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  • AINDA SEI, Ã? AMOR
  • CAPÍTULO 5: ROMANCE NO AR

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AINDA SEI, Ã? AMOR por contosdamel

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Palavras: 5143
Acessos: 1424   |  Postado em: 16/11/2021

CAPÍTULO 5: ROMANCE NO AR

Meu dia seguinte começou com uma notícia surpreendente e maravilhosa. Recebi um telefonema do reitor da USP, que logicamente me fez dar um pulo da cama:

 

-- Magnífico Reitor?

 

-- Quanta formalidade doutora Isabela, chame-me apenas de Edgar.

 

-- Bom dia doutor Edgar, em que posso ajudá-lo?

 

-- Desculpe-me por ligar em sua folga, mas a notícia que tenho justifica qualquer quebra de etiqueta.

 

-- O senhor está me deixando curiosa.

 

-- Não vou aumentar sua ansiedade. Isabela recebi um comunicado oficial do Instituto Karolinska da Suécia, acerca do trabalho realizado pela doutora Camila Drumond.

 

-- Espera aí... Esse instituto não é o responsável pelo prêmio Nobel?

 

-- Exatamente! Doutora Camila receberá um prêmio especial em sua memória, reconhecendo a importância de suas descobertas com o neurochip, segundo o comunicado, ela seria uma das ganhadoras, mas pela fatalidade de sua partida precoce, eles destinarão um prêmio especial por essa pesquisa, e como você continua a pesquisa dela e bem, era sua mulher, o Instituto indicou seu nome para receber esse prêmio.

 

                  Fiquei atônita, trêmula, sem palavras.

 

-- Doutora Isabela, ainda está aí?

 

-- Sim, sim doutor Edgar. Ainda incrédula, não sei o que dizer.

 

-- Grande notícia não?

 

-- Sim, inacreditável.

 

-- Além disso, estou ligando para pedir que compareça à universidade ainda hoje, há uma série de documentos que solicitaram arquivos, artigos, prontuários que precisam ser organizados para enviar para o instituto o quanto antes. Poderia vir hoje ainda?

 

-- Claro reitor estarei aí em uma hora no máximo.

 

-- Ótimo, fico aguardando você.

 

                  Aquele momento não poderia imaginar nem nos sonhos mais ambiciosos, creio eu que nem Camila. Que orgulho de minha mulher! Que tristeza Camila não desfrutar dessa merecida homenagem. Enquanto me arrumava, eu imaginava a reação de Camila se estivesse viva, a notícia reavivou minha saudade minimizada pela noite agradável com Clara. Liguei para Márcia e Bernardo que eufóricos já me cobravam detalhes sobre a data da cerimônia.

 

                  A caminho da universidade, recebi a ligação de Clara, com a novidade esqueci-me completamente do almoço que marquei com ela.

 

-- Isabela? Já está pronta?

 

-- Ai... Clara... Perdoe-me... Tenho que cancelar nosso almoço...

 

                  Narrei para Clara o motivo pelo qual não podia encontrá-la e naturalmente apesar de decepcionada, a loira entendeu e se despediu esperançosa:

 

-- Podemos marcar outro dia esse almoço, pode ser?

 

-- Claro! Ligo pra você.

 

                  Passei o dia inteiro envolvida com o levantamento da documentação requerida pelo instituto, nem vi a hora passar na minha sala na universidade. Nem me dei conta que já era quase noite e eu nada comi o dia inteiro, só quando Bernardo me ligou percebi o avançando da hora.

 

-- Ai Bê, vou ligar e pedir alguma coisa para comer, ainda demoro um pouco aqui, só quero sair quando deixar tudo organizado.

 

-- Tudo bem, mas quando terminar tudo, me liga que vou te buscar com o Renato, você ainda está sem carro não é?

 

-- Sim, mas não se preocupe, chamo um táxi.

 

-- Deixa de ser teimosa, estaremos por perto, não custa nada.

 

                  Enquanto eu procurava na internet o telefone de algum restaurante delivery, ouvi batidas na porta, imaginando que fosse alguém da segurança do campus, autorizei sua entrada.

