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Sociedade Secreta Lesbos por contosdamel

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Palavras: 5374
Acessos: 1216   |  Postado em: 18/11/2021

CAPÍTULO 7: APRENDENDO A JOGAR

Aquele momento de reflexão vazia rendeu a Amy uma decisão. Estava convencida a dar o troco a Esther, não se submeteria mais aos desmandos da morena, não sabia como se livraria das tais obrigações de gratidão com sua irmã guia, mas estava certa que mudar sua postura com Esther seria prioridade nos próximos dias. Levantou-se da cama, depois de um longo banho, vasculhou no guarda-roupa o traje condizente com sua nova condição, já havia perdido aula naquele dia mesmo, então se arrumou sem pressa.

 

 

 

Esther chegou à casa com um humor terrível, reclamou da bagunça das meninas, o que deixou todas irritadas. Rachel até imaginara o que podia ter acontecido, mas como sempre, respeitou o tempo da amiga, conversar naquele momento não seria o apropriado. Observou a morena pisar forte as escadas em direção ao terceiro andar, e em poucos minutos descer com outra roupa, saindo pela porta sem olhar pra trás. Caminhou pelo campus sem um rumo certo, tentou se concentrar na aula de artes, mas foi inútil, só tinha um pensamento: Amy. As lembranças da noite se confundiam com a decepção da loirinha diante de sua reação, sentiu medo e culpa, medo do sentimento que via crescer por Amy e culpa por esquecer de seus planos de vingança.

 

 

 

Na casa da fraternidade Gama-Tau, Amy descia as escadas com uma microsaia, camiseta colada no corpo, e um salto delicado, alongando e definindo mais suas belas pernas, cabelos soltos, com as pontas cacheadas, e uma maquiagem discreta, era a visão típica de parar o trânsito, e foi o que aconteceu no térreo da casa: as gama-tau paradas observando cada detalhe da produção da novata.

 

 

 

Poucas meninas estavam naquela hora assistindo aulas, as veteranas principalmente. Ellen fixou o olhar em cada descida de degrau da loirinha, comendo-a com os olhos com o desejo evidente nos olhos qual predadora diante de sua presa. Laurel não teve boa sensação ao ver sua amiga com aquelas roupas, Rachel teve a mesma sensação, assim, sentiu que era momento de procurar Esther no campus a fim de saber da amiga o que acontecera de fato naquele barco, Laurel por sua vez aproximou-se da novata:

 

 

 

-Precisamos conversar Amy...você tem um minuto?

 

 

 

-Sim, tenho...Laurel, onde encontro o estatuto da fraternidade?

 

 

 

-Na biblioteca, vamos, te mostro.

 

 

 

Na biblioteca Amy se concentrava lendo o que o estatuto falava sobre a escolhida da presidente, e comentou com Laurel:

 

 

 

-As demais não podem me tocar né...mas não fala nada sobre quem eu posso tocar...

 

 

 

-Amy...o que está passando por sua cabeça?

 

 

 

-Você vai saber Laurel...mas me diga, o que você quer conversar comigo afinal?

 

 

 

-Amy...não gosto desse tom...e essas roupas?

 

 

 

-O que tem minhas roupas?

 

 

 

-Provocantes demais Amy, você sabe!

 

 

 

-Está se sentindo provocada Laurel?

 

 

 

Laurel ficou ruborizada, mas logo desfez a timidez, diante da intromissão de Ellen que entrou na biblioteca:

 

 

 

-Eu estou...você sabe mesmo provocar...

 

 

 

-Ellen, você não tinha que estar fazendo as compras da semana com a Lucy? – perguntou Laurel visivelmente incomodada com a presença da colega.

 

 

 

-Vim perguntar se a Amy não gostaria de nos acompanhar...

 

 

 

Antes que Laurel impedisse algo, Amy já se adiantou em ficar ao lado de Ellen respondendo num tom tão provocativo quanto sua roupa:

 

 

 

-Gostaria sim de acompanhar você Ellen...vamos?

 

 

 

-Amy a Esther...

 

 

 

-Ela o que Laurel? Acabei de ler o estatuto, nada me proíbe de sair com uma irmã para fazer compras para casa...o que ela vai reclamar?

