dentro de mim, me tentando a espiar aquele corpo quente e lindo. Não lembro em que momento a razão me deixou, ou quando o diabinho me dominou, o fato é que a visão que tive pela fresta me enfeitiçou de tal forma, que ignorei qualquer regra do bom senso, entrei no banheiro, encontrando Suzana na frente do espelho lavando o rosto, passando a mão pela nuca desnuda, vestia apenas a parte de baixo da roupa.

 

                  A me ver pelo espelho, certamente sentiu o desejo que iluminava meus olhos, não fugiu do meu olhar descarado e cheio de volúpia, caminhei até Suzana como uma presa atraída para uma armadilha iminente, e perto dela senti-me embriagada, drogada pelo perfume de sua pele. Deslizei o dorso de minha mão pelo seu braço, depois por suas costas excitando-me ao notar sua pele eriçar.

 

                  Suzana fechou os olhos deliciando-se com o meu toque, enquanto eu sentia meu coração e respiração acelerar, o arrepio e o tremor que percorriam meu corpo eram súplicas para que meu corpo sentisse o de Suzana ainda mais perto do meu, mas ela como sempre dominava a situação, voltou seu corpo, me encarou, segurou minhas mãos posicionando-as no seu rosto, pescoço, e as conduziu pelos seus seios deixando escapar gemidos suaves deixando evidente o tesão se desenhar hora pela mordida do seu lábio inferior, hora por sua respiração ofegante.

 

                  As mãos de Suzana, macias e quentes passearam pela minha pele até alcançar minha cintura e com o seu domínio nato puxou-me colando nossos corpos. Respiramos ofegantes juntas com as testas unidas, rocei meus lábios pelo canto da boca de Suzana que tentava mordiscá-los alcançando meu queixo precipitando ainda mais a excitação daquele momento. Por uma fração de segundos nos olhamos, o sorriso tenro de Suzana dissipou qualquer hesitação e me trouxe de volta a lembrança da Suzana pela qual me apaixonei, sem mais demoras avancei na sua boca num beijo carregado de saudade e desejo, unindo passado e presente nos nossos lábios.

                  “Vai dizer que o tempo não parou naquele momento?”. O tempo parou. O gosto de Suzana estava ainda melhor, ela correspondeu ao beijo de uma maneira deliciosa, sugou minha língua como se desfrutasse de um fruto suculento. Minha entrega foi sem reservas. Não houve espaço para a lembrança de mágoas, nem muito menos para reflexões sensatas, estava nos braços de Suzana mais uma vez e nem que fosse por um único momento ela era minha de novo.

 

                  Afastamos nossos lábios momentaneamente, e nossos olhos se encontraram num sorriso carinhoso, Suzana beijou-me mais uma vez delicadamente, afastou algumas mechas de cabelo no meu rosto e me disse:

 

-- Você não imagina o quanto eu senti saudade desse beijo doce... Ninguém me beija como você...

 

                  Fechei os olhos me detendo em apenas ouvir a voz de Suzana e sentir seu toque delicado na minha face. Suzana abraçou-me forte pela cintura, beijou meu pescoço, acendendo o desejo do meu corpo queimando nos lábios dela. Passeei com minhas mãos pelo corpo de Suzana, completamente envolvida pela energia que emanava de nós. Suzana não parou de me beijar conduzindo-me até a suíte desamarrando meu roupão habilmente.

 

                  Olhou para meu corpo de maneira indecente, mas isso pouco me importava, por que sem pudor eu ardia de desejo por possuir o corpo de Suzana, desabotoei sua saia e retribuir o olhar de malícia mordendo meu lábio inferior, Suzana sorriu e me empurrou para cama jogando seu corpo sobre o meu. A sensação de ter Suzana sobre mim era indescritível, deixei-me ser dominada por ela, e quando enfim, a entrega total parecia óbvia, o telefone dela tocou.

 

-- Não atende Su...

 

                  Pedi impulsivamente.

 

-- Desculpa Bela, mas preciso atender.

 

                  Levantou-se com pressa e pegou seu celular.

 

-- Oi minha linda... Pois é você se esqueceu no meu carro suas coisas... Não estou em casa, mas eu vejo você amanhã... Um beijo, boa noite.

 

                  O tom meloso na voz de Suzana destruiu qualquer clima de paixão naquela suíte, vesti meu roupão imediatamente, tomada de ciúme e com vergonha de mim mesma por ter me entregado assim contra todo meu bom senso.