 

-- Vou demorar um pouco mais por aqui, algum problema se eu ficar?

 

-- Não, desde que você coma alguma coisa doutora.

 

                  A voz suave de Clara encheu a sala.

 

-- Clara?! O que faz aqui?

 

-- Trazer algo para você comer, fui informada que a senhorita passou o dia aqui enfurnada, não deve ter bebido nem água não é?

 

 

                  Fiz uma careta como se confirmasse meu descuido, enquanto Clara desocupava minha mesa em seguida ocupava-a com pratos, talheres e potes com comida:

 

-- O que é isso? Um piquenique?

 

-- Droga... Esqueci a toalha xadrez...

 

                  Clara sorriu, enquanto me entregava um guardanapo.

 

-- Preparei uma lasanha quatro queijos, gosta?

 

-- Nossa, o cheiro está maravilhoso!

 

                  Clara me serviu prontamente, e os menores detalhes de seus gestos, como lamber o dedo sujo de molho branco, para mim era encantador.

 

-- Clara você cozinha muito bem... Tenho tanta inveja de quem tem esse talento...

 

-- Você tem talentos bem mais admiráveis do que a culinária.

 

-- Ah é? Como você sabe?

 

-- Bom... Nunca ganhei um prêmio Nobel por meus biscoitinhos, nem pelo meu macarrão que você tem que experimentar...

 

-- Não fui que ganhei o Nobel de medicina, foi a Camila.

 

-- Mas vocês eram uma só... Não é assim um casamento feliz?

 

                  Emocionei-me com a observação de Clara que continuou:

 

-- E pelo que sei você contribuiu muito com a pesquisa dela e continua à frente, e mesmo que você nem fosse médica, e nada entendesse de neurologia, você estava ao lado dela dando o suporte e o amor que a mulher Camila precisava para fazer a doutora Camila uma médica excepcional.

 

-- Nossa... Você fala como se conhecesse meu casamento com Camila.

 

-- Não conheci de fato, mas é assim que imagino um relacionamento pleno, um amor puro, como o que vejo nos seus olhos quando você fala do casamento de vocês.

 

                  Clara segurou minhas mãos sobre a mesa, apertou-as e disse:

 

-- Esse prêmio é tão seu quanto à história de vocês duas vocês merecem... E... Eu sei que nunca vou estar aos pés da mulher que ela foi, mas se você deixar eu quero pelo menos tentar te fazer tanto bem como o que você me faz.

 

                  As palavras de Clara tocaram fundo minha alma. Não desviei meu olhar do seu, Clara beijou minhas mãos, retribui o carinho, deslizando o dorso de minha mão por sua pele alva, e por minutos contemplamos a face uma da outra, aquele silêncio me falou tanto... Falou-me sobre minhas esperanças, perspectivas, minha superação.

 

                  -- Clara você é tão especial, te fazer bem como você diz que eu faço, é mais que uma dádiva pra mim, por que me sinto tão bem do seu lado, tão bem que nem dá vontade de sair de perto...

 

-- Você não precisa sair de perto Isabela, por que eu quero te ter sempre por perto...

 

                  Levantei-me e me aproximei de Clara, segurei-a pela mão, beijando-a, de frente para ela segurei-a pela cintura, colei meu corpo no dela, unindo nossas bocas em um beijo lento, envolvente, ritmado.

 

-- Isabela... Não me beija assim... É um perigo... Não vou resistir.

 

                  Clara sussurrava ofegante, enquanto eu continuava a beijar seu dorso, seu pescoço, roçando meu nariz em sua pele, expirando fortemente em sua pele arrepiada.

 

-- Você não precisa resistir te quero tanto...

 

-- Não... Assim não... Aqui não...

 

                  Clara se afastou de mim delicadamente, mas sua respiração acelerada evidenciava o desejo explícito do seu corpo e eu não estava imune a tais reações.

 

-- Por que não Clara?

 

-- Porque quero fazer tudo certo com você... Merecemos mais do que o sofá de uma sala empoeirada... Quero que nossa primeira vez seja especial...

 

-- Mas não será nossa primeira vez...

 

-- Sim será... Aquela noite, não éramos nós mesmas...