 

 

 

Laurel não soube como argumentar uma vez que o timbre da voz de Amy chegava a intimidar tamanha a segurança que ela esboçava, Ellen em contrapartida tinha um sorriso vitorioso nos lábios, saiu da casa seguida por Amy e mais duas irmãs com destino ao supermercado. Fez questão que a loirinha sentasse no banco do passageiro na frente, não disfarçava a satisfação de ter Amy ao seu lado, esta por sua vez, jogava os cabelos sedutoramente enquanto cruzava e descruzava as pernas expostas para o delírio de Ellen que sorria maliciosa olhando com o canto do olho.

 

 

 

Durante as compras, Amy não só era atenciosa com Ellen, mas com as demais meninas também, as abraçava para o susto delas, usufruindo do direito de tocá-las como arma de sedução, já que as meninas não podiam retribuir Amy abusava das provocações, o que rendeu muitos risos entre as meninas, assegurando um grau de intimidade nas compras. Ellen parecia mais do que encantada com a atitude da novata, parecia satisfeita e cheia de intenções. A tarde seguiu em um clima tão leve entre as irmãs gama-tau que Amy por alguns momentos esqueceu de sua manhã terrível.

 

 

 

Voltaram na mesma animação, dentro do carro, Amy passava as mãos pelos cabelos de Ellen em meio a sorrisos, a veterana chegava a ruborizar com tal gesto. As meninas descarregavam o carro, em meio a brincadeiras, gargalhadas, nem notaram a presença da presidente da fraternidade na varanda, de braços cruzados fuzilando-as com o olhar vendo Amy esbanjar charme, em tapinhas no bumbum das outras, a mão no ombro de outra...

 

 

 

Ao subir com as compras as meninas foram percebendo a presença de Esther com cara de poucos amigos, Ellen se desmanchava em sorrisos para Amy, mas involuntariamente os desfez ao encarar Esther, Amy pelo contrário não perdeu a compostura, manteve seu sorriso e ainda acrescentou:

 

 

 

-Você devia sorrir mais digníssima presidente, cara feia pra mim é fome...

 

 

 

Esther não esmiuçou uma reação, e Amy fingiu nem perceber a irritação estampada na face morena da presidente da fraternidade. Seguiu para dentro da casa, convocando as meninas que estavam desocupadas a ajudar na guarda das compras, Esther permanecia de braços cruzados observando a movimentação, Rachel também, mas sua atenção era para amiga que evidenciava o mau humor com o silêncio. Depois de algum tempo, vendo Amy se tornar a novata mais popular do momento, Esther fez menção de se dirigir a novata e repreender seus gestos de carinho com as demais gamas-tau, foi impedida por Rachel que cochichou:

 

 

 

-Ela leu o estatuto, e sabe que é proibido tocá-la, mas amiga, as meninas estão imóveis, é ela quem está tocando-as...

 

 

 

A morena respirou fundo, sentou-se no fundo da sala, mantendo o olhar na sua escolhida. Vendo-a subir as escadas, ignorando seu olhar, Esther a seguiu até seu quarto, não permitindo que Amy fechasse a porta, empurrou-a para dentro e vociferou:

 

 

 

-O que você acha que está fazendo heim?

 

 

 

-Entrando no meu quarto, o qual você está invadindo...

 

 

 

-Já te disse pra não me provocar...

 

 

 

-Você pode me dizer o que eu fiz digníssima presidente?

 

 

 

-Olha aqui, ninguém me expõe assim não...

 

 

 

Amy sorriu com a falta de argumentos de Esther, caminhou pelo quarto fazendo graça da cara irritada da morena. Foi tirando peça por peça de sua própria roupa enquanto caminhava e olhou para Esther com superioridade:

 

 

 

-Se você me der licença, preciso de um banho...

 

 

 

Esther não conseguia desgrudar os olhos do corpo da loirinha, sua respiração começou a ficar descompassada enquanto Amy se deliciava com sua reação, se dirigia ao banheiro calmamente, quando a morena avançou em sua direção:

 

 

 

-Não dou licença não...

 

 

 

Amy se afastou, mesmo sentindo-se atraída pelo desejo explícito no olhar de Esther. Encararam-se por segundos, e quando parecia impossível resistir, o celular da morena tocou, e mais uma vez, a novata viu a expressão de Esther se transformar como vira anteriormente em outro telefonema:

 

 

 

-Agora não posso, você sabe que tenho aulas toda semana...não, não é isso...eu sei, sei que tenho que te atender...mas...ok, estou indo, no lugar de sempre, certo...