 

-- O que foi Bela? Só pra me dar trabalho de tirá-lo mais uma vez?

 

-- Acho melhor você ir embora Suzana... Sua namorada deve estar desconfiada.

 

                  Suzana balançou a cabeça negativamente, antes que ela falasse algo, interrompi:

 

-- Suzana, por favor, estou cansada.

 

                  Ela não insistiu, visivelmente decepcionada, foi até o banheiro e saiu de lá vestida, enquanto eu permaneci perto da sacada contemplando a chuva, amargando a sensação de frustração e de ter sido tão fácil diante da sensualidade de Suzana.

 

-- Isabela você é a mesma cabeça dura de sempre, tanto que não vê o óbvio diante de seus olhos...

 

                  A frase de despedida de Suzana ecoou na minha cabeça pela madrugada, formulei mil hipóteses e poucas a inocentavam do mau juízo que eu fiz dela, sobre a Suzana pegadora, sedutora. Acordei com Bernardo e Renato batendo à porta do meu quarto impacientes.

 

-- Isa a gente cai na farra e você que fica de ressaca? Você sabe que horas são? Que cara é essa? – Renato perguntou.

 

-- Ai quantas perguntas... Bom dia né? – Respondi coçando os olhos.

 

-- Estamos de mau humor... – Observou Bernardo.

 

-- Ai não começa Bernardo, não dormi bem.

 

-- É nisso que dá consciência pesada...

 

                  Bernardo falou passeando pelo quarto como se procurasse provas de um crime, e o pior, encontrou. No chão, perto da cama, a carteira de habilitação de Suzana.

 

-- Consciência pesada? Não fiz nada pra que minha consciência pesasse...

 

                  Mal concluí meu pensamento quando vi Bernardo exibindo a prova do meu crime na mão.

 

-- Consciência pesada por mentir e fazer o melhor amigo de idiota!

 

                  Apertei os olhos para enxergar melhor o que Bernardo exibia, buscando na minha mente alguma desculpa para dar a Bernardo a fim de minimizar a revolta do meu amigo.

 

-- Então Isa... Estava cansada para não sair com seus amigos, mas pra receber aquela cadela você não estava?

 

                  Minha expressão mudou ao ouvir o xingamento de Bernardo à Suzana.

 

-- Bernardo, te conheci mais educado... Não é de sua índole xingar as pessoas assim gratuitamente. E sabe de uma coisa? Eu não devo satisfações da minha vida a você.

 

-- Gratuitamente? Então eu manifestar minha indignação diante da sua aproximação ridícula dessa mulher que te provocou tanta dor não é nada? Eu te conheci mais sensata e grata pela preocupação dos outros Isabela!

 

-- Pronto... Começou o drama...

 

-- Não Isabela, não tem drama nenhum, você faz o que quiser da sua vida, depois não venha destruída pedir colo, por que aí eu direi: eu te avisei.

 

                  Bernardo saiu do quarto fumaçando. Confesso que as palavras duras dele me magoaram, e desde então, nossa amizade ficou estremecida. Passei mais dois dias no Rio, meus diálogos com Bernardo quase sempre eram monossilábicos, nem mesmo a interferência de nossa amiga convalescente deu resultado.

 

                  Nos últimos dias que permaneci no Rio cultivei a esperança de rever Suzana, mesmo vivendo o dilema entre minha consciência por ter brigado com meu melhor amigo por causa dela e pelas idéias que eu tinha acerca de seu comportamento duvidoso intensificado pela lembrança de sua última frase que tantas reflexões me provocaram.

 

                  Guardei a carteira de habilitação de Suzana, e com segundas intenções deixei o recado na direção do hospital pedindo que ela me ligasse para reaver o documento. Com meu coração apertado, voltei para Campinas decepcionada por não ter sido procurada por Suzana, e brigada com Bernardo que permaneceu no Rio com Olivia.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 8 - CAPÍTULO 8: MAIS UMA CHUVA:
Lea
Lea

Em: 17/12/2021

Será que elas terão uma volta???

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mtereza
mtereza

Em: 20/11/2021

Era claro que Tadeu ainda ama Elisa e ela a ele, resta saber se ela vai conseguir superar as mágoas e os ressentimentos além do comportamento intempestivo kkk

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 19/11/2021

A Volta.

Responder

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