 

-- Você tem razão... Não era... Mas, hoje...

 

-- Shi...

 

                  Clara se aproximou calando minha boca com um beijo delicado nos lábios e respondeu:

 

-- A gente não precisa ter pressa... Afinal... Estaremos sempre perto uma da outra não é?

 

                  Sorri e concordei com a cabeça.

 

-- Sim, estaremos.

 

-- Você ainda vai demorar por aqui?

 

-- Ah... Não muito, só falta compilar uns artigos...

 

-- Então vou limpar essa mesa, e você volte ao trabalho, vou ficar quietinha esperando você terminar e depois te levo pra casa.

 

-- Clara, não precisa se incomodar, em pleno sábado à noite você aqui trancada numa sala me vendo trabalhar? Você nem precisa sair de casa praticamente pra cair numa baladinha...

 

-- Não há outro lugar no mundo onde eu gostaria de estar nesse instante que não fosse esse...

 

-- Você já conquistou muitas mulheres com essa conversa sedutora?

 

                  Disse isso envolvendo meus braços em seu pescoço, arrancando um sorriso tímido de Clara.

 

--Não... Esse papo só dá certo com médicas...

 

-- Médicas? No plural?

 

                  Clara esboçou um sorriso safado, mas diante de minha expressão séria, conteve-se.

 

-- Então você anda por aí seduzindo médicas? Gosta de jalecos? – Perguntei indignada.

 

-- Não precisa ficar com ciúmes... As outras não chegam aos seus pés...

 

-- As outras?

 

                  Meu tom de voz alterado despertou a gargalhada de Clara, o que me irritava ainda mais. Afastei-me, franzindo a testa perguntei:

 

-- Foi a Louise não foi? Você pegou a Louise não foi?

 

-- Louise?

 

-- É... Nem faça essa cara de desentendida, você sabe perfeitamente quem é...

 

-- Ok, ok. Peguei... Mas... Só fiz isso, por que uma certa doutora me deu um fora...

 

-- Ah, então agora a culpa é minha?

 

                  Clara se divertia com minha indignação, sentei-me em minha cadeira, furiosa. Ela se aproximou, apoiou as mãos nos braços da minha poltrona procurando minha boca, e mesmo quando desviava meus lábios dos seus, Clara me dominava cheirando meu pescoço, cabelos.

 

-- Você fica um charme com esse bico aí sabia?

 

-- Não tem graça... Eu não acredito que você pegou aquela sem sal...

 

                  Clara deixava escapar risos, e eu com suas investidas já estava praticamente rendida, puxei-a para meu colo, Clara mordeu os lábios olhando para minha expressão de posse sobre ela, tomei-a pelos cabelos com força, roubando-lhe um beijo ardente.

 

-- Nossa... É isso que vou ganhar de castigo?

 

-- Não, isso é pra você não querer outra médica que não seja eu...

 

                  Clara me beijou mais uma vez, acendendo a excitação de nossos corpos, deslizei minhas mãos por suas pernas, apertei seu bumbum, deliciando-me com seu perfume beijei o seu pescoço, nossa entrega parecia inevitável, quando ouvi batidas na porta.

 

-- Droga...

 

-- Não abre Isabela...

 

-- Não posso... Deve ser o segurança do campus...

 

                  Recompus-me e atendi à porta.

 

-- Pois não.

 

-- Só pra avisar doutora que o turno dos outros seguranças está começando, mas se a senhora precisar de qualquer coisa é só discar pra guarita.

 

-- Ah, obrigada, mas já estou indo embora.

 

                  Gargalhamos cúmplices depois da saída do segurança.

 

-- Termina logo esse trabalho Isabela, e vamos embora vai...

 

                  No final da noite, Clara me deixou mais uma vez na porta do condomínio, se despedindo com um selinho.

 

-- Eu te convidaria para entrar... Mas... Eu não me sinto à vontade de...

 

-- Convidar outra mulher para a casa que era seu mundo com Camila não é?

 

-- É... Você entende isso? Seria como macular um território que era só nosso...

 

-- Entendo Isabela... Uma coisa e cada vez não é? Um dia eu vou ter que conhecer sua casa... Mas não precisa ser hoje...