 

 

 

Amy sentiu vontade de perguntar algo, mas conteve-se, entrou no banheiro decepcionada, mas Esther ainda a seguiu, parou na porta e disse:

 

 

 

-Nossa conversa ainda não acabou.

 

 

 

-Não temos nada a conversar, se precisar de alguma orientação lhe procuro e você se precisar de favores sabe onde me achar, não quero conversas com você.

 

 

 

Esther ficou desorientada com a segurança que Amy expressava nas palavras, algo em seu olhar havia mudado, mas não podia prolongar aquela discussão, tinha obrigações a cumprir, desceu rapidamente com a imagem da loirinha despida em sua frente, ardendo de desejo vestiu seu casaco de couro e montou na sua moto deixando a fraternidade para um destino novamente desconhecido para Amy.

 

 

 

Mesmo contra sua própria vontade, Amy não conseguiu dormir até ouvir o barulho da moto de Esther se aproximar da casa, ficou de pé perto da janela vendo a morena descer da moto e adentrar na casa. Antes de entrar, Esther viu um vulto se movimentando perto da cortina do quarto da loirinha, engoliu a seco toda a vontade de entrar em seu quarto e tomar seu corpo mais uma vez e dormir abraçada à sua paz...não podia fazer tal coisa, sempre voltava desses encontros misteriosos sentindo nojo de si mesma, sentia-se suja, violada, desejando apenas um longo banho antes de mergulhar em suas lembranças que a mantinha firme em seus propósitos de vingança.

 

 

 

O dia seguinte foi de aulas para todas as meninas da fraternidade, Amy desceu para cozinha com a mesma simpatia do dia anterior, cativando o mesmo sentimento nas demais, manteve o look provocante, e insistia em tocar, beijar as meninas, para a fúria de Esther que chegou a quebrar copos “acidentalmente” na tentativa de quebrar o clima descontraído de Amy com as irmãs...a loirinha simplesmente fingiu ignorar a morena, mesmo saboreando um gostinho de vitória interiormente ao notar nos olhos de Esther o ciúme velado.

 

 

 

O humor da morena assustava Rachel, que tentou várias vezes puxar assunto com a amiga, mas foi inútil. No salão de atos da universidade, o reitor discursava sobre a semana de atividades extracurriculares, e nessa semana, especialmente os membros de todas as fraternidades teriam muito trabalho. Cada uma teria que organizar uma forma de angariar fundos para uma causa social, cada fraternidade deveria apadrinhar uma instituição, e trabalhar em prol dela. Uma fraternidade promovia bazar, outra promovia feiras, outra lavava carros, a Gama-Tau como sempre executaria sua especialidade: festa.

 

 

 

Anunciando isso, o reitor convidou ao palco a presidente da comissão de voluntariado da cidade, a Sra. Roberts. Michelle Roberts, era conhecida por sua beleza e empáfia. Não era membro do conselho da universidade antes, era o primeiro ano de sua participação, por isso, os alunos  conheciam-na por fotos de jornais e pela fama do seu nome. Subiu ao palco caminhando elegantemente, exibindo suas formas perfeitas num tailleur Louis Vuton, cabelos longos castanhos muito bem escovados, maquiagem impecável, sapatos Givenchy o visual mais parecia ter saído da revista Vogue, tamanha era a adequação de moda e elegância deslumbrante naquela mulher.

 

 

 

Não devia ter mais de 50 anos, pelo menos não aparentava. Na verdade, até para 50 anos parecia ser idade demais, porque ela tirou o fôlego da maioria da platéia ao se apresentar enfim. Exceto por uma pessoa, Esther, que ficou pálida, estática, seus olhos sequer piscavam, seus olhos brilhavam, mas não era de encanto ou fascínio como os demais da platéia, parecia pavor.

 

 

 

-Que poderosa essa mulher heim amiga?

