A Seguranca II por Lena
Capitulo 25
Quando meus amigos se despiriam, achei que passaria minha noite sozinha, até porta ser aberta e cabelos ruivos aparecem no meu quarto fazendo meu coração disparar.
E quando nossos olhares se encontraram, mesmo com dificuldade, abrir os braços chamando a mulher da minha vida que já tinha lágrimas nos olhos. De forma lenta ela se aproximou.
Os olhos que eu tanto amo se fixaram em mim quando passei pela porta, não consegui conter minhas lágrimas ao ver seus braços estendidos me chamando para seu colo. E sem pensar, me deixei levar. Com cuidado seus braços me acolherem deixando meu corpo mais aliviado, leve.
- Saudades do seus rosto, seu sorriso, cheiro. Por favor não faz isso comigo. Eu não sei se consigo sem você. - minha voz estava embargada. Sentia os braços da morena, mesmo machucados, acariciarem minhas costas e cabelo, ao mesmo tempo em que sentia seu beijo em minha cabeça.
- Eu não vou sair de perto de você nunca... - ruiva chorava sem conter o soluço.
Eu sei o que ela estava sentindo. Eu também fiquei assim quando achei que nunca mais veria meus amores, mas tive que ser forte por mim e por eles. Pois também não suportaria ficar longe deles e só a ideia disso acontecer me deixa completamente aflita.
Depois de um tempo abraçadas e com minha roupa molhada pelas lágrimas de Beatriz. A mulher enfim me olha e com um sorriso fraco acaricia meu rosto fechando seus olhos e grudando nossas testas para depois deixar um beijo delicado em meus lábios.
- Eu te amo... - abrindo meus olhos deixei que todo meu amor ficasse visível para a morena a minha vida.
- Eu te amo... - deixando algumas lágrimas escaparem acaricio o rosto de Beatriz que fecha seus olhos beijando a palma da minha mão em seguida.
- Vem deita aqui comigo ? - com dificuldade tento dar espaço para a mulher mas ela simplesmente nega.
- Eu adoraria meu amor. Mas você esta machucada não pode se esforçar. Eu vou ficar aqui do seu lado. - seu pedido foi tentador porem a morena precisava se recuperar bem.
Mirian concorda. Ficamos conversado por um tempo até minha mulher ser vencida pelo sono. E como eu também estava cansada, depois de uma ligação rápida para casa e ao falar com minha sogra e meus pequenos, deixei o sono me consumir sem desgrudar das mãos de Mirian.
Não dei por quanto tempo dormir. O quarto estava a meia luz e Mirian dormia profundamente, então aproveitando segui para o banheiro que era no corredor, já que, o do quarto apresentou problemas esta noite, mas como a morena já tinha tomado seu banho resolvemos deixa-la neste quarto pois a previsão de alta era para o dia seguinte.
Chegando no banheiro fiz minha necessidade, e me olhando no espelho por um tempo, vejo o quão cansada demostrava minha feição.
Voltando para o quarto, já no corredor vejo a porta do mesmo aberta, o que achei estranho pois me lembro de tê-la fechado quando sai. Porém, meu coração dispara ao ouvir som de dor ser emitido...
~*~
Sinto meu corpo ser balançado com brutalidade. Um gemido de dor sai dos meus lábios ao sentir cutucadas no local da costela.
Ainda de olhas fechados, e tentando segurar a mão que me machucava, sinto meus dedos serem torcidos ao ponto de conseguir ouvir o som dos meus mesmos serem quebrados.
A dor intensa toma conta do meu corpo, e uma lágrima fina escapa de meus olhos. Eu tentei gritar mas minha boca estava tapada, provavelmente foi posto enquanto eu dormia.
Abrindo meus olhos vejo um homem alto todo de branco e com o mesmo capuz na cabeça. Ele sorri ao ver a dor estampada em meu rosto, e meu desespero aumenta ao olhar para o lado e não encontrar Beatriz.
Mesmo com dor, tento levantar rápido mas o homem me pega pelo pescoço e sem aviso enfia algo que parecia ser uma faca em minha barriga.
- Saudade de mim ? - sorrindo o homem gira a faca ainda dentro da minha barriga.
Tudo começa a ficar turvo, a dor é intensa, minha respiração se torna fraca, difícil de seguir. Outro gemido é ecoado ao sentir a faca ser retirada devagar da minha barriga e direcionada a minha garganta. Ainda tonta, vejo o homem aproximar seu rosto do meu ouvido e falar.
- Adoraria te torturar mais. Porem não tenho muito tempo. Espero que descanse em paz. Mas esteja preparada para receber sua linda mulher e seus quatro bastardos. Gerusa mandou um abraço.