 

-- Você é incrível Clara... Obrigada por ser tão compreensiva comigo.

 

-- É só reflexo do que você faz por mim minha linda...

 

                  Beijei-a com ternura, Clara sorriu e disse:

 

-- Durma bem...

 

-- Posso te ligar amanhã?

 

-- E precisa me perguntar isso? Vou esperar você me ligar doutora...

 

                  Meu domingo foi marcado pelo compromisso com a família de Camila, Márcia me ligou logo cedo para convidar-me para um almoço de comemoração, estavam todos lá, as irmãs de Camila com seus maridos e filhos, alguns tios, todos orgulhosos e obviamente saudosos da mais nova ganhadora do prêmio Nobel de medicina.

 

-- Márcia posso conversar com você em particular por um momento? – Perguntei depois do almoço.

 

-- Claro minha querida, venha comigo.

 

-- Márcia existe alguns assuntos práticos que preciso esclarecer com você. Fui convidada a receber o prêmio pela Camila, mas você sabe que não se trata só da cerimônia, há uma grande soma em dinheiro oferecida para o ganhador do prêmio.

 

-- Sim, eu imaginei. E logicamente, esse prêmio é seu minha querida, não há o que contestar.

 

-- Márcia não... Não é justo...

 

-- É mais que justo Camila era sua mulher, você foi fundamental para essa pesquisa, esse prêmio é seu também.

 

-- Mas Márcia, não me sinto à vontade com isso... É muito dinheiro... Milhares de dólares.

 

-- Isa temos tudo que precisamos financeiramente, não ostentamos nossa família nunca foi muito ligada a dinheiro por que nunca nos faltou nada...

 

-- Mesmo assim Márcia... Tem seus netos, suas outras filhas...

 

-- Vamos fazer o seguinte, dividimos o dinheiro, você aplica no que quiser, na pesquisa, doa pra caridade, compra propriedades, enfim... Aceite sem discussão, por favor.

 

-- Tudo bem...

 

-- Deixe-me olhar pra você... Tem um brilho novo nesses olhinhos... Aconteceu alguma coisa? Ou alguém?

 

-- Han?

 

                  Ruborizei, levantei ajeitando os cabelos tentando disfarçar meu desconforto com as observações de minha sogra, odiando pela primeira vez o fato dela me conhecer tão bem.

 

-- Isa o que foi? Fugindo do meu olhar? Por que não se senta e me fala sobre a responsável por essa mudança na sua expressão?

 

-- Não há nada para falar Márcia... Você está vendo coisa demais...

 

-- Isa...

 

-- Tudo bem... Conheci sim uma pessoa, o nome dela é Clara.

 

-- Clara? Bonito nome. O que ela faz? É médica também?

 

-- Ah... Não, é psicóloga, mas não exerce... Ela tem um bar no centro, bem legal.

 

-- Hum... Um bar? Diferente do seu mundo não é? Vai ver é isso que você precisa minha querida.

 

-- Mas Márcia... Ela não substitui Camila...

 

-- Ei! Não coloque na coitada essa responsabilidade! Ela vai conquistar o espaço dela, não vai substituir ninguém.

 

                  A colocação de Márcia me deixou sem palavras.

 

--Isa não queira recriar Camila em outra mulher que você se interessar, não queira repetir a história de vocês. Construa uma nova história, ame diferente, toda forma de amar vale a pena.

 

                  Saí da chácara no final da tarde com esse conselho ecoando no meu pensamento. Entretanto, meu pensamento não se perdia só em reflexões, ele estava também tomado pela imagem do sorriso de Clara, pela vontade de estar perto dela de novo. Pedi ao taxista para mudar o trajeto, em minutos eu estava à porta de Clara.

 

-- Isabela?! O que faz aqui? Pensei que você me ligaria...

 

-- Ai meu Deus... Desculpe, devia ter avisado não é? Atrapalho alguma coisa?

 

-- Não! Clara que não! Que mal educada eu sou... Entre, por favor.