 

 

 

Rachel comentou sem prestar atenção no estado que sua amiga se encontrava, não estranhou a morena não responder nada, dado ao humor de cão que ela demonstrou o dia todo. Michelle Roberts começou então seu discurso saudando todos, não exibiu sorrisos, evidenciando a sua conhecida empáfia, cobrando dos alunos empenho nas atividades, reiterando a importância de prática de ações sociais no meio acadêmico. Todos estavam atentos às palavras de Michelle, não por causa de oratória, mas pelo charme e beleza hipnotizadores.

 

 

 

Amy sentada no lado oposto ao de Esther, ao contrário de Rachel, prestava atenção no desconforto da presidente da Gama-Tau quando aquela mulher foi anunciada e subiu ao palco. Ficou curiosa, logicamente também se rendeu a presença da sra. Roberts, mas lhe interessava mais saber o porquê de Esther não aplaudir o discurso de Michelle, e permanecer ali sentada, mesmo depois de todos se levantarem e caminharem em direção a saída.

 

 

 

Michelle Roberts, não se retirou do palco, manteve-se em uma conversa informal com o reitor e outros membros do conselho na universidade ali presentes. Na platéia alguns alunos ainda se encaminhando para a saída e no meio das poltronas, Rachel tentando despertar Esther daquela catatonia, enquanto Amy observava tudo de longe.

 

 

 

-Esther!

 

 

 

Rachel sacudiu a morena, depois de chamá-la repetidas vezes, sem ter atenção da amiga.

 

 

 

-Ai pára de gritar garota...eu heim... – A morena replicou franzindo a testa.

 

 

 

-Gritar? Estou a horas tentando te trazer de volta a realidade e você parece ter teletransportada para outra dimensão, tive que berrar pra você olhar pra mim Esther! O que está acontecendo? Ainda por causa da Amy?

 

 

 

-Que Amy...olha se eu tenho cara de estar me preocupando com uma novatinha que está fazendo de tudo para chamar atenção de todos...

 

 

 

-Bom...nem vou comentar se você tem ou não cara disso, por que tenho medo de apanhar... – Rachel disse em tom jocoso – Porque está mais que evidente que essa novatinha, se não está conseguindo chamar atenção de todos, pelo menos de uma pessoa eu sei que está...

 

 

 

-Ih...parou tá Rachel... –A morena levantou rapidamente sacudindo os cabelos.

 

 

 

-Você vai me dizer o motivo dessa sua reação de transe de agora a pouco?

 

 

 

Esther respirou fundo, e quando já se preparava para responder a pergunta de sua amiga, ouviu uma voz grave que ela parecia conhecer muito bem, chamando seu nome:

 

 

 

-Esther Gonzalez?Preciso falar com você agora.

 

 

 

A morena empalideceu, voltou seu corpo em direção a voz, baixou a cabeça e fez sinal positivamente, seguindo a Sra. Roberts para as coxias do palco do salão de atos, deixando Rachel com cara de ponto de interrogação, e Amy ao fundo, ainda mais intrigada. A loirinha não conteve sua curiosidade, como se fosse um ato furtivo, foi se escondendo pelos cantos das paredes, seguiu o caminho que as duas fizeram, e ficou na espreita, escondida entre as cortinas, ouvindo a conversa.

 

 

 

-Não atendeu minha ligação hoje por quê? Acha mesmo que pode me tratar assim?

 

 

 

-Estava no meio da aula, você sabe que não posso atender...

 

 

 

-Quando eu te ligar e você estiver em sala de aula, saia da sala e me atenda, odeio quando você faz isso!

 

 

 

-Tudo bem...mas o que você queria?

 

 

 

-Avisar que estaria aqui hoje, evitaria essa sua cara apavorada na platéia, pensa que não percebi?

 

 

 

-Devia ter me dito ontem...

 

 

 

-Ah...era só o que me faltava Esther! Você me dizer o que devo ou não fazer...saiba que vou poder acompanhar você mais de perto aqui, e, as meninas dessa fraternidade também...

 

 

 

Amy duvidou que fosse Esther a conversar daquela forma, de maneira completamente submissa, não conseguiu ouvir mais da conversa, foi surpreendida por Lisa, sua antiga companheira de quarto no alojamento:

 

 

 

-O que você está fazendo aí?

 

 

 

-Shiiiiiiii...

 

 

 

Fez sinal de silêncio e saiu arrastando a colega para fora do palco, temendo ser ouvida pela dupla que conversava. Apressou os passos e só quando saiu do auditório, conseguiu respirar tranqüila.