As lágrimas já tomavam conta do meu rosto, e ao imaginar o que ele faria deixei meu corpo descansar aguardando a faca já em meu pescoço ser enfiada em minha garganta.
Já sem esperança vejo o homem sorri ao perceber o desespero em meu olhar, mas quando já sentia a força da sua mão em meu pescoço, ouço barulho de tiros pelo quarto, e olhando para o homem, vejo seus olhos crescerem e deixar a faca cair sob meu busto.
O homem se vira olhando para a porta e mais um tiro é disparado fazendo o mesmo cair inerte no chão.
Meus olhos se fecham em alívio e mentalmente agradeço meu anjo da guarda que esta tento muito trabalho esses dias.
Tentando manter a respiração me sento na cama mesmo com dor e vejo o homem caído ainda com os olhos abertos. Olhando para a porta, vejo Beatriz parada com a arma apontada para onde o homem antes estava de pé.
- B-bia. Vem cá. - a mulher estava petrificada, parecia estar em outro mundo mas ao ouvir minha voz ela larga sua arma e vem correndo em minha direção.
- Meu Deus! Você está bem ? - eu estava assustada. Depois de ouvir o gemido de dor de Mirian e ao ver o homem com a faca posta no pescoço da minha mulher, não pensei duas vezes ao atirar.
Meu sangue ainda corria quente pelas veias. Tinha que me lembrar de agradecer ao João por ter me dado aquela arma hoje.
Antes de sair de casa o João insistiu que eu saísse armada, pois ele estava preocupado com a saúde da sua amiga. E hoje vejo que sua preocupação era totalmente necessária. Olhando para Mirian vejo dois dedos um pouco tortos, seus rosto banhado em lagrimas e sua roupa completamente suja de sangue.
- Eu vou ficar bem. Obrigado minha linda. - ainda via o pavor no olhar de Beatriz, porem me deixei levar pelo sono ao ver o quarto ser invadido por enfermeiros.
Me desespero ao ver Mirian desmaiar, mas sou retirada do quarto por uma enfermeira que me leva para outra sala, e após sua saída, liguei para o João que não demorou a aparecer junto com os demais.
Minha sogra ao me ver me abraça forte assim como Diana João e Matheus. Eu não conseguir me segurar deixando as lágrimas de desespero e confusão molharem a blusa do João.
- Vai ficar tudo bem minha filha. - diz dona Renata que à abraçava junto aos demais.
- E-ela... - eu não consegui completar. Ao me lembrar sou tomada pelo choro que vem consumindo por inteiro a minha voz que fica embargada.
- Tudo bem. Não precisa falar nada. - Diana beija o topo da cabeça de Beatriz mantendo a mulher mais protegida no abraço.
Depois de um tempo, e da ruiva mais calma, a médica entra na sala fazendo todos se levantam e seguirem rápido e aflitos em sua direção.
- Calma. Podem retirar essa feição do rosto. A Mirian vai ficar bem. - suspiros são ecoados assim como sorrisos são vistos nas feições antes preocupada.
- A facada não atingiu nenhum órgão. Só sua mão que precisou de uma pequena cirurgia, mas esta tudo bem. - a médica olha para os rostos a sua frente se sentindo também aliviada pela morena estar bem. Não era a primeira vez que a mulher cuidava de Mirian.
- Ela só precisa de bastante repouso. Agora dobrado. - diz a médica num suspiro.
- A gente pode cuidar dela em casa ? É só nos dizer os equipamentos necessários que colocamos lá. - diz João um pouco nervoso sem querer que sua amiga continuasse ali.
- Bom, se me prometerem o repouso absoluto eu posso liberar. - informa a médica.
Todos concordam com a solicitação da médica, e como a doutora já conhecia a família, sabia que todos eram atenciosos, por isso, a mulher liberou a morena para que hoje mesmo fosse para casa.
- Bom. Vou passar toda a dieta e medicamento para vocês, e daqui a uma semana quero ela aqui novamente. - os olhos atentos logo concordam.
- E você Beatriz precisa ir até a diretoria. - a médica informa séria a ruiva que já entendia do que se tratava.
Após a lista cheia de recomendações. Todos seguiram para a diretoria com Beatriz, pois sabiam o quão abalada a mulher ainda estava.
E depois de todo o relato, e do pedido de desculpas do diretor do hospital pela negligencia, ambulância com Mirian que ainda dormia foi conduzida até a residência da familia.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 10/11/2021
Misericórdia oxe tá precisando de ser benzida vixe.
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