 

                  Clara estava totalmente à vontade, vestindo um micro short e uma camiseta regata, descalça cabelos presos. Quando entrei, percebi que não estávamos sozinhas, espalhados pelas almofadas de frente a TV, duas mulheres e um rapaz ocupavam o grande espaço do estúdio.

 

-- Gente, essa é Isabela.

 

                  Os três me cumprimentaram com acenos e sorrisos, e eu respondi:

 

-- Oi gente.

 

-- Isabela, essas são Ana e Gisele, e esse é Pablo, estamos aqui sofrendo assistindo o jogo do timão...

 

-- Ah... São todos corintianos? – Perguntei.

 

-- Não... Sou palmeirense. – Respondeu Ana.

 

-- Ela vem só pra secar mesmo... – Completou Gisele.

 

-- A gente se reúne às vezes pra assistir futebol, desde a faculdade. Aceita uma cerveja?

 

                  Aceitei, e me acomodei pelo chão, perto de Clara, que se preocupava em me acomodar confortavelmente.

 

-- E você Isabela, torce por qual time? – Perguntou Pablo.

 

-- Sou mineira... Atleticana como meus pais.

 

-- Ufa... Pelo menos não é São Paulina. – Clara respirou aliviada.

 

                  Sorri. Aos poucos notei Clara se aproximar mais de mim, até deitar-se no meu colo. Piscou o olho pra mim quando a encarei surpresa. O gesto meigo me deixou à vontade, apesar de perceber os olhares dos amigos dela, como se desconfiassem da minha presença ali. O jogo terminou, e os amigos dela iniciaram um interrogatório interminável comigo, dando-me a impressão que eu não era digna de confiança. Senti-me acuada até Clara intervir.

 

-- Ei gente, pra que tanta pergunta? Vocês estão assustando! Isabela não se preocupe, eles são doidos assim mesmo, paranóicos... E quer saber, vocês não iam ao cinema? Já estão atrasados...

 

-- Ai mal educada, não precisa expulsar a gente! E você não vai? – perguntou Gisele.

 

-- Eu já disse que não ia... Odeio filme violento.

 

-- Então vamos gente... Isabela desculpe o mau jeito, foi um prazer te conhecer. – Ponderou Pablo.

 

                  A sós, Clara se aproximou de mim com um sorriso encantador, segurou meu rosto, beijou meus lábios suavemente e disse:

 

-- Adorei a surpresa...

 

-- Eu disse que ia ligar... Mas, preferi ficar por perto...

 

-- Ótima escolha...

 

                  Trocamos beijos delicados, abraços carinhosos, num clima maravilhoso de romance.

 

-- Está com fome? – Perguntou Clara.

 

-- Um pouco...

 

-- Vou preparar algo pra comermos, bem rápido.

 

-- Posso te pedir uma coisa?

 

-- Claro minha linda.

 

-- Deixa-meeu tomar um banho? Estou morrendo de calor...

 

-- Ah é... Calor? Deve ser por isso que sinto seu corpo tão quente...

 

                  Clara pressionou meu corpo contra a geladeira, e com certeza, meu calor só aumentou.

 

-- Ah... Isso não é só calor...

 

-- E o que é então?

 

                  Seu nariz roçando em minha pele, sussurrando ao meu ouvido, acendeu meu corpo que já queimava.

 

-- Desejo por você...

 

                  Clara se afastou do meu corpo com um sorriso malicioso, e disse:

 

-- Então vá tomar seu banho enquanto preparo algo para jantarmos. No armário do banheiro tem toalhas limpas...

 

                  Incrédula com a reação de Clara fui para o banho com as pernas ainda trêmulas. Aquele jogo provocativo da loira estava me enlouquecendo, meu corpo a desejava e minha consciência não me condenava por isso.

 

                  Para minha surpresa, quando saí do banheiro, o loft estava transformado. Em minutos, Clara transformou a atmosfera de ambiente desarrumado em um espaço de romantismo: meia luz, velas espalhadas, e sobre o balcão da cozinha, pratos e talheres postos. Clara me esperava com seu sorriso avassalador e duas taças de vinho branco nas mãos.

 

--Espero que o banho não tenha te esfriado...