 

 

 

-Você sempre assusta as pessoas assim Lisa?

 

 

 

-E você sempre tem essa mania de se esconder nas cortinas?

 

 

 

Amy sorriu sem graça, mas não respondeu, continuou andando com Lisa pelo corredor, mas não pode deixar de reparar na Sra. Roberts que passou por elas com pressa. O olhar atento da loirinha despertou o comentário de Lisa:

 

 

 

-Não tem como não olhar pra ela né?

 

 

 

-Deixa de conversar bobagem Lisa, vamos pra biblioteca, temos muito que estudar!

 

 

 

Enquanto caminhavam para biblioteca, Amy ainda observava Michelle se afastar, a mulher tinha um olhar fixo em um ponto enquanto entrava no seu carro de luxo conduzido por um motorista uniformizado, a novata viu então, que se tratava de Esther, andando com passos rápidos de cabeça baixa pelo pátio do campus.

 

 

 

A noite reservava uma reunião da fraternidade Gama-Tau, era necessário planejar mais uma super festa. A animação já tomava de conta das meninas quentes de Prescott, novatas e veteranas, todas tinham uma sugestão sobre o tema da festa, mas sabiam que a decisão seria da presidente. Esta por sua vez, parecia distante, observava com alguma tristeza a alegria das demais irmãs com a atenção de Amy, que se tornara a figura mais popular, sempre carinhosa e sorridente com as colegas. Apesar de sentir que a loirinha queria provocar algo, Laurel gostava de ver a novata assim, mas pretendia na primeira oportunidade conhecer as intenções de Amy com essa mudança de atitude.

 

 

 

Rachel como sempre, iniciou a reunião, foi difícil conseguir o silêncio das gama-tau, mas enfim, as atenções estavam voltadas a secretária da fraternidade que foi explicando como deveria ser a festa, qual instituição seria beneficiada, no caso, seria um orfanato, Esther mesma indicara, e sua recomendação foi aceita pelo comitê. Rachel então, pediu ordem e começou a ouvir as sugestões das irmãs sobre a temática da festa:

 

 

 

-Que tal anos 60?

 

 

 

-Ah, melhor os Embalos do sábado a noite...

 

 

 

-Festa do cabide!

 

 

 

-Baile de máscaras...

 

 

 

A última voz, até um pouco tímida, chamou a atenção de Esther, que saiu de seu silêncio, e se pronunciou:

 

 

 

-Será isso, um baile de máscaras, o mistério será uma boa jogada de marketing, e é um tema inédito em nossas festas, sem contar que o requinte poderá atrair grandes doadores para o orfanato.

 

 

 

A idéia era mesmo a melhor, não só por que saiu da cabeça de Amy, mas por que era a mais interessante dentre todas. Acolhida a sugestão, a discussão agora girava em torno de detalhes práticos, como local, equipes de trabalho, início dos serviços...

 

 

 

Os olhos de Amy não saíram de Esther, que a essa altura se afastara da confusão de vozes das meninas e subia para seu quarto depois de cochichar algo com Rachel, provavelmente a encarregando de coordenar o resto da reunião. A loirinha não se conteve, e seguiu a presidente da Gama-Tau, sem que fosse notada, pelo menos isso era o que ela pensava. Entretanto, Amy foi surpreendida quando adentrava o estúdio no terceiro andar, na ponta dos pés, por uma voz baixa e suave atrás dela:

 

 

 

- Perdida novata?

 

 

 

-Esther! Que susto!

 

 

 

-O que você está fazendo aqui?

 

 

 

-Eu...é...na verdade...vim...

 

 

 

Amy gaguejou, ruborizou, mas nada conseguiu responder, o tom frio na voz da morena além de surpreendê-la também a desconcertou, por mais que tenha decidido tomar uma atitude diferente com Esther, era impossível fingir indiferença a sua presença assim, tão próxima. Esther sim, conseguiu disfarçar o efeito que a postura que Amy apresentou nos últimos dias causou nela, mas teve que se esforçar para não a tomá-la de novo em seus braços, talvez ainda um pouco ressabiada com a chegada de Michelle na rotina da universidade.

 

 

 

-Se você não sabe o que veio fazer aqui, é bom que desça para ajudar nos preparativos da festa que você mesma sugeriu.