 

                  Sorri meio sem graça enquanto Clara me entregava o cálice de vinho.

 

-- O macarrão já está pronto, está com fome?

 

-- Sim... Vamos ver se o seu macarrão é tudo isso que você diz...

 

-- Ah... Depois de comer meu macarrão, você vai se apaixonar por mim!

 

-- Seu macarrão não seria o culpado se me apaixonasse por você...

 

                  Clara parou o que estava fazendo quando ouviu isso. Aproximei-me dela, envolvendo sua cintura por trás, aproveitando sua nuca exposta pelos cabelos presos, beijei com suavidade intercalando o toque dos meus lábios na sua pele com o deslizar de minha língua.

 

-- Isabela... Não faz assim...

 

-- Por que não? – Sussurrei.

 

-- Por que... Eu... Não vou resistir...

 

-- Não quero que você resista... Eu te quero...

 

                  Clara jogou sua cabeça pra trás abrindo mais espaço para minha boca beijar seu pescoço, e as minhas mãos que estavam em sua cintura, desceram por dentro de seu short, e um gemido escapou da loira enquanto massageava seu clit*ris por cima da calcinha, excitada Clara remexia seus quadris provocando o roçar de seu bumbum no meu sex* atiçando meu prazer. Com a outra mão, segurei Clara pelos cabelos, a loira arqueava para trás seu corpo sem parar de rebol*r os quadris, e eu sentia a umidade do meu sex* molhar minha calcinha na medida em que meus dedos sentiam o mesmo em Clara.

 

                  Intensifiquei meus movimentos pressionando o corpo de Clara contra o balcão:

 

-- Por que você não tira meu short? – Clara perguntou ofegante.

 

                  Aceitei a sugestão de Clara, retirei seu short, sua calcinha, de frente para ela, penetrei meus dedos no seu sex* encharcado, deixando escapar um sorriso de satisfação ao deslizar pela cavidade quente de Clara contemplando a expressão de prazer dela. Meus dedos dentro dela com meu polegar continuando a massagear seu clit*ris levaram-na ao gozo facilmente. Excitada pelo líquido que escorria por suas pernas, suspendi Clara que se apoiou e se sentou no balcão, suas pernas trêmulas ditavam que o orgasmo experimentado pela loira ainda se propagava por sua pele, mergulhei minha boca em sex* molhado me lambuzando em seus pequenos lábios, impondo a força de minha língua no seu clit*ris protuso, levando Clara mais uma vez ao ápice.

 

                  Abraçou-me respirando forte e acelerado.

 

-- Isabela...

 

-- Oi...

 

-- Você é maravilhosa...

 

                  Sorri satisfeita de ter dado prazer a Clara, jantamos em num delicioso clima de romance, atestei que Clara tinha toda razão para se gabar do seu macarrão, maravilhoso de fato. Depois o sofá improvisado no chão foi cenário de amassos quentes que culminou com nossos corpos se entregando mais uma vez, agora, Clara explorou cada pedaço da minha pele, sentou-se com as pernas abertas de frente para mim, puxou-me para seu colo, e com nossos corpos encaixados Clara me proporcionou o gozo que não podia ser dado por puro sex*. Não consegui deixar Clara naquela noite. Dormimos abraçadas.

 

                  Acordei sozinha na cama, angustiei-me por não ter Clara ao meu lado, levantei-me bruscamente, mas, logo a calma me invadiu quando ouvi sua voz suave:

 

-- Bom dia doutora...

 

                  Clara trajava apenas uma camiseta, cabelos desalinhados e aquele rosto lindo chegou a me dar um frio na barriga.

 

-- Bom dia... Acordou cedo...

 

-- É... Tive medo de acordar tarde e você ter fugido de novo...

 

                  Aproximei-me do balcão e com o olhar fixo nela eu disse:

 

-- Não tenho mais motivos para fugir de você.

 

-- É bom saber disso, por que se você fugisse, eu iria atrás de você até no fim do mundo...

 

                  Sorri tímida e Clara beijou meus lábios tenramente.

 

-- Preparei um super café para nós... Depois te deixo no hospital.

 

                  Clara era a gentileza personificada, seu carinho, seus cuidados, sua beleza me encantavam cada vez mais.

 

-- Não posso demorar Clara, tenho muita coisa a fazer na universidade, no hospital... Lancei um edital de intercâmbio na residência de neurologia e neurocirurgia pra compor o grupo de pesquisa e hoje começo a receber os currículos, além disso, imagino que o reitor vai lançar para a imprensa o Nobel da Camila, e como eu sou a responsável pela pesquisa e receberei o prêmio pela Camila...

 

-- É seu dia será cheio... Vai sobrar um tempinho pra mim?

 

                  Acariciei seu rosto e confessei:

 

-- Não sei se consigo chegar até o final do meu dia sem te ver...

 

                  Infelizmente, meu dia lotado não permitiu que eu visse Clara, entretanto, seu carinho se apresentou através de mensagens de texto delicadas, as quais me arrancaram sorrisos no meio da confusão de afazeres. Nos dias que se seguiram, minha rotina incluiu viagens rápidas para compromissos com a imprensa, limitando meus encontros com Clara, quase sempre eu passava pelo Colors, muito discreta, a dona do bar evitava demonstrações de carinho em público, o que me deixava bastante aliviada, uma vez que não me sentia à vontade em dar cabimento a comentários a meu respeito com ela, especialmente às vésperas de receber um prêmio como mulher de Camila.

 

                  Voltei de São Paulo de madrugada, no meu pensamento só um desejo: ver Clara, e esse desejo não podia esperar até o dia amanhecer. Era sexta-feira e o Colors devia estar lotado, segui para lá a fim de fazer uma surpresa para Clara.

 

                  Como eu supunha, o bar estava mesmo bombando. Meus olhos procuravam a loira mais linda do lugar, encontrei-a na área VIP, numa mesa cercada de lindas mulheres, fato que obviamente me cegou de ciúmes.

 

                  Apressei meus passos em sua direção, parei ao seu lado com cara de poucos amigos, esquecendo a polidez a abordei como se a flagrasse em delito:

 

-- Clara posso falar com você?

 

                  Clara visivelmente surpresa esboçou um sorriso a me ver, mas ao notar minha expressão tensa levantou-se séria, beijou meu rosto dizendo:

 

-- Claro Isabela.

 

                  Afastou-se colocando sua mão em minha cintura, cruzei os braços diante dela, encostada no balcão do bar disse:

 

-- Aconteceu alguma coisa?

 

-- Você é que tem que me dizer... Aconteceu alguma coisa pra esse comboio de lésbicas te cercar assim?

 

-- Han?

 

-- É, por que você estava praticamente como um sultão em um harém...

 

                  Clara sorriu colocando as duas mãos na cintura.

 

-- Sabe que eu tinha esquecido o quanto você fica fofa com ciúmes?

 

-- Ciúmes? Eu não... Só acho um abuso... Enquanto estou fora você se esbaldar aí jogando esse seu charme pra essas...

 

-- Isa... Não estou jogando charme, nem muito menos me esbaldando... São apenas amigas, se você não está reconhecendo, são as meninas daquela banda que tocou na inauguração da área VIP, estão comemorando a assinatura do contrato com a gravadora... Vem cá, vou te apresentar.

 

                  Meio que com bico de menina emburrada, voltei para a mesa praticamente arrastada por Clara.

 

-- Meninas... Essa é Isabela, minha namorada. Isa essas são Luciana, Karen, Fafá, e ali no canto a vocalista Virna.

 

                  Eu parei de processar as palavras na primeira parte da frase: “Isabela, minha namorada”. Sem palavras, mal consegui pronunciar um “oi” para desfazer a impressão de louca possessiva ciumenta. Estava abobada por ser apresentada com o título, e sem graça quando vi os sorrisos das meninas da banda olhando para nós duas. Minhas mãos suadas e geladas encontraram o conforto entre as mãos de Clara, que as apertou sobre meus joelhos, piscou o olho pra mim, como se quisesse me transmitir tranqüilidade.

 

-- Gente, vocês tenho que pedir licença, mas a Isabela chegou de viagem agora, está cansadinha, nós vamos subir.