 

 

 

-É, vou descer, mas, tenho uma dúvida, já que você ainda é minha irmã guia, pensei que você pudesse me responder, não achei isso no estatuto da fraternidade.

 

 

 

-Dúvida? Sobre o que?

 

 

 

-Sobre...namoros.

 

 

 

-Namoro?!?

 

 

 

A face da morena mudou, e isso ela não teve como disfarçar, Amy percebeu, e por dentro já se sentia vitoriosa por tal reação.

 

 

 

-É, namoro. Há alguma coisa que impeça a escolhida de namorar?

 

 

 

-Bem você sabe, você é intocável pelas meninas da Gama-Tau...

 

 

 

-Sim, mas por outras meninas de outras fraternidades? Por meninos?

 

 

 

-Mas do que você está falando?

 

 

 

-Esther, a pergunta é simples, posso ou não?

 

 

 

Esther encarou Amy como se quisesse descobrir pelo olhar o motivo da loirinha perguntar aquilo, e pior, quem seria essa pessoa que ela estaria interessada em namorar, teoricamente nada no estatuto da fraternidade a impedia disso, e ela tinha que responder a verdade a sua escolhida, mas pensou em criar uma nova regra naquele momento, então improvisou:

 

 

 

-No estatuto não há mesmo nada definido quanto a isso, mas, acho difícil você conseguir manter um namoro, porque sua obrigação primeira deve ser com a fraternidade por enquanto novata, e não pode deixar de atender um pedido meu por exemplo, seu namorado ou namorada entenderia isso?

 

 

 

-Aí, depende de eu resolver essa questão né? Saberei como manejar as situações...

 

 

 

Amy nem sabia direito de onde havia tirado essa idéia de namoro, mas percebeu que foi uma inspiração, tendo em vista o embaraço que causou em Esther, logo, mil planos surgiram na sua cabeça, ainda não sabia como executar, mas que a possibilidade dela aparecer com um namorado ou namorada, provocaria ciúmes em Esther, e isso ela queria ver. Desceu as escadas com um sorriso no rosto, enquanto ouvia do estúdio, um som de rock pesado num solo de guitarra.

 

 

 

Naquela noite, Esther não dormiu, revirava-se na cama, imaginando quem seria o pretendente de Amy, e por que ela estava tão irritada com isso? Não suportou mais guardar aquilo tudo dentro de si, tinha que falar com Amy, desceu as escadas em direção ao quarto da loirinha com pressa, ignorando a hora avançada, a conversa era urgente. Não bateu na porta, arriscou e como imaginava, estava aberta, fechou e trancou a porta com delicadeza, olhando para Amy dormindo tranquilamente, viu-se desarmada, o rosto manso repousando tinha ares angelicais, mas o corpo exposto em uma camisola minúscula, era um convite à tentação.

 

 

 

Aproximou-se da cama, e sentou ao lado do corpo de Amy, num momento de contemplação, fez menção de acariciar as mechas douradas que caíam sobre seu rosto, mas nesse momento, Amy movimentou-se, sentindo a presença de mais alguém na cama, acordou assustada, Esther conteve seu grito, tapando sua boca, repetindo:

 

 

 

-Calma, sou eu, Esther.

 

 

 

-Que mania você tem de me assustar Esther!

 

 

 

Amy foi se refazendo, sentando-se na cama, puxou o lençol ao perceber os olhos de Esther nas suas pernas, cruzou os braços tapando seu decote, e dessa vez foi ela a perguntar:

 

 

 

-Perdeu alguma coisa aqui?

 

 

 

Esther sorriu, sabia que não havia explicação plausível para a presença dela ali, sorrateiramente na madrugada, invadindo o quarto da loirinha, mudou seu tom de voz e falou baixo:

 

 

 

-Preciso falar com você.

 

 

 

Amy estremeceu um pouco, o olhar de Esther parecia queimá-la por dentro, mas tentou disfarçar tal ansiedade e respondeu:

 

 

 

-Deve ser algo urgente pra você entrar no meu quarto essa hora da madrugada...

 

 

 

-Na verdade, não é urgente, só estava sem sono...

 

 

 

-Você perde o sono e vem acordar os outros?