 

                  Despedi-me das meninas, dessa vez cordialmente, subimos para o loft de mãos dadas, fato inédito até então.

 

-- Você me apresentou como namorada?

 

-- Errei?

 

-- Não... É que... Eu...

 

-- Só eu estou te namorando? Você não está me namorando também?

 

                  Clara sorriu, procurando meu olhar tímido.

 

-- Claro que não... Estou te namorando também.

 

                  Clara me abraçou forte e disse:

 

-- Morrendo de saudades de você... Fica comigo hoje? Pra namorarmos a noite toda?

 

-- Sim... Namorarmos pra matar a saudade... Minha namorada.

 

                  Nossa noite foi repleta de carinho. Clara me amou sem pressa, beijou toda minha pele, fez massagem em minhas costas, em minhas pernas, com a suavidade e sensualidade suficientes para despertar o tesão do meu corpo. Usou não só as mãos para me massagear, usou seus seios, suas pernas e seu sex*, deitando-se nua sobre as costas do meu corpo, até penetrar seus dedos no meu sex* molhado prolongando meu gozo.

 

                  Era oficial, estávamos namorando. Renato e Bernardo, nossos cupidos, vibraram com a notícia. Fiz questão de comunicar a Márcia meu novo status, acreditando que devia uma satisfação a minha sogra, uma vez que ainda a considerava assim, como esperava, ela reagiu bem, manifestando sua torcida pela minha felicidade.

 

                  Conclui a seleção dos novos membros do grupo de pesquisa, marcando o início do intercâmbio para segunda semana de janeiro. Já que a primeira semana estava reservada minha viagem para Suécia para receber o Nobel de Camila.

 

                  Com as proximidades das festas de fim de ano, resolvi viajar para Valença, e meio apreensiva pelo fato de achar cedo para apresentar outra mulher à minha família depois da morte de Camila, chamei Clara para vir comigo:

 

-- Isa... Tenho que recusar seu convite.

 

-- Mas por quê?

 

-- Tenho vários motivos pra isso minha linda. O primeiro: sempre passo as festas de fim de ano com minha família, e estou meio que em processo de reconciliação com eles depois que fui embora para Londres com Roberta... Não quero desapontá-los justo nesse momento. Segundo motivo: Mateus viajará com o namorado, e tenho que segurar as pontas no Colors, nada mais justo, ele segurou tudo sozinho enquanto eu jogava minha vida pelo ralo na Europa. E o terceiro motivo, e para mim, o mais importante: não quero envolver nossas famílias por enquanto em nosso relacionamento.

 

                  Minha expressão mudou quando Clara expôs seu último e mais importante motivo.

 

-- Você não acredita no nosso relacionamento?

 

-- Como assim?

 

-- Não quer envolver nossas famílias, por que acha nosso namoro frágil?

 

-- Isa não tem nada haver com fragilidade ou descrença no nosso namoro, só acho mais sensato, nos conhecermos melhor, fortificar nossa relação antes de dar esse passo. Até hoje sabemos quase nada sobre nossas famílias, a única coisa que sei é que sua família é de Minas e que você foi criada por uma tia e tem uma irmã, e você o que sabe da minha família?

 

-- Que eles são ricos e que não aprovaram seu relacionamento com Roberta... E que gostam de se reunir nas festas de fim de ano...

 

-- Está vendo? Não quero estragar as coisas entre nós apressando as coisas Isa. Viaje curta sua família, e fale de mim... Prepare o terreno, afinal, sua família sabe apenas que você nutria aquela viuvez fielmente... Aparecer logo com outra namorada a tiracolo seria estranho no mínimo não acha?

 

                  Concordei, mas interiormente eu discordava. Minha família a receberia com alegria, felizes por eu estar seguindo minha vida, toda sensatez e ponderação de Clara deveria me fazer admirá-la por sua coerência, entretanto, me encheu de insegurança, sobre o valor que Clara atribuía ao que estávamos vivendo.

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 5 - CAPÍTULO 5: ROMANCE NO AR:
Lea
Lea

Em: 17/12/2021

De certo modo concordo com a Clara,sobre as apresentações pessoalmente diante das famílias!

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