 

 

 

Esther sorriu do tom irritado de Amy, mas não se intimidou, prosseguiu encarando a loirinha tendo a certeza pelo rubor no rosto dela e o nervosismo dos gestos dela, que sua presença mexia com a novata e continuou:

 

 

 

-Como sua guia tinha que informar a você sobre alguns detalhes sobre seu comportamento como escolhida...

 

 

 

-Novas regras?

 

 

 

-Não são novas, são apenas lembretes...

 

 

 

-Pois bem, estou escutando, presidente.

 

 

 

-Esse seu futuro namoro aí...bem, você tem que saber que não pode trazê-lo aqui para a fraternidade, e também não pode saber sobre nossos contratos, sobre nossas regras.

 

 

 

-Como assim?

 

 

 

-Não pode saber sobre você ser minha escolhida e suas obrigações comigo.

 

 

 

Amy ficou pensativa, enquanto Esther continuava:

 

 

 

-As regras da fraternidade só os membros da Gama-Tau podem saber...nossa sociedade é secreta.

 

 

 

-Tudo bem, só isso?

 

 

 

-Por enquanto só...

 

 

 

-Então, com licença Esther, estou com sono.

 

 

 

Esther ainda encarou Amy por alguns segundos, olhou-a com desejo, fez menção de se aproximar, mas Amy levantou-se da cama, se dirigindo até a porta:

 

 

 

-Boa noite Esther, e da próxima vez, tome um chazinho, e não venha acordar os outros!

 

 

 

A morena pareceu surpresa com a atitude da novata, saiu do quarto meio desnorteada, esperava fazer Amy se render ao desejo evidente, e tê-la nos seus braços outra vez, mas isso não aconteceu, deixando Esther ainda mais preocupada com o novo namoro da sua escolhida, sentiu um misto de ciúme com um sentimento de impotência...

 

 

 

O dia seguinte para Amy quase não chegou, ela estava ansiosa, precisava encontrar alguém que lhe servisse como novo affair, mesmo que só sentisse desejo por estar com uma pessoa: Esther.

 

 

 

A universidade estava aquele rebuliço...cada fraternidade se desdobrando para planejar e executar suas respectivas missões. A Beta-lou como sempre despontava na frente, organizadas, já divulgavam a data da feira que promoveriam no campus, sem dúvida a rivalidade com a Gama-Tau era um tempero a mais para atiçar as patricinhas. As meninas quentes de Prescott já se revezavam nas tarefas para a organização do baile de máscaras.

 

 

 

Durante os preparativos, Esther e Amy acirravam olhares, Amy sempre fingia atender um telefonema misterioso, ria como se estivesse falando com alguém muito íntimo, o que deixava Esther completamente mal humorada, Rachel era a primeira a perceber. A loirinha se angustiava por que se aproximava o dia do baile e até então, seu misterioso affair só existia nos pensamentos enciumados de Esther, ela precisava de alguém que lhe servisse como fachada...mas ainda não elegera tal pessoa.

 

 

 

Como falam, há vezes que o universo conspira...um dia antes do baile de máscaras da Gama-Tau, um velho amigo de Amy, Philip, que morava em Los Angeles,num estilo de vida completamente “alternativo”, telefonou-lhe, informando que estava de passagem pela cidade e queria encontrá-la. Amy julgou então que seu amigo fosse o par perfeito misterioso para seus planos. Philip era sem dúvida um homem lindo, chamava atenção, era moreno, alto, músculos muito bem definidos, olhos castanhos claros, e uma simpatia que encantava a todos. Philip fora o primeiro namorado de Amy, até descobrir sua sexualidade, depois disso, tornou-se um grande amigo, Amy foi uma das poucas que lhe apoiara quando muitos lhe dedicaram apenas discriminação. A chegada dele não poderia ser mais providencial.

 

 

 

Marcaram um encontro em uma lanchonete do campus, Amy não lhe adiantara muita coisa, exceto que precisava de um grande favor, Philip nem pensou duas vezes, só afirmou sua disposição em ajudá-la no que fosse necessário. No meio da tarde, Philip apareceu no local marcado, lanchonete lotada, as meninas da Gama-Tau reunidas numa mesa acertando os últimos detalhes da festa, uma nova cara em Prescott especialmente de um homem como aqueles, não passara despercebida, Amy ao vê-lo, notado o burburinho e os olhares, viu a excelente oportunidade de começar a colocar em prática sua farsa...não hesitou, saltou no pescoço de Philip, e sem que ele tivesse qualquer chance de se esquivar, roubou-lhe um beijo voraz...

 

 

 

O beijo deve ter demorado segundos, até Philip abrir os olhos e afastar lentamente os lábios da amiga dos seus, fazendo cara de interrogação beirando a comicidade. Notando que seu plano poderia começar mal, Amy aproximou os lábios do ouvido do amigo e cochichou:

 

 

 

-Depois te explico, pega minha mão e me leva pra uma mesa vazia.

 

 

 

O rapaz visivelmente sem graça com os olhares sobre ele, seguiu as orientações de Amy, sentaram-se em uma mesa no canto da lanchonete, a loirinha nem percebeu que na mesa ao lado estava Esther, olhando fixamente e sem pudor para os movimentos dela, o olhar era tão penetrante, que até Philip percebeu quando puxou a cadeira como perfeito cavalheiro para Amy sentar-se, de frente para Esther.

 

 

 

-Certo, vamos do começo Amy Anderson...oi amiga como vai? Saudades! Segundo: surtou? Como assim? O que foi aquilo? Alzeheimer precoce? Esqueceu quem sou eu? Terceiro: minha calça tá com o zíper aberto? Ou é a sua que está? Por que de repente sinto todo mundo olhando pra mim, e essa morena então...nossa...não tira os olhos daqui...

 

 

 

-Eita, calma Phil! Vou responder tudo, mas não aqui, precisamos de um local longe de ouvidos e olhos alheios...

 

 

 

-Por que será que acho que me meti numa fria vindo te ver heim?

 

 

 

Tomaram um sorvete diante dos mesmos olhares atentos, Amy sempre buscando um carinho do amigo, que retribuía sem entender muito, mas desconfiava que isso fazia parte do tal grande favor. Em seguida saíram da lanchonete e caminharam até as arquibancadas vazias de um dos campos da universidade. Diante da perplexidade evidente do amigo, Amy foi contando toda sua história com Esther, sobre a fraternidade, e finalmente sobre seu plano...

 

 

 

-Amy isso é loucura! Não pode dar certo...Primeiro essa fraternidade é uma loucura...se sua mãe sonhar que você não está seguindo os passos da perua, você está perdida! E isso de ser escolhida...que armadilha...não seria uma cilada se vocês se entendessem de vez, porque está mais do que claro que vocês se querem... Minha cara, acha que a gente consegue pagar de casal? Sério?

 

 

 

-Phil...você disse que me ajudaria! Preciso dar uma lição na Esther, mostrar que também sei jogar...

 

 

 

-Ai amiga, você está apaixonada, e gente apaixonada é burra e cega... Como eu vou me enfiar no armário de novo? Amor, até meu respirar é gay!

 

 

 

Philip não estava mesmo disposto a contribuir pra farsa de Amy, queria mesmo era colocar juízo na cabeça confusa da amiga. Toda convicção do rapaz caiu por terra quando viu entrar no campo, Jonh, que parou diante de Amy que nem se sensibilizava mais com sua presença:

 

 

 

-Oi Amy, você ainda tem convites para o baile?

 

 

 

-Oi Jonh, já vendi todos, mas, algumas meninas ainda tem, vou pedir que lhe procurem.

 

 

 

Jonh afastou-se da arquibancada exibindo o charme típico de quem sabe que está sendo observado, deixando Philip completamente boquiaberto:

 

 

 

-Amy...PELOS CACHOS DA CHER! Que homem é esse?

 

 

 

-Aí pronto...Philip sossega...não joga no seu time ele...

 

 

 

-Garanto que ele é titular no meu time amiga...

 

 

 

-Jonh? Não...esse foi meu alvo na missão de iniciação na Gama-Tau, mais hetero impossível.

 

 

 

-Quer apostar?

 

 

 

-Vamos fazer o seguinte, venha ao baile comigo, Jonh estará lá, você me ajuda com a farsa, e eu te ajudo a testar essa sua teoria...

 

 

 

-Fechou!

Fim do capítulo


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Comentários para 7 - CAPÍTULO 7: APRENDENDO A JOGAR:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 18/11/2021

Oxe esse plano não vai acabar bem